Versão da Isla Flotante com toques de laranja e manjericão
Aprendi a cozinhar, graças a minha sogra… Isso mesmo: ela é uma cozinheira de mão cheia e, mesmo hoje, com mais de 90 anos, a velha cozinha que só…
As primeiras vezes que a vi, ela se surpreendeu comigo pela minha santa ignorância na cozinha e eu com melhores pratos de comida caseira que já tinha comido em minha vida… Na Argentina, a intenção dos pratos nunca é apenas alimentar, tem que fazer bonito na mesa: as refeições são sempre completas (entrada, prato e sobremesa), com cara de banquete e são a uma grande expressão de afeto e amor que eles têm a oferecer.
Passada a resistência da língua, durante todas as férias dos últimos anos que passamos em nosso país vizinho, fui aos poucos aprendendo a cozinhar com ela. Meu companheiro zombava da minha falta de destreza, mas também se entusiasmava com minha forte intenção de dominar esta arte.
As receitas aprendidas são parte da cultura e culinária argentina e eu preciso confessar que todas as vezes que vou para lá, meu apreço por eles cresce mais. Quando volto para cá, trago diversos ingredientes de lá (desde a farinha de trigo que é muito melhor que a nossa, alguns temperos, chorizos, dulce de leches, vinhos, mate, galletas, etc) e ponho em prática um pouco do que consegui absorver.
Agora, mais adaptada dentro do mundo culinário, quando voltamos para lá, além de eu aprender novas receitas, busco retribuir com alguma apresentação das minhas habilidades adquiridas para eles.
Uma das sobremesas que eles adoram é a isla flotante (traduzido ao pé da letra como ilha flutuante). Para mim, esta receita sempre foi um desafio e nunca havia me arriscado a fazê-la. No entanto, esta semana vi uma versão húngara (?!?) com toques de laranja e manjericão e decidi testá-la, mixando o que consegui entender da tradução com a receita original… A idéia é apresentar para minha família argentina esta novidade.
Isla Flotante | versão com toques de laranja e manjericão
para o creme patissiere
- 1 litro de leite
- 5 colheres de sopa de acúcar (125g)
- 4 gemas
- raspas de 1 laranja
- 1 favo de baunilha
- 100g de creme de leite
- 1 colher de sopa de maisena
- 1 cálice de vinho marsala (ou do porto) ou contreau
para o merengue
- 4 claras
- 2 colheres de sopa de açúcar
- 1 ramo de manjericão
- 1 copo de leite
De um dia para outro, coloque as raspas laranja no leite e as folhas de manjericão nas claras. Reserve-as na geladeira. Bata o açúcar com as gemas até que fique um creme esbranquiçado. Ah, dica! Faça um furo nas gemas antes e passe-as por uma peneira; assim a pele que cobre não deixa o cheiro forte de ovo na sobremesa.
Junte o leite coado, a baunilha e cozinhe em fogo brando. Dissolva a maisena com parte da mistura e agregue na panela. Misture sempre e, quando começar a engrossar, junte o creme de leite e o contreau, e cozinhe por mais uns 5 minutos até que a mistura fique bem cremosa. Esfrie a panela em banho maria numa assadeira com água e gelo, misturando até esfriar. Sirva em tigelas e reserve.
Tire as folhas de manjericão, coloque o açúcar e bata as claras em neve. Numa panela rasa, coloque o leite para esquentar e antes de levantar fervura, em fogo médio, coloque bolinhas de merengue para cozinhar, 1 minuto de cada lado. Depois retire e coloque nas tigelas com o creme.
Pode finalizar com raspas de laranja e folhas de manjericão para decorar. O teste foi aprovado com sucesso pelos maiores herdeiros da sabedoria secular culinária argentina: meu companheiro e sua filha. O toque da laranja dá uma leveza para a sobremesa e o sabor do manjericão surpreende.
☆ Muy rica! ☆