sugar in my bowl Lilian Fujiy sugar in my bowl Lilian Fujiy

Cinnamon Rolls

Os quereres de uma pessoa.

Últimos quinze dias de inverno e eu arrisco dizer que passamos fácil o frio da serra. Muita lenha no fogo, meias de lã, e de xícara quente nas mãos. Com o início de setembro, o sol volta a lamber quente o rosto - deu para tomar banho gelado no rio e deitar sobre as pedras mornas. Os brotos das dálias brancas já estão saindo da terra. Minha roseira deu o primeiro botão. Uma nova ninhada de pintinhos nasceu essa semana. 

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O mês de agosto é daqueles meses que a minha fina superstição pede para ficar quieta, sem muito alarde, nem grandes decisões. E foi assim que eu passei: cozinhando dentro do meu 7x7; teve biscoito de massa folhada, cinnamon rolls ou pãezinhos enrolados de canela, lasanha "à bolonhesa" caseira, risoto com o parmesão aqui da região, e cozido com carne de segunda na pressão. Ou então, trabalhando dentro de casa, em frente ao computador, ao lado da lareira. Já são quase nove meses de gestação da vida aqui no alto das montanhas, e a gente se molda todos os dias um pouquinho do cotidiano na roça, feito barro nas mãos de uma ceramista.

Tem gente que gosta do urbano, das linhas feitas de concreto, de viver a cultura que brota nas cidades grandes. Tem gente que gosta do mar, da água salgada ardida sobre a pele, areia nos chinelos e nos cabelos, dos coqueiros, e da brisa quente litorânea. Há gente como eu, que gosta do cerrado, de olhar para as montanhas, do isolamento de viver no mato. Tem gente ainda, que adora viver tudo isso, de momento em momento, com o pé na estrada, coração nômade, passaporte na mão e mochila nas costas. Há tantos diferentes quereres e não sei se eles definem uma pessoa, mas eu acredito que, se não definem, eles dizem onde nosso coração bate mais feliz. E acho que só isso já é uma boa definição sobre uma pessoa.

Meus quereres, por exemplo, de tão simples, chega a dar um pouco de vergonha, da falta de ambição que uma pessoa pode ter. Uma caixa de papelão cheia de pintinhos. Esperar o pão descansar e crescer, para então poder assar. Moer o grão do café antes de passar. Regar os bulbos das dálias, na esperança que amanhã apareça uma folha sobre a terra úmida. Ou passar nos correios, abrir a caixa postal, imaginando que a encomenda com a fôrma nova importada esteja ali depositada. Desses quereres, dá para saber, por exemplo, que meu apreço é por ficar na rotina da minha casa, esperando pelas coisas boas da vida acontecerem.


Eu nunca tinha feito cinnamon rolls antes. Procurei por várias receitas até escolher qual queria experimentar. Acabei misturando receitas diferentes, sem aquela calda escorrida, mas um pãozinho fofinho, com bastante recheio de canela e noz moscada. Enquanto assava, o cheiro doce ia tomando a casa toda, e a gente esperou salivando até sair do forno. Sentamos na mesa e acompanhamos com uma xícara de earl grey


E para não dizer que fiz pouca coisa, vi The Staircase em 2 dias e terminei com um nó na garganta, tendo certeza de que Michael P. é inocente. Vi e recomendo o filme dinamarquês A Comunidade, simples, sincero e divertidíssimo. E comecei a 4a temporada de Better Call Saul, um dos meus seriados prediletos.


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Cinnamon Rolls | Pãezinhos Enrolados de Canela

Um pãozinho fofinho, com bastante recheio de canela e noz moscada. Enquanto assa, o cheiro doce toma a casa toda, e a gente espera salivando até sair do forno. Acompanhe com um chá de earl grey.

  • Rendimento: 10 a 12 porções

  • Tempo de Preparo:

  • Tipo de Prato: pão, chá da tarde

Ingredientes

para a massa

  • 75g de manteiga amolecida
  • 70g de açúcar granulado
  • 250ml de leite
  • 10g de fermento biológico seco
  • 430g de farinha de trigo
  • 1/4 de colher de chá de noz-moscada ralada
  • 1/2 colher de chá de extrato de baunilha
  • 1/4 de colher chá de sal
  • 1 ovo para pincelar

para o recheio

  • 3 colheres de sopa de manteiga amolecida, tem temperatura ambiente
  • 1/4 de xícara de açúcar mascavo + 2 colheres de sopa
  • 1/4 de colher de chá de noz-moscada ralada
  • 1/2 colher de sopa de canela

