Quiche de Abobrinha com Bacon da Elke, numa tarde com café
Numa tarde ensolarada de outono.
É sempre muita história para contar: ela da sua viagem mais recente - dessa vez para Suécia e Dinamarca -, eu sobre meus perrengues na roça. A gente sempre dá muita risada, fazemos planos para dominar o mundo, tem sempre comida no meio, bebemos demais e terminamos com preguiça no final. E se lembra, que o melhor da vida são esses momentos.
Nossa amizade começou por aqui, virtualmente. Na época, 4 anos atrás, ela tinha um blog de cozinha e viagens. Gostei de cara do que ela escrevia, e comentei: “dá vontade de ser sua amiga". E foi assim que a gente se identificou, logo de cara. Ela veio para casa, contou da sua vida, e eu da minha. Passamos um café e criamos um ritual.
Nem sempre é bonito como nessas fotos. Às vezes tem pizza fria de boteco, pipoca com cerveja, geladeira vazia, bolo de supermercado. Ontem, foi banquete feito na hora; enquanto ela contava as novidades suecas, abria com desenvoltura a massa da quiche, fritava o bacon na frigideira, e batia os ovos com creme. Eu ouvia sentada na bancada da cozinha, preparando a câmera para fazer fotos, ajustando o tripé de pata quebrada. Brindamos com espumante gelado, afinal, também esbanjamos riqueza quando podemos.
A gente ri das nossas diferenças - que não são poucas - eu chamo ela de louca, ela me chama de preguiçosa. Enchemos mais uma taça, porque não temos tempo a perder.
Pedi a receita da quiche, ela me olhou torto, afinal, nunca mede as quantidades e faz tudo no olho. Mas foi só eu postar foto ontem, que já teve gente pedindo receita. Então ela fez o favor de compartilhar. Toma lá a receita da Quiche de Abobrinha com Bacon da Elke Noda.
Quiche de Abobrinha com Bacon da Elke Noda
Você pode utilizar a mesma massa para outros recheios como cebola, presunto e queijo, cenoura ralada, etc.
Rendimento: 06 porções
-
Tempo de Preparo:
Tipo de Prato: torta, quiche
para a massa
- 180g de farinha de trigo
- 80g de manteiga com sal
- aproximadamente 1 ovo - não coloca o ovo todo, apenas o suficiente para dar liga - ou água gelada
para o recheio
- 3 ovos
- A mesma medida dos ovos de creme de leite
- 1 abobrinha
- bacon (opcional)
- 50g queijo meia cura
- Sal, pimenta do reino e noz moscada
para a massa
- Juntar a farinha com a manteiga e faz tipo uma farofa.
- Adiciona o ovo ou a água para “grudar” tudo.
- Faz uma bola com a massa, enrola com papel filme e deixa na geladeira uns 15 minutos
- Abre a massa com um rolo, coloque numa forma (essa medida é para forma de 25cm), fure a massa com um garfo e leve ao forno por 15 minutos a 180°C.
para o recheio
- Numa frigideira doure rapidamente o bacon. Reserve.
- Bater com um fouet os ovos, acrescenta o creme de leite, bater até ficar homogêneo.
- Tempere a gosto com sal, pimenta e noz moscada.
- Adicione o queijo meia cura ralado e o bacon.
- Fatie as abodrinhas com uma mandolina ou corte o mais fino que você conseguir.
- Despeje os ovos batidos na massa e coloque as rodelas de abobrinha.
- Leve para o forno a 220°C, já pré aquecido, por uns 20 minutos ou até dourar.
- Sirva morna ou fria.

Banoffee
Faz mais de mês desde a última postagem. Me entusiasmei reformulando o layout do blog e acabou demorando mais do que eu imaginava.
Faz mais de um mês desde a última postagem. Me entusiasmei reformulando o layout do blog. Queria um visual mais caretinha, mais cara de blog, mais simples e mais organizado. Só que não me aguentei e acabei optando por uma cara mais revista, mais capa de livro, mais mais. Também está mais organizado e mais funcional... Mas continua ousado e, na minha opinião, mais bonito. Até o logo foi atualizado. Revi postagens antigas, 3 anos de conteúdo. Foi engraçado e, em alguns momentos, um pouco doloroso, testemunhar a evolução do blog; as fotos, as edições, a linguagem. Seções extintas e outras criadas. A identidade evoluiu junto, graças a deus.
Fazia já tempo que eu torcia por estas mudanças, mas a possibilidade só aconteceu neste último mês. E eu sinto que ela veio perfeita, amarrando um ciclo que pode agora se desenvolver de verdade. Esse espaço é para mim uma espécie de laboratório de testes, um diário aberto. De alguma forma abro um diálogo comigo mesma, e posso acompanhar minha própria trajetória.
Quando era criança tive alguns diários. Daqueles cor-de-rosa, com capa de relevo, plástico, almofadado. Minha mãe me comprava canetas coloridas com glitter, eu colava adesivos e figurinhas. Escrevia por alguns dias, às vezes por duas, três semanas. Depois disso, enjoava, e esquecia o caderno em alguma gaveta, ou estante empoeirada. Confesso que quando comecei por aqui, achei que o blog ia ser igual, escrever por alguns meses talvez, até que eu enjoasse da minha própria voz. Mas ao invés disso, quis adesivos mais coloridos, e canetas mais brilhantes. Vinha remendando páginas, até decidir comprar um caderno novo.
Esse novo layout é para mim, uma página além do diário de infância, um passo além da novidade que enjoa, um prêmio para aqueles que ficaram acordados até tarde. Foi feito com carinho e espero que você também goste como eu gostei. Deixe um comentário, me contando o que achou do visual novo. Vou adorar saber!
Conteúdo exclusivo: acesse essa e mais de 200 receitas, tornando-se assinante do blog. Foram 10 anos compartilhando conteúdo de forma inteiramente gratuita. Para manter ativa a criação independente e de qualidade, sua contribuição é essencial. Nesse momento, nossa opção é de cobrança ANUAL (R$ 140/ano). Clique abaixo para se cadastrar e confirmar o pagamento. Obrigada!
Torta de Beterrabas e Cebola Roxa
Na dúvida, siga em frente. Esse tem sido meu lema. Tenho vivido de contrastes, de pensamentos bipolares, de alternativas complexas. Minhas emoções saltitando de um oposto a outro, qualquer idéia de controle se evapora em poucos segundos. Então, tenho seguido em frente, sem olhar para trás. Meu desejo é de ser uma folha de papel em branco, esperando o toque do pincel aguar em cores tão novas para mim. Um bebê sem memória, absorvendo tudo sem o menor julgamento e filtro. É dessa forma que eu gostaria de ser e sentir.
Mas ao invés disso, sinto as dores do tempo corrido, sinto o peso das lembranças vividas. Fujo de rostos conhecidos, conversas repetidas, pessoas óbvias. Tenho uma camada de filtro, e rotulo tudo aquilo que consegue chegar até mim, aquilo que, de alguma maneira, conseguiu não ser repelido pelo meu rancor. Tenho sido tão azeda que o sarcasmo cruzou comigo e preferiu desviar o olhar.
Já em outros momentos, um entusiasmo e uma euforia tomam conta do meu ser, como se nada mais houvesse, se não a expectativa do futuro certo dentro do meu peito. Nessa hora, tudo vale, as apostas são feitas, os sonhos proferidos, as bençãos ofertadas, a conta ainda não está mesa.
Dessa mente binária quase irracional, meu lema tem sido, não escute a dúvida que nasce da colisão das duas razões. Ande passos mais largos, não olhe para trás, qual seja a voz que te assombra no fundo. Seja uma, seja duas, mas seja mesmo a terceira, aquela que vai em frente, sem sombra de dúvidas, sem eira nem beira. Afinal, como terminei no post anterior: logo ali, a beira do precipício, vai sem medo. Então, deixa a camisa de força, por enquanto, mais um pouco, no cabide.
Lendo o livro Aos 7 e aos 40 de João Anzanello Carrascoza. Amor e sensibilidade em forma de prosa.
