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Muffins de Nozes, Café e Amarula

Quando sonhos se tornam realidade.

Coisa boa é poder sonhar. Pedir, imaginar e continuar sonhando até se tornar realidade. Eu acredito realmente que se a gente jogar nossos desejos para o universo, e esses desejos realmente forem seu de direito - e você fizer sua parte -, o tempo se encarregará de trazê-los, um dia. Há alguns anos, eu sonho com uma casinha no meio do mato. Tinha que ter rio correndo ao lado da casa, um bosque para o piquenique, janelas largas, uma cozinha com fogão a lenha, uma mesa central de apoio para cozinha feita de mármore branco. Tive a sorte de encontrar alguém que compartilhasse o mesmo sonho que eu. Não com tantos detalhes pouco etéreos, como no meu caso (sou taurina cabeça dura, que sonha material, de concreto e paredes), mas que também quisesse um refúgio verde isolado.

Então, o nosso sonho se tornou realidade. E essa semana a gente vai habitar a casinha devidamente, já que a reforma por dentro terminou, após 8 longos meses. Estou levando minhas caixas com tudo aquilo que fui reunindo durante os anos em que tudo era só um desejo, para quando esse momento chegasse, enfim. Uma panela de ferro pintada de azul com desenhos de flores, alguns cata-sonhos em forma de pipa feito de linhas coloridas, colcha e almofadas de linho, um vaso de cerâmica cor de degradê cor-de-rosa, várias peças de madeira do Studio Elke Noda, um jogo para o café da Noni SP

Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula

Encaixotar foi meditativo e terapêutico. Depois de uma semana difícil, pesada e doída, fazer as malas e ir embora, é tudo que eu anseio. A verdade é que mesmo que seus sonhos se realizem, a realidade sempre irá se encarregar de trazer problemas para dentro deles. Apesar de sonhadora, tenho uma veia pessimista que corre em paralelo. Que me faz preocupar antes do tempo, e buscar resolução antes dos problemas de fato aparecerem. 

A semana passou e os problemas continuam até agora os mesmos, mas diante da falta de solução, já diz o ditado, então, deixa para lá. Fui botando as coisas para dentro das caixas e enquanto fazia isso, eu me esquecia de todos eles. E fui aos poucos me lembrando do etéreo virar real, e do quão bom é poder viver a vida desse jeito, sendo o que ela é. Ter coisas boas para celebrar, ter coisas ruins para sentir a dor de estar vivo. E se lembrar que o melhor da vida não são coisas. 


Já estamos no final de outubro, e o ano já caminha para a reta final. Os grandes mistérios da vida continuam sem resposta, mas em compensação, as receitas de sorvete estão sendo finalizadas. Voltei a fazer academia 3 vezes por semana, a meditar todos os dias, a fazer terapia, e a ouvir música clássica no dia-a-dia. Frédéric Chopin e Claude Debussy são meus prediletos. A lista de metas de janeiro para se tornar um ser humano um pouco melhor foi ticada.


A receita da semana são esses muffins sensacionais de nozes, café e licor de amarula. A base da massa é amanteigada, pouco doce e muito aromática. Com pedaços de nozes e chocolate. Buttercream de café e amarula - uma feliz descoberta que será reproduzida em muitos bolos de aniversário. 


Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula
Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula
Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula
Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula
Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula
Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula
Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula
Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula
Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula
Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula
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Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula
Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula
Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula
Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula
Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula
Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula
Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula
Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula
Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula

Muffins de Nozes, Café e Amarula

A base da massa é amanteigada, pouco doce e muito aromática. Com pedaços de nozes e chocolate. Buttercream de café e amarula - uma feliz descoberta que será reproduzida em muitos bolos de aniversário.

