Bolo de castanha de caju, creme batido e calda de frutas vermelhas com lavanda
Minha vida anda agitada. Minha apologia a um modo desacelerado de viver, se choca constantemente com essa inquietude interna e meu cotidiano diário. Costumo preservar meus momentos e espaços pessoais para recuperar meu passo e meu ritmo. Mas é tanta coisa na superfície e, ultimamente, dentro de mim também, que resolvi escutar esse ruído todo.
Acontece que nem tudo é barulho por si. Dentro do agito, apareceu algo substancial, quase como um chamado surdo. E como a vida costuma me empurrar para a beira do precipício e dizer: “pula. agora.” e eu costumo olhar para o outro lado e responder: “putz. pode ser mais tarde?”; tive que parar para ouvir e perceber o que estava para acontecer comigo.
Quando fui estudar design gráfico, após abandonar a economia, me especializei em motion graphics. Que é a parte visual de filmes, vinhetas e clips. Lembro até hoje, no segundo ano, quando o professor de motion veio apresentar o que seria fazer o terceiro ano com essa especialização. O coração bateu mais forte e eu pensei, é isso! Olhei para a Dani Coelho, que sempre foi parceira em tudo, e ela tinha o mesmo brilho nas pupilas. A gente não teve dúvidas.
Penamos, comemos poeira, um caminhão passou por cima da gente e deu ré. Mas sobrevivemos. E fizemos bonito. Saímos com o diploma na mão, mas afinal, nunca mais a gente abriu o After Effects (programa de edição de vídeo) depois da última aula. A vida foi tomando seu rumo e eu achei que aquela seria apenas mais uma experiência para contar depois.
Há dois meses, o Gabriel comprou uma câmera de filmagem, daquelas bem bacanas. E, foi então, que tudo voltou. Desde então, tenho testado pequenas gravações e vinhetas rápidas para o blog. Tenho gravado e editado vídeos também para o outro trabalho que faço com meu marido, lá na Cia do Ser, e tem sido bem legal. Esse agito interno então, faz sentido. É pulso nas veias, fazendo o sangue correr mais depressa.
Para completar essa história, mês passado, tive a notícia que a Dani ganhou o concurso da Silhouette de melhor vídeo, passando a ser do time de designers da marca. (!! - sim, fiz essa cara também!) Quando fui conferir seus vídeos, quase caí para trás. Detalhes, criatividade e amor. Fiquei feliz. Afinal, aquele arrepio na espinha, naquela aula no segundo ano, era um grito surdo em nossos corações.
Ainda falta muito para aquele ruído se tornar melodia, pelo menos no meu caso. Mas acho que já consigo ouvir um assobio. Estou curtindo cada passo. Logo mais chego à borda do precipício. Confere o meu último vídeo, logo mais.
Esse bolo é daqueles sequinhos, que você pode comer sem nada mesmo, com uma xícara de chá. Mas acompanhado de creme batido e calda de frutas vermelhas com lavanda, fica melhor ainda. Uma boa sugestão para o dia dos namorados, se você vai comemorar.
Bolo de Castanha de caju com Creme batido e Calda de frutas vermelhas com lavanda
para o bolo
- 01 copo de castanhas de caju
- 01 e ½ copo de farinha de trigo
- ½ colher de chá de fermento em pó
- pitada de sal
- 175g de manteiga sem sal (amolecida)
- 03 ovos (temperatura ambiente)
- ½ colher de chá de extrato de baunilha
- ½ copo de leite (temperatura ambiente)
para os morangos
- 300g de morangos
- 100g de framboesas (não é necessário)
- 03 colheres de sopa de açúcar demerara (ou cristal se preferir)
- ½ colher de chá de lavanda seca
para o creme batido
- 1 copo de creme de leite fresco
- 02 colheres de sopa de açúcar
{ modo de preparo }
Processe o caju somente até virar farofa - quanto menos vc bater, mais você vai sentir na textura do bolo - no liquidificador ou processador. Junte os demais ingredientes secos e misture bem. Na batedeira, bata a manteiga com o açúcar até ficar um creme, por uns 5 minutos. Junte os ovos, um a um, batendo bem após cada um. Acrescente o extrato de baunilh. Junte o leite e os ingredientes secos aos poucos, alternando um pouco de cada, até ficar homogêneo.
Coloque numa fôrma untada (utilizei aquelas de pão retangular) com farinha e manteiga, e leve para assar em forno pré-aquecido à 180 graus, por uns 50 minutos, ou até que esteja bem assado e dourado (quando furar com um palito e ele sair limpo). Deixe esfriar um pouco, mas desenforme ainda quente.
Bata o creme com o açúcar até virar chantilly. Cuidado para não bater demais e virar manteiga.
Num mortar, macere o açúcar com as sementinhas de lavanda. Junte aos morangos e framboesas picados. Deixe por uns 15 minutos.
Sirva o bolo com um pouco de creme e frutas vermelhas.