Lentilha Apimentada com Farofa de Cebola Caramelizada e Legumes Tostados
Receita Vegetariana por Suzan Zacchi.
Receita de banquete vegetariano em tempos de quarentena? Temos. Esse conteúdo foi criado 3 semanas atrás, quando a Suzan passou por aqui. Esse foi um dos pratos que ela fez para a gente: forte, apimentado e, gente, que lindo - ainda que ela tenha desdenhado da apresentação na hora da foto e chamado de mexidão, hahaha. Saudades daquele clima leve e ingênuo, que vivemos naquele fim de semana.
Sobre o veganismo: a Su recebeu um monte de questionamentos pelo fato desse blog não ser vegetariano ou vegano.
Bom, então, não sou. Não porque eu não respeite ou desacredite no movimento, pelo contrário. Mas minha opção pessoal, hoje, é a redução do consumo de carne. Diminui meu consumo (principalmente de carne vermelha) porque senti que meu organismo respondeu absurdamente bem com essa mudança. Mas continuo consumindo esporadicamente - algo como 3x ao mês -, e seus derivados estão na maioria das minhas receitas (manteiga principalmente).
Aderi ao movimento de transição, de negociação consigo mesma, pois não consigo seguir dietas de restrição. É óbvio que essa é uma ótica/ética particular, e não pretendo entrar nessa discussão. Enxergo no ativismo vegano uma força necessária, importante - admiro demais as pessoas que estão nessa luta - mas acredito também que movimentos agregadores, simpatizantes e menos duros, geram um caminho mais possível.
Até porque as discussões são complexas. Da família que cria galinhas para consumo próprio versus o vegano que compra leite de amêndoas com embalagens que dificilmente serão recicladas. Impacto ambiental versus ética de consumo sobre a vida de outro animal. Coloco aqui não com a intenção de menosprezar o movimento, nem para justificar meus atos. Os movimentos são paralelos, de culturas e visões sociais distintas, mas não podem e nem deveriam ser excludentes. Minha intenção é fomentar a reflexão que já existe dentro de mim.
É preciso questionar os formatos de produção (fazendas de monoculturas, uso de agrotóxicos, produção em massa, confinamento, antibióticos) e de consumo atuais. Optar por pequenos produtores, locais, sazonais - entender a cadeia de produção e evitar o desperdício. Não dá para negar que o que estamos vivendo hoje é resultado de um sistema agressivo e não-sustentável, e que se não mudarmos a rota, o colapso do planeta e iminente.
Covid-19: Difícil manter o otimismo diante de cenários tão devastadores. Difícil não ser pessimista com um governo tão negligente e irresponsável. Difícil manter a fé, com gente encarando quarentena como férias, lotando praias, bares e discotecas. Difícil falar em compaixão, quando funcionários ainda não foram liberados de grandes empresas, porque o lucro vale mais que vidas. Difícil meditar e fazer yoga quando a gente sabe que a desigualdade desse país vai condenar pessoas à morte.
Quero com todas minhas forças ser otimista, estar errada e enxergar coisas boas nesse momento. A rotina segue, porém: acendemos fogão a lenha para cozinhar, brincamos com os cachorros, lavando e colocando as roupas para secar no varal. Sento para meditar e praticar yoga. Tenho Norah Jones tocando o dia inteiro para cobrir os espaços. Festejamos um aniversário online. Mas há no fundo, um silêncio contínuo, de uma espera aguda. Da incerteza que inunda e transborda pelos pensamentos. Seguimos aguardando. Fiquem bem. Me contem como estão.
Lentilha Apimentada com Farofa de Cebola Caramelizada e Legumes Tostados
Receita perfeita da Suzan Zacchi.