Me desafiei a fazer massa folhada no último final de semana. Acho que assisti umas 30 vezes o vídeo da Raíza Costa ensinando a fazer a massa com perfeição. Era um pausa, um play, farinha no teclado e manteiga na tela. Ao final, fomos recompensados com uma bela tortinha com creme e morangos no domingo.
Na segunda-feira, a saga continuou e o resultado foi mais maravilhoso ainda. Torta rústica de beterrabas e cebola roxa. Uma receita deliciosamente incrível do Projeto Banquete, para uma segunda-feira vegê especial. Confere a receita completa.
Torta de Beterraba e Cebola Roxa | Receitas originais de Dulce Delight e Projeto Banquete
para a massa folhada | receita original de Dulce Delight
250g de farinha de trigo
01 colher de chá de sal
150g de água gelada
50g de manteiga derretida
175g de manteiga gelada em bloco
para o recheio | receita original Projeto Banquete
01 beterraba grande
01 cebola roxa grande
02 dentes de alho
folhas de sálvia
sal
½ xícara de creme de leite fresco
02 ovos
azeite de oliva
06 mini cebolas roxa
06 mini beterrabas
02 colheres de sopa de vinagre balsâmico
{ para a massa folhada }
Para preparar a massa, nem me atrevo a explicar. Se quiser fazer a sua, ao invés de comprar massa pronta, assiste ao vídeo da Raíza, que vai te ensinar tudo com perfeição. - assista aqui
{ para o recheio }
Pique a cebola e a beterraba grandes. Refogue a cebola em bastante azeite até ficar transparente e adicione a beterraba. Junte o alho picado, e por fim, adicione o sal e as folhas de sálvia. Se necessário adicionar um pouco de água para que a beterraba cozinhe até amolecer um pouco.
Leve tudo a um liquidificador e processe até virar uma pasta. Agregue os ovos e o creme de leite, bata bem e reservar.
Abra a massa folhada e cortar de acordo com o tamanho da forma, eu utilizei uma de 18cm. Acomode a massa na forma, prendendo as bordas nas laterais da fôrma para ela não ceder. Faça furos no fundo da massa com um garfo.
Levar ao forno pré aquecido a 180 graus para pré-assar a massa, de 10 a 15 minutos. Retire do forno e preencha com a pasta de beterraba. Leve para assar novamente até ficar bem firme, por uns 40 minutos.
Corte as mini beterrabas e cebolas em 4 ou pela metade, mantendo os cabinhos da beterraba. Refogue rapidamente as mini beterrabas em azeite de oliva e depois adicione duas colheres de sopa de vinagre balsâmico. Eu utilizei uma redução de balsâmico La Tejea que comprei a pouco num boteco espanhol, mas você pode utilizar o balsâmico que queira. Na mesma frigideira, refogue as mini cebolas com cuidado para não desmanchá-las.
Tire a massa do forno novamente e, por cima, coloque, em pé, as mini cebolas e mini beterrabas. Volte ao forno até que a massa esteja dourada, os legumes tenham soltado um líquido e o recheio esteja bem firme.
Deixe esfriar antes de consumir.
Muffins de Abóbora com Limão e reflexões intermináveis
Estou com 35 anos. Acho que venho repetindo essa ladainha faz 5 postagens, destrinchando meus anseios e minhas chatisses, desde que completei os meados trinta. Como se repetir 50 vezes o pai nosso e 20 ave marias, me santificasse de tanto rezar. As coisas têm acontecido ao meu redor desconexas, e ao final do dia, como num filme de Tarantino, todas as coisas estivessem estranhamente encadeadas, num labirinto lynchiano.
Os 35, para mim, anunciam o fim de uma adolescência estendida e o início de um adulto recém-nascido, na verdade, um feto em formação. Sinto diferenças no meu corpo que me desagradam, sua resistência a certos vícios é menor, e quando antes não precisava fazer muito para combater a ação do tempo e da lei da gravidade, agora, há de se empreender um certo esforço com intento de não deixar a peteca cair. Os hábitos precisam ser mudados por outros. Socialmente, os 35 significam para mim “casada e sem filhos”. Não ter filhos. Me coloca na estante de pessoas que aos 35 ainda não tem filhos. Astrologicamente, os 35 vêm firmar o que foi possível brotar, após a avalanche “retorno de Saturno”, aos 28.
Há duas semanas venho assistindo filmes dos anos 80 e 90. Abarcada por uma nostalgia na forma de se enxergar o mundo numa estética belissimamente decadente, em narrativas mais lineares, permeadas de sonhos ingenuamente depressivos, vejo minha vida hoje, filtrada e confinada sob esse paradigma. Existe uma parte de mim que aceita a passagem do tempo e se deixa levar pelo curso do rio. Outra, tem sonhos desfeitos, angústias de uma geração que viu a tecnologia triunfar sobre os sonhos, não conheceu seus heróis, mas cantava “we can be heroes, just for one day” com Bowie no cassete do walkman.
Essa dicotomia à beira da esquizofrenia, se conflita, briga, faz as pazes e se ama loucamente todos os dias, desde que me conheço. Sinto como se tivesse praticando roleta russa todos os dias, na tentativa de suicidar o incômodo dessa coexistência. Há energia despendida. Meu diagnóstico atual é consumida eternamente pelos anseios internos, como um cachorro correndo atrás do próprio rabo.
Talvez não haja remédio, não sei bem se há como mudar certas formas de pensar tão enraizadas em sua plasticidade e em seu funcionamento rotineiro. Tão afixadas sob meus valores e intrínsecas ao meu modo de vida. E quando a gente acha que está tudo errado, vale começar do zero? Se tivesse um botão para resetar tudo, já teria apertado. Então, penso que talvez seja hora de recuar, e perceber de outra maneira. Voltar alguns passos para trás. Olhar para o lado. Dou de cara com o abismo. Então digo para mim mesma: é só a beira do abismo. Quando decidir pular, descobrir, então, finalmente, que as asas estavam sempre aqui.
Bolinhos de abóbora com creme de limão | Receita adaptada de Jamie Oliver
{ para os bolinhos }
- 400 g abóbora, descascada sem sementes
- 01 e ½ xícara de açúcar mascavo
- 04 ovos caipira grandes
- 01 xícara de farinha de trigo
- 02 colheres de chá de fermento em pó
- Punhado de nozes
- 1 colher de chá de canela em pó
- 175ml de óleo de canola
- pitada de sal
{ para cobertura }
- suco de ½ limão
- 70 ml de creme de leite
- 70 ml de iogurte
- 2 colheres de sopa de açúcar de confeiteiro
- 01 colher de sopa de extrato de baunilha.
- flores de lavanda para enfeitar
Processe a abóbora em um processador (ou um liquidificador potente, como no meu caso), até ficar bem picado. Adicione o açúcar, e os ovos. Bata apenas para mesclar os ingredientes. Junte o sal, a farinha, o fermento em pó, nozes, canela e o óleo e bata novamente. Não bata muito, apenas o suficente para homogeneizar a mistura.
Preencha as forminhas de papel com a mistura de bolo. Asse no forno pré-aquecido a 180°C, entre 20 e 25 minutos, até que estejam dourados e assados. Retire do forno e deixe esfriar numa grade.
Para a cobertura, coloque o creme de leite, iogurte, açúcar confeiteiro e o suco de limão em um recipiente. Bata até que fique da consistência de um creme chantilly. Junte o extrato de baunilha e as raspas de limão. Coloque sobre os bolinhos já frios. Polvilhe flores de lavanda por cima.
Picolé de Lavanda com Mel #popsicleweek
Tive semanas conturbadas, como tudo já passou, nem vale a pena contar e relembrar. Posso dizer que me fizeram repensar e reavaliar alguns aspectos da vida, do meu cotidiano, das minhas escolhas.
For those who came for the Wit & Vinegar #popsicleweek, the recipe is translated below, at the end of this post! Thanks for visiting me!
Tive semanas conturbadas, como tudo já passou, nem vale a pena contar e relembrar. Posso dizer que me fizeram repensar e reavaliar alguns aspectos da vida, do meu cotidiano, das minhas escolhas. Estou com 35 anos e é como se estivesse atravessando uma curva e deixando para trás algumas coisas, que não voltam mais. Quero fazer isso com mais consciência e poder deixar para trás, aquilo que realmente tem que ficar lá.
