Faça menos. Mais foco.
Mais um ano se passou e está na hora de renovar a listinha de desejos e passar a limpo a deste ano que está a 5 dias do fim. E se tem um desejo que eu quero para este ano é esse: fazer menos com mais foco. Já faz alguns anos que eu ando nesse processo de diminuir o ritmo, de reduzir a pressão. Mas só agora vejo a necessidade (e a falta) de foco.
E focar não significa planejar ou visualizar o futuro, com suas magníficas glórias e seus planos mirabolantes de dominar o mundo. Focar significa olhar agora como é possível viabilizar, ou não, o presente. Se o agora pede pequeno, é com o mínimo que eu fico. Se minhas pernas sustentam menos, é nesse pouco que eu vou focar.
Organização, foco e disciplina. E isso é tudo que eu preciso.
Esse ano não tem listinha de desejos. Esse ano, é um desejo só: FOCO.
Ah, e espero que você tenha passado um lindo natal. E que seu ano de 2015, seja um dia de cada vez.
A tristeza também está lá
Ninguém gosta de falar de depressão. De compartilhar desânimo ou parecer que a vida não vai bem… É só a gente atualizar nosso feed de notícias de alguma de nossas redes sociais, que a gente percebe que a vida das pessoas é feita de festa, coisas gostosas, viagens e declarações de amor e de humor… Falo isso, sem hipocrisia, a minha mesmo está recheada dos clichês.
Mas no fundo, a gente sabe que não é bem assim. Bom, falo por mim. Tem dias que não há inspiração que te levante o ânimo, que contratempos e frustrações nos jogam para baixo, quando não nos deixam desnorteados. E às vezes isso não acontece só por algumas horas no dia, ou no período de tpm, às vezes acontece repetidamente por semanas.
Mesmo que a gente faça coisas legais, e que olhando de fora não haja absolutamente nada de errado com nossas vidas, o sentimento de tristeza está lá. Uma pontinha de dúvida e desconfiança que dá uma sensação de ingratidão com a vida.
Bom, este post não tem a intenção de deprimir ninguém, por mais que pareça o contrário. É mais uma vontade de dividir essa realidade que às vezes se passa comigo. E que tem sido assim durante algumas semanas. Tenho trabalhado normal. Dormido, comido, feito minhas atividades de lazer, minha yoga, viajado, namorado, enfim. Mas existe uma tristeza que está lá. Sem nome e sem rótulo. Só tristeza. Se fosse dar um nome, talvez fosse uma nostalgia saudosa de coisas e pessoas que se foram. Da inexorável condição humana. Do fim, do desapego inerente ao que somos e ao que nos cerca.
O que eu quero dizer, em outras palavras, é que esse estado de ânimo (ou de desânimo) me dá alguma profundidade. É o que me deixa compassionada pelas coisas ao meu redor, o que de alguma forma, me conecta com o outro. Se a alegria expande, a tristeza intima. Uma não é melhor que a outra, mas uma sem a outra é vazia. Aqueles que só sabem transparecer alegria sem se permitir a tristeza, vivem na superficialidade. Aqueles só deprimidos, que não se permitem um dia de sol, são impossíveis de se relacionar em sua miséria.
O tão almejado equilíbrio, ah!, o equilíbrio… Ele existe ou é mais um pêndulo que oscila entre dois pólos? Acho que a resposta vem por outro canal, a aceitação. Aceitar a tristeza que também nos caracteriza, assim, como a alegria que nos embeleza. Aceitar que há dias em que você tem direito de estar desgostoso, uma nuvem que passa cobrindo o sol, mas passa…
Então, eu tô nesse processo. Na verdade, acho que sempre estive. Dessa vez, só, não vou fugir ou desmoronar. Vou aceitar e torná-lo parte de mim também. E quem sabe, crescer. Afinal, mar calmo nunca fez marinheiro habilidoso. E de tantos altos e baixos, talvez a bússola encontre seu equilíbrio… ah!, o equilíbrio.
Faça melhor
Essa história toda do carnaval aqui em casa, me preencheu a semana. Afinal foram dias de produção, discutindo idéias, atrás de inspiração e referências para poder fazer tudo de um jeito bem nosso, como a gente gosta. Isso me fez repensar na própria data, os quatro dias que para mim, sempre foram sinônimo de feriado prolongado, longe da muvuca.
Ok, sim, eu já pulei carnaval, já fui à bloquinhos, bailinhos, e até em escola de samba já saí. Mas nos últimos anos, ir ao cinema ou tomar sol no quintal me pareciam programas muito mais atraentes do que a folia, pessoalmente. De qualquer forma, como falei, essa festinha em casa - sugestão minha, não sei nem direito dizer o porquê - com a animação e dedicação da Dani (que ao contrário de mim, a-do-ra o Carnaval) me fizeram pensar nessa comemoração tão brasileira, por conta do samba.
Festejo popular, referenciado a partir de uma data cristã (a páscoa), sua característica são as alegorias, máscaras e fantasias. Numa espécie de vale-tudo dos deleites mundanos, as pessoas se abrem e se permitem fazer o que não fariam o resto do ano… Como se, ao vestir uma máscara, elas pudessem ser… elas mesmas! O dia seguinte?… Estranhamente, e geralmente, é um E agora, José de arrependimentos…
Então, aqui fica o meu convite: E se, neste carnaval, só neste, você experimentasse ser você, sem precisar exagerar a ponto de ter que se esquecer do dia de ontem? E se você amasse ao próximo e à sua vida estando inteiro nesse amor, e praticasse isso durante mais alguns dias, semanas, meses, ou quem sabe para o resto da vida? E se, ao tirar sua máscara, você continuasse a ser você mesmo, sem que a festa precisasse acabar? ;)