Rendimento: 6 porções
Tempo de Preparo:
Tipo de Prato: prato principal
Ingredientes
para a lentilha
- 500g de lentilha vermelha - dal
- 300g de tahini
- 4 folhas de Louro
- 1/4 colher de chá de pimenta caiena
- 1/2 colher de chá de páprica picante
- 1/2 colher de sopa Massala (se não tiver faça uma mistura com cominho, cravo em pó, canela em pó, pimenta do reino, cardamomo em pó)
- Sal a gosto
- Cebolinha para servir
para a farofa
- 1 cebola roxa
- 2 xícaras de farinha mandioca
- 2 colheres de sopa de Azeite
- Sal e pimenta do reino
para os legumes
- 2 pimentões vermelhos
- 2 pimentões amarelos
- 4 fatias de abóbora
- Azeite, sal e pimenta do reino
Modo de Preparo
para a lentilha
- Deixe as lentilhas de molho por 24 horas, trocando água umas 3 vezes durante esse período.
- Escorra bem e coloque numa panela com água e os temperos.
- Cozinhe em fogo médio.
- Quando começa a ferver, agregue o tahini.
- Cozinhe por uns 20 minutos.
para a farofa
- Fatie a cebola e refogue numa frigideira com azeite, até caramelizar bem.
- Junte a farofa, o sal e a pimenta do reino.
- Deixe tostar.
para os legumes
- Fatie os pimentões em tirinhas e as abóboras bem picadinhas.
- Coloque tudo numa assadeira para assar com bastante azeite e sal.
- Leve ao forno a 200C graus por uns 20-30 minutos, até que estejam bem tostados. Na hora de servir, coloque numa tigela a lentilha, a farofa por cima, os legumes e a cebolinha picada.

Polenta com Ragu de Abobrinha, Tomates Assados e Manjericão
Receita de Suzan Zacchi.
A Suzan é uma pessoa extremamente cativante, eu sempre fico com vontade de ter um pouquinho dela comigo quando ela vai embora. A risada, a espontaneidade e a inteligência dos geminianos.
Eu nunca tinha experimentado nenhum prato seu e tive o prazer de tê-la em casa cozinhando por 3 dias: uma comida rica, com camadas de texturas (como ela gosta de explicar) e com a complexidade de sabores muito especial. Você não precisa viver de alface, nem de miojo, para ser vegetariano. Dá para desfrutar de uma refeição deliciosa, nutritiva e que te alimenta com vida sim.
Ela tem tanto conhecimento com relação à cozinha, mas mais do que isso, ela tem entusiasmo, curiosidade e paixão por comida. Ela estuda, aprende, ensina. É bonito de vê-la cozinhando. A Su comanda o @momon.veggies e lá ela criou receitas como essas que ela gentilmente cedeu para o blog: feitas com carinho e amor de quem trabalha com o que acredita.
Sobre a receita: para quem ama polenta (com frango e molho de tomate), vai amar esse prato. Tem acidez, dulçor, cremosidade. É perfeita para dias frios. Usamos folhas de manjericão gigante por cima, pois não somos obrigadas a nada.
Polenta com Ragu de Abobrinha, Tomates Assados e Manjericão
Receita perfeita da Suzan Zacchi.
Rendimento: 4 porções
Tempo de Preparo:
Tipo de Prato: prato principal
Ingredientes
para a polenta
- 1 xícara de farinha de milho
- 4 xícaras de água
- 3 colheres de sopa de azeite
- pitada de sal a gosto
para o ragu
- 2 abobrinhas
- 1 cebola
- 5 dentes de alho
- 4 tomates maduros
- 1 xícara de cogumelos paris
- 1 lata de tomates pelados
- 1/4 xícara de vinho tinto
- folhas de salsão
- sal e azeite
- folhas de manjericão
Modo de Preparo
para a polenta
- Junte a polenta com a água, numa panelinha, em fogo médio.
- Misture sempre até engrossar e cozinhar (uns 20 minutos). Adicione o azeite e o sal.
para o ragu
- Corte os tomates ao meio e disponha numa assadeira com azeite e sal. Leve ao forno médio/alto por uns 30 minutos, ou até que comecem a caramelizar. Reserve.
- Pique o alho, a cebola e a abobrinha em quadradinhos. Fatie os cogumelos.
- Numa frigideira, com um fio de azeite, sele os cogumelos, até que estejam bem dourados. Retire e reserve. Separe alguns para decoração.
- Na mesma frigideira, refogue com um pouco de azeite a cebola, até que fique bem dourada. Junte o alho picadinho e refogue por mais alguns minutos.