Ao mesmo tempo, acontecimentos (bem) bacanas aconteceram, para me lembrar o sentido de certas coisas, pelo menos, daquelas que valem a pena. Coisas que fazem os dias de inverno serem mais acalentadores, que tiram um sorriso no meio da discussão, que fazem as mãos juntarem em oração e agradecer.
Essa receita, pouco tem a ver com o inverno. Aliás, desde quando picolé combina com o frio? Para ajustar o choque térmico, o aroma de lavanda com mel aconchegam o paladar. Como posso descrever a combinação da lavanda com mel? Tem sabor de nuvem de flores com caramelo. Comi 3, enquanto escrevia este post.
Picolé de Lavanda com Mel
12 picolés
- 01 e ½ copo de creme de leite fresco
- 01 copo de leite integral
- 01 colher de sopa de extrato de baunilha
- 01 colher de sopa de flores de lavanda secas ou frescas
- ½ copo de mel
- ½ copo de água
- 02 colheres de sopa de açúcar mascavo
Numa panelinha coloque a água e a lavanda e leve ao fogo médio. Quando começar a ferver, junte o mel e o açúcar mascavo. Misture até dissolver. Deixe fervendo em fogo baixo por uns 5 minutos e apague o fogo. Tampe e deixe esfriar. Coe.
Junte o creme de leite, o leite, o extrato de baunilha e o xarope de baunilha coado. Bata no liquidificador somente até homogenizar a mistura. Coloque nos recipientes para picolé e leve ao congelador, por umas 5 horas ou até que os picolés estejam congelados.
Para servir e desenformar, coloque a forma em água morna por alguns segundos, para que fique fácil de retirá-los da fôrma.
Honey and Lavender popsicle for #popsicleweek
12 units
- 1 ½ cup of cream
- 1 cup of milk (full fat)
- 1 tbs. vanilla extract
- 2 tbs. lavender flowers, dried or fresh
- ½ cup honey
- ½ cup water
- 2 tbs. raw sugar
Bring water and lavender to a boil in a saucepan. Add honey and raw sugar in the sauce pan and stir until sugar is completely dissolved. Reduce heat and simmer for 5 minutes. Remove from heat, allow to cool, strain using a strainer to capture and discard the lavender flowers.
Blend all ingredients into a blender just until well combined. Pour mixture in popsicle mold and freeze for at least 5 hours or until hardened.
To serve and unmold, just put into warm water for a couple seconds, until it is easy to remove pops from the mold.
Creme de Chocolate branco com farofa crocante de amêndoas e morangos
Para quem não é fã de comemoração do dia dos namorados, até que estou sendo bem comemorativa. Este é o segundo ano, em que posto receita romântica para a data.
Para quem não é fã da comemoração do dia dos namorados, até que eu estou sendo bem comemorativa. Esse é o segundo ano, em que posto receita romântica para a data. Na verdade é uma receita bem simples, nem precisa ser feita para comemorar algo, pode ser apenas para fazer bonito, sozinho ou acompanhado. E isso, eu adoro.
Desde que estou com o blog, as pessoas acham que eu levo jeito para a cozinha, que eu nasci para isso, que tenho alguma história de criança com avó culinarista na família. Alguns me pedem dicas, como se eu fosse algum tipo de especialista gourmet. Afe. Nada disso. Quem me acompanha, sabe que aprendi a cozinhar faz poucos anos com minha (falecida) sogra argentina. Tinha trauma, do tipo, vou viver de comida congelada e restaurante, e ser feliz para sempre. Criei o blog não apenas para compartilhar minhas tentativas de sucesso na cozinha, mas também pensamentos e algumas histórias, e coisas que gosto e acho bonitas. O blog foi evoluindo com o tempo; mais receita, mais fotografia, mais blá. E, sempre com o intuito único de preencher minha vida, todo o resto é efeito colateral, não pretensão.
Desde 2013, cá estou, comprovando que cozinhar, assim, como qualquer outra atividade na vida, só precisa de tentativas, boa vontade e bons ingredientes. Essa é uma receita, daquelas que praticamente não precisam de receita ou muita explicação. É só para provar meu ponto, de que o que põe mesa, afinal, é só a beleza.
Creme de chocolate branco com farofa crocante e amêndoas e morangos
04 copos
300 ml de creme de leite fresco
200g de chocolate branco
200g de morangos
100g de amêndoas
100g de nozes
50g de manteiga com sal
½ copo de açúcar
açúcar de confeiteiro para enfeitar
Leve ao fogo 100 ml de creme de leite, apenas até começar a ferver. Junte o chocolate branco picado e misture bem até derreter e ficar homogêneo. Bata o restante do creme de leite até virar chantilly. Junte o creme com o chocolate. Divida a mistura nos copos em que irá servir. Leve à geladeira para esfriar. Eu deixei no freezer por 20 minutos.
Num processador ou liquidificador, bata as nozes até virar um farofa. Numa assadeira pequena com papel manteiga distribua as amêndoas, o açúcar e a manteiga em pedaços por cima. Leve num forno a 200C graus para tostar, por uns 15 minutos. Olhe de vez em quando e misture as amêndoas para não queimar, e para o açúcar caramelizar. Retire do forno e deixe esfriar.
Com as nozes ainda enroladas no papel manteiga, quebre-as com ajuda de um martelo, até ficarem picadas. Misture com a farofa de nozes. Jogue sobre o creme de chocolate branco. Pique os morangos e sirva por cima. Se quiser, jogue açúcar confeiteiro para enfeitar.
Sexta chuvosa lá fora, amigas e fartura na mesa
Já fazia algum tempo que estava tentando reunir as meninas aqui em casa. Agenda de paulista é assim, difícil conseguir disponibilidade de todas ao mesmo tempo: é viagem, trabalho, filhos, trânsito, gripe…
Já fazia algum tempo que estava tentando reunir as meninas aqui em casa. Agenda de paulista é assim, difícil conseguir disponibilidade de todas ao mesmo tempo: é viagem, trabalho, filhos, trânsito, gripe… Daí que nem todas puderam vir, mas nos reunimos mesmo assim na sexta-feira passada. Vieram a Gória Huk, Moara Gomes e a Dani Coelho.
Tiramos fotos, trocamos receitas, demos risada, comemos, tomamos chá, falamos da vida e de trabalho. A Dani trouxe um pudim de chocolate delicioso, a Gória uma focaccia de batatas linda de morrer (acompanhada de uma tapenade de azeitonas pretas…), e a Moa, aqueles cookies fabulosos. Eu servi o meu sorvete de dulce de leche com pecans, receita fechada da #lililovesicecream e elas amaram. Fiquei bem feliz. Só não deu para tirar fotos do sorvete.
Não tenho muito mais a dizer sobre o nosso encontro, além de ser tão grata por compartilhar uma mesa com tanto amor e carinho com pessoas tão queridas. Sei que a correria do dia-a-dia dificulta muito essas pequenas reuniões. Terem disponibilizado tempo para passar uma tarde de sexta-feira fazendo quase nada, como fizemos, é um privilégio! Eu simplesmente adorei, meninas! - Ah, enquanto eu redigia aqui, a Gória, postava lá no blog dela! Confere aqui!
“Amigo, para mim, é só isto: é a pessoa com quem a gente gosta de conversar, do igual o igual, desarmado. O de que um tira prazer de estar próximo. Só isto, quase; e os todos sacrifícios. Ou - amigo - é que a gente seja, mas sem precisar de saber o por quê é que é.”
{ Guimarães Rosa }
Pudim de chocolate | da Danny Bunny
- 01 xícara de açúcar
- ½ xícara de água
- 01 lata de leite condensado
- 01 lata de leite
- 03 ovos
- 02 colheres de sopa de cacau em pó
Faça uma calda de caramelo com o açúcar e a água. Coloque a calda numa forma pequena com furo no meio e reserve. No liquidificador, bata o leite condensado, leite, ovos e o cacau em pó (não vale achocolatado, ok?). Distribua na forma caramelada e leve para assar em banho maria, em forno pré-aquecido a 180 graus, por aproximadamente 30 minutos. Depois de frio, leve para gelar por cerca de 6 horas.