  • Rendimento: 16 unidades

  • Tempo de Preparo:

  • Tipo de Prato: docinhos, chá da tarde

Ingredientes

para a massa

  • 200g de manteiga com sal amolecida em temperatura ambiente
  • 3/4 de xícara de açúcar cristal
  • 4 ovos
  • 1 e 1/3 de xícara de farinha de trigo
  • 2 e 1/2 colheres de chá de fermento em pó
  • 1/2 colher de chá de bicarbonato de sódio
  • 1/3 de xícara de nozes moídas
  • 50g de chocolate meio amargo (usei 70% cacau)
  • 1 e 1/2 colher de sopa de café solúvel
  • 3 colheres de água quente

para a cobertura

  • 250g de manteiga sem sal amolecida em temperatura ambiente
  • 1 e 1/4 de xícara de açúcar confeiteiro
  • 2 colheres de sopa de café solúvel
  • 1 colher de sopa de água quente
  • 3 colheres de sopa de licor de amarula

Modo de Preparo

para a massa

  1. Dilua o café na água quente e reserve.
  2. Bata a manteiga com o açúcar até virar um creme fofo esbranquiçado.
  3. Adicione os ovos, um por um, batendo bem a cada adição.
  4. Num bowl, penere e misture os ingredientes secos: farinha, fermento e bicarbonato e as nozes, vá incorporando ao poucos à massa, misturando, alternando com o café.
  5. Adicione o chocolate picado.
  6. Coloque a massa nas forminhas de muffins, forrada com papel, preenchendo-as com a massa até 2/3.
  7. Leve ao forno pré-aquecido a 180C graus, e asse por uns 30 minutos.
  8. Retire do forno e deixe esfriar.

para a cobertura

  1. Bata o creme que deve parecer uma pomada.
  2. Vá adicionando aos poucos, por colherada o açúcar.
  3. Depois, aos poucos, o café diluído já frio.
  4. Por final, o licor.
  5. Quando creme estiver fofo, macio e homogêneo, utilize-o para cobrir os bolinhos. - Eu usei o saco com bico de confeitar para decorar os bolinhos. 
  6. Pode guardar os muffins na geladeira, mas como a massa e cobertura são à base de manteiga, retire uns 10-15 minutos antes de servir. 
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Torta de Pomelo

Cor-de-rosa e inspiração em SP.

Cor-de-rosa e pomelos.

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Passei as últimas duas semanas em São Paulo, com a inspiração rasa. Falta meditação e silêncio na cidade de torres de concreto, por vezes me falta ar para respirar. Me sinto cansada, tenho menos vontade de fazer coisas cotidianas e meu dia se torna mais enfadonho e feio. Fico mais mau-humorada que o usual, angustiada e desanimada. O ciclo da falta de inspiração se retroalimenta, numa ciranda caótica. Não digo que essa cidade é responsável pelos males da minha vida, nem repito que não exista amor em essepê. Mas tem ficado claro, para mim, que parte do que sou cada dia combina menos com seu ritmo, me sinto cada dia menos em casa e mais descompassada de seu labirinto místico, onde os grafites não gritam mais.

Minha casa em São Paulo, com a transição para Minas em curso, começou a adquirir uma cara de abandono. Caixas espalhadas pelos cantos. Alguns desleixos que passam quase desapercebidos - uma lâmpada queimada no corredor, uma parede descascada amarelando, um armário esquecido entulhado, a colcha velha rasgada sobre o sofá - mas que no conjunto da obra, te fazem querer desviar o olhar. Tudo isso vai envenenando aos poucos a alma, empoeirando qualquer entusiasmo e enferrujando o pobre coração.

Decidi fazer uma faxina (ainda não finalizada) nos armários, limpei, doei e joguei muita coisa guardada. Encontrei coisas esquecidas e bonitas, como tecidos comprados para festas que não aconteceram, para almofadas que não foram costuradas; designei novos destinos para eles. E nessas horas, eu pareço uma detetive na minha própria casa, investigando gavetas e caixas, pastas e livros, procurando o que não sei, e encontrando o que não tinha a menor idéia que habitava a mesma casa que eu. 

A faxina resgatou algo esquecido dentro de mim: a sensação de que muitas coisas dependem apenas do nosso esforço para que se tornem agradáveis. Talvez não agradável o suficiente para me fazer mudar de idéia sobre ir morar em outro lugar, mas pelo menos de me sentir inspirada a movimentar a vida com esperança, leveza e alegria.

Quando encontrei o pano cor-de-rosa no armário, vi uma toalha de mesa que há tempos eu buscava. Quando encontrei o pacote de chocolina (biscoito de chocolate argentino) na despensa, pensei numa torta para brilhar na tarde calorosa de verão. Corri para o supermercado e, para a minha surpresa, havia pomelos. Não tive dúvidas, ia inventar uma receita de torta com base de chocolate, recheio de baunilha e pomelo. Bem leve e com gelatina, para combinar com o fim do verão.