- Adicione as abobrinhas e deixe cozinhar bem. Junte os cogumelos, e o tomate em lata.
- Separe os tomates assados e deglaceie a assadeira com um pouco de vinho tinto - Leve a assadeira ao fogo baixo, jogue o vinho, e vá raspando o tomate queimado que ficou grudado. Deixe ferver até evaporar o álcool.
- Jogue esse caldo no ragu. Adicione as folhas de salsão picadas. Tempere com sal e pimenta do reino. Deixe apurar e cozinhar por uns 15 minutos.
- Sirva a polenta com o ragu, tomates assados, cogumelos e umas folhas de manjericão.

Mousse de Batata Doce Roxa com Crocante de Amêndoas
Uma receita vegana, entre aspas.
Hoje tem receita de sobremesa vegana, entre aspas, pois já entendi que o veganismo está além de não utilizar determinados ingredientes - como um dia conversando, a Suzan Zacchi me explicou.
Além disso, usei, por exemplo, leite de côco em lata, ainda que orgânico, o ato de produzir lixo de embalagens que depois dificilmente serão recicladas não me parece melhor do que criar galinhas e ovos caipiras para consumo próprio. Sem julgamentos, cada um faz sua parte, dentro do que pode e se todo mundo encarasse comer como um ato político, talvez nossas escolhas fossem outras.
Desde que a gente veio morar no mato, a mudança de certos hábitos na minha vida me pareceram urgentes. Como diminuir a quantidade de processados ao cozinhar nossa própria comida todos os dias. Não esquecer da sacola de feira para poder recusar sacolinhas de plástico nos supermercados.
Pensar ao máximo antes de consumir qualquer coisa; perceber que a gente compra muita coisa sem sentido, que necessitaram uma quantidade que a gente não imagina de recursos, até chegar na vitrine. Fora a quantidade de lixo resultante do nosso consumo (orgânicos ou recicláveis, não importa) é algo que eu chego a chorar de ver o que apenas duas pessoas aqui são capazes de produzir por dia. Tudo isso tem sido bem conflitante dentro de mim, um dia ainda escrevo mais no blog sobre.
Mas e a receita? Ficou uma delícia e é bem fácil de fazer - além da cor que é uma jóia, praticamente. Fiz porções em potinhos e a gente acabou comendo todos de uma só vez.
Mousse de Batata Doce Roxa com Crocante de Amêndoas
Fácil, vegana e deliciosa.
Rendimento: 5 porções de 150ml
-
Tempo de Preparo:
Tipo de Prato: sobremesa
para a mousse
- 350g de batata doce roxa (rendeu 140g de purê de batata assada)
- 400g de leite de coco
- 2 colheres de sopa de açúcar mascavo
- 1 colher de sopa de extrato de baunilha
- raspa de 1 limão
- 1 colher de sopa de agar-agar em pó
- 1/3 xícara de água
para o crocante
- 30g de amêndoas torradas salgadas
- 1/4 xícara de açúcar demerara
para a mousse
- Coloque numa assadeira as batatas com casca, faça alguns furos com um garfo e leve para assar em forno à 200C graus, por uns 30 minutos. Deixe esfriar e descasque. Retire toda a poupa.
- No liquidificador, junte as batatas, o leite, as raspas de limão e o extrato de baunilha e bata até ficar um creme liso.
- Dissolva o agar agar em água quente (deve estar em 85C graus), e deixe esfriar, mas não a ponto de solidificar (solidifica a uns 40C graus).
- Junte o líquido ao creme e termine de bater por mais alguns segundos no liquidificador.
- Coloque em pequenos potes para servir porções ou coloque num recipiente maior para servir inteiro.
- Leve à geladeira por umas 3 horas ou até que esteja bem firme.
para o crocante
- Quebre as amêndoas e coloque sobre papel manteiga.
- Derreta o açúcar até virar caramelo.
- Verta sobre as amêndoas com cuidade e deixe esfriar bem.
- Quebre com uma colher de pau e sirva sobre a sobremesa.

Pêssegos ao Vinho Rosé
Essa receita é de pêssegos em calda caseiros, feitos no vinho, tem a cara e o frescor do verão.