Focaccia de batatas | por Goria Huk
{ para a esponja }
- 2 ½ colheres de chá de fermento biológico seco
- 120 ml de água morna
- 2 colheres de chá de açúcar
- ½ xícara de farinha de trigo
Misture todos os ingredientes, cubra e deixe descansando por 30 minutos.
{ para a massa }
- 1 e ½ xícara de purê de batatas
- 120 ml de água morna
- 1 col. sopa de manteiga em temperatura ambiente
- 5 colheres de sopa de azeite
- 2 colheres de sopa de açúcar
- 1 colher de chá de sal
- de 05 a 06 xícaras de farinha de trigo
Misture a esponja com o purê de batatas. Junte os demais ingredientes, usando apenas 05 xícaras de farinha. Misture bem e comece a sovar. Se necessário, adicione mais farinha (eu usei 05 e ½ xícaras). Sove até desgrudar das mãos (como a massa é grudenta e um pouco difícil de trabalhar, eu sugiro fazer essa etapa na batedeira. Eu sovei na batedeira por 5 minutos).
Faça uma bola com a massa, cubra com um pano e deixe crescendo até triplicar de tamanho (isso mesmo, ela vai crescer muito. Eu preparei em um dia fresco e levou 1h 30min para crescer bem). Abra a massa e distribua em uma forma untada com azeite (pode ser oval, retangular ou mesmo de pizza). Faça furos com os dedos, regue com azeite (aproximadamente 3 colheres de sopa), salpique sal grosso e folhas de alecrim a gosto (essa é a cobertura original, mas eu também usei fatias de tomate italiano e cebola roxa). Leve para assar em forno preaquecido a 200 graus até dourar.
Dica da Gória: uma boa sugestão para deixar sua focaccia ou qualquer outro pão com uma boa consistência, é adicionar um saquinho de “pão certo” na sua massa. Ele nada mais é que um melhorador de pães, e geralmente pode ser encontrado na mesma prateleira do fermento biológico seco.
Cookies com gotas de chocolate | por Moara
- 01 xícara de amêndoas trituradas
- ½ xícara de farinha de arroz
- ½ xícara de amido de milho
- ½ xícara de açúcar mascavo
- ½ xícara de açúcar demerara
- 03 colheres de sopa de manteiga
- 01 colher de chá de fermento e
- 01 ovo
- 01 punhado de gotas de chocolate
Misturar tudo e deixar descansar por 20 minutos na geladeira. Assar em forno pré-aquecido a 180 graus por uns 15 minutos. Deixar esfriar. 🍪 🍪 🍪
Bolo de castanha de caju, creme batido e calda de frutas vermelhas com lavanda
Minha vida anda agitada. Minha apologia a um modo desacelerado de viver, se choca constantemente com essa inquietude interna e meu cotidiano diário.
Minha vida anda agitada. Minha apologia a um modo desacelerado de viver, se choca constantemente com essa inquietude interna e meu cotidiano diário. Costumo preservar meus momentos e espaços pessoais para recuperar meu passo e meu ritmo. Mas é tanta coisa na superfície e, ultimamente, dentro de mim também, que resolvi escutar esse ruído todo.
Acontece que nem tudo é barulho por si. Dentro do agito, apareceu algo substancial, quase como um chamado surdo. E como a vida costuma me empurrar para a beira do precipício e dizer: “pula. agora.” e eu costumo olhar para o outro lado e responder: “putz. pode ser mais tarde?”; tive que parar para ouvir e perceber o que estava para acontecer comigo.
Quando fui estudar design gráfico, após abandonar a economia, me especializei em motion graphics. Que é a parte visual de filmes, vinhetas e clips. Lembro até hoje, no segundo ano, quando o professor de motion veio apresentar o que seria fazer o terceiro ano com essa especialização. O coração bateu mais forte e eu pensei, é isso! Olhei para a Dani Coelho, que sempre foi parceira em tudo, e ela tinha o mesmo brilho nas pupilas. A gente não teve dúvidas.
Penamos, comemos poeira, um caminhão passou por cima da gente e deu ré. Mas sobrevivemos. E fizemos bonito. Saímos com o diploma na mão, mas afinal, nunca mais a gente abriu o After Effects (programa de edição de vídeo) depois da última aula. A vida foi tomando seu rumo e eu achei que aquela seria apenas mais uma experiência para contar depois.
Há dois meses, o Gabriel comprou uma câmera de filmagem, daquelas bem bacanas. E, foi então, que tudo voltou. Desde então, tenho testado pequenas gravações e vinhetas rápidas para o blog. Tenho gravado e editado vídeos também para o outro trabalho que faço com meu marido, lá na Cia do Ser, e tem sido bem legal. Esse agito interno então, faz sentido. É pulso nas veias, fazendo o sangue correr mais depressa.
Para completar essa história, mês passado, tive a notícia que a Dani ganhou o concurso da Silhouette de melhor vídeo, passando a ser do time de designers da marca. (!! - sim, fiz essa cara também!) Quando fui conferir seus vídeos, quase caí para trás. Detalhes, criatividade e amor. Fiquei feliz. Afinal, aquele arrepio na espinha, naquela aula no segundo ano, era um grito surdo em nossos corações.
Ainda falta muito para aquele ruído se tornar melodia, pelo menos no meu caso. Mas acho que já consigo ouvir um assobio. Estou curtindo cada passo. Logo mais chego à borda do precipício. Confere o meu último vídeo, logo mais.
Esse bolo é daqueles sequinhos, que você pode comer sem nada mesmo, com uma xícara de chá. Mas acompanhado de creme batido e calda de frutas vermelhas com lavanda, fica melhor ainda. Uma boa sugestão para o dia dos namorados, se você vai comemorar.
Bolo de Castanha de caju com Creme batido e Calda de frutas vermelhas com lavanda
para o bolo
- 01 copo de castanhas de caju
- 01 e ½ copo de farinha de trigo
- ½ colher de chá de fermento em pó
- pitada de sal
- 175g de manteiga sem sal (amolecida)
- 03 ovos (temperatura ambiente)
- ½ colher de chá de extrato de baunilha
- ½ copo de leite (temperatura ambiente)
para os morangos
- 300g de morangos
- 100g de framboesas (não é necessário)
- 03 colheres de sopa de açúcar demerara (ou cristal se preferir)
- ½ colher de chá de lavanda seca
para o creme batido
- 1 copo de creme de leite fresco
- 02 colheres de sopa de açúcar
{ modo de preparo }
Processe o caju somente até virar farofa - quanto menos vc bater, mais você vai sentir na textura do bolo - no liquidificador ou processador. Junte os demais ingredientes secos e misture bem. Na batedeira, bata a manteiga com o açúcar até ficar um creme, por uns 5 minutos. Junte os ovos, um a um, batendo bem após cada um. Acrescente o extrato de baunilh. Junte o leite e os ingredientes secos aos poucos, alternando um pouco de cada, até ficar homogêneo.
Coloque numa fôrma untada (utilizei aquelas de pão retangular) com farinha e manteiga, e leve para assar em forno pré-aquecido à 180 graus, por uns 50 minutos, ou até que esteja bem assado e dourado (quando furar com um palito e ele sair limpo). Deixe esfriar um pouco, mas desenforme ainda quente.
Bata o creme com o açúcar até virar chantilly. Cuidado para não bater demais e virar manteiga.
Num mortar, macere o açúcar com as sementinhas de lavanda. Junte aos morangos e framboesas picados. Deixe por uns 15 minutos.
Sirva o bolo com um pouco de creme e frutas vermelhas.
Viver de fazer sorvetes: sorvete de morango
A história dos sorvetes e todo o processo que acompanha sua produção têm sido mais longos e demorados que eu imaginava. Um dos meus primeiros sorvetes caseiro foi o de morangos.
