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Banoffee

Faz mais de mês desde a última postagem. Me entusiasmei reformulando o layout do blog e acabou demorando mais do que eu imaginava.

Faz mais de um mês desde a última postagem. Me entusiasmei reformulando o layout do blog. Queria um visual mais caretinha, mais cara de blog, mais simples e mais organizado. Só que não me aguentei e acabei optando por uma cara mais revista, mais capa de livro, mais mais. Também está mais organizado e mais funcional... Mas continua ousado e, na minha opinião, mais bonito. Até o logo foi atualizado. Revi postagens antigas, 3 anos de conteúdo. Foi engraçado e, em alguns momentos, um pouco doloroso, testemunhar a evolução do blog; as fotos, as edições, a linguagem. Seções extintas e outras criadas. A identidade evoluiu junto, graças a deus.

Fazia já tempo que eu torcia por estas mudanças, mas a possibilidade só aconteceu neste último mês. E eu sinto que ela veio perfeita, amarrando um ciclo que pode agora se desenvolver de verdade. Esse espaço é para mim uma espécie de laboratório de testes, um diário aberto. De alguma forma abro um diálogo comigo mesma, e posso acompanhar minha própria trajetória.

Quando era criança tive alguns diários. Daqueles cor-de-rosa, com capa de relevo, plástico, almofadado. Minha mãe me comprava canetas coloridas com glitter, eu colava adesivos e figurinhas. Escrevia por alguns dias, às vezes por duas, três semanas. Depois disso, enjoava, e esquecia o caderno em alguma gaveta, ou estante empoeirada. Confesso que quando comecei por aqui, achei que o blog ia ser igual, escrever por alguns meses talvez, até que eu enjoasse da minha própria voz. Mas ao invés disso, quis adesivos mais coloridos, e canetas mais brilhantes. Vinha remendando páginas, até decidir comprar um caderno novo.

Esse novo layout é para mim, uma página além do diário de infância, um passo além da novidade que enjoa, um prêmio para aqueles que ficaram acordados até tarde. Foi feito com carinho e espero que você também goste como eu gostei. Deixe um comentário, me contando o que achou do visual novo. Vou adorar saber! 


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Budín Ingles da D. Stella

Essa é uma dessas idéias que estão se espalhando pela web. Ao invés de presentear com um panetone, uma fôrma de bolo inglês caprichada e feita com todo carinho por você mesma. 

Essa é uma dessas idéias que estão se espalhando pela web. Ao invés de presentear com um panetone, uma fôrma de bolo inglês caprichada e feita com todo carinho por você mesma. Nenhuma novidade, até aqui. Minha contribuição fica por conta da receita, que vem da minha sogra, uma argentina de 93 anos, que há 6 anos atrás, me ensinou a assar meu primeiro bolo. Só não daria para imaginar que essa receita seria imbatível pelos 6 anos seguintes e, ao que tudo indica, muitos outros pela frente.

Sem exagerar, já experimentei e publiquei outras tantas boas receitas por aqui de bolo. Mas esta não tem competição. A primeira vez que experimentei, fiquei totalmente obcecada; não conseguia parar de comer, daquele jeito que você perde a vergonha, mas não a gula. Minha sogra arregalava os olhos, levantava uma das sobrancelhas e dizia “mirá como come esta chica!”, enquanto eu cortava o terceiro pedaço, já pensando no quarto.

Lembro até hoje, ela abrindo aquele livro de capa dura, antigo de páginas soltas, rasgadas e amareladas. Buscava a receita do “budín ingles” e separava os ingredientes rigorosamente bem mensurados. E dizia “podés incrementar con lo que quieres: pasas de uvas, nueces, o chocolate! queda muy rico”. E eu não imaginava o quanto essa receita poderia modificar minha vida, más allá del paladar.

Para quem não sabia cozinhar absolutamente nada, como já contei algumas vezes por aqui, esse rito de iniciação na cozinha, despertou algum desejo inconsciente dentro de mim. Talvez pelo choque de gerações e culturas, talvez algo ancestral do arquétipo feminino do encontro de duas mulheres na cozinha, talvez por encontrar algo que eu nem sabia que procurava tanto.

Essa receita portanto é um tanto sagrada para mim. É de ocasiões especiais, é de se comer até a última migalha na assadeira. É o meu presente compartilhado com muito carinho neste natal para quem, assim como eu, vê muito valor nessas raras preciosidades da vida.

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Budín Ingles da D. Stella

  • 250 gramas de manteiga sem sal amolecida
  • 01 xícara de açúcar cristal
  • 04 ovos
  • 02 xícaras de farinha com fermento
  • 01 colher de chá de extrato de baunilha
  • nozes, amêndoas, castanhas, uvas passas, damascos, frutas cristalizadas e chocolate.

