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Pão Estrela com Doce de Leite e Nozes

Se tem coisa mais terapêutica que fazer pão, desconheço. É preciso uma boa dose de tempo e paciência também, confesso. Mas garanto que se sujar de farinha, sovar a massa na mão, amassando-na num embalo ritmado trazem uma satisfação quase que meditativa.

Se tem coisa mais terapêutica que fazer pão, desconheço. É preciso uma boa dose de tempo e paciência também, confesso. Mas garanto que se sujar de farinha, sovar a massa na mão, amassando-na num embalo ritmado trazem uma satisfação quase que meditativa.


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Pão Australiano do Outback

Fofinho e docinho.

Fazer pão foi uma das coisas que aprendi aqui no sítio. Tanto pela falta de qualquer vizinhança num raio de quilômetros, quanto pelo amor por pães do Gabriel. Nada de fermentação natural, nem horas de sova. O mais simples: sovando um pouco na mão e o restante na batedeira mesmo, deixando a massa descansar do lado da lareira acesa.

Parênteses. O primeiro pão que aprendi aqui foi o Challah, receita da querida Gória. Depois disso, fui testando outras receitas, tive até uma pequena janela de experiência com o levain, - que durou pouco, não vou mentir - infelizmente. Essa bola eu deixo para minha amiga Elke modelar. E, temos uma máquina de pão também que é uma belezinha para o dia-a-dia. Dá inclusive para programar para que horas quer que o pão esteja pronto. Mas quem usa mais é o Gabriel.

Ainda não é inverno, mas aqui parece que já é faz algumas semanas. Pelo vento que corta frio nosso rosto à noite, quando a gente vai espiar o céu. A cúpula estrelada que cai sobre a gente é quase como um beijo gelado de boa noite. Enquanto o pão assava no forno, e o aroma quente se espalhava pela casa misturado com o cheiro da lenha queimando, fui dar a última volta lá fora. Agasalhada e encolhida, fechei os olhos e fiz um pedido.

As coisas simples também são as mais valiosas. Como pão caseiro que tem seu valor justamente por ser feito em casa, e tudo que isso representa. É o cenário desenhado todos os dias, pelo olhar de quem quer viver pelos detalhes. São pequenos feitos que somados fazem a gente se sentir rico, de uma riqueza que dinheiro nenhum compra.

Pão Australiano do Outback

Há mil anos atrás, eu adorava o Outback, na verdade, aquela cebola empanada que levava você a tomar alguns litros de chope para acompanhá-la. Nunca mais voltei, por anos, e a cebola ficou na minha lembrança. Recentemente, passando em frente, com fome, decidi resgatar o prato das recordações. Infelizmente, a memória boa continuou no passado: a cebola não era mais a mesma, não veio tão grande como eu me recordava, na verdade, veio pequena mesmo. Também não estava tão crocante, nem tão gostosa, o que foi bem decepcionante.

Mas para que não digam que sou só crítica, antes de servirem a cebola, trouxeram o couvert. Nele, serve-se um pão australiano, escuro com gosto acentuado de mel, acompanhado de uma manteiga cremosa. O pão salvou a noite, antes que ela ficasse ruim, e eu fiquei obcecada em encontrar a receita dessa delícia de pão.

A que elegi foi da Eline Prado do blog Mel e Pimenta. Que aliás, descobri que tem dicas e pratos ótimos - que comunidade maravilhosa é essa de blogueirxs de gastronomia na internet. A receita dela é uma adaptação publicada pela Bia Freitag do Desafios Gastronômicos. Obrigada, meninas! Adoramos o resultado.

Aqui, fiz algumas alterações, por conta do que eu tinha na minha despensa, ficou ótimo, e devo continuar minhas experiências sobre o pão, pois quero que ele fique bem escuro, bem fofinho e com bastante gosto de mel.

Quem tiver dúvidas em moldar o pão, assiste a este vídeo do Luiz Américo.


Faz tempo que não deixo sugestões de filmes ou seriados, até porque a Netflix tem me cansado demais, tenho achado as produções originais bem pouco originais; bem ruins, para ser sincera: vê-se que se gastou muito dinheiro com produção, mas pouco em roteiro ou em criar qualquer coisa que valha. Umas histórias fracas, sem pé nem sentido. A sensação que eu tenho é que eles tentam tornar tudo um capítulo de Black Mirror. Saturada, decidi voltar aos básicos, neste caso, à HBO.