A história dos sorvetes e todo o processo que acompanha sua produção têm sido mais longos e demorados que eu imaginava. Um dos meus primeiros sorvetes caseiro foi o de morango, há quase 2 anos atrás. Continua sendo um dos meus prediletos até hoje. A idéia de poder fazer o sorvete sabendo dos ingredientes que irão compor a fórmula, sem espessantes de origem duvidosa ou corantes artificiais, e o mais importante, mantendo o sabor real do sorvete, foi o canto da sereia para mim. Naquela época, não passava pela minha cabeça traçar um projeto pessoal com relação a isso tudo. Mas aos poucos, a idéia foi crescendo e maturando por dentro, idéias florescendo, feito maria-sem-vergonha no brejo.
Nos últimos meses, tentei acelerar o processo, fiz um curso de sorvetes, estou com pilhas de livros sobre o assunto. Até que percebi que, a verdade é que eu não quero apressar nada. Atropelar a beleza desse processo criativo que precisa de amor e carinho para crescer, não faz sentido algum. Quero fotografar cada etapa, quero registrar todo o processo, quero sentir cada colherada derretendo devagarinho na boca.
Se afinal, tudo isso vai sair do papel ou não, para mim não importa mais. Foi tanta riqueza agregada e tanto aprendizado indireto, tantas amizades feitas no caminho, tantos desafios propostos e atingidos, que o lucro já é todo meu. Sinto alegria quando penso nisso tudo, aquela que preenche o coração. Vou passo-a-passo, me divertindo, fotografando e comendo muito sorvete. Nada mais importa.
"Let me take you down
Cause I’m going to
Strawberry fieldsNothing is real
And nothing to get hung about
Strawberry fields forever"{ Strawberry Fields Forever, The Beatles }
Fotos: Dona da Casa!
Chai latte
Esta é a bebida do meu casamento. Tem casais que tem música, filme ou lugar que simbolizam memórias do princípio do namoro. No nosso caso, é o chai.
Esta é a bebida do meu casamento. Tem casais que tem música, filme ou lugar que simbolizam memórias do princípio do namoro. No nosso caso, é o chai. Quando ainda não morávamos juntos (pela segunda vez, pois moramos juntos e depois voltamos a morar separados, mesmo namorando) e ele dormia lá no meu pequeno apê, a gente tinha nosso ritual: filme ou seriado no sofá, alguma seleção importada de biscoitos com chocolate ou geléia e chai. Como o Gabriel morou alguns anos na Índia, ele me apresentou a bebida, que até então, eu não conhecia.
Tem diversas formas de se fazer e se tomar o masala chai. O jeito que ele adora é o chá preto e as especiarias fervidos com o açúcar (assim ele cozinha), junto com o leite. Eu não gosto de leite, então, faço sem o leite e, algumas vezes sem o açúcar, às vezes adoço com mel. Boto bastante gengibre, pois gosto dele picante. Quando tenho o masala chai em casa, uso ele, além de colocar mais especiarias. Gosto com earl grey também, fica com um perfume especial.
E como sou pau mandado da relação, admito, na maior parte das vezes, faço o chai latte, da forma como ele gosta, e a casa fica com aquele perfume aveludado absurdamente delicioso e acaramelado. E com as noites frias de outono das últimas semanas, nosso ritual está de vento em poupa. Better Call Saul na tevê, biscoito maltado, e uma xícara de chai esquentando as mãos - nossas memórias e corações também.
Chai Latte
aproximadamente 05 xícaras de chá
- 04 xícaras de água
- ½ xícara de leite
- 01 colher de sopa de chá preto ou earl grey ou masala chai
- 02 cravos
- 01 pau de canela
- 04 bagas de cardamomo
- 01 colher de sopa de gengibre fresco fatiado
- 02 colheres de sopa de açúcar demerara
- pimenta preta, branca e rosa
Coloque os ingredientes numa panelinha ou leiteira que vá ao fogo. Lembre-se de que ele deve ter altura suficiente, pois o leite irá ferver.
Misture rapidamente e leve ao fogo alto até ferver. Abaixe o fogo e deixe cozinhando por uns 05 minutos. Apague e deixe em infusão por mais uns 05 minutos antes de servir. Coe e tome quentinho.
Torta de Maçã Verde da branca de neve
Final de semana ensolarado. Assim como as últimas semanas. Deu vontade de fazer um piquenique, daqueles bem clichês, com toalha xadrez estendida na grama.
Final de semana ensolarado. Assim como as últimas semanas. Deu vontade de fazer um piquenique, daqueles bem clichês, com toalha xadrez estendida sobre a grama, flores do campo e torta de maçã verde da branca de neve.
Estou em delírio ainda com minha câmera nova, que agora filma também. Fiz um vídeo bem caseiro, em cima do preparo da torta, tá tudo meio simples ainda, dá para ver as luzes que foram filmadas em diferentes horários em casa. Mas tá valendo, é só o primeiro.
A torta? Ficou uma graça, é a minha primeira torta com a massa decorada, e acho que me apaixonei também.
Torta de Maçã Verde
{ para a massa }
- 02 e ½ copos de farinha branca
- ¾ copo de açúcar
- 200g de manteiga gelada sem sal
- 01 ovo
- 02 colheres de sopa de suco de limão
{ para o recheio }
- 03 maçãs verdes
- ½ copo de açúcar mascavo
- ½ colher de sopa de canela em pó
- pitada de noz moscada
- 1 colher de sopa de maizena
Misture a farinha com o açúcar. Junte a manteiga cortada em cubos. Amasse bem até formar uma farofa. Junte o ovo e o suco de limão e amasse até formar uma massa uniforme. Se necessário, junte mais duas colheres de sopa de água gelada para dar liga. Faça uma bola com a massa e enrole em papel filme. Leve à geladeira por pelo menos 30 minutos.
Descasque e pique as maçãs. Junte o açúcar mascavo, a canela em pó e a maizena. Misture bem.
Abra 2/3 da massa numa fôrma para torta, de aproximadamente 20cm de diâmetro, Deixando a borda que sobra. Recheie com as maçãs. Com o restante da massa, abra com o rolo e corte em tiras da largura que preferir, e intercale sobre a torta. Junte a borda com as tiras para fechar a torta. Se preferir, só coloque por cima a massa aberta, fazendo alguns furos para o ar quente poder sair.
Asse por aproximadamente 50 minutos em forno pré-aquecido a 180 graus. Sirva quente ou fria, com calda de caramelo extra ou bola de sorvete para acompanhar.
Pudim de pão e o estado de paixão
De repente, esta semana, me vejo apaixonada. Não por alguém ou por razão específica. Apenas sinto meus pulmões mais expandidos quando inspiro, sinto cócegas pelo rosto, quero ouvir canções de amor.
De repente, esta semana, me vejo apaixonada. Não por alguém ou por razão específica. Apenas sinto meus pulmões mais expandidos quando inspiro, sinto cócegas pelo rosto, quero ouvir canções de amor. Já me vi apaixonada algumas vezes. Achei sempre que tinha a ver com a pessoa em si, o quanto ela era capaz de me fazer sentir especial, um formigamento por dentro, vontade de fechar os olhos e fazer tudo desaparecer.
Mas, então, de repente, me vejo sob os mesmos sintomas, cantando sozinha, sorrindo para o nada. Às vezes até a boca meio seca, um aperto na boca do estômago, mesmo sem motivo algum. Talvez seja antecipação de algo, talvez não seja nada. Não importa. Quero que essa sensação dure enquanto durar. Afinal, viver apaixonada é bom demais. E, se puder viver assim, sem depender de ninguém, melhor ainda.
"Maybe
You don’t have to smile so sad
Laugh when you’re feeling bad
I promise I won’tChase you
You don’t have to dance so blue
You don’t have to say I do
When baby you don’t"{ Tell me if you wanna go home, música de Gregg Alexander, trilha sonora de Begin Again }
Tinha uma cesta de pão amanhecido ressecado sobre a geladeira. Aproveitei para fazer um pudim de pão com passas ao rum e calda de caramelo. Se preferir, sirva do modo argentino, com doce de leite e creme batido.
