Torta de Jiló
e outros legumes.
Nunca pensei que uma torta fosse render tantos pedidos de receita. Muito menos, uma de jiló. Foi incrível. Eu simplesmente postei ontem uma foto nas "minhas histórias" do Instagram, com uma legenda "torta de jiló". Logo em seguida, cinco mensagens pipocaram na minha tela, pedindo receita. No total, foram mais de vinte pessoas.
Todas elas, loucas por jiló. Tô pensando em até criar uma hashtag, grupo no facebook, ou promover um encontro entre essas pessoas. Apenas duas pessoas riram da minha história, desdenhando da minha torta. Vou evitar represálias, preservando seu anonimato - sim, vocês duas sabem de quem estou falando! kkkk!
Eu também adoro jiló, tanto que em casa fizemos questão de plantar na horta. E, para minha surpresa, o pé está carregado, e não pára de dar frutos. É tanto jiló, que já passei da conta de colocá-lo em tudo que é receita. Inventar ocasiões e situações. Foi o caso da torta.
Espero que gostem da receita. Ela é controversa. Incompreendida. Tem haters na sua cola. Mas não se acanhe. Descobri que há uma legião de fãs também, espalhados mundo afora. E se você for um deles, saiba que não está sozinho.
Torta de Jiló
para a massa
- 02 xícaras de farinha de trigo
- 125g de manteiga com sal em cubos
- 01 ovo
- água gelada (caso precise)
para o recheio
- 06 jilós
- 01 abobrinha
- 02 tomates
- 200g de queijo ralado
- 01 cebola roxa
- 01 maço de acelga
- sal, pimenta do reino
- sementes de coentro
- pimenta calabresa
- azeite
Modo de Preparo
Amasse a farinha com a manteiga, até que vire uma farofa. Faça um buraco no meio da massa e coloque o ovo (batido). Vá misturando a massa até se soltar do recipiente e faça uma bola. Se necessário coloque algumas colheres de água gelada (no meu caso, não precisei). Enrole em plástico filme e deixe na geladeira por pelo menos 1 hora.
Pique a cebola em cubinhos, assim como a abobrinha. Já o jiló, corte em rodelas finas. Refogue em fogo médio/alto a cebola no azeite até ficar dourada. Junte o jiló. Quando começar a dourar, acrescente a abobrinha. Refogue tudo por uns 2 minutos, até que comecem a ficar macios, mas não muito moles. Se precisar, coloque umas colheres de água, para não queimar o refogado. Tempere com o sal, pimenta do reino, as sementes de coentro (é opcional, mas eu recomendo altamente. Se você não gosta de coentro, não se preocupe, as sementes têm um sabor completamente distinto) e a pimenta calabresa. Deixe esfriar.
Abra a massa com um rolo, numa superfície enfarinhada, com uns 0,5cm de espessura, no formato da sua fôrma. Eu utilizei uma de 30cm de diâmetro, com fundo removível. Disponha na assadeira e faça furinhos na base com um garfo. Coloque os legumes refogados. Corte os tomates em pedaços não muito pequenos e espalhe pela torta. Faça o mesmo com a acelga. Jogue o queijo por cima. Regue azeite por cima de tudo.
Leve para assar em forno pré-aquecido a 180C graus. Asse por uns 35-40 minutos, ou até que a massa esteja dourada. Deixe esfriar, pelo menos uns 15 minutos antes de servir.
Torta de Beterrabas e Cebola Roxa
Na dúvida, siga em frente. Esse tem sido meu lema. Tenho vivido de contrastes, de pensamentos bipolares, de alternativas complexas. Minhas emoções saltitando de um oposto a outro, qualquer idéia de controle se evapora em poucos segundos. Então, tenho seguido em frente, sem olhar para trás. Meu desejo é de ser uma folha de papel em branco, esperando o toque do pincel aguar em cores tão novas para mim. Um bebê sem memória, absorvendo tudo sem o menor julgamento e filtro. É dessa forma que eu gostaria de ser e sentir.
Mas ao invés disso, sinto as dores do tempo corrido, sinto o peso das lembranças vividas. Fujo de rostos conhecidos, conversas repetidas, pessoas óbvias. Tenho uma camada de filtro, e rotulo tudo aquilo que consegue chegar até mim, aquilo que, de alguma maneira, conseguiu não ser repelido pelo meu rancor. Tenho sido tão azeda que o sarcasmo cruzou comigo e preferiu desviar o olhar.
