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Viver de fazer sorvetes: sorvete de morango

A história dos sorvetes e todo o processo que acompanha sua produção têm sido mais longos e demorados que eu imaginava. Um dos meus primeiros sorvetes caseiro foi o de morangos.

A história dos sorvetes e todo o processo que acompanha sua produção têm sido mais longos e demorados que eu imaginava. Um dos meus primeiros sorvetes caseiro foi o de morango, há quase 2 anos atrás. Continua sendo um dos meus prediletos até hoje. A idéia de poder fazer o sorvete sabendo dos ingredientes que irão compor a fórmula, sem espessantes de origem duvidosa ou corantes artificiais, e o mais importante, mantendo o sabor real do sorvete, foi o canto da sereia para mim. Naquela época, não passava pela minha cabeça traçar um projeto pessoal com relação a isso tudo. Mas aos poucos, a idéia foi crescendo e maturando por dentro, idéias florescendo, feito maria-sem-vergonha no brejo.

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Nos últimos meses, tentei acelerar o processo, fiz um curso de sorvetes, estou com pilhas de livros sobre o assunto. Até que percebi que, a verdade é que eu não quero apressar nada. Atropelar a beleza desse processo criativo que precisa de amor e carinho para crescer, não faz sentido algum. Quero fotografar cada etapa, quero registrar todo o processo, quero sentir cada colherada derretendo devagarinho na boca. 

Se afinal, tudo isso vai sair do papel ou não, para mim não importa mais. Foi tanta riqueza agregada e tanto aprendizado indireto, tantas amizades feitas no caminho, tantos desafios propostos e atingidos, que o lucro já é todo meu. Sinto alegria quando penso nisso tudo, aquela que preenche o coração. Vou passo-a-passo, me divertindo, fotografando e comendo muito sorvete. Nada mais importa.

 

"Let me take you down
Cause I’m going to

Strawberry fields

Nothing is real
And nothing to get hung about
Strawberry fields forever"

{ Strawberry Fields Forever, The Beatles }

Fotos: Dona da Casa!

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Sorvete de Earl Grey

Existe algo no ar frio de julho que aconchega meu espírito de forma diferente. Uma sensação de liberdade e conforto. Uma vontade de estar em lugares novos, de aprender coisas novas.

Existe algo no ar frio de julho que aconchega meu espírito de forma diferente. Uma sensação de liberdade e conforto. Uma vontade de estar em lugares novos, de aprender coisas novas. Visitar museus, livrarias, cafés e mercearias. Dá saudades de amigos antigos, de conversar até a noite virar, de contar histórias, dar risadas, ficar juntos. É como se a alegria do verão, pudesse ser vivida agora no aconchego do frio; a necessidade de se intimar para reunir o calor produz motivos para estarmos juntos, sentados à mesa, dentro de casa, em volta do fogo.

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Meu coração fica mais alegre nessa época, mas uma alegria diferente daquela que se dá no verão. É como se um sorriso tranquilo se abrisse no meu peito, como uma garrafa de vinho, com cheiro da madeira queimando na lareira, ao som de Nina Simone ou Bach. É como se minha preguiça usual tivesse seu tempo, seu ritmo e, até, seu charme e, portanto, ela ficasse paradoxalmente mais desperta. O ar frio de julho tem cheiro de assado, de massa ao sugo, de caldo apimentado. Tem cara de forno a lenha, de panela de ferro, de fogo lento. Tem gosto de chá preto com bergamota, de bolo sequinho, de capuccino com chantilly e canela. O ar frio de julho é um convite de amor, com versos escritos à mão.

Nessa atmosfera descrita acima, me inspirei em testar aquilo que mais gosto de fazer: sorvetes. Queria uma receita diferente, mas que tivesse a ver com tudo isso. Sorvete de Earl Grey, um dos meus chás favoritos. A receita vem do livro Ice Cream, da musa Linda Lomelino que chegou essa semana em casa. São 79 receitas e eu estou como uma criança numa loja de brinquedos, pirada no melhor sentido. Espero que você goste tanto como eu.

Sorvete de Earl Grey | Receita adaptada, do livro Ice Cream

750 ml

  • 02 xícaras de leite integral
  • 01 xícara de creme de leite
  • 05 saquinhos ou 05 colheres de sopa de chá earl grey
  • 09 colheres de sopa de açúcar
  • 03 ovos caipiras
  • 01 colher de sopa de extrato de baunilha

Esquente o leite até o ponto de fervura. Coloque os saquinhos de chá e deixe em infusão por uns 30 minutos. Bata os ovos com açúcar até ficar um creme espesso (por uns 4 minutos). Junte o leite (aperte bem os saquinhos com a mão mesmo para sair todo chá) e misture bem.

Leve a mistura ao fogo baixo. Misture sempre até engrossar. Coloque o extrato de baunilha. Deixe esfriar.

Coloque na máquina de sorvetes e siga as instruções do fabricante. Quando estiver pronto, coloque num recipiente fechado e leve ao congelador por pelo menos 3 horas antes de servir.

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