Pudim de Pão
para o pudim
- 01 fôrma redonda com furo grande
- aproximadamente 500g de pão amanhecido ressecado
- 01 litro de leite
- 150g de cream cheese
- 150g de creme de leite fresco
- 05 ovos
- 01 xícara de açúcar
- 01 colher de chá de extrato de baunilha
- raspas de limão
- 150g de passas
- rum (opcional. o suficiente para cobrir as passas)
para a calda
- 02 xícaras de açúcar
- ½ xícara de água
{ modo de preparo }
Deixe as passas de molho no rum de um dia para o outro, ou esquente um pouco numa panelinha até ferver e deixe esfriar.
Corte o pão em pedaços pequenos, retire a casca se preferir. Deixá-lo de molho no leite morno por pelo menos 1 hora, ou até que esteja amolecido. Bater no liquidificador até ficar homogêneo. Junte o creme de leite e o cream cheese.
Bata os ovos com o açúcar, junte o pão, extrato de baunilha e raspas de limão.
para a calda
Dissolva o açúcar na água. Despeje na fôrma, leve ao fogo baixo, e não misture por uns 15 minutos, até a calda engrossar. Tome cuidado para não se queimar. Espalhe pela fôrma e deixe esfriar um pouco.
Jogue o creme do pudim na fôrma. Acrescente as passas. Leve ao forno pré-aquecido à 180 graus, em banho maria. Asse por uns 50 minutos, ou até que esteja bem cozido. Deixe esfriar, leve à geladeira. Desenforme gelado.
Shitake refogado com Salada de abacate e Arroz com furikake
Das coisas simples da vida. Sem muitos adjetivos. Não tem receita para seguir. Nascem do improviso e do imprevisto. São cotidianas. Um café na esquina de casa.
Das coisas simples da vida. Sem muitos adjetivos. Não tem receita para seguir. Nascem do improviso e do imprevisto. São cotidianas. Um café na esquina de casa. Sobras do almoço de domingo. Pão com manteiga. Um vaso de flor feito com o vidro de conserva.
Quero a vida assim, com recortes cada vez mais orgânicos. Sem sofisticação, sem mínimos detalhes. Como um traço de grafite no papel, como um sorvete de baunilha no fim da tarde. Sem tantas expectativas. Sem sobressaltos, ou sustos. Dentro da velocidade mínima permitida. Com a mais sincera realidade. Uma janela limpa. A luz do fim do dia. Ou do alvorecer. A fotografia dos filmes de Nancy Meyers. A beleza de contemplar, sem explicação.
"Neste momento vem-me uma vaga saudade
E um vago desejo plácido
Que aparece e desaparece.
Também às vezes, à flor dos ribeiros
Formam-se bolhas na água
Que nascem e se desmancham.
E não têm sentido nenhum
Salvo serem bolhas de água
Que nascem e se desmancham."{ O Guardador de Rebanhos, de Alberto Caeiro, Fernando Pessoa }
Esse almoço de segunda-feira é assim. Um prato de arroz e furikake, shitake refogado e salada de abacate. É o que tinha na geladeira e no armário. É o que deu vontade de comer.
Shitake refogado com salada de abacate e arroz com furikake
para duas porções
- 01 bandeja de shitake fresco
- ½ abacate
- broto de alfafa ou de feijão
- salsinha ou coentro
- cebolinha
- arroz branco cozido (duas xícaras)
- furikake (tempero seco japonês)
- 02 colheres de sopa de manteiga
Fatie o shitake. Não lave o shitake, aliás nenhum cogumelo. Eles são esponjosos e absorvem muita água. Esfregue com um pano úmido limpo. Derreta 01 colher de manteiga na frigideira e refogue os cogumelos até ficarem dourados. Junte a outra colher de manteiga e a cebolinha picada. Apague o fogo.
Num prato monte o arroz. Coloque numa xícara pequena e vire no prato para ficar num formato bonito. Jogue o tempero seco japonês por cima. Sirva com uma porção de shitake.
Fatie o abacate em lâminas. Junte o broto de bambu no prato. Tempere com vinagre, sal e pimenta do reino. Jogue coentro picado ou salsinha por cima.
Sirva na hora.
Sorvete de Romã
Semana de reformas em casa. Duas. Uma do encanamento do esgoto. Outra do ladrilho da piscina. Tem pó e terra por todos os cantos da casa.
Semana de reformas em casa. Duas. Uma do encanamento do esgoto. Outra do ladrilho da piscina. Tem pó e terra por todos os cantos da casa. E, com as águas de março fechando o verão, a casa está literalmente afundada na lama (para não dizer outra coisa). Para completar o cenário marrom, a faxineira de casa pediu demissão. E, apesar do desgaste, cansaço e da sujeira pela casa, tenho mantido o bom humor e a paciência, esses dias.
Entrevistando candidatas para substituir a Joana, passando pano de chão pela casa (a cada meia hora), discutindo com o pedreiro por entrar com o sapato cheio de barro pela sala adentro, terminando o balanço anual das finanças de 2015, convivendo com incertezas do negócio atual (sim, a crise é real), e correndo atrás das pendências dos novos projetos.
Inspirada pelo não se afetar pelas circunstâncias e jamais perder a elegância, de Claire Underwood, tenho mantido a cabeça erguida, tentando matar um leão por dia, testando receitas de sorvetes da #lililovesicecream, convivendo com as adversidades dos tempos, percorrendo de avental na cintura pela casa e de galocha nos pés, pela rua. Vivemos dias estranhos, de valores rarefeitos, de certezas efêmeras. É preciso mutar e adaptar-se, mesmo sem ter a menor idéia para onde. É hora de transformar, jogar fora, e de se conformar com o desconforme. É pau, é pedra, é o fim do caminho. São as águas de março fechando o verão.
“É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração”{ Águas de Março, de Tom Jobim }
Nem tudo é lama. Às vezes, é romã. Essa receita mara e cor-de-rosa é mais uma do livro de receitas da Linda Lomelino, o Ice Cream: sorvete de romã. Ficou refrescante, perfeito e delicioso. É promessa de vida no teu coração.
Sorbet de Romã | receita original do livro Ice Cream
aproximadamente ½ litro
01 romã extra grande
07 colheres de sopa de leite
07 colheres de sopa de creme de leite fresco
05 colheres de sopa de açúcar
suco de ½ limão
02 colheres de sopa de vodka
Bata as sementes de romã com o leite, açúcar. Coe. Junte o creme de leite, a vodka e o suco de limão, misturando até ficar homogêneo.
Processe a mistura na máquina de sorvetes, conforme as instruções do fabricante. Quando estiver pronto, coloque num recipiente e leve ao congelador por pelo menos 3 horas antes de servir.
Não tem máquina de sorvete?
alternativa 1alternativa 2alternativa 3
Uma das formas é: coloque num pote e leve ao congelador. A cada hora, bata a mistura num processador para mantê-la cremosa. Você vai ter que repetir este processo por pelo menos umas 3, 4, 5 vezes, até atingir a cremosidade que você quer.
Torta Alfajor
Essa torta é um descaramento. É um desbunde. Uma falta de vergonha na cara de tão boa. Uma receita fácil e deliciosa em demasia. Um clássico argentino.
Essa torta é um descaramento. É um desbunde. Uma falta de vergonha na cara de tão boa. Uma receita fácil e deliciosa em demasia. Um clássico argentino. A receita foi apresentada com maestria, bom humor e charme pela Mari, no especial Tastemade Uruguai, e é realmente Maravilloso!
Brinquei que fiz essa receita para a Julia, só porque ela veio desde Portugal a São Paulo e não conseguiu me ver. Mas é claro que o fato de ser um clássico santafesino argentino, como meu marido, teve coro aqui em casa, e me aventurei a fazer essa torta como nenhuma antes que já fiz.
Fiz algumas pequenas adaptações, diminuindo o doce da bolacha e do merengue suíço (nem sei se isso vale), porque para mim, essa coisa de doce muito doce me incomoda. Mas se você quiser fazer como o original da Mari, vê lá a receita no vídeo, te garanto que vai dar muitas risadas também (e querer ver várias vezes). Aliás, assiste de qualquer maneira o vídeo, que fica mais fácil de entender o quão fácil é a receita. Ah, e não se esquece de utilizar um bom doce de leite argentino, que faz toda diferença.
