Cabana da Empada & Toca da Tapioca em Serra Grande, Sul da Bahia
Apesar de estar já há mais de uma semana em casa, continuo no ritmo da Bahia. Onde o tempo passa em camera lenta sob o sol escaldante nordestino. Foram quase 20 dias com a proposta de comer bem, tudo de bom que a terra de lá dá. Provar os sucos com as frutas nativas, que dificilmente se encontram por aqui; saborear a pesca fresca do dia, comida simples, mas boa. Nos instalamos mais precisamente em Serra Grande, uma vila no município de Uruçuca, entre Itacaré e Ilhéus, no Sul da Bahia. Fomos de carro, porque gostamos desse tipo de coisa, pegar estrada (apesar dos radares fotográficos instalados ao longo de toda rodovia, alguns com limites de velocidade de 40km no meio da BR101) e não ter dia certo para voltar.
Bom, um lugar que não pode deixar de ser visitado é a Cabana da Empada. Situada na estrada de Serra Grande para Ilheus, o movimento local denuncia a excelente qualidade da comida servida por lá, o lugar está sempre cheio, de segunda à segunda. Como o próprio nome já diz, as empadas são o carro-chefe da casa, foi como tudo começou. Mas hoje, com o espaço expandido, servem refeições deliciosas também, muitas a preço de turista, mas que certamente fazem jus ao que se come. Não deixe de provar a empada de carangueijo e a de camarão. Saborosíssimas, e super recheadas. Se você adora uma pimenta, como eu, pede a de cheiro; que além de super aromática, ela não é tão forte e você pode colocar pedaços dela na sua comida. Eu gosto tanto, que trouxe algumas vasilhas, que também estão à venda por lá.
Se a idéia é almoçar, no salão ao lado, charmoso como o lugar todo, você pode pedir pratos super caprichados, como moquecas, peixes na brasa e frutos do mar. Acompanhe, se possível, com um suco de araçá-boi, para mim, o auge da experiência gastronômica durante a viagem. Uma fruta bem azedinha, cujo sabor me lembrou manga com limão, foi uma descoberta que me deixou feliz pelo resto do dia. Para sobremesa, você pode pedir uma empada doce, de brigadeiro, cupuaçu, ou banana.
Outro lugar de parada obrigatória para quem vai passar pela região é a Toca da Tapioca. O lugar, também como o nome diz, serve todo tipo de tapioca recheada. São mais de 10 sabores salgados e doces, com combinações muito especiais. Minha favorita é a “arretada”, carne-seca com banana da terra, requeijão e pimenta. Meu companheiro não resistiu à “serra-verde”, rúcula com tomate seco, queijo e muito manjericão. Localizada na pracinha de Serra Grande, durante o almoço eles também servem pratos-feitos, deliciosos a preços bem acessíveis.
That’s Bahia, mainha!
Cabana da Empada
Rod. Ilhéus-Itacaré, km 28
Ilhéus - BA | (73) 9981.6750
Toca da Tapioca
Praça Pedro Gomes
Serra Grande - BA | (73) 9929.4494
Torta de Cupuaçu da Lucy
Já escrevi por aqui algumas vezes que meu companheiro tem uma filha. Hoje ela tem quase 18 anos, mas quando a conheci, tinha apenas 9. E, para minha sorte, sempre me dei bem com ela, sempre fui aceita e acolhida como parte da família. Como se a gente sempre respeitasse o espaço uma da outra, sem crises de ciúmes ou de disputas. Pelo contrário, ela sempre foi amiga e companheira, pela sua personalidade alegre, receptiva, sempre de bom humor, cantando e sorrindo.
Lucy morou por alguns anos na Bahia, mais precisamente em Serra Grande, uma vila entre Itacaré e Ilhéus, com sua mãe. Aqui, eu vim visitá-la algumas vezes, um lugar bem charmoso, mas que costuma ficar sem a muvuca do turismo, mesmo em alta temporada - o que é uma maravilha. Serra Grande, é daquelas vilas, em que a pracinha é o centro de tudo, onde todo mundo se cumprimenta na rua - e quase todo mundo se conhece. Aqui, você toma uma bola de sorvete por R$ 1,00. Fim de tarde é hora de comer uma tapioca de carne seca com banana arretada (com bastante pimenta) e tomar um suco de cacau. A praia é daquelas no meio da mata, com a vegetação ainda preservada, sem condomínios totalmente desconectados da natureza. As casas não tem muros, e se tem é daqueles que você consegue pular fácil :). Tem cachoeiras com poços, em que as crianças saltam sem medo (eu disse crianças, ok?)
E foi aí, que minha linda viveu parte de sua adolescencia. Entre uma tarde surfando e outra fazendo circo, ela aprendeu como se transforma aquela torta básica de limão (ou de maracujá) em torta de cupuaçu. A massa simples feita de biscoito maisena com manteiga. E o creme batido com uma porção de creme de leite, outra de leite condensado e outra de poupa de cupuaçu. Como a fruta é azedinha, ela ficou perfeita. O sabor é único, solar e fresco. Como as praias daqui. That’s Bahia, mainha!
Torta de Cupuaçu da Lucy
cerca de 12 porções
- 200g de biscoito de maisena
- 150g de manteiga
- 300 ml de leite condensado
- 300 ml de creme de leite
- 300g de poupa de cupuaçu
Processe os biscoito picado no liquidificador até virar uma farofa. Numa fôrma de aproximadamente 28cm de diâmetro, coloque o biscoito processado e a manteiga amolecida. Amasse bem até formar uma massa. Abra a massa na fôrma, para obter a base da torta. Tente não deixá-la muito fina. Leve ao fôrno pré-aquecido a 180 graus de 10 a 15 minutos, até dourar um pouco. Tire e deixe esfriar.
Bata o creme de leite, leite condensado e a poupa de cupuaçu no liquidificador até obter um creme homogêneo. Despeje o creme sobre a massa e leve à geladeira. Deixe por pelo menos umas 3 horas ou até que fique firme.