Modo de Preparo

para a massa

  1. Esquente o leite até amornar (uns 37 C graus) e adicione o fermento biológico seco, e deixe por alguns minutos.
  2. Adicione o açúcar, manteiga e farinha e misture com as mãos até que a mistura torne se homogênea, desgrudando das mãos. - Se preferir, utilize a batedeira, com o batedor gancho, e sove a massa até que ela esteja bem lisinha e macia.
  3. Junte o sal, a noz moscada e o extrato de baunilha.
  4. Amasse mais um pouco, faça uma bola e cubra com um pano limpo.
  5. Deixe a massa descansando por 1 hora. Se estiver muito frio, você pode colocar dentro do forno (aquecê-lo antes por alguns minutos) e deixar a massa dentro dele desligado.

para o recheio

  1. Misture todos os ingredientes do recheio numa tigela.
  2. Abra a massa numa superfície lisa com farinha.
  3. Faça um retângulo e deixe a massa com aproximadamente 0,5cm de altura.
  4. Espalhe o recheio sobre a massa com uma colher ou um pincel.
  5. Enrole delicadamente, como um rocambole.
  6. Corte rodelas de aproximadamente 7cm, com uma faca bem afiada.
  7. Disponha lado a lado os rolinhos sobre uma assadeira redonda, com papel manteiga.
  8. Cubra com um pano e deixe descansar e crescer por uns 40 minutos.
  9. Pincele um ovo batido e polvilhe açúcar.
  10. Leve para assar por uns 25-30 minutos, ou até que estejam assados e dourados.
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Bolinhos de Chuva com bananas

Adoro ganhar presente atrasado. Você não espera nada e é surpreendida. Essa semana foi assim. A Dani Coelho, da Danny Bunny, me deu um livro da Rita Lobo, o Pitadas da Rita, de aniversário… Mas espere, não ligue agora, rsrs, um livro com dedicatória e autografado!… Explico: a Dani foi convidada pela Rita para o coquetel de lançamento do livro (chique!), e foi então que além de ter tido o prazer de conhecê-la, ela se lembrou de adquirir meu presente na ocasião! Que fofa!

O livro realmente está uma graça; as fotos estão lindas, uma separação por cromia muito simpática, temperada com ótimas dicas e receitas muito bem selecionadas. Nada mais justo, então, estrear o livro para comemorar um presente tão singelo, de uma amiga tão especial!

Bolinhos de chuva foram minha escolha, para uma tarde com clima de saudade. Quem não comeu bolinhos de chuva quando criança, não sabe o que é ser criança feliz em dia frio. Na versão do livro, a Rita usa doce de leite para o recheio. Como a minha mãe usava bananas, eu optei pela opção memória completa de infância, e fui feliz de novo!

Enquanto eu preparava os bolinhos, a Dani aproveitou para fazer um belo suco de maracujá, da trepadeira de casa.

Bolinhos de Chuva com bananas | versão adaptada do Pitadas da Rita

  • 01 ovo
  • ½ xícara de açúcar
  • 01 colher de sopa de manteiga em temperatura ambiente
  • 01 de colher de chá de sal
  • ½ colher de sopa de fermento em pó
  • ½ xícara de leite
  • 01 xícara de farinha de trigo (bem cheia)
  • Óleo de canola para fritar
  • Açúcar confeiteiro e canela em pó para polvilhar
  • de 04 a 05 bananas nanicas

Misture bem o ovo, açúcar, manteiga e o sal. Junte aos poucos a farinha e o leite, alternando e misturando sempre. O ponto da massa não pode ficar nem muito escorrido e nem muito embatumado (corrija com a farinha ou leite, se necessário). Coloque o fermento apenas na hora de fritar.

Esquente bem o óleo numa panela de fritura, em fogo alto. Quando estiver bem quente, abaixe o fogo. Corte a banana em pedaços pequenos com a mão mesmo, e passe pela massa, com uma colher.

Coloque com cuidado cada bolinha de banana com a massa para fritar, e com vá virando o bolinho para ele dourar por igual. Retire e seque num papel toalha. Sirva quente, polvilhado com açúcar e canela.

A banana fica meio derretida por dentro e fica simplesmente uma delícia.

O suco da Dani ficou divino, e se você quiser saber como ela fez (não, não é batido no liquidificador), confere aqui!

Dani, só você mesmo, para acertar tão em cheio meu coração!

Fotos: Dona da Casa! & Danny Bunny

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