Passamos o Natal aqui em casa, no sítio, com pouca gente (minha irmã Débora e meu cunhado Léo), coisa bem simples, mas bem gostosa. O Gabriel assou um cordeiro na churrasqueira, fiz um ratatouille para Lucy que é vegetariana, tomamos muito vinho e umas caipirinhas de saquê com lichia, enquanto jogávamos uma partida de War. De sobremesa, sorvete de nata e de gianduia.
A gente estreou a sala, já que o sofá chegou a poucos dias, a casa ficou com uma cara de aconchego e pronta para receber visitas. A virada do ano também foi aqui em casa, passamos só eu e o Gabriel (e os cachorros), brindamos com vinho também, e fomos para a cama cedo, assistir um filme na tevê. Foi tudo bem normal, como tem sido nossa vida cotidiana aqui no sítio. A vida soa meio sem graça, se comparada aos grandes acontecimentos que a gente tinha antes de vir para cá.
Tem dias que dá mais preguiça que o usual, parecendo até desânimo de viver qualquer coisa que valha. Eu vivo para acordar e soltar os pintinhos (que já estão grandes), moer e passar meu café, tomar meu kefir, tirar as folhas secas das minhas flores, dar comida para os cachorros, pensar no almoço que é sempre quase janta. Responder e-mails e trabalhar no computador, dar uma volta pelo mato, se estiver calor, tomar um banho no rio, se estiver chovendo, ficar olhando as galinhas se aninharem debaixo dos arbustos. Essa é a minha rotina.
Agora, no verão, chove muito, quase todos os dias: aquela tempestade pesada, que vai e abre sol logo em seguida, para secar as poças que ficaram na varanda. A gente bebe vinho branco e rosé com muito gelo, dorme de janelas abertas para o vento gelado da Serra entrar, toma sol do lado da cachoeira e deita sobre as pedras quentes. Essa época do ano, geralmente eu estaria em Córdoba ou BsA, na Argentina, sofrendo com o calor de 40 graus à sombra, refletido nos asfaltos e concretos urbanos. Era um inferno, confesso, mas sinto saudades! Foram quase 8 anos passando as festas de final de ano por lá, hehehe.
Os planos para esse ano são muitos - como sempre - mas para o blog, pretendo publicar com mais freqüência. Esse lugar nutre meu coração e é sempre bom compartilhar receitas boas e estórias aqui da roça. Para quem sempre me pergunta, o curso de fotografia está começando a ser esboçado no papel, e quem sabe ele sai ainda no primeiro semestre (oremos!). Eu adoro finais de ano, mas tenho certa dificuldade com o início, para planejar e para começar a colocar o planejamento em prática. Ainda que é sempre gostoso sentir o frisson das possibilidades que um ano novo em folha traz. Mas a verdade é que me sinto cada dia mais como o poema de Mário Quintana. Continuo uma sonhadora nata, e adoro sonhar. Mas sei que muitos deles são ilusões e que cada dia me desprendo um pouco mais deles, deixando-os pelo caminho, sem sofrimento ou pesar.
E agora, com a casinha com um quarto de hóspedes pronto - e uma sala com sofá! - pretendo receber pessoas aqui em casa também. 2018, foi um bom ano de reclusão e de afastamento das relações externas, para me conectar mais comigo mesma. Mas é hora de recuperar os vínculos e laços de amizade e familiares, para viver uma vida mais conectada com as pessoas que amo também.
Essa receita é de pêssegos em calda caseiros, feitos no vinho, tem a cara e o frescor do verão. Usei rosé e branco, pois era o que tinha em casa. Utilizei os pêssegos aqui do sítio que ainda estão meio duros. Ficou uma delícia. O vinho praticamente evapora, e deixa uma cor maravilhosa. O perfume de baunilha inundou a casa, enquanto a calda borbulhava com as frutas na panela. É por esses momentos que pretendo viver 2019. Se fizer a receita, posta no instagram e me marca ou me conta por aqui como ficou!
Das ilusões
Meu saco de ilusões, bem cheio tive-o.
Com ele ia subindo a ladeira da vida.
E, no entretanto, após cada ilusão perdida...