Assisti Chernobyl, que me chocou à beça. É um chute no estômago, como a falta de um tiro de misericórdia pela humanidade. É também uma obra-prima de fotografia, com atuações excelentes. Impossível não pensar nas realidades controladas de Orwell em tantas cenas ali. Assisti em dois dias, e fiquei mal. Piorei quando descobri no mapa que Angra II está a 30 km de distância de casa.

O retrato da burocracia arrogante do governo soviético me deixou a pensar sobre o quanto realmente estamos seguros sob a proteção do Estado que deveria zelar pela vida. Os desastres de Mariana e Brumadinho estão aí para escancarar a falta de capacidade das instituições (públicas ou privadas), com lama derramada sobre sangue. Pensar que ainda tem gente que defende o uso de energia nuclear, sendo que nem barragens hidroelétricas foram capazes de manter sob segurança. E isso, nada tem a ver com comunismo ou capitalismo, pelamor, tem a ver com a incapacidade e estupidez humana mesmo.


No momento, estou assistindo a Big Little Lies, que tem atrizes ótimas, história bem narrada, e dá para levar bem, com humor. Estava com saudades das produções do David E. Kelly, e por enquanto (estou a 2 capítulos para terminar a primeira temporada) não tenho nada a reclamar da série, ao contrário, estou adorando. E Meryl Streep está na segunda temporada, então as expectativas são boas.


Pão Australiano do Outback
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Pão Australiano do Outback

Receita original do blog Mel e Pimenta e Desafios Gastronômicos, com adaptações.

  • Rendimento: 02 pães médios

  • Tempo de Preparo:

  • Tipo de Prato: pão, entrada, chá da tarde

Ingredientes
  • 360g de farinha de trigo
  • 70g de farelo de trigo
  • 3 colheres de sopa de cacau em pó
  • 1/4 de xícara de mel
  • 4 colheres de sopa de açúcar mascavo
  • 1 colher de sopa de fermento biológico seco
  • 30g de manteiga derretida
  • 300ml de água morna
  • 1 pitada de sal
  • fubá para polvilhar

Modo de Preparo
  1. Dissolva o açúcar mascavo e o fermento em metade da água morna, num recipiente pequeno e reserve.
  2. Junte todos os ingredientes secos numa tigela, e deixe um buraco no meio.
  3. Adicione à mistura do fermento, o mel e a manteiga.
  4. Vá incorporando os ingredientes com a ponta dos dedos, juntando o restante da água se necessário.
  5. Sove bem a massa por uns 5 minutos. Eu coloquei na batedeira com o batedor gancho e sovei por lá.
  6. Deixe a massa descansando num bowl por 1 hora, tampado com filme plástico ou um pano. Se possível deixe num local aquecido, protegido da luz e de qualquer corrente de ar.
  7. Quando a massa estiver crescida, molde os pães como preferir. Eu dividi a massa em duas partes e fiz dois pães.
  8. Para moldar, abro a massa, e vou dobrando várias vezes. Coloquei um link para um vídeo ensinando a moldar na postagem acima.
  9. Faça cortes diagonais com uma faca bem afiaca, no topo do pão. Polvilhe a assadeira e os pães com fubá.
  10. Cubra e deixe descansar por mais 1 hora, para crescer.
  11. Leve para assar em forno pré-aquecido a 180C graus, e asse por uns 35-40 minutos.
  12. Deixe esfriar numa grade.
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Challah

Receita original de Gória Huk.

