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Biscoitos de Café com Doce de Leite da Joyce

De onde vem a inspiração.

Apesar de ter me mudado para o mato, a gente ainda tem muitos compromisso durante o ano longe daqui. Meu marido ministra retiros de meditação e de terapias corporais, estamos sempre viajando e nos deslocando entre pousadas, por São Paulo, muitas vezes na estrada, indo ou vindo. Confesso que, para uma pessoa que adora rotina e ficar em casa, esse sempre foi o meu desafio dentro da relação: viver com essa sensação de mudança constante. No começo, eu realmente sofria em ter que empacotar e desfazer malas a cada 3 semanas. Hoje, já me acostumei. Ainda sofro em ter que conviver com a bagunça que é ter mochilas cheias encostadas por preguiça de desfazê-las. Mas um dia ainda aprendo um método fácil de organização da minha vida, me aguarda Marie Kondo.

Biscoitos de Café com Doce de Leite da Joyce

Quando a gente retorna para casa é sempre um alívio. Não brinco quando digo que adoro ter tempo livre para fazer faxina em casa, organizar, varrer, limpar cantos. Eu amo a rotina de ter que cozinhar aqui todos os dias, porque, como já mencionei em postagens anteriores, o restaurante mais próximo está a 20km daqui, delivery nem sonhando. Adoro estar em casa e ter que cuidar dela; dar de comer para as galinhas, cuidar da horta, semear as flores da estação em copinhos.

Então dá um aperto pensar que, já nesse final de semana, a gente volta para a cidade grande, porque as pendências estão por lá. E que a gente vai ficar fora daqui quase um mês, porque tem viagem marcada no meio desse período. Eu não reclamo (tanto), adoro viajar e aproveito quando estou fora também. Mas almejo pelo dia, quem sabe quando, a gente vai poder descansar de verdade aqui, sem compromisso ou prazo para ir embora. Quando esse dia chegar, serei a pessoa mais feliz do mundo.


Dia desses, recebi uma mensagem de uma leitora perguntando se tem jeito da gente ter inspiração, mesmo com contas a pagar e problemas a resolver. Achei curiosa a mensagem, tal qual a projeção que talvez ela tenha sobre minha vida. Eu digo: gente, minha vida não é perfeita e eu nem sempre vivi aqui no meio desse mato lindo. Além de ter pastado bastante nessa vida, eu continuo tendo problemas e boletos vencendo no final, começo e meio do mês. Se parece que eu não trabalho, vamos corrigir essa percepção: eu trabalho muito, com muitas coisas que nem sempre curto, e ainda arranjo tempo para trabalhar com coisas que não me remuneram, como é o caso desse blog.

Então, vixe, é uma idéia equivocada e idealizada de que a vida precisa ser incólume a problemas para poder se inspirar no dia-a-dia. As percepções são pessoais, é claro, mas creio que há uma escolha implícita no olhar. Se existe algo que eu fiz, que definiram os meus passos até onde estou hoje, foi abrir mão de um monte de idéias de o que é felicidade para sociedade, que geralmente estão atreladas a coisas, bens materiais e status. Abri mão, inclusive, da idéia de ser mãe. Uma decisão que me doeu por muito tempo, mas que foi essencial para eu estar, da forma como estou estou hoje. Se você pensa que essa vida aqui é feita só de flores, é porque não costumo fotografar e postar minha cara de c%, quando estou preocupada com os problemas mundanos da vida. Mas além de flores, tem também sacrifício, suor em nome do amor. Tem trabalho, tem estudo e muita dedicação. E graças a deus, tem tempos de bobeira, descanso de pausa e meditação também.


O outono definitivamente chegou aqui na Serra com seu ar mais gelado mesmo sob o sol. As cosmeas começando a florir, cor-de-rosa e magenta pelo mato verde. A velocidade do tempo parece se reduzir, e o silêncio pode ser ouvido como o canto dos pássaros. É como se segundos de felicidade fossem dissolvidos pelos minutos, como gotas de mel num chá de camomila e lavanda: a calmaria do outono vai entrando a cada gole e correndo pelas veias. O coração em batidas cada vez mais lentas; não há nada a fazer a não ser observar o tempo passar, com uma xícara quente nas mãos.


