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Torta de Noz Pecã e Maçã Verde

Não há nada que descreva tão bem o inverno como o perfume de canela saindo do forno.

Lembrei de um dia, quando uma amiga (a Elke) veio me visitar aqui no sítio. Na ocasião, quem cozinhara a maior parte dos pratos tinha sido o Gabriel, inclusive, a sobremesa, uma torta de maçã. Ela tirou sarro da minha cara: "quem tem blog de receitas é você, mas quem cozinha é o seu marido?!” A gente riu pacas e o Gabriel aproveitou para me desdenhar, e eu tive que explicar que a receita da torta de maçã (um crumble na verdade), era receita vinda da Argentina, coisa de família.

Eu até cheguei a publicar essa receita por aqui, mas parece que ela se perdeu, acabei de olhar na listagem e o link está quebrado e não encontro mais o conteúdo. :(

A verdade é que eu nem sempre cozinho por aqui, a gente divide bem as tarefas. Quando estamos sem tempo, geralmente ele faz um grelhado, legumes e carne no fogo. Tem dias que estou com muita preguiça, ou muito cansada, e ele carinhosamente cozinha para a gente. Tudo isso para dizer que a gente prepara nossa comida por aqui todos os dias sim, mas nem sempre sou eu que faço tudo, amém. Agora lavar a louça, eu lavo todos os dias, mas isso é porque sou chata e sou neurótica com minhas louças - e para falar a verdade eu gosto de lavar.


Essa receita é incrivelmente deliciosa e invernal. Para mim, não há nada que descreva tão bem o inverno, como o perfume de canela saindo do forno. A receita foi inspirada na Torta de Pêras e Pecãs de Eva Kosmas Flores. - que faz as melhores fotos dessa internet, deus. Substituí a pêra pela maçã verde e fiz alguns ajustes por conta da acidez da fruta. Ela deveria se chamar então “Torta de Maçã Verde com Nozes Pecãs”, mas quando a gente comeu, apesar do gosto acentuado da fruta, as nozes se destacam por conta da quantidade colocada. Por isso re-batizamos a torta!


Por aqui, a temperatura tem chegado a zero. Geada e folhas que começam a secar e cair. Dias de fogão aceso, de lenha queimando o dia todo. Panelas grandes, caldos, carne de panela. Gosto de ter sempre uma xícara nas mãos, ver o vapor subir, e esquentar as mãos em volta dela. Fazer muitas receitas no forno, para manter a cozinha quente, e sentir o cheiro de torta assando pela casa.

Gosto de me cobrir com uma manta, e sair a andar assim, com ela nas costas. Sempre com meias de lã nos pés. Gosto de sentar no chão de pedras, enquanto o sol bate forte, mas com seus raios ralos, desses que demoram a esquentar. O inverno é assim, cheio de coisas para a gente fazer, para se manter aquecido. Coisas demoradas, coisas que dão mais trabalho. O quentinho é algo que a gente sente no coração, do frio que faz fora.


Receita de Torta de Noz Pecã com Maçã Verde

Receita de Torta de Noz Pecã com Maçã Verde
Receita de Torta de Noz Pecã com Maçã Verde
Receita de Torta de Noz Pecã com Maçã Verde
Receita de Torta de Noz Pecã com Maçã Verde
Receita de Torta de Noz Pecã com Maçã Verde
Receita de Torta de Noz Pecã com Maçã Verde
Receita de Torta de Noz Pecã com Maçã Verde
Receita de Torta de Noz Pecã com Maçã Verde
Receita de Torta de Noz Pecã com Maçã Verde
Receita de Torta de Noz Pecã com Maçã Verde

Torta de Noz Pecã e Maçã Verde

Receita perfeita para o inverno. Perfumada e deliciosa. Inspirada na Receita de Eva Kosmas Flores.

  • Rendimento: 02 tortas médias (fiz uma de 18cm de diâmetro e outra de 25cm)

  • Tempo de Preparo:

  • Tipo de Prato: torta, chá da tarde

Ingredientes

para a base

  • 1 e 3/4 xícaras de farinha de trigo
  • 1/4 xícara de açúcar cristal
  • 1 colher de chá de canela em pó
  • 1/2 colher de chá de sal
  • 170g de manteiga sem sal
  • 4-6 colheres de sopa de água gelada
  • 1/2 ovo batido para pincelar

para o recheio

  • 330g de maçãs verdes descascadas e picadas
  • 1/2 colher de sopa de manteiga sem sal
  • 1 maçã inteira para decorar
  • 1 e 1/2 ovo batido
  • 1/2 xícara de açúcar cristal
  • 1/4 xícara de iogurte
  • 1/4 xícara de mel
  • 1 colher de sopa de extrato de baunilha
  • 3/4 colher de chá de sal
  • 3/4 xícara de nozes pecãs

