Abobrinhas Redondas refogadas com Ovos estalados
Vidinha de rotina.
Eu sempre soube minha alma é de gente velha. Que eu me lembre, só vivi uma época da minha vida em que tinha gosto pelo agito. Assim como um rojão que estoura, faz barulho para apagar em seguida, meus surtos de "vivendo la vida loca" também tiveram curta duração, feito um sonho em dias de febre, daqueles que você sua frio, não sabe bem se está ou não acordada, e se recorda de pouca coisa no dia seguinte.
Quando em algum compromisso social, me dá alegria em pensar na hora de retornar para casa, saludar e me despedir, para então chegar em casa e tirar os sapatos dos pés. Agora no sítio, gosto de ir para cama cedo. Ainda que não durma cedo, o dia para mim já acabou. Termino as tarefas e de responder emails e mensagens na cama, e finalizo lendo um livro. Detesto multidões e tenho pavor de lugares barulhentos. Minha lista de manias e chatisses aumentou e tem crescido consideravelmente nos últimos anos.
É uma onda difícil de ser contida e resistir é inútil. Se eu fui sempre assim, e se a tendência é de que eu seja assim para sempre, que assim seja. Aceitar minha própria natureza é algo que me liberta de eventuais culpas por não ser de determinada maneira, ou cumprir com determinadas expectativas. De certa forma, me empodera. Me faz buscar por coisas que enfatizam minha essência. Como aprender a mexer na terra e cuidar dos bichos. Fazer faxina em casa o dia todo, ouvindo playlist dos Beatles. Trabalhar com o computador na cadeira sentada no chão da varanda. Transformar receitas difíceis em práticas. Preparar banquetes no dia-a-dia. Transformar um refogado de abobrinhas com ovos estalados em banquete.
"O que vamos almoçar hoje?", "Pensei no zapallito com ovinho...", "o meu com gema mole". É vidinha de cotidiano, essa que eu vivo. Sem grandes acontecimentos, feita de coisas banais, e da rotina desordenada de alguém que não gosta de pensar muito no futuro. E prefere o ovo com gema mole sempre.
Abobrinhas Redondas refogadas com Ovos estalados
"O que vamos almoçar hoje?", "Pensei no zapallito com ovinho...", "o meu com gema mole". É vidinha de cotidiano, essa que eu vivo. Sem grandes acontecimentos, feita de coisas banais, e da rotina desordenada de alguém que não gosta de pensar muito no futuro. E prefere o ovo com gema mole sempre.
Rendimento: 03 porções
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Tempo de Preparo:
Tipo de Prato: prato principal
- 1 abobrinha redonda grande
- 1 cebola média
- 3 ovos
- azeite
- 1 colher de sopa de açúcar
- sal, pimenta do reino, orégano e pimenta calabresa
- salsinha picada
- parmesão ralado
- Fatie a cebola bem picadinha.
- Corte a abobrinha em fatias finas. Dica da D. Stella: deixe num coador com um pouco de sal, por uns 20 minutos, Ela vai soltar bastante água e facilitar na hora de cozinhar.
- Numa frigideira, em fogo médio-alto, refogue a cebola no azeite.
- Jogue o açúcar para caramelizar a cebola.
- Adicione a abobrinha, abaixe o fogo para médio.
- Tempere com sal, pimentas e orégano.
- Refogue bem, por uns 10 minutos, até cozinhar bem e secar um pouco a água.
- Coloque os ovos e tampe a panela para cozinhar, até que a gema esteja no ponto em que desejar.
- Apague o fogo, tempere com sal e pimenta do reino os ovos.
- Sirva com arroz branco e um parmesão ralado por cima.

Shitake refogado com Salada de abacate e Arroz com furikake
Das coisas simples da vida. Sem muitos adjetivos. Não tem receita para seguir. Nascem do improviso e do imprevisto. São cotidianas. Um café na esquina de casa.
Das coisas simples da vida. Sem muitos adjetivos. Não tem receita para seguir. Nascem do improviso e do imprevisto. São cotidianas. Um café na esquina de casa. Sobras do almoço de domingo. Pão com manteiga. Um vaso de flor feito com o vidro de conserva.
Quero a vida assim, com recortes cada vez mais orgânicos. Sem sofisticação, sem mínimos detalhes. Como um traço de grafite no papel, como um sorvete de baunilha no fim da tarde. Sem tantas expectativas. Sem sobressaltos, ou sustos. Dentro da velocidade mínima permitida. Com a mais sincera realidade. Uma janela limpa. A luz do fim do dia. Ou do alvorecer. A fotografia dos filmes de Nancy Meyers. A beleza de contemplar, sem explicação.
"Neste momento vem-me uma vaga saudade
E um vago desejo plácido
Que aparece e desaparece.
Também às vezes, à flor dos ribeiros
Formam-se bolhas na água
Que nascem e se desmancham.
E não têm sentido nenhum
Salvo serem bolhas de água
Que nascem e se desmancham."{ O Guardador de Rebanhos, de Alberto Caeiro, Fernando Pessoa }
Esse almoço de segunda-feira é assim. Um prato de arroz e furikake, shitake refogado e salada de abacate. É o que tinha na geladeira e no armário. É o que deu vontade de comer.
Shitake refogado com salada de abacate e arroz com furikake
para duas porções
- 01 bandeja de shitake fresco
- ½ abacate
- broto de alfafa ou de feijão
- salsinha ou coentro
- cebolinha
- arroz branco cozido (duas xícaras)
- furikake (tempero seco japonês)
- 02 colheres de sopa de manteiga
Fatie o shitake. Não lave o shitake, aliás nenhum cogumelo. Eles são esponjosos e absorvem muita água. Esfregue com um pano úmido limpo. Derreta 01 colher de manteiga na frigideira e refogue os cogumelos até ficarem dourados. Junte a outra colher de manteiga e a cebolinha picada. Apague o fogo.
Num prato monte o arroz. Coloque numa xícara pequena e vire no prato para ficar num formato bonito. Jogue o tempero seco japonês por cima. Sirva com uma porção de shitake.
Fatie o abacate em lâminas. Junte o broto de bambu no prato. Tempere com vinagre, sal e pimenta do reino. Jogue coentro picado ou salsinha por cima.
Sirva na hora.