Já em outros momentos, um entusiasmo e uma euforia tomam conta do meu ser, como se nada mais houvesse, se não a expectativa do futuro certo dentro do meu peito. Nessa hora, tudo vale, as apostas são feitas, os sonhos proferidos, as bençãos ofertadas, a conta ainda não está mesa.
Dessa mente binária quase irracional, meu lema tem sido, não escute a dúvida que nasce da colisão das duas razões. Ande passos mais largos, não olhe para trás, qual seja a voz que te assombra no fundo. Seja uma, seja duas, mas seja mesmo a terceira, aquela que vai em frente, sem sombra de dúvidas, sem eira nem beira. Afinal, como terminei no post anterior: logo ali, a beira do precipício, vai sem medo. Então, deixa a camisa de força, por enquanto, mais um pouco, no cabide.
Lendo o livro Aos 7 e aos 40 de João Anzanello Carrascoza. Amor e sensibilidade em forma de prosa.
Me desafiei a fazer massa folhada no último final de semana. Acho que assisti umas 30 vezes o vídeo da Raíza Costa ensinando a fazer a massa com perfeição. Era um pausa, um play, farinha no teclado e manteiga na tela. Ao final, fomos recompensados com uma bela tortinha com creme e morangos no domingo.
Na segunda-feira, a saga continuou e o resultado foi mais maravilhoso ainda. Torta rústica de beterrabas e cebola roxa. Uma receita deliciosamente incrível do Projeto Banquete, para uma segunda-feira vegê especial. Confere a receita completa.
Torta de Beterraba e Cebola Roxa | Receitas originais de Dulce Delight e Projeto Banquete
para a massa folhada | receita original de Dulce Delight
250g de farinha de trigo
01 colher de chá de sal
150g de água gelada
50g de manteiga derretida
175g de manteiga gelada em bloco
para o recheio | receita original Projeto Banquete
01 beterraba grande
01 cebola roxa grande
02 dentes de alho
folhas de sálvia
sal
½ xícara de creme de leite fresco
02 ovos
azeite de oliva
06 mini cebolas roxa
06 mini beterrabas
02 colheres de sopa de vinagre balsâmico
{ para a massa folhada }
Para preparar a massa, nem me atrevo a explicar. Se quiser fazer a sua, ao invés de comprar massa pronta, assiste ao vídeo da Raíza, que vai te ensinar tudo com perfeição. - assista aqui
{ para o recheio }
Pique a cebola e a beterraba grandes. Refogue a cebola em bastante azeite até ficar transparente e adicione a beterraba. Junte o alho picado, e por fim, adicione o sal e as folhas de sálvia. Se necessário adicionar um pouco de água para que a beterraba cozinhe até amolecer um pouco.
Leve tudo a um liquidificador e processe até virar uma pasta. Agregue os ovos e o creme de leite, bata bem e reservar.
Abra a massa folhada e cortar de acordo com o tamanho da forma, eu utilizei uma de 18cm. Acomode a massa na forma, prendendo as bordas nas laterais da fôrma para ela não ceder. Faça furos no fundo da massa com um garfo.
Levar ao forno pré aquecido a 180 graus para pré-assar a massa, de 10 a 15 minutos. Retire do forno e preencha com a pasta de beterraba. Leve para assar novamente até ficar bem firme, por uns 40 minutos.
Corte as mini beterrabas e cebolas em 4 ou pela metade, mantendo os cabinhos da beterraba. Refogue rapidamente as mini beterrabas em azeite de oliva e depois adicione duas colheres de sopa de vinagre balsâmico. Eu utilizei uma redução de balsâmico La Tejea que comprei a pouco num boteco espanhol, mas você pode utilizar o balsâmico que queira. Na mesma frigideira, refogue as mini cebolas com cuidado para não desmanchá-las.
Tire a massa do forno novamente e, por cima, coloque, em pé, as mini cebolas e mini beterrabas. Volte ao forno até que a massa esteja dourada, os legumes tenham soltado um líquido e o recheio esteja bem firme.
Deixe esfriar antes de consumir.
Torta de alho poró da D. Stella
Às vezes a cabeça dá tantas voltas que a gente se perde nos próprios devaneios. Ela cria realidades que só a gente enxerga, anseios e dúvidas.