Modo de Preparo

para a base

  1. Num recipiente, junte os ingredientes secos e misture: farinha, açúcar, canela em pó e o sal.
  2. Com um ralador grosso, rale a manteiga - ela deve estar firme, recém tirada da geladeira - sobre a mistura de farinha, aos poucos. Ou seja, parando para amassar.
  3. Amasse com os dedos como se estivesse esfarelando, a idéia é que não fiquem grumos de manteiga inteiros.
  4. Quando estiver bem esfarelado, junte 4 colheres de sopa de água gelada e aperte bem a massa. Se necessário, adicione as 2 colheres restantes.
  5. A idéia é que a massa fique bem concisa e talvez um pouco pegajosa.
  6. Amasse bem por uns 30 segundos e forme uma bola.
  7. Enrole em papel filme e leve à geladeira por uns 30 minutos.

para o recheio

  1. Numa frigideira, derreta a manteiga em fogo alto e adicione as maçãs picadas.
  2. Refogue as maçãs, até que elas estejam douradas e macias, por uns 7 minutos. Deixe esfriar e reserve.
  3. Num recipiente, misture os ovos, açúcar, iogurte, mel, baunilha e o sal.
  4. Junte as nozes pecás - pode quebrar algumas com as mãos antes de adicionar - e as maçãs frias. Misture bem.
  5. Para decoração, descasque a maçá e corte no sentido longitudinal em 4 partes. Retire as sementes. Vá cortando fatias finas, mantendo a parte superior sem cortar. Depois abra como um leque, com cuidado.
  6. Disponha numa assadeira untada com manteiga e leve para assar num forno pré-aquecido a 180C graus, por uns 15 minutos, até que se sequem um pouco. Deixe esfriar e reserve.

para a montagem

  1. Abra a massa com um rolo, numa superfície levemente enfarinhada, até ficar com uns 3mm de espessura.
  2. Disponha sobre as fôrmas.
  3. Recheie com a mistura de nozes e maçà.
  4. Coloque os "leques" de maçã por cima de tudo.
  5. Enrole as bordas da torta e pincele-as com o ovo batido.
  6. Leve para assar em fôrno pré-aquecido a 180C graus, por uns 45 minutos, até que esteja dourada.
  7. Deixe esfriar antes de servir.
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Pão Australiano do Outback

Fofinho e docinho.

Fazer pão foi uma das coisas que aprendi aqui no sítio. Tanto pela falta de qualquer vizinhança num raio de quilômetros, quanto pelo amor por pães do Gabriel. Nada de fermentação natural, nem horas de sova. O mais simples: sovando um pouco na mão e o restante na batedeira mesmo, deixando a massa descansar do lado da lareira acesa.

Parênteses. O primeiro pão que aprendi aqui foi o Challah, receita da querida Gória. Depois disso, fui testando outras receitas, tive até uma pequena janela de experiência com o levain, - que durou pouco, não vou mentir - infelizmente. Essa bola eu deixo para minha amiga Elke modelar. E, temos uma máquina de pão também que é uma belezinha para o dia-a-dia. Dá inclusive para programar para que horas quer que o pão esteja pronto. Mas quem usa mais é o Gabriel.

Ainda não é inverno, mas aqui parece que já é faz algumas semanas. Pelo vento que corta frio nosso rosto à noite, quando a gente vai espiar o céu. A cúpula estrelada que cai sobre a gente é quase como um beijo gelado de boa noite. Enquanto o pão assava no forno, e o aroma quente se espalhava pela casa misturado com o cheiro da lenha queimando, fui dar a última volta lá fora. Agasalhada e encolhida, fechei os olhos e fiz um pedido.

As coisas simples também são as mais valiosas. Como pão caseiro que tem seu valor justamente por ser feito em casa, e tudo que isso representa. É o cenário desenhado todos os dias, pelo olhar de quem quer viver pelos detalhes. São pequenos feitos que somados fazem a gente se sentir rico, de uma riqueza que dinheiro nenhum compra.

Pão Australiano do Outback

Há mil anos atrás, eu adorava o Outback, na verdade, aquela cebola empanada que levava você a tomar alguns litros de chope para acompanhá-la. Nunca mais voltei, por anos, e a cebola ficou na minha lembrança. Recentemente, passando em frente, com fome, decidi resgatar o prato das recordações. Infelizmente, a memória boa continuou no passado: a cebola não era mais a mesma, não veio tão grande como eu me recordava, na verdade, veio pequena mesmo. Também não estava tão crocante, nem tão gostosa, o que foi bem decepcionante.