Montei a mesa, cortei os gomos. Cozinhei e fotografei. Me senti com a inspiração renovada e novamente em casa. Encerrar ciclos, sem o movimento do abandono, pode ser gratificante e libertador. É trabalhoso e algo a ser amadurecido dentro de mim. Não é fácil manter duas casas, e a transição, às vezes, dá uma cara de vida cigana, que é uma tortura para uma taurina, como eu. Mas enxergar privilégios na vida ordinária, é minha grande qualidade, e meu maior ativo. 

Como no cor-de-rosa e pomelos: eu vejo amor e inspiração.  

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Torta de Pomelo

para a massa

  • 100g de biscoito de maisena
  • 100g de biscoito de chocolate
  • 100g de manteiga com sal derretida

para o recheio branco

  • 01 xícara de creme de leite
  • 01 colher de sopa de extrato de baunilha
  • 02 colheres de sopa de açúcar refinado
  • 01 colheres de sopa de gelatina em pó sem sabor
  • 05 colheres de água fria

para a cobertura de pomelo

  • 02 xícaras de suco de pomelo (01 e 1/2 pomelos grandes)
  • 02 colheres de sopa de gelatina em pó sem sabor
  • 02 colheres de sopa de açúcar refinado

para a decoração

  • 02 pomelos
  • açúcar demerara

Modo de preparo

para a massa

Quebre os biscoitos e bata num liquidificador ou processador até virar uma farofa. Misture a manteiga até ficar com uma consistência maleável e abra numa fôrma redonda de 28 cm de diâmetro, com fundo removível. Espete com um garfo por toda superfície da torta. Leve para assar à 200C graus por uns 10 minutos, ou até a massa dar uma secada. Deixe esfriar.

para o recheio branco

Dissolva a gelatina numa panela com a água fria e deixe por uns 3 minutos. Leve ao fogo baixo até derreter e dissolver por completo. Junte o açúcar, e misture até dissolver também. Bata num liquidificador o creme de leite, extrato de baunilha e acrescente a gelatina. Bata bem por uns 3 minutos. Despeje sobre a massa da torta e leve à geladeira por 1h30 ou até que fique firme.

para a cobertura de pomelo

Coloque o suco numa panela com a gelatina e o açúcar. Leve ao fogo baixo e misture até dissolver por completo. Espere esfriar e despeje sobre a torta. Leve à geladeira por mais uma hora, ou até que a gelatina fique firme.

Para decorar, descasque os pomelos e corte em gomos. Disponha sobre a torta, use sua criatividade.

 

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Bolo de amêndoas perfumado com ganache de chocolate branco

Sempre tive dificuldades com acordar cedo. Se um dia o destino da humanidade depender de eu ter que ver o sol nascer, oremos. No topo da minha lista de invejas, estão pessoas matinais, que não apenas apreciam a manhã, despertam com bom humor, são produtivas ao pular da cama, com atividades que incluem exercícios físicos, muita transpiração e até raciocínio lógico.

Desde que vim morar aqui na Serra, não tenho acordado com as galinhas, mas há um prazer latente em levantar mais cedo, caminhar descalça pela grama úmida do orvalho fresco; de sentir o chão de pedras morno do sol ainda tímido da manhã. É uma vontade renovada todos os dias, o de tentar despertar cada dia um pouquinho antes e de ter alguns minutos a mais para testemunhar a movimentação soberana do sol. 

Os fins de tarde também têm algo de especial, e eu pretendo deixar esses momentos reservados eternamente, para que nenhum outro compromisso possa me fazer perder a graça de não se fazer nada durante o entardecer. No máximo, passar um café, para ficar com a xícara quente entre as mãos, como se abraçasse o mundo entre meus dedos.

Há algo na transição do dia para noite, ou da noite para o dia, que os torna sagrados, como se em algum lugar o feitiço de Áquila não tivesse sido quebrado. Há uma prece implícita nesses momentos, há disciplina no caos da natureza, e os grilos parecem saber, pois sua sinfonia se inicia todos os dias no mesmo horário, assim como os pássaros que começam e terminam seu dia também durante essa transição, sem nunca se cansar. Luzes difusas, céu de Monet, sombras que se movimentam organicamente pela casa, nuvens que riscam o céu de baunilha. 

