Frango Tandoori & Palak Panneer
Você gosta de comida indiana? Se me perguntasse a 8 anos atrás, eu não saberia te responder.
Você gosta de comida indiana? Se você me perguntasse há 8 anos atrás, eu não saberia te responder. O Gabriel costuma perguntar em seus grupos “você gosta de barata frita? E de grilo?”. A gente geralmente torce o nariz para aquilo que não conhece, tem dificuldade para aceitar aquilo que nunca viu, e resistência a gostar daquilo que não faz parte da nossa cultura.
Fica tranquilo, esse prato não tem barata, nem grilos e nem qualquer outro bicho estranho. É um frango bem apimentado, extremamente saboroso, mas um saboroso diferente do que estamos acostumados. Tem açafrão, semente de coentro, cardamomo, e muitas outras especiarias. Você só vai saber se gosta depois de experimentar, arrisco a dizer, não na primeira, nem na segunda, mas depois da terceira vez. Depois disso, não tem volta, aí você está fisgado.
São mais de 7 temperos diferentes e minha dica é que você não deixe nenhum de fora. O máximo é usar menos pimenta vermelha, caso não esteja acostumado a pratos muito picantes.
Tandoori, é uma espécie de forno de barro, tradicional na Índia. Por motivos óbvios, assei meu frango no forno de casa mesmo, então a receita é um frango tandoori, sem tandoori. :D
A receita é do fantástico blog A brown table, e fica ótimo acompanhado de um palak paneer, naam e uma salada de pepino que já publiquei aqui.
O palak paneer é um creme super saboroso de espinafre, com queijo, às vezes faço só ele quando quero um prato vegetariano. O naam você encontra em alguns lugares para comprar.
Se você quiser, pode aprender a fazer um naam, com a fofa da Carol. Olha a receita aqui :D. (11.11.2015)
Frango Tandoori
Prato indiano cheio de sabor e muito tempero - uma receita adaptada de A Brown Table.
Rendimento: 2-4 porções
Tempo de Preparo:
Tipo de Prato: prato principal
Ingredientes
- 2 coxas e sobrecoxas
- 1 xícara de iogurte natural
- Suco de 1 limão
- 1 cebolas roxas pequenas picada grosseiramente
- 1/2 beterraba média, descascadas e picadas
- 2 dentes de alho, descascados
- 1 dedo de raiz de gengibre, descascadas e cortadas
- 1/2 colher de chá de sementes de cardamomo
- 1 colher de chá de sementes de cominho
- 1 colher de sopa de açafrão-da-terra em pó
- 1 colheres de sopa de sementes de coentro
- 5 grãos de pimenta preta
- 1 colher de sopa páprica
- 3 cravos
- 2 colheres de chá de sal
- coentro para salpicar ao final
Modo de Preparo
- Bata todos os ingredientes, exceto o frango e o coentro, num liquidificador.
- Num recipiente, coloque o frango e jogue todo molho por cima. Deixe marinando por pelo menos 8 horas.
- Num forno, pré-aquecido a 205 graus, disponha o frango sobre uma assadeira e leve para assar por uns 30-40 minutos. Reserve o molho que sobrar.
- Nos primeiros 20 minutos, eu virei as coxas, para dourarem por igual e joguei mais um pouco do molho que sobrou por cima.
- Nos últimos 3 minutos, aumentar a chama para uns 250 graus e deixar dar uma tostada.
- Jogue limão na hora de servir e bastante coentro picado.

Palak Panner
Prato indicano vegetariano, ótimo para acompanhar o frango tandoori ou ser apreciado sozinho.
Rendimento: 2-4 porções
Tempo de Preparo:
Tipo de Prato: acompanhamento ou prato principal
Ingredientes
- 2 maços de espinafre - folhas e talos macios
- 300g Ricota firme (ou qualquer outro queijo branco fresco mais firme)
- ¼ xícara de tomate picado
- ½ xícara de cebola roxa picada
- 1 dente de alho picado
- 1 colher de chá de açafrão em pó (cúrcuma em pó)
- 1 colher de chá de sementes de cominho
- 1 colher de chá de garam masala (tempero indiano)
- 1 colher de chá de pimenta caiena
- 5 colheres de sopa de azeite
- sal a gosto
Modo de Preparo
- Ferva água numa panela suficiente para ferver o espinafre. Deixe preparado um recipiente com água gelada.