Que extraordinária sensação de alívio!- Mario Quintana -
Pêssegos ao Vinho Rosé
Essa receita é de pêssegos em calda caseiros, feitos no vinho, tem a cara e o frescor do verão. O vinho praticamente evapora, e deixa uma cor maravilhosa. O perfume de baunilha inunda a casa, enquanto a calda borbulha com as frutas na panela.
Rendimento: 04 pratos
-
Tempo de Preparo:
- 06 pêssegos firmes
- 01 xícara de vinho branco
- 1/2 xícara de vinho rosé (pode usar tudo branco ou tudo rosé, se preferir)
- 1/2 xícara de água
- 04 colheres de sopa de açúcar cristal
- 1/2 favo de baunilha (opcional, pode usar um pouco de extrato se não tiver o favo)
- raspas de limão
- folhas de erva cidreira
- Descasque os pêssegos e reserve. - *Caso utilize pêssegos bem maduros, para descascar sem desmanchá-los, você pode fazer o seguinte: ferva uma panela com água (o suficiente para mergulhar os pêssegos). Coloque os pêssegos e ferva por 30 segundos. Retire-os em seguida, e coloque-os em água gelada. Retire a pele com as mãos.
- Numa panela, coloque o vinho, água, açúcar, baunilha e as raspas de limão, e leve ao fogo até ferver. Misture para dissolver o açúcar.
- Acrescente os pêssegos um a um - cuidado para não se queimar com o líquido quente!
- Cozinhe em fogo baixo, por uns 30 minutos (se os pêssegos estiverem bem maduros, cozinhe por menos tempo), ou até que estejam macios, virando-os de vez em quando.
- Deixe esfriar e leve à geladeira por umas 2 horas.
- Sirva gelado, com um pouco de creme ou iogurte. Coloque uma folhas de cidreira para acompanhar se gostar.

Homus de Beterraba
Receita original de A Mesa da Carolina
Faz um mês desde a última postagem por aqui. De vez em quando é bom ficar longe desse lugar, que é tão especial para mim. É importante não se sentir refém de ter que escrever, fotografar, postar. Poder fazer isso quando realmente sinto vontade, e me sinto capaz de fazer algo de valor e que toque meu coração. E não é que eu não tenha sentido falta daqui. Senti o buraco que esse lugar me dá, quando não tenho tempo para ele.
Os motivos da ausência são os mesmos de sempre: trabalho, trabalho e trabalho. Me faz bem esses períodos de imersão, focar e buscar o melhor resultado. Estar longe das redes sociais e poder viver outra vida por um período necessário. Minha vida de rotina gosta de sair dela, regularmente.
Aos poucos vou retornando por aqui!
A receita é da Carol do A Mesa da Carolina, rainha das saladas e receitinhas veggies deliciosas, iogue e querida. Vale a pena visitar o blog dela. As receitas são ótimas e as fotos lindas.
Homus de Beterraba, uma pastinha perfeita para servir de entrada ou acompanhamento. A cor é um magenta de doer os olhos. E o sabor cheio de caráter.
Homus de Beterraba
Receita original - com pequenas modificações - de Carol Aguiar, de A Mesa da Carolina, rainha das receitinhas veggies deliciosas e instrutora de yoga. Essa é uma pasta perfeita para servir de entrada ou como acompanhamento. A cor é um magenta de doer os olhos e o sabor cheio de caráter.
Rendimento: cerca de 1 litro
-
Tempo de Preparo:
Tipo de Prato: acompanhamento, entrada
- 2 beterrabas médias ou 4 pequenas
- 1 dente de alho
- 1 xícara de grão de bico
- 1/4 de xícara de tahine
- 1/4 de azeite
- 1/4 de xícara de água
- suco de 1 limão
- sal marinho e pimenta do reino
- 1 colher de sopa de sementes de cominho (opcional)
- Deixe o grão de bico de molho em água filtrada de um dia para outro (troque a água umas 2 vezes nesse período).
- Escorra coloque numa panela de pressão, cobrindo com água nova.
- Cozinhe por 30 minutos depois de pegar pressão. Escorra e deixe esfriar.
- Embrulhe as beterrabas em papel alumínio e asse por 1 hora, ou até que estejam macias ao serem perfuradas por um garfo.