A verdade é que cada dia eu quero mais, eu me alimento da poesia do verde que inunda meus olhos, eu respiro o som violento do rio que corre ao lado de casa. Eu me curo todos os dias um pouco da saudade, que eu nem sabia que sentia tanto, de me sentar no chão, na beira da entrada de casa, sentindo o ar gelado da Serra cobrir meu rosto, e de reverenciar aquilo que não começou e nem deve terminar com a gente.

Não é que eu me sinta inspirada, isso é irrelevante ao lado de tanta magnificência. Eu me sinto completamente tomada por esse lugar e eu pretendo me lembrar todos os dias disso, se é que algum dia eu precise dessa lembrança. Uma tarde dessas, vasculhei a geladeira e peguei o frasco de geléia caseira de morangos que estava lá. Triturei amêndoas. Selecionei outros ingredientes, elegidos pelo seu aroma, textura, ou cor. Derreti o melhor chocolate branco que tinha em casa e terminei o dia com a sofisticação necessária para fazer jus ao espetáculo despretensioso que acontece diariamente aqui no meio da Serra da Mantiqueira.

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Bolo de amêndoas perfumado com ganache de chocolate branco

para o bolo

  • 01 xícara de amêndoas trituradas
  • 02 xícaras de farinha
  • 3/4 de xícara de açúcar demerara
  • 02 colheres de chá de fermento
  • 03 ovos
  • 01 xícara de suco de laranja
  • 125g de manteiga com sal amolecida
  • 02 colheres de chá de canela em pó
  • 01 colher de sopa de extrato de baunilha
  • raspas de 01 laranja

para o recheio

  • 200g de geléia de morangos ou frutas vermelhas
  • 100 ml de creme de leite

para a cobertura

  • 200g de chocolate branco
  • 100 ml de creme de leite

Modo de Preparo

Misture os ingredientes secos: farinhas, açúcar, fermento, canela e raspas de laranja. Em outra vasilha, misture a manteiga, os ovos batidos, o extrato de baunilha e o suco morno. Adicione aos poucos os ingredientes secos à mistura, e mescle até a massa ficar homogênea. Divida em duas assadeiras redondas de aproximadamente 18cmd e diâmetro untadas com manteiga e farinha. Leve ao forno pré-aquecido a 180 C graus, e asse por 45 minutos ou até que a massa esteja cozida. Deixe esfriar e desenforme-os frios.

Para o recheio, misture a geléia com o creme. Espalhe sobre uma das massas quando já fria e monte o bolo.

Para o ganache, derreta o chocolate branco e adicione o creme de leite. Deixe esfriar, até ficar consistente. Despeje sobre o bolo.

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Bolinhos de banana com cardamomo

Feliz ano novo, vida nova.

Amo finais de ano. Mas tenho dificuldade com os inícios. Na verdade, tenho dificuldade de começar qualquer coisa. Minha vontade é de ficar olhando para o papel imaculado, eternamente. E adiar o quanto posso o encontro do lápis com a folha em branco. Na minha cabeça, as possibilidades são infinitas e perfeitas, a realidade será sempre um esboço das imagens platônicas dentro de mim.

As expectativas criadas pelo tempo zerado no calendário são como páginas em branco de um revigorante vazio, e seu espaço infinitamente possível, tão bem descrito por Rubem Alves. A sensação é de que só com o melhor é que se poderia preencher essa lacuna tão perfeitamente vazia. Aos poucos, a transição de vida, sincronizada com a virada do ano, acontece aqui na casinha nova na Serra. Rodeada de uma beleza tão singela, o mundo parece outro, dentro de mim, virando a página para um álbum completamente desconhecido até aqui. 

O ano começa junto com um começo de vida. Não há pressa, no entanto. Há tanta vida em volta de mim, que não há necessidade de esforço.