Às vezes a cabeça dá tantas voltas que a gente se perde nos próprios devaneios. Ela cria realidades que só a gente enxerga, anseios e dúvidas. Como se num minuto tudo estivesse certo, no seguinte nem tanto. E, nesses momentos a gente dá um tempo, respira fundo e espera os minutos passarem, pesados e lentos. Põe um fone de ouvido e coloca uma seleção de música que te faz querer se mexer e se sentir uma bailarina. Ou canta bem alto debaixo do chuveiro quente, enquanto a àgua escorre pela cabeça, lavando os pensamentos.
Foi assim quando eu decidi publicar esse post. Já estava tudo meio certo, o texto pronto, inclusive com chamada pelo Instagram. Mas aí, de um minuto para o outro, eu mudei de idéia. Nada de concreto com relação ao post. Mas de repente ele não preenchia minhas expectativas, não tinha mais vontade nenhuma de publicá-lo. Queria era deletar tudo. Não deletei, mas também não publiquei.
Respirei fundo e fui fazer outras coisas. Passou o dia das mães, fiz um almoço gostoso com a minha, minha tia e amigos. Veio a segunda-feira, e um trator chamado trabalho passou por cima de mim, e de todos meus ânimos que já eram poucos. Passei o dia fazendo contas, preenchendo planilhas, visitando contas de banco. Ao menos, os números, por sorte, me acalmam, eles me dão uma certeza que aquelas linhas do meu post não conseguiam me dar.
Então, mais um dia passou, organizei a bagunça da minha mesa, joguei fora as tralhas acumuladas do mês e parece que a nuvem cinza pesada também passou. Ficou só um céu nublado. Uma lista de tarefas para fazer, e de algumas incertezas para resolver. Mas tudo bem, amanhã já é outro dia.
O post? Bom, afinal decidi não jogar fora. Mas como não tinha muito como encaixar com isso aqui, ele vai como uma segunda parte, abaixo.
Mais uma daquelas preciosidades, que valem fortunas. Não vinha em seu caderninho de receitas, porque era tão fácil e batida, que se fazia de cabeça, no olho, semana sim, semana não. A tarta de puerros da D. Stella, que além de puerros levava muito queso rallado. Em dia frio, final da tarde, com um copo de vinho e nada mais. Ela fazia duas receitas de uma vez, porque uma não passava de uma tarde sobre a mesa.
O frio em São Paulo chegou. Agasalhos fora do armário. Meias com chinelo. Chá quente antes de dormir. Vinho com soda (água com gás) nas refeições. Minha estação predileta está em seu auge, como o sol brilhante sobre o céu azul gelado. E essa torta tem lembrança dos meus primeiros anos de visita na casa da D. Stella. Era um pouco mais frio, mas o ar tinha o mesmo cheiro seco, de carvalho.
Há duas semanas atrás foi seu aniversário. Faria 95 anos. Sua receita, Stella, se depender de mim, vai perpetuar e reinar em nossas mesas por muitos anos mais. Salud!
Torta de alho poró da D. Stella
01 e ½ copo de farinha branca
cerca de duas xícaras de café de água gelada
02 colheres de sopa de óleo (milho, girassol ou canola)
pitada de sal
03 talos de alho poró (pequenos)
250g de queijo parmesão ralado
{ Modo de Preparo }
Corte o alho poro em rodelas grossas. Coloque numa panela com água fervente e deixe ferver até murchar (de 05 a 10 minutos). Passe por um escorredor e deixe por algumas horas, para secar a água. A dica da D. Stella era fazer o alho poró a noite, e deixar secando até o dia seguinte.
Numa bancada limpa para trabalhar a massa, faça uma montanha com a farinha peneirada e deixe um buraco no meio. Junte aos poucos a água no centro e vá misturando aos poucos. Vá adicionando sal, a água e o óleo, até que a massa se solte, sem ficar pegajosa. Sove bem, até que fique bem uniforme.
Divida em duas partes a massa. Abra um círculo com um rolo. Coloque na fôrma untada com manteiga e farinha, e disponha a base. A minha fôrma é pequena de 18cm de diâmetro.
Recheie com o alho poró, e o queijo ralado. Não economize no queijo. Abra a outra parte da massa. Se desejar, corte em tiras para decorar, para fechar a torta. Se colocar a massa inteira por cima, faça alguns furos para o ar quente.
Asse em forno pré-aquecido a 200 graus C, por uns 50 minutos, ou até que a massa esteja bem dourada. Deixe esfriar. Sirva fria ou no dia seguinte com um copo de vinho.