- Deixe esfriar e descasque com as mãos e fatie em pedaços.
- Num liquidificador junte o alho, a beterraba, o grão de bico (usar uma peneira para drenar e escorrer sob água corrente antes), o tahine, o azeite, e a água.
- Bater até formar uma pasta homogênea.
- Junte o suco de limão, o sal, cominho e pimenta do reino e bata mais um pouco.
- Sirva com um pouco de gergelim torrado por cima e com pão pita.

Pêras ao Vinho
A luz perfeita.
A luz perfeita caiu sobre a tarde de ontem, entrando pela janela. Abri meia persiana, e deixei ela entrar pelas frestas, iluminando parte da sala. Arrastei a mesa da cozinha para lá e, de repente, consegui montar o cenário que eu sempre quis para a produção das minhas fotos. Tinha colhido algumas dálias, bem vermelhas, para um arranjo no vaso cor-de-rosa degradê novo. Na beira da mesa, olhando a janela, elas ficaram lá.
Ontem à noite, deitada na cama, fiquei pensando sobre as escolhas que fiz até aqui. Algumas ainda não sei se fiz certo, nem sei se algum dia vou saber. Só sei que elas me trouxeram até essa vida, de rotina incomum, um relacionamento pouco convencional, numa casa isolada nas montanhas. Com um rio que corre ruidoso, em volta da casa. Com um jardim cheio de pereiras carregadas de frutos. Ontem as pêras viraram protagonistas de um cenário que eu sempre sonhei.
Eu adoro pêras, de todos os jeitos. Elas têm na sua textura um aspecto arenoso, frescor e acidez na medida. A árvore, quando antiga, tem troncos largos. Na primavera, ela se carrega de flores brancas, pequenas e delicadas. As pêras aqui do sítio são mais firmes e pouco doces. Para cozinhar, ela é perfeita. Por isso, decidi cozinhá-las numa calda com vinho e especiarias, e servir com o iogurte caseiro que tinha feito no dia anterior. Elas ficaram deliciosas, e se tornaram minha sobremesa ideal para o verão: fácil e sofisticada.
Você não terá dificuldades com essa receita. Pode acrescentar diferentes especiarias como o cravo, ou a canela em pau. Acredito que com pimentas ou gengibre, também deva ficar bom. Eu usei anis, cardamomo e folhas de louro. Gosto de pensar que a cozinha é livre para para a gente fazer dela o que bem gostar. Ano passado a Manu, do Cozinho Logo Existo escreveu em seu post "Como escrever uma receita", que, para escrever ou mudar uma receita, o que ela requer da gente é coragem. E eu não poderia concordar mais.
Eu nunca meço a quantidade exata de sal, pimenta, orégano, cebola, alho ou qualquer outro tempero numa receita. Vai no olho, e nas provas de colher, enquanto se cozinha. E, invariavelmente, tem dias que fica melhor, tem dias que não. Acho de aplaudir de pé as receitas da Rita Lobo, que foram testadas e mensuradas, para que você consiga reproduzir com sucesso em sua casa**. Mas acho mais gostoso, quando você passa a barreira da técnica e do modelo que deu certo, adapta ao que tem na sua cozinha e ao que funciona ao seu paladar. Quando você tem a receita certa, tem a praticidade, e ganha tempo para fazer outras coisas. Quando não tem, cozinhar passa a ser o evento principal, não há pressa, não há certeza de que o prato vai ficar gostoso. Você tem que abrir um espaço na sua agenda para poder criar, inventar, fazer diferente e tentar de novo. E daí, a cozinha passa a ser quase um organismo vivo e que requer de você. Requer vida, coragem e criatividade.
O correr da vida embrulha tudo.
A vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem
- Guimarães Rosa, Grande Sertão Veredas.
** Antes que alguém interprete o que não foi dito aqui, eu adoro as receitas da Rita Lobo, sou fã dela e já aprendi muito sobre cozinha com seus livros.
Pêras ao Vinho
Você não terá dificuldades com essa receita. Pode acrescentar diferentes especiarias como cravo, canela em pau. Acredito que com gengibre e pimentas também fique muito bom.