Quando vi essa receita no site da Joyce, sabia que iria fazer seus biscoitos, assim que o frio chegasse por aqui. Adoro suas receitas, e mais ainda suas idéias e pensamentos, que ela gentilmente compartilha em suas redes. Há uma adoração/dedicação tão bonita à confeitaria: sua precisão, técnica e conhecimentos infindáveis. Mas o que me toca é que ela também consegue transformar a confeitaria num lugar de sensibilidade, de leveza e muito humano. Dá até vontade de virar confeiteira, mas no meu caso, só daqui algumas vidas.

A receita é fácil, só adaptei o chocolate (só tinha 80% cacau aqui em casa) e fiz na batedeira, pois não tenho processador. Casou perfeitamente com o doce de leite caseiro que recém tinha preparado essa semana. A receita do doce de leite fica para outro dia.


Biscoitos de Café com Doce de Leite da Joyce
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Biscoitos de Café com Doce de Leite da Joyce

Receita original da Joyce Galvão. Estava aguardando os ventos gelados do outono chegar para experimentar esses biscoitos. Café, chocolate e doce de leite. Mimosos para acompanhar uma xícara de chá, e passar o dia olhando a janela.

  • Rendimento: 20-25 unidades

  • Tempo de Preparo:

  • Tipo de Prato: docinhos, chá da tarde

Ingredientes
  • 110g manteiga amolecida em temperatura ambiente
  • 90g de açúcar mascavo
  • 1 gema
  • 70g chocolate 80% cacau
  • 1 xícara de chá de farinha de trigo
  • ¼ xícara de chá de 40g cacau
  • 1 colher sopa de café moído bem fino
  • doce de leite para comer com os biscoitos o quanto baste

Modo de Preparo
  1. Derreta o chocolate em banho maria e reserve.
  2. Numa batederia, bata a manteiga e o açúcar até misturar.
  3. Adicione a gema e o chocolate derretido.
  4. Junte a farinha, o cacau em pó e o café e misture até formar uma massa homogênea.
  5. Envolva a massa em filme plástico e leve à geladeira por 30 minutos.
  6. Retire a massa da geladeira e faça bolinhas utilizando a medida de uma colher de chá disponde as bolinhas em uma assadeira (não é necessário untar) e pressione com o dedão, fazendo um buraquinho (onde você colocará depois o doce de leite)
  7. Leve ao forno preaquecido a 180° C por 12 minutos, retire e deixe os biscoitos esfriarem em uma grade.
  8. Adicione 1 colherada de doce de leite sobre os biscoitos
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Biscoitos de Café com Doce de Leite da Joyce





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Torta gelada de Doce de Leite

E como começou o blog.

Faz pouco mais de 4 anos que eu escrevo por aqui. Comecei em outra plataforma (o tumblr), tinha outra logo (com um varal de roupas). Como no laboratório de ciências da escola, eu fui testando. Haviam seções, que hoje não existem mais - acho que quando migrei para a plataforma nova, eu apaguei algumas delas. Esse caderninho de anotações - o blog - foi se transformando, assim como eu.

Foi aos poucos me ajudando a definir algumas escolhas na minha vida, daquilo que eu queria ser. Me ajudou a aperfeiçoar minhas habilidades com fotografia, refinou meu olhar estético com o mundo. Me permitiu criar um mundo paralelo, bonito e desenhado por mim. Conheci muita gente através dele e, por conta dele, me aproximei de muita gente como eu. 

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Se vida é uma história que a gente conta para a gente mesma, esse blog é a minha narrativa construída e formada, numa camada mais doce. Até então, isso não fazia tanto sentido, quanto hoje faz para mim. Nasceu numa fase que eu estava bem receosa em sonhar. É triste quando a gente ri dos próprios sonhos e desiste deles. Mas também é cansativo viver ilusão atrás de ilusão, e ver as portas fecharem tantas vezes na sua cara.