Bata bem a manteiga com o açúcar até se formar um creme (por pelo menos uns 5 minutos). Junte os ovos, um a um, batendo bem após adicioná-los. Junte a farinha e apenas misture até ficar homogêneo. 

Desligue a batedeira e junte o extrato de baunilha e as frutas e castanhas picadas. Misture bem. Numa fôrma untada retangular ou com furo no meio coloque a mistura. Leve para assar num forno pré-aquecido à 180 graus e deixe por pelo menos 1 hora e 10 minutos, ou até que fique dourado. Apague o fogo e deixe o bolo dentro do forno até que esfrie para deixar a massa mais sequinha. Se você fizer de noite, após apagar o forno, deixe dentro de um dia para outro.

Feliz Natal!

Para presentear, prefira a fôrma retangular. Utilize papel manteiga ou de seda, barbantes coloridos e adesivos para enfeitar e personalizar seu presente.

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Macarrão com ervilhas, hortelã e wasabi

Receita do What Katie Ate.

Tem uma francesa que mora comigo, a Marianne, que janta diariamente macarrão. Ela chega em casa, enche a panela de água, coloca no fogo e vai tomar banho. Todo santo dia!

Segundo ela, macarrão é sua comida conforto, além de, é claro, ser muito prático de se fazer. No final ela só joga um pedaço de manteiga, rala um queijo francês por cima e pronto. De vez em quando ela varia e faz um molho mais especial, dependendo do seu grau de ânimo.

Bom, não tenho a menor intenção de fazer como a Marie, acho na verdade uma loucura toda essa história, não me canso de falar para ela. Mas sim, de vez em quando você não quer nada além de uma boa pasta no seu prato, e feito de um jeito bem simples.

Esse final de semana foi assim. Um pacote de ervilhas lá da quitanda do Edson, manteiga, hortelã e… wasabi! A receita vem da Katie de seu livro Quando Katie Cozinha e, garanto que, esse prato vai confortar o seu dia.

Fotos: Luiza Melo

Macarrão com Ervilhas, hortelã e wasabi | receita original do livro Quando Katie Cozinha

  • 300g de macarrão talharim;
  • 02 xícaras de ervilha fresca;
  • 100g de manteiga;
  • um punhado de hortelã;
  • ½ colher de chá de wasabi (raiz forte); e
  • sal, pimenta do reino e azeite.

Coloque a água para ferver numa panela (quantidade que cubra a pasta) e jogue um pouco de sal. Quando começar a ferver, coloque o macarrão, abaixe o fogo e deixe fervendo pelo tempo indicado no pacote (geralmente no caso do talharim, 9 minutos).

Numa panela pequena, também coloque água para esquentar. Quando começar a ferver, abaixe o fogo, coloque as ervilhas, e deixe-as fervendo por 1 minuto e meio (se as ervilhas estiverem congeladas, deixe por 3 minutos).

Num recipiente, junte a manteiga, o wasabi, sal, pimenta, e o hortelã picado. Depois de escorrer as ervilhas, jogue-as no recipiente, misture bem e por final, jogue tudo sobre o macarrão escorrido com um pouco de azeite. Complemente com queijo parmesão ralado se preferir. Voilà!

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Torta extra dark de chocolate

Dias frios, cobertor e chocolate são quase um clichê. Em épocas de tpm, então, nem falar…  Movida pela variação hormonal, fui em busca da receita perfeita, peso-pesado na categoria cacau; algo como esta aqui top de torta de chocolate do blog da alemã Sabrina Sue.

Eu já expressei aqui o quanto aprecio receitas simples e fáceis, mas que agradam e surpreendem tanto pelo paladar, quanto pelo visual. Adoro navegar pela web e encontrar tais preciosidades. Essa sobremesa é assim.

A massa é feita de bolachas do tipo Negresco (ou Oreo), que a torna super escura. O recheio é feito de ganache do tipo mais fácil impossível, que o torna um coringa para tantas outras sobremesas. Já vi muita gente torcer o nariz para as massas feitas de biscoito… Para mim, particularmente, são uma mão na roda, aliados da praticidade e da preguiça, e não deixam a desejar no quesito sabor e textura.

A verdade é que eu não resisti e resolvi experimentá-la no mesmo dia… O resultado foi tão bom, daqueles que as pessoas ficam perguntando se foi você mesmo quem fez, começam a virar os olhinhos e a suspirar gemidos, e você fica parecendo que até sabe cozinhar… :D

Torta de chocolate extra dark | versão adaptada por Sabrina Sue

para a massa

  • 16 biscoitos tipo negresco ou oreo
  • 50g de manteiga derretida

para o recheio

  • 200ml de creme de leite
  • 200g de chocolate meio amargo

Processe os biscoitos (com recheio) no processador ou num liquidificador potente, até que virem farofa. Adicione a manteiga derretida e amasse até formar uma massa. Abra numa fôrma pequena redonda (até 20 cm de diâmetro). Você pode forrá-la com um papel filme se desejar desenformá-la. Leve a massa ao refrigerador por pelo menos 15 minutos.