Rendimento: de 5 a 7 porções
-
Tempo de Preparo:
Tipo de Prato: sobremesa
- 5 a 7 pêras maduras firmes - com cabinhos, de preferência
- 1 e 1/2 xícara de vinho tinto seco - Utilize um vinho de qualidade, não precisa ser dos mais caros, mas que não seja aqueles doces nacionais. Peloamor! Eu usei um malbec argentino
- 1 xícara de água
- 1 xícara de açúcar
- 4 estrelas de anis
- 5 bagas de cardamomo/li>
- 2 folhas de louro
- iorgurte grego sem açúcar para acompanhar - opcional
- canela em pó para polvilhar
- Descasque as pêras e mantenha os cabinhos. - Lembre-se de utilizar pêras firmes.
- Numa panela (em que caiba todas as pêras), coloque o vinho, açúcar, água, anis, cardamomo e as folhas de louro.
- Leve ao fogo médio alto, mexendo até que o açúcar dissolva.
- Quando começar a ferver, coloque as pêras.
- Tampe a panela, abaixe o fogo e deixe cozinhar por uns 45 minutos, ou até que elas estejam macias.
- Deixe esfriar e depois mantenha na geladeira, pelo menos de um dia para outro.
- Sirva com um pouco de iogurte, calda e polvilhe a canela por cima de tudo.

Considere tornar-se assinante do blog para manter ativa e incentivar a criação de conteúdo semanal e de qualidade. Obrigada!
Berinjelas em Conserva da D. Stella
Esta é mais uma daquelas receitas que aprendi com minha sogra. A cozinha da D. Stella é certeira em sua seleção de pratos.
Esta é mais uma daquelas receitas que aprendi com minha sogra. Já falei diversas vezes dela por aqui, até publiquei na véspera de natal, sua receita imbatível do Budín Inglés. A cozinha da D. Stella é certeira em sua seleção de pratos. Acho que por ter sido sempre servida aos jurados mais exigentes que conheço (a família do meu marido é assim), ela conseguiu se aperfeiçoar nos sabores e combinações.
Berinjelas nunca foram meu forte, mas estas aqui eu não consigo recusar. Não conheço ninguém também que tenha experimentado e não se surpreendido com o sabor. Geralmente, após gemidos e suspiros, segue-se um “me passa a receita?”. Tenho sempre um pote delas na geladeira, perfeitas para acompanhar qualquer coisa.
Como acompanhamento de carnes são perfeitas. Você pode servi-las também como entrada, com torradas ou pão. Eu costumava, com a Lucy (neta da Stella) abrir o pote de berinjelas no meio da tarde e fazer sanduíches com elas. Essas berinjelas são perfeitas para vegetarianos e, diria, mais ainda para para aqueles que não são. Mais uma preciosidade do caderninho mágico de receitas de D. Stella.
Berinjelas em Conserva da D. Stella
Fácil, perfeita e para acompanhar pratos.
Rendimento: cerca de 2 litros
-
Tempo de Preparo:
Tipo de Prato: acompanhamento
- 3 berinjelas médias
- 1 frasco de vinagre branco - 750ml
- azeite para cobrir
- sal, orégano, loura, pimenta, alecrim, alho
- Fatie a berinjela em fatias compridas.
- Coloque numa panela com o vinagre (sim, vai tudo) e leve ao fogo alto.
- Quando levantar fervura, dê uma misturada para todas ficarem imersas e murcharem. É bem rápido.
- Apague o fogo e escorra. Deixe esfriar.
- Num recipiente que fique bem fechado (ideal que seja de vidro, coloque as berinjelas frias, e tempere com as especiarias. Capricha no orégano e louro tá? Pode colocar os dentes de alho inteiros mesmo.
- Cubra com azeite - as berinjelas têm que ficar imersas no óleo. Leve à geladeira e deixe por pelo menos 1 semana antes de começar a consumir.

Em casa, já tenho um recipiente próprio só para essas berinjelas. Quando estão terminando, eu faço outra leva e reutilizo o mesmo azeite e temperos que sobraram, que ficaram mais saborosos e intensos com o tempo.
Essas fotos foram feitas originalmente em março de 2015.