Um dia eu acordei, fiquei deitada na cama um bom tempo, olhando para o teto. Tinha acabado de me formar em artes gráficas, e de largar meu trabalho num estúdio de design. Eu queria mesmo era criar algo novo, algo meu. Um espaço em que eu pudesse deixar registrado a evolução dos meus passos. Foi então que me veio a idéia do blog. O nome veio junto, eu gostei na hora. Fui comprar o domínio, procurei uma plataforma para publicar. As fotos eram feitas no celular. 

Hoje, tenho câmera nova, tripé, lentes mais potentes. Faço edição de todas as fotos que publico. Tenho um acervo de louças, cerâmicas, e um monte de bugigangas para a produção. O blog hoje é o meu ponto de apoio, me obriga a sonhar muito, mas sempre com os pés no chão. Olho para meu arquivo e é muita história contada, muita conversa jogada fora. Muita receita compartilhada, muitas horas na frente do computador.

O blog é a soma de muitos pouquinhos da minha vida, que hoje já dá um tantão. Um tantão de coisas doces, mesmo quando tem receita de jiló.


Queria um doce bem doce, feito de doce de leite. Algo que você come um pedaço e fica satisfeito. Com uma boa dose de açúcar para aliviar qualquer amargor. Que fosse gelado para os dias quentes, como esses que precedem e enunciam a primavera. E que fosse fácil. Essa torta de doce de leite é assim. 


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Torta gelada de doce de leite

para a base

  • 200g de biscoito maltado
  • 75g de manteiga sem sal

para o recheio

  • 01 xícara de doce de leite argentino
  • 01 xícara de creme de leite fresco

para decorar (opcional)

  • 02 claras
  • 1/2 xícara de açúcar

Modo de Preparo

Triture os biscoitos num processador ou liquidificador, até virar uma farofa. Jogue a manteiga derretida sobre ela, e misture, até que vire uma massa. Espalhe-a sobre uma assadeira (utilizei uma redonda de 20cm de diâmetro) para a base da torta. Leve à geladeira por uns 15 minutos. 

Numa tigela, misture o doce de leite com o creme de leite, até que fique homogêneo. Jogue sobre a base da torta. Leve para o congelador por pelo menos umas 5 horas, ou até que o creme fique firme (mas não congelado). Se congelar, tire por alguns minutos antes de servir. 

Num recipiente, coloque as claras e o açúcar. Em banho maria, misture até que o açúcar se dissolva completamente. Não deixar que a temperatura passe dos 50C graus. Bata as claras em velocidade alta, até que virem merengue, com picos firmes. Decore sobre a torta.

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Bolo de laranja com doce de leite e morangos

Para comemorar meus 36 anos.

Quando completei 36 anos na quarta-feira, não tive muita vontade de celebrar. Ando cansada, um pouco desanimada, e com pouca inspiração. Reconheço que meu processo criativo funciona em fases, nem sempre previsíveis, mas já me acostumei a respeitar as faltas em mim. Mesmo com o aniversário intercalando esse período, nem isso foi o suficiente para levantar meu ânimo.

bolo de aniversario

Há uma camada em mim, ainda em formação, essa que envolve trabalhar com afinco, realizar tarefas cotidianas, lidar com frustrações, em ritmo cadenciado e estável. Respeitar o próprio ritmo, sem se sobrepassar intermitentemente. Eu preciso de pausas, eu preciso estar sozinha, eu preciso fotografar, estar entre flores e livros de receita. Sem isso, não há meditação, não há inspiração, não há vontade de celebrar a vida. E eu ainda estou aprendendo a sustentar essa camada, tão frágil e tão preciosa.

Além da sutileza das camadas internas, a delirante onda das delações premiadas - que vêm desnudando a podridão do corpo político do nosso país, premiando empresários inescrupulosos e ganâncias sem limites, cujo intento de tanto dinheiro é nada menos que comprar poder sobre poder - tem consumido a fé de qualquer alma que vague sobre a terra. Há desânimo, há uma carga de culpa, há um a sensação de impotência, num país que cria burocracia, para vender privilégios. Num país que defende o livre mercado seletivo ou assistencialismo de araque. Feito de coxinhas e mortadelas. É preciso dizer #foratemer mais do que nunca.