Uma tranquilidade pacífica inunda o ritmo do meu dia-a-dia, e é nessa toada que eu pretendo levar o resto do ano. Há otimismo, há uma alegria silenciosa e discreta. Não quero desafinar essa sonata, ou minissonata, o tempo que ela dure. Quero que o som de chuva misturado com o do rio que corre atrás da casa, e o cheiro de lenha queimando no fim da tarde sejam o pano de fundo do meu cotidiano daqui para frente. Sair para colher margaridas silvestres, dálias vermelhas, lírios rosados, pela estradinha do terreno aqui do sítio, entre a chuva que vai e vem, num céu nublado de verão. Catar galhos de pessegueiros pelo caminho. Assar um bolo com os ingredientes da despensa, cobri-lo com mel das abelhas aqui do sítio. Pequenos luxos do dia-a-dia.

Tinha um pacote de cardamomo esquecido no fundo do armário. Decidi fazer um bolo com a banana que passava na fruteira. Enquanto assava, fazia os arranjos com as margaridas e dálias que trouxe do mato. A chuva apertou, fechei as janelas, e a casa ficou com cheiro de bolo assando, misturado com o perfume do cardamomo. Esse momento, com certeza, justificou toda uma vida.


"Senti que o tempo é apenas um fio. Nesse fio vão se enredando todas as experiências de beleza e de amor pelas quais passamos. "Aquilo que a memória amou fica eterno."

Um pôr-do-sol, uma carta que se recebe de um amigo, um único olhar de uma pessoa amada, o abraço de um filho. Houve muitos momentos em minha vida, de tanta beleza, que eu disse para mim mesmo: "Valeu a pena eu ter vivido toda a minha vida para viver esse único momento."

Há momentos efêmeros que justificam toda uma vida."

- Rubem Alves, Concerto para corpo e alma


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Bolinhos de Banana com Cardamomo

10 bolinhos

  • 03 ovos
  • 1/2 xícara de leite
  • 1/2 xícara de óleo de milho
  • 04 colheres de sopa de açúcar
  • 01 xícara de farinha
  • 02 colheres de chá de fermento em pó
  • 02 bananas maçã (ou 01 banana nanica)
  • 03 bagas de cardamomo
  • mel para cobrir

Bata os ovos, óleo, leite e o açúcar até ficar homogêneo. Amasse as bananas e junte à mistura. Adicione a farinha, fermento e as sementes dos cardamomos (descasque e só jogue as sementinhas). Misture delicadamente. Coloque nas forminhas de bolinhos, untadas com manteiga e farinha. Asse em forno pré-aquecido a 180 C graus, por uns 45 minutos ou até que os bolinhos estejam dourados e cozidos. 

Desenforme morno. Sirva com mel se gostar.

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Vodka Tiiv, lima da pérsia, alecrim e muito gelo

100% orgânico

Tanta coisa boa para comemorar. Às vezes, fecho os olhos e abro rapidinho, só para ter certeza de que não estou sonhando. Eu sonhei com isso por tantos anos, que já tinha até meio que desistido, colocado esse sonho na aba longo prazo, quem sabe. Se eu pensar bem, vou concluir de que cheguei a abrir mão dele. Então, assim na surdina, veio em minha direção. Estou de mudança. Até o final de ano, saio de São Paulo, e me mudo para o Sul de Minas.

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Destino: Itamonte, mais precisamente, Campo Redondo. Bem no meio do mato, com cachoeira e tudo. Já postei por aqui um pouco dessa cidadezinha que conquistou meu coração, mas acho que essa história merece postagem futura detalhada, contando como o encanto desse lugar permeou todo meu subjetivo por anos, mudando completamente o rumo da minha vida.

Então, um brinde. Com um frio na barriga, levanto meu copo e te saúdo. Com a melhor vodka que já provei. Parênteses. Tenho certa aversão à vodka, acho que desenvolvida pelos tantos dias seguintes de dor de cabeça e mau estar, pós-bebida. Mas esta é feita de cana, 100% orgânica e brasileiríssima, tão pura, que eu me garantiram que não dá ressaca. Fiz o teste, e comprovei, dor de cabeça e ressaca zero no dia seguinte. Além de ser linda, nessa embalagem retrô de leite. Vodka Tiiv, com lima da pérsia, alecrim e muito gelo.

Tim-tim!

Vai arrumando as malas e encaixotando as tralhas. Itamonte, aí vamos nós!


"Sonhe com o que você quiser.
Vá para onde você queira ir.
Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida
e nela só temos uma chance de fazer aquilo que queremos.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz."

Clarice Lispector

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