Aproveitei para estrear o maçarico, que também nunca tinha usado antes na cozinha. Não queimei as pestanas, nem a sobrancelha, nem a casa, foi sucesso total. E a torta, além de deliciosa, ficou linda com merengue tostado.
Torta Alfajor | receita adaptada do Projeto Banquete
- 02 xícaras de farinha
- ¼ de xícara de açúcar para a massa e mais 02 colheres de sopa para o merengue
- 04 ovos
- 02 colheres de sopa de água
- 800g de doce de leite argentino
para a massa
Misture numa tigela 1 ovo com 3 gemas. Reserve as claras para o merengue. Bata levemente e junte a farinha e ¼ de xícara de açúcar. Misture bem e agregue aos poucos a água até achar o ponto da massa. Quando ficar lisinha e desgrutar da mão, está boa.
Reparta a massa em duas partes abra-a numa bancada enfarinhada, até ficar bem fininha. Utilize o molde de uma fôrma de uns 20 cm, ou um prato, para cortar os discos. Vá abrindo a massa até cortar todos os discos. Essa quantidade de massa, dá certinho 5 bolachas. Coloque sobre uma fôrma com papel manteiga e leve ao forno pré-aquecido à 200 graus C. Asse por uns 10 a 15 minutos, até que as bolachas comecem a dourar. Retire e deixe esfriar num rack.
para o merengue suíço
Coloque as claras com o restante do açúcar numa tigela em banho maria. Misture delicadamente com uma espátula deixe esquentar até que os grãos de açúcar estejam dissolvidos nas claras. Este é o ponto para você bater as claras em merengue suíço. Bata numa batedeira (ou se for como a Mari, na mão mesmo) até que forme picos firmes.
para a montagem da torta
Começe com um dos discos. Coloque bastante doce de leite. Coloque outra bolacha por cima e vá alternando as camadas. Termine com o doce de leite. Por cima de tudo, decore com o merengue suíço, se tiver um saco de confeitar, faça biquinhos sobre toda a torta (essa será minha próxima aquisição, quem sabe). Se tiver um maçarico, passe por cima dos merengues com cuidado para que eles fiquem tostadinhos. Se não tiver, tudo bem também. Como a Mari diz, você já chegou até aqui, e já é um vencedor.
Milho verde com manteiga temperada
Das coisas que eu mais adorava na minha infância era de passar as férias no sítio do meu avô. No meio da roça, a gente passava o dia brincando, preparando tardes com picniques, pescando no lago...
Das coisas que eu mais adorava na minha infância era de passar as férias no sítio do meu avô. No meio da roça, a gente passava o dia brincando, preparando tardes com picniques, pescando no lago, revirando a terra da horta, inventando brincadeiras na despensa de comida. E, pensando bem, tirando a parte da pesca, que normalmente rendiam peixes do tamanho da ponta do meu dedo mindinho, correndo atrás das minhocas para isca, a minha vida continua meio parecida.
Uma das lembranças que mais adoro, era quando tinha milho verde no lanche da tarde. Especialmente quando ele estava bem branquinho, novinho, docinho e macio. Botava sal e manteiga e comia uns 4 até 5 sabugos. Virava competição para ver quem comia mais, e a gente se divertia como nunca com o banquete que era a panela cheia de milho.
Até hoje, eu adoro. Sou daquelas que não resistem ver o carrinho, seja na praia, na esquina do metrô, na entrada do show. E, apesar de depois não poder conversar direito, nem sorrir, por conta do milho entre os dentes, me dou por satisfeita, pois o dia com certeza ficou mais completo depois dele.
Esse é um prato que de tão simples e até meio caipira, é cheio de memórias, sensações de conforto e de afeto, como uma tarde no meio do mato, daquelas que você perde a noção do tempo, fica com o joelho cheio de terra de tanto brincar, rindo à toa, achando que a vida vale a pena.
A espantosa realidade das coisas
É a minha descoberta de todos os dias.
Cada coisa é o que é,
E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra,
E quanto isso me basta.
Basta existir para se ser completo.
(…) Às vezes ponho-me a olhar para uma pedra.
Não me ponho a pensar se ela sente.
Não me perco a chamar-lhe minha irmã.
Mas gosto dela por ela ser uma pedra,
Gosto dela porque ela não sente nada,
Gosto dela porque ela não tem parentesco nenhum comigo.
Outras vezes oiço passar o vento,
E acho que só para ouvir passar o vento vale a pena ter nascido.{ Poemas de Alberto Caeiro, Fernando Pessoa }
Milho Verde com manteiga temperada
para 05 unidades
- 05 milhos orgânicos, com ou sem casca
- 75g de manteiga com sal
- salsinha, coentro e hortelã
- pimenta do reino
- pimenta calabresa
- sal marinho
Coloque o milho numa panela com água fervente com sal. Tampe e deixe fervendo por uns 4 minutos, até que estejam macios e cozidos. Escorra.
Misture a manteiga amolecida com os temperos picados e moídos (salsinha, pimentas, hortelã e coentro se gostar) misture bem. Volte à geladeira para endurecer um pouco.
Sirva com o milho ainda quente. Adicione mais sal se preferir.
Sorvete de Pimenta Rosa
Foi no nosso encontro de Natal, que conheci a Gória Huk (a Renata Barella) pessoalmente aqui em casa. Entre as coisas fofas que ela me trouxe, uma receita de sorvete de pimenta rosa, que despertou minha curiosidade, afinal #lililovesicecream. Estava ensaiando preparar esse sorvete aqui em casa, quando sobrasse uma brecha durante a minha semana.
A pimenta rosa, ou aroeira vermelha, tem um aroma bem pronunciado; como uma amiga minha costuma dizer, ele traz estrelinhas ao paladar, e não arde tanto (só um pouco). O sorvete de pimenta rosa, traz esse mesmo aroma, que combinado com a baunilha, deixam um perfume na boca absurdamente inesperado, na qual novas conexões neurológicas são formadas para poder processar nas papilas gustativas o entendimento e apreciação dessa combinação inusitada, sem referência prévia.
Como a receita que a Gória me passou, da Making Artisan Gelato precisava de termômetro, fiz uma adaptação simples, para a base caseira que costumo preparar em casa, mas com, basicamente, os mesmos ingredientes da receita.
Gória, obrigada, amei! Estou te devendo um affogatto agora! ;)
Sorvete de Pimenta Rosa | adaptação do livro Making Artisan Gelato
aproximadamente 750 ml
- 02 xícaras de leite
- 01 xícara de creme de leite
- 02 ovos
- ¾ xícara de açúcar
- 01 colher de sopa de extrato de baunilha
- 1/8 xícara de pimenta rosa + 01 colher de chá da pimenta levemente amassada
Coloque o leite e o creme de leite ao fogo, quando começar a ferver, apague. Adicione as pimentas e deixe em infusão por pelo menos 1 hora. Coe, pressionando bem as pimentas para extrair todo o sabor. Leve ao fogo novamente até quase começar a ferver.
Num recipiente bata os ovos com o açúcar, por pelo menos 5 minutos, até ficar um creme esbranquiçado fofo. Junte o leite quente e misture bem. Leve ao fogo baixo, misturando sempre, até começar a engrossar (uns 7 minutos).
Deixe esfriar. Processe a mistura na máquina de sorvetes, conforme as instruções do fabricante. Quando estiver pronto, coloque num recipiente e leve ao congelador por pelo menos 3 horas antes de servir.
Não tem máquina de sorvete?
Uma das formas é: coloque num pote e leve ao congelador. A cada 3 horas, bata a mistura num processador para mantê-la cremosa. Você vai ter que repetir este processo por pelo menos umas 3, 4, 5 vezes, até atingir a cremosidade que você quer.
Puchero com ossobuco da D. Stella
Das lembranças mais memoráveis que eu tenho das minhas férias na casa da minha sogra, na Argentina, seguramente, 99,9% foram vividas na mesa de jantar.
Das lembranças mais memoráveis que eu tenho das minhas férias na casa da minha sogra, na Argentina, seguramente, 99,9% foram vividas na mesa de jantar. Acho que o primeiro prato que tive o prazer de provar em sua casa, foi o puchero argentino, com ossobuco, ou caracu, acompanhado de intermináveis piadas infames, proferidas em todo puchero con caracu que comi lá.