O final de semana chegou, entrei na minha toca e renovei minhas forças, a.k.a., dormi feito bela adormecida. Abri o livro de bolos da Linda Lomelino, e me pareceu justo comemorar o aniversário adequadamente. Encontrei a receita perfeita, um bolo de laranja, recheado com doce de leite. Complementei com morangos e um pouco de licor para dar frescor. Algumas rosas para encantar a produção. Bolo fofinho, perfumado e delicioso. Parabéns para mim!


Já dizia meu orientador, durante minha graduação em Economia, que não haverá diminuição da desigualdade e fim dos privilégios nesse país, até que filhos de ricos e pobres estudem na mesma escola e tenham as mesmas oportunidades. E acho que isso pode se estender da educação para saúde, segurança e até ao sistema penitenciário.

Assisti ao filme/documentário de Michael Moore, O Invasor Americano - tem no Netflix - e fica claro que é a partir da educação e pelo respeito à dignidade de qualquer ser humano (livre de preconceitos e crenças morais), que encontraremos a única resposta para qualquer problema social-econômico-político. A revolução social é individual. E não inclui apontar o dedo na cara do outro.

Vale ainda duas indicações de cinema, rondando o tema, Lion e Uma Boa Mentira. Dois filmes sensíveis e justos, com ótimas atuações.


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Bolo de laranja com doce de leite e morangos | Receita adaptada do livro Lomelino's Cakes

para a massa

  • 03 gemas
  • 04 claras
  • 3/4 xícaras de farinha de trigo
  • 1 e 1/2 colher de chá de maisena
  • 1/2 xícara + 1/4 xícara de açúcar
  • 1 e 1/2 colher de sopa de fermento em pó
  • pitada de sal
  • 04 colheres de sopa de óleo de girassol
  • raspas de uma laranja
  • 04 colheres de sopa de suco de laranja
  • 01 colher de sopa de licor rede laranja
  • 01 colher de chá de açúcar de baunilha (ou extrato de baunilha) 

para recheio e cobertura

  • 01 xícara de creme de leite fresco
  • 250g de doce de leite (argentino de preferência)
  • 150g de morangos
  • 02 colheres de sopa de açúcar
  • 02 colheres de sopa de licor de laranja
  • rosas secas para decorar

Modo de Preparo

para a massa

Misture os ingredientes secos numa vasilha: a farinha, maisena, 1/2 xícara de açúcar, fermento e sal. Em outra, junte as gemas, óleo, raspas, suco e licor de laranja e misture. Adicione os ingredientes secos, misturando pouco, apenas para uniformizar a massa. Junte a baunilha. Bata as claras em neve e quando formarem picos, adicione aos poucos o restante do açúcar, até virar um merengue com picos duros. Junte o merengue aos poucos à massa, misturando com delicadeza, até virar uma massa leve.

Despeje sobre duas fôrmas redondas, com fundo removível (15cm de diâmetro) - detalhe: não untadas. Leve ao forno pré-aquecido a 165 graus e deixe assar por aproximadamente 1 hora, ou até que a massa esteja dourada e cozida. Vire os bolos ainda quentes num aparador de arame, para que esfriem, mas não desenforme ainda. A massa vai se soltando aos poucos da assadeira. Quando já estiver frio, desenforme (pode raspar os cantos com uma ajuda de uma faca, se precisar. 

para o recheio

Bata o creme de leite, até virar chantily (cuidado para não bater demais e virar manteiga). Junte o doce de leite e misture bem. Reserve na geladeira. 
Pique os morangos. Adicione as colheres de açúcar e o licor. Misture e reserve também. Quando estiverem macios, escorra-os. 

para o bolo

Quando a massa estiver fria, corte-as na metade, para montar um bolo de 4 camadas. Monte o bolo da seguinte forma: massa, creme, morangos; massa, creme, morangos; massa, creme morangos; e massa. Cubra o bolo com o restante do creme. Decore com rosas e morangos inteiros. Deixe na geladeira por algumas horas antes de servir.