Os dias vão passando aqui na roça, lentamente. Ainda que cada dia é um tanto de afazeres de não acabar mais, desde cuidar da horta, das minhas plantinhas e, agora, do galinheiro. Manter a casa habitável também é mais um tanto de tarefas e diversas, que requerem bons braços e par de pernas: um enche balde e torce pano, esfrega chão e limpa vidros, tira pó e organiza as coisas em seu devido lugar. A casa não é grande, como gosta de dizer meu marido, um sete por sete, que cabe exatamente nossa vidinha simples. Mas vida no barro, significa muita terra para dentro de casa. 

challah

Eu posso dizer que os dias são densos, mas uma densidade líquida, sem pressão. Dentro do nosso próprio tempo, em recortes orgânicos. Tem também que os tempos são espaçados, entre a nuvem que sobe a Serra e a chuva que cai no meio da tarde. A densidade é fluida, feito a seiva que corre vida pela mata, no ritmo de uma inspiração lenta e profunda, que preenche os pulmões para depois relaxar e despejar o ar quente pelas narinas. Como uma garrafa flutuando pelo infinito do oceano, balançando pelas águas, subindo e descendo, em direção à praia. É a vida das borboletas, que voam por um dia, a dançar pelo vento, felizes pelo calor do sol sobre suas asas de papel de seda.

Só tem que a gente não tem as mordomias de cidade grande, como pedir um delivery quando dá fome, ou a padaria na esquina de casa. E, eu nunca tinha vivido antes essa experiência, de ter que cozinhar todos os dias. Quando eu morava em São Paulo, gostava muito de cozinhar também, mas gostava de tomar o café da manhã no boteco ao lado de casa, comer um p.f. de vez em quando também, e às vezes passar em algum dos nossos restaurantes prediletos para jantar. Ou seja, ter que preparar o café da manhã, cozinhar o almoço e a janta TODOS OS DIAS, é uma experiência completamente nova para mim. E eu tenho que dizer que ESTOU AMANDO e me sentindo realmente uma dona de casa realizada, por mais ridículo que isso possa soar.

Mas é também um desafio, desses de dar vontade de comer um pão, e ter preguiça de percorrer 20 quilômetros até a cidade para comprar e matar a vontade. E não saber fazer pão. Então, eu vi uma postagem da rainha dos pães (e outros quitutes de vó, como já falei aqui uma vez), Goria Huk, e a foto de seu challah maravilhoso. Eu decidi que era meu dia de debutar e aprender a fazer um pão sozinha. O resultado você confere nas fotos a seguir. Quer dizer, essas fotos são da segunda tentativa de fazer o pão, que é bem fácil, por sinal. Abafa o caso das trocas de ingredientes que fiz na primeira vez, por não querer descer até a cidade para comprar o que faltava. 😅 

challah
challah
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challah
challah
challah
challah
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Challah

Uma perfeição em formato de pão. Receita original da rainha dos pães, Goria Huk.

  • Rendimento: 1 pão de 280g

  • Tempo de Preparo:

  • Tipo de Prato: pão

Ingredientes
  • 250g de farinha de trigo
  • 1 colher de sopa de fermento biológico seco (1 pacote de 10g)
  • 1 ovo
  • 2 gemas
  • 1 colher de sopa de açúcar mascavo
  • 20ml de óleo de girassol
  • 80ml de água morna
  • 3/4 colher de chá de sal
  • 2 colheres de chá de mel
  • 1 colheres de chá de azeite de oliva
  • gergelim para polvilhar

Modo de Preparo
  1. Dissolva o fermento fresco com o açúcar na água morna, 1 ovo inteiro, mais 1 gema, o óleo de girassol e mexa.
  2. Adicione a farinha e o sal.
  3. Com um gancho tipo raquete, bata o suficiente para formar uma massa (ainda bem pegajosa).
  4. Tire o batedor, cubra a tigela com um pano e deixe descansar 10 minutos.
  5. Coloque um batedor tipo gancho e bata por mais 10 minutos.
  6. Retire a massa e em uma superfície com farinha, finalize a sova dobrando a massa algumas vezes.
  7. Forme uma bola, cubra e deixe crescer até dobrar de volume.
  8. Divida a massa em 4 partes iguais e modele cordões - veja passo a passo no post da Gória.
  9. Depois de trançar e montar na fôrma, deixe crescendo por mais 30 minutos.
  10. Aqueça o forno a 250° C.
  11. Misture com um garfo, num recipiente pequeno, 1 gema com o mel e o azeite.
  12. Com um pincel, passe a mistura sobre o pão.
  13. Polvilhe gergelim.
  14. Coloque o no forno, diminua para 220° e asse até dourar bem.
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