Trata-se de uma espécie de cozido com caldo, mas que não tem muito a ver com os nossos cozidos aqui. É como se você fosse preparar um caldo de carne, mas mantivesse os legumes firmes e inteiros. Na versão da casa da D. Stella, você come acompanhado de maionese (caseira de preferência) e uma boa mostarda. Essa última parte é opcional, mas como no puchero tudo é meio fervido, a maionese e mostarda dão um toque bem especial. Não se esqueça do pãozinho para molhar no caldo.
E, se fizer um inverno em pleno verão, como esse que está em São Paulo, fica ainda mais gostoso. Daqueles pratos grandes, que você convida muita gente para se sentar junto à mesa e compartilhar momentos que só um puchero pode proporcionar num almoço entre família e amigos.
No dia seguinte, se sobrar caldo, você esquenta, adiciona uma xícara pequena de macarrão para sopa que fica uma delícia também. Afinal, na cozinha da D. Stella, nada se perdia e não havia desperdício, especialmente, quando se tratava de comida.
Salud!
Puchero com ossobuco, da D. Stella
para 04 pessoas (ou mais se forem dividir o ossobuco)
- 04 ossobucos (calcule 01 por pessoa)
- 01 abóbora paulista
- 02 cenouras
- 04 batatas
- 01 batata doce grande
- 01 tomate
- ½ xícara de grão de bico
- 02 cebolas
- 01 talo de salsão
- 02 milhos
- 02 paios
- louro, orégano, tomilho (pouco), sal e pimenta do reino e pimenta calabresa
- salsinha fresca
Corte os legumes em pedaços grandes, pois o segredo de um bom puchero é que eles permaneçam inteiros na hora de servir. Faça o mesmo com o paio, corte em pedaços grandes. Prefira sempre produtos orgânicos e de produção local!
Numa panela de pressão coloque as cebolas, cenouras, batata doce, grão de bico, tomate, 02 pedaços de abóbora, salsão e as carnes. Adicione água até cobrir um pouco menos da metade da panela, e o tempero: sal, pimenta do reino, pimenta calabresa, louro, orégano e o tomilho. Não economize na quantidade de ervas!
Leve ao fogo alto, quando começar a apitar a pressão, conte uns 07 minutos. Retire a pressão.
Paralelamente, em outra panela, cozinhe as batatas, o restante da abóbora, em água fervente, e condimente com os mesmos temperos. Quando estiverem quase macios (uns 10 minutos), junte os milhos cortados e cozinhe por mais uns 04 minutos. Apague o fogo.
Num recipiente, junte o conteúdo das duas panelas, misturando os caldos. Jogue a salsinha picada por cima. Leve à mesa e sirva acompanhado de azeite de oliva, maionese e mostarda. Sal e pimenta se faltar. Pãozinho para molhar no caldo.
Refresco de alecrim com limão
Para celebrar o ano novo.
A simbologia de renovar a vida em todo início de ano, carrega consigo o desejo de mudanças e de transformação daquilo que não nos cabe mais, daquilo que engaiola a possibilidade de ampliar nossos limites. Vim para Camanducaia, para passar os últimos dias do ano, no Sul de Minas, nessa serra que faz morada meu coração. Aqui no mato, fiz meu ritual de passagem, queimei na fogueira todas mágoas, todos os pesos desnecessários, e também os necessários, pois peso, não quero mais. Fiz meus pedidos às estrelas - o céu que estava nublado todos os dias, limpou bem na hora da virada - brindei com champagne, agradeci, dancei e cantei.
Embora esteja frio e chovendo aqui na Serra da Mantiqueira, quando deixei São Paulo, o verão estava em sua potência máxima. De ficar parado e continuar suando gotas. Fiz esse refresco, que é com um xarope caseiro de alecrim com limão. Ele é bem fácil de fazer, e você pode deixar guardado na geladeira e saborizar a água com ou sem gás. Pode adicionar também bebidas alcólicas como gin ou vodka.
Para refrescar as idéias. Começar o ano fresco, cheio de aroma e borbulhas. Um brinde a 2016!
Calda de Alecrim com Limão
para 1 e ½ litro
- ½ copo de água
- ½ copo de açúcar
- ramos de alecrim (um punhado)
- raspas de 01 limão
- 01 e ½ litro de água com ou sem gás
- gelo
- rodelas de limão e alecrim para acompanhar
Numa panelinha coloque a água e o açúcar e leve ao fogo, misturando até dissolver o açúcar. Quando começar a ferver, apague o fogo. Coloque o alecrim e a raspa do limão. Tampe e deixe por umas 3 horas. Leve à geladeira.
Para servir, coloque o xarope coado numa jarra, muito gelo e água com ou sem gás gelada. Para essa medida, eu dissolvo em até 1 litro e meio de água, mas você pode fazer a proporção, de acordo com seu gosto, dependendo se você gosta mais ou menos doce. Coloque rodelas de limão e um pouco de alecrim no copo na hora de servir também. Adicione gin ou vodka para um refresco com álcool.
Vivência Gastronômica com Camila Dutra e Pri Adduca
Um encontro especial com Camila Dutra, promovido pelo Mulheres que Inspiram.
Coisas especiais aconteceram essa semana, relacionadas ao universo feminino.
Tive o prazer de passar a manhã de sábado rodeada de mulheres divertidíssimas, num encontro absolutamente incrível, promovido pela Pri Adduca do Mulheres que Inspiram, com Camila Dutra do Feitocom.amor. Uma Vivência Gastronômica que contou ainda com a participação das queridas Letícia Bittencourt do Cozinha Vibrante e Marcia Basile do Mbee.
No cronograma, 5 receitas. Ao todo, 12 mulheres. Saldo final: muitas risadas, trocas de afeto, histórias e experiências. Tudo adoravelmente perfeito, com cuidados e bonitezas que se notavam por todos os detalhes do espaço. Entre os pratos, uma salada incrível com beterraba e morangos, ao molho citronette; galinha ao molho de cogumelos e conhaque, acompanhado de um purê de batatas extra cremoso. Um brownie de chocolate e uma torta fantástica de figos para sobremesa.
Obviamente, nem toda mulher gosta de passar o dia na cozinha. Mas algo acontece quando elas se juntam para contar histórias enquanto misturam temperos, separam ingredientes e aquecem o forno. Existe algo do próprio feminino, que se acende quando mulheres se reúnem ao redor do fogão. Como bruxas em seu caldeirão, a alquimia criada num ambiente desses pode ser algo, se não curador, extremamente necessário. É como se elas se sentissem seguras para poder compartilhar, e ao mesmo tempo, admirar e se inspirar em suas companheiras de gênero. Só uma mulher pode entender outra mulher, seus afetos e seus conflitos.
E, justamente essa semana, terminei de ler Amiga Genial de Elena Ferrante. Quando comecei a ler, não me atentei que se tratava de uma tetralogia, portanto, a história não terminaria ali. Mas o fato é que fiquei tão impactada e imersa com o livro, daqueles que deixam um rombo quando termina e você fica meio órfã, que custei a acreditar que a continuação ainda está para sair no Brasil. Fiquei comovida pela transparência dos sentimentos tão contraditórios e ao mesmo tempo tão complexos que abarcam uma amizade feminina, desenhados de maneira tão crua e verdadeira na amizade entre Lila e Lenu, personagens do livro. Não tive dúvida, é no relacionamento entre as mulheres que se situa o potencial de força, suporte e crescimento, do feminino em nós.
O encontro do sábado, então, nessas circunstâncias, tornou-se ainda mais encantador, como se, afinal, tudo estivesse bem conectado.
Fotos: Dona da Casa!
Agradecimentos à Camila, que é ainda mais adorável pessoalmente. À Letícia, pela paciência e cuidados. À Marcia pela companhia tão agradável e pelos mimos recebidos. A todas meninas que trouxeram tanta riqueza de experiências e ao mesmo tempo tanta risada e descontração. E, é claro, à Pri, que proporcionou e possibilitou esse encontro.
Você gosta de comida indiana? Se me perguntasse a 8 anos atrás, eu não saberia te responder.