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Bolo de chocolate com doce de leite e café

Agosto trouxe ventos da transformação e de muitas alegrias. Sim, tive semanas insanas, daquelas que me arrependi de ter saído da cama, que dava vontade de sumir ou às vezes chorar de desespero. Os ares de Perses, levaram tudo aquilo que há tempos se arrastava sem solução. E quando eu já tinha desistido de uma série de sonhos, de outros tantos planos, eles despencaram dos céus, sobre nossos colos. Espero compatilhar, em posts futuros, as boas notícias, que fazem meu coração se aquecer só de pensar.

Entre os motivos de comemorar, tem o layout novo do blog, que finalmente saiu. Meu primeiro trabalho como fotógrafa foodstylist, para a [eu] orgânico. E o aniversário de 3 anos do blog. Na verdade, o aniversário foi no finalzinho de julho, acabei me esquecendo e, depois, no meio de tanta coisa acontecendo, adiei umas três vezes a comemoração. Até que decidi que ia acontecer atrasado mesmo, desse jeito, improvisado e errado, meio como esse blog, que não tem pretensão de ser perfeito, mas tem toda intenção de fazer bonito.

Afinal, é aqui que a minha vida de ilustrações de infância da poesia de Álvaro de Campos existe, no tic-tac estalado do teclado. Às vezes, a outra - do caixão - se funde e se confunde com essa também, então o falso às vezes pende para o verdadeiro, e a vida se torna uma só.

Para comemorar, fiz meu primeiro bolo decorado sozinha, com toda a técnica e dicas que aprendi na aula de bolos decorados da Camila Dutra, do Feitocom.Amor. E a receita eu adaptei uma da Linda Lomelino. Bolo de chocolate, recheado de doce de leite, com cobertura de chocolate com café. Hum... define.

Feliz 3 aninhos!


"Temos todos duas vidas:
A verdadeira, que é a que sonhamos na infância,
E que continuamos sonhando, adultos num substrato de névoa;
A falsa, que é a que vivemos em convivência com outros,
Que é a prática, a útil,
Aquela em que acabam por nos meter num caixão.

Na outra não há caixões, nem mortes,
Há só ilustrações de infância:
Grandes livros coloridos, para ver mas não ler;
Grandes páginas de cores para recordar mais tarde.
Na outra somos nós,
Na outra vivemos;
Nesta morremos, que é o que viver quer dizer;
Neste momento, pela náusea, vivo na outra...

Mas ao lado, acompanhamento banalmente sinistro.
Ergue a voz o tic-tac estalado das máquinas de escrever."

- Dactilografia. Poesias de Álvaro de Campos. Fernando Pessoa. 1944.

 

Bolo de chocolate com doce de leite e café | receita adaptada do call me cupcake

{ para o bolo }

  • 100g de manteiga sem sal
  • 360g de farinha branca
  • 80g de chocolate em pó
  • 02 colheres de sopa de fermento
  • 380g de açúcar
  • 03 ovos
  • 300ml de leite
  • 200ml de café forte (expresso se tiver)

{ cobertura de chocolate e café }

  • 200g de chocolate meio amargo 70%
  • 300g de manteiga amolecida
  • 60g de chocolate em pó
  • 02 colheres de sopa de extrato de baunilha
  • 04 colheres de sopa de café forte (expresso se tiver)
  • 180g de açúcar de confeiteiro

{ recheio }

  • 150g de doce de leite
  • sal marinho

 

Modo de Preparo

{ para o bolo }

Derreta a manteiga e deixe esfriar. Peneire todos os ingredientes secos (farinha, chocolate em pó, fermento e o açúcar) numa vasilha. Junte todos os outros ingredientes e bata, apenas até a mistura tornar-se homogênea.

Divida a mistura igualmente em 3 fôrmas redondas, untadas com manteiga e farinha, de fundo removível de 15cm. Leve para assar em forno pré-aquecido a 180 C graus, por 35 minutos, até que a massa esteja assada. Deixe esfriar na assadeira por 15 minutos, e transfira para uma grade.

{ para a cobertura }

Quebre o chocolate em pedaços e derreta o chocolate (pode ser no microondas) e deixe esfriar em temperatura ambiente. Bata bem a manteiga até ficar esbranquiçada e cremosa. Junte o açúcar e o chocolate em pó aos poucos e continue batendo bem. Adicione o chocolate derretido, o extrato de baunilha e o café. Bata até ficar uma mistura brilhante.