Mas para que não digam que sou só crítica, antes de servirem a cebola, trouxeram o couvert. Nele, serve-se um pão australiano, escuro com gosto acentuado de mel, acompanhado de uma manteiga cremosa. O pão salvou a noite, antes que ela ficasse ruim, e eu fiquei obcecada em encontrar a receita dessa delícia de pão.

A que elegi foi da Eline Prado do blog Mel e Pimenta. Que aliás, descobri que tem dicas e pratos ótimos - que comunidade maravilhosa é essa de blogueirxs de gastronomia na internet. A receita dela é uma adaptação publicada pela Bia Freitag do Desafios Gastronômicos. Obrigada, meninas! Adoramos o resultado.

Aqui, fiz algumas alterações, por conta do que eu tinha na minha despensa, ficou ótimo, e devo continuar minhas experiências sobre o pão, pois quero que ele fique bem escuro, bem fofinho e com bastante gosto de mel.

Quem tiver dúvidas em moldar o pão, assiste a este vídeo do Luiz Américo.


Faz tempo que não deixo sugestões de filmes ou seriados, até porque a Netflix tem me cansado demais, tenho achado as produções originais bem pouco originais; bem ruins, para ser sincera: vê-se que se gastou muito dinheiro com produção, mas pouco em roteiro ou em criar qualquer coisa que valha. Umas histórias fracas, sem pé nem sentido. A sensação que eu tenho é que eles tentam tornar tudo um capítulo de Black Mirror. Saturada, decidi voltar aos básicos, neste caso, à HBO.

Assisti Chernobyl, que me chocou à beça. É um chute no estômago, como a falta de um tiro de misericórdia pela humanidade. É também uma obra-prima de fotografia, com atuações excelentes. Impossível não pensar nas realidades controladas de Orwell em tantas cenas ali. Assisti em dois dias, e fiquei mal. Piorei quando descobri no mapa que Angra II está a 30 km de distância de casa.

O retrato da burocracia arrogante do governo soviético me deixou a pensar sobre o quanto realmente estamos seguros sob a proteção do Estado que deveria zelar pela vida. Os desastres de Mariana e Brumadinho estão aí para escancarar a falta de capacidade das instituições (públicas ou privadas), com lama derramada sobre sangue. Pensar que ainda tem gente que defende o uso de energia nuclear, sendo que nem barragens hidroelétricas foram capazes de manter sob segurança. E isso, nada tem a ver com comunismo ou capitalismo, pelamor, tem a ver com a incapacidade e estupidez humana mesmo.


No momento, estou assistindo a Big Little Lies, que tem atrizes ótimas, história bem narrada, e dá para levar bem, com humor. Estava com saudades das produções do David E. Kelly, e por enquanto (estou a 2 capítulos para terminar a primeira temporada) não tenho nada a reclamar da série, ao contrário, estou adorando. E Meryl Streep está na segunda temporada, então as expectativas são boas.


Pão Australiano do Outback
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Pão Australiano do Outback

Receita original do blog Mel e Pimenta e Desafios Gastronômicos, com adaptações.

  • Rendimento: 02 pães médios

  • Tempo de Preparo:

  • Tipo de Prato: pão, entrada, chá da tarde

Ingredientes
  • 360g de farinha de trigo
  • 70g de farelo de trigo
  • 3 colheres de sopa de cacau em pó
  • 1/4 de xícara de mel
  • 4 colheres de sopa de açúcar mascavo
  • 1 colher de sopa de fermento biológico seco
  • 30g de manteiga derretida
  • 300ml de água morna
  • 1 pitada de sal
  • fubá para polvilhar

Modo de Preparo
  1. Dissolva o açúcar mascavo e o fermento em metade da água morna, num recipiente pequeno e reserve.
  2. Junte todos os ingredientes secos numa tigela, e deixe um buraco no meio.
  3. Adicione à mistura do fermento, o mel e a manteiga.
  4. Vá incorporando os ingredientes com a ponta dos dedos, juntando o restante da água se necessário.
  5. Sove bem a massa por uns 5 minutos. Eu coloquei na batedeira com o batedor gancho e sovei por lá.
  6. Deixe a massa descansando num bowl por 1 hora, tampado com filme plástico ou um pano. Se possível deixe num local aquecido, protegido da luz e de qualquer corrente de ar.
  7. Quando a massa estiver crescida, molde os pães como preferir. Eu dividi a massa em duas partes e fiz dois pães.
  8. Para moldar, abro a massa, e vou dobrando várias vezes. Coloquei um link para um vídeo ensinando a moldar na postagem acima.
  9. Faça cortes diagonais com uma faca bem afiaca, no topo do pão. Polvilhe a assadeira e os pães com fubá.
  10. Cubra e deixe descansar por mais 1 hora, para crescer.
  11. Leve para assar em forno pré-aquecido a 180C graus, e asse por uns 35-40 minutos.
  12. Deixe esfriar numa grade.
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