Numa panela esquente o creme de leite até quase começar a ferver. Apague o fogo e junte o chocolate picado. Misture bem até derreter completamente e formar um creme homogêneo. Seu ganache está pronto (e delicioso). Preencha a massa com o creme e leve à geladeira por pelo menos umas 3 horas (às vezes precisa mais um pouco para ficar bem firme e consistente na hora de cortar!).

O ideal é deixar de um dia para outro para ficar bem firme.

 

Sirva com um copo de leite gelado, ou um chá quente, debaixo das cobertas. :)

Produção: Dona da Casa! Fotos: Luiza Melo

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Versão da Isla Flotante com toques de laranja e manjericão

Aprendi a cozinhar, graças a minha sogra… Isso mesmo: ela é uma cozinheira de mão cheia e, mesmo hoje, com mais de 90 anos, a velha cozinha que só…

As primeiras vezes que a vi, ela se surpreendeu comigo pela minha santa ignorância na cozinha e eu com melhores pratos de comida caseira que já tinha comido em minha vida… Na Argentina, a intenção dos pratos nunca é apenas alimentar, tem que fazer bonito na mesa: as refeições são sempre completas (entrada, prato e sobremesa), com cara de banquete e são a uma grande expressão de afeto e amor que eles têm a oferecer.

Passada a resistência da língua, durante todas as férias dos últimos anos que passamos em nosso país vizinho, fui aos poucos aprendendo a cozinhar com ela. Meu companheiro zombava da minha falta de destreza, mas também se entusiasmava com minha forte intenção de dominar esta arte.

As receitas aprendidas são parte da cultura e culinária argentina e eu preciso confessar que todas as vezes que vou para lá, meu apreço por eles cresce mais. Quando volto para cá, trago diversos ingredientes de lá (desde a farinha de trigo que é muito melhor que a nossa, alguns temperos, chorizos, dulce de leches, vinhos, mate, galletas, etc) e ponho em prática um pouco do que consegui absorver.

Agora, mais adaptada dentro do mundo culinário, quando voltamos para lá, além de eu aprender novas receitas, busco retribuir com alguma apresentação das minhas habilidades adquiridas para eles.

Uma das sobremesas que eles adoram é a isla flotante (traduzido ao pé da letra como ilha flutuante). Para mim, esta receita sempre foi um desafio e nunca havia me arriscado a fazê-la. No entanto, esta semana vi uma versão húngara (?!?) com toques de laranja e manjericão e decidi testá-la, mixando o que consegui entender da tradução com a receita original… A idéia é apresentar para minha família argentina esta novidade.

Isla Flotante | versão com toques de laranja e manjericão

para o creme patissiere

  • 1 litro de leite
  • 5 colheres de sopa de acúcar (125g)
  • 4 gemas
  • raspas de 1 laranja
  • 1 favo de baunilha
  • 100g de creme de leite
  • 1 colher de sopa de maisena
  • 1 cálice de vinho marsala (ou do porto) ou contreau

para o merengue

  • 4 claras
  • 2 colheres de sopa de açúcar
  • 1 ramo de manjericão
  • 1 copo de leite

De um dia para outro, coloque as raspas laranja no leite e as folhas de manjericão nas claras. Reserve-as na geladeira. Bata o açúcar com as gemas até que fique um creme esbranquiçado. Ah, dica! Faça um furo nas gemas antes e passe-as por uma peneira; assim a pele que cobre não deixa o cheiro forte de ovo na sobremesa.

Junte o leite coado, a baunilha e cozinhe em fogo brando. Dissolva a maisena com parte da mistura e agregue na panela. Misture sempre e, quando começar a engrossar, junte o creme de leite e o contreau, e cozinhe por mais uns 5 minutos até que a mistura fique bem cremosa. Esfrie a panela em banho maria numa assadeira com água e gelo, misturando até esfriar. Sirva em tigelas e reserve.

Tire as folhas de manjericão, coloque o açúcar e bata as claras em neve. Numa panela rasa, coloque o leite para esquentar e antes de levantar fervura, em fogo médio, coloque bolinhas de merengue para cozinhar, 1 minuto de cada lado. Depois retire e coloque nas tigelas com o creme.

Pode finalizar com raspas de laranja e folhas de manjericão para decorar. O teste foi aprovado com sucesso pelos maiores herdeiros da sabedoria secular culinária argentina: meu companheiro e sua filha. O toque da laranja dá uma leveza para a sobremesa e o sabor do manjericão surpreende.

☆ Muy rica! ☆

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