Se os bolos estiverem com o topo arredondado, uniformize-os com uma faca serrada. Alterne a montagem do bolo com o recheio (espalhando o doce de leite, uma pitada de sal marinho e o creme da cobertura). Finalize com a cobertura por todo o bolo e decore.

Para melhor entendimento sobre montagem e decoração, faça uma aula com a Camila

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Torta Alfajor

Essa torta é um descaramento. É um desbunde. Uma falta de vergonha na cara de tão boa. Uma receita fácil e deliciosa em demasia. Um clássico argentino.

Essa torta é um descaramento. É um desbunde. Uma falta de vergonha na cara de tão boa. Uma receita fácil e deliciosa em demasia. Um clássico argentino. A receita foi apresentada com maestria, bom humor e charme pela Mari, no especial Tastemade Uruguai, e é realmente Maravilloso!

Brinquei que fiz essa receita para a Julia, só porque ela veio desde Portugal a São Paulo e não conseguiu me ver. Mas é claro que o fato de ser um clássico santafesino argentino, como meu marido, teve coro aqui em casa, e me aventurei a fazer essa torta como nenhuma antes que já fiz. 

Fiz algumas pequenas adaptações, diminuindo o doce da bolacha e do merengue suíço (nem sei se isso vale), porque para mim, essa coisa de doce muito doce me incomoda. Mas se você quiser fazer como o original da Mari, vê lá a receita no vídeo, te garanto que vai dar muitas risadas também (e querer ver várias vezes). Aliás, assiste de qualquer maneira o vídeo, que fica mais fácil de entender o quão fácil é a receita. Ah, e não se esquece de utilizar um bom doce de leite argentino, que faz toda diferença.

Aproveitei para estrear o maçarico, que também nunca tinha usado antes na cozinha. Não queimei as pestanas, nem a sobrancelha, nem a casa, foi sucesso total. E a torta, além de deliciosa, ficou linda com merengue tostado.

Torta Alfajor | receita adaptada do Projeto Banquete

  • 02 xícaras de farinha
  • ¼ de xícara de açúcar para a massa e mais 02 colheres de sopa para o merengue
  • 04 ovos
  • 02 colheres de sopa de água
  • 800g de doce de leite argentino

para a massa

Misture numa tigela 1 ovo com 3 gemas. Reserve as claras para o merengue. Bata levemente e junte a farinha e ¼ de xícara de açúcar. Misture bem e agregue aos poucos a água até achar o ponto da massa. Quando ficar lisinha e desgrutar da mão, está boa.

Reparta a massa em duas partes abra-a numa bancada enfarinhada, até ficar bem fininha. Utilize o molde de uma fôrma de uns 20 cm, ou um prato, para cortar os discos. Vá abrindo a massa até cortar todos os discos. Essa quantidade de massa, dá certinho 5 bolachas. Coloque sobre uma fôrma com papel manteiga e leve ao forno pré-aquecido à 200 graus C. Asse por uns 10 a 15 minutos, até que as bolachas comecem a dourar. Retire e deixe esfriar num rack.

para o merengue suíço

Coloque as claras com o restante do açúcar numa tigela em banho maria. Misture delicadamente com uma espátula deixe esquentar até que os grãos de açúcar estejam dissolvidos nas claras. Este é o ponto para você bater as claras em merengue suíço. Bata numa batedeira (ou se for como a Mari, na mão mesmo) até que forme picos firmes. 

para a montagem da torta

Começe com um dos discos. Coloque bastante doce de leite. Coloque outra bolacha por cima e vá alternando as camadas. Termine com o doce de leite. Por cima de tudo, decore com o merengue suíço, se tiver um saco de confeitar, faça biquinhos sobre toda a torta (essa será minha próxima aquisição, quem sabe). Se tiver um maçarico, passe por cima dos merengues com cuidado para que eles fiquem tostadinhos. Se não tiver, tudo bem também. Como a Mari diz, você já chegou até aqui, e já é um vencedor.

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