- Quando ferver, coloque o espinafre apenas até que murchem - alguns segundos. Não deixe por muito tempo.
- Escorra e coloque na água gelada para interromper o cozimento. Esse processo irá preservar a cor vibrante do espinafre.
- No liquidificador, triture as folhas de espinafre até obter um purê fino.
- Numa frigideira para refogar, aqueça o azeite e adicione sementes de cominho.
- Adicione a cebola, alho e o sal refogue até dourar.
- Em seguida, adicione açafrão em pó, tomate, garam masala e frite em fogo alto por 2-3 minutos.
- Adicione o espinafre e ferva em fogo alto por 3-4 minutos.
- Adicione a ricota cortada em cubos ao molho e mexa bem.
- Sirva na hora.

Fotos abaixo da postagem original, publicada em outubro de 2015.
Cheesecake "Queimado" com calda de amora e chantilly
Uma tentativa de um Burnt Basque Cheesecake natalino.
Quando criança, eu amava o final do ano, e a época do Natal. Era por causa das férias escolares, dos presentes aninhados sob a árvore enfeitada. Era também por montar a árvore de Natal - minha mãe tinha uma feita de suporte de arame com papel verde escuro, bolas de vidro vermelhas, e luzes pisca-pisca. Era pela relação afetiva com a comida farta na mesa, num momento íntimo de celebração com minha família. As músicas, o jingle bell, o papai noel, e todo clichê distribuído pela overdose de luzes, me traziam uma sensação de felicidade instantânea, numa euforia de ver o ano terminar para começar um novo.
Hoje, se eu pensar bem, eu continuo a adorar essa data justamente pela reconexão dessas memórias sensoriais que me trazem o conforto familiar da lembrança. Até hoje eu tenho uma mania estranha de colocar músicas natalinas para me animar em qualquer época do ano (pessoa estranha sim, prazer!).
Mesmo quando passo essa data longe da família, sem presentes ou grandes celebrações, essa período me convida a entrar numa espiral de acolhimento dessas recordações; a desacelerar para realmente me recolher do mundo. Busco estórias que me reconectem com camadas mais profundas.
Fim de ano também não deixa de ser uma transição e um fim de ciclo: parar para medir os feitos e não-feitos do ano que já se vai, e se preencher de satisfação por ter tentado seu melhor.
Esse ano trago essa receita, além de verdades: foi uma tentativa de uma “Burnt Basque Cheesecake” que, apesar de não ter ficado tão queimado como deveria (por conta do forno que não está regulando bem a temperatura), ficou uma delícia. Incrementei com chantilly e calda de amoras. Montei uma mesa com uma decoração improvisada para uma celebração singela do Natal.
Uma receita que tem leveza e densidade traduzidas numa cremosidade única. Ainda assim, uma receita simples para brindar uma noite de Natal de conforto e nostalgia.
Acabo de estrear um canal no Youtube, e devo compartilhar por lá vídeos de receitas e de cenas cotidianas por aqui. O cheesecake foi a estrela do vídeo. Espero que você me acompanhe por lá também.
Cheesecake "Queimado" com calda de amora e chantilly
Tentativa de um Burnt Basque Cheesecake que ficou delicioso.
Rendimento: 8-10 porções
Tempo de Preparo:
Tipo de Prato: sobremesa
Ingredientes
para o cheesecake
- 450g de cream cheese
- 2/3 de xícara de açúcar cristal
- 1 colher de sopa de extrato de baunilha
- 4 ovos
- 3/4 de xícara de creme de leite fresco
- 1/4 de xícara de farinha de trigo
para a calda
- 200g de amoras
- 1/3 de xícara de açúcar cristal
- suco de 1 limão
para o chantilly
- 200ml de creme de leite fresco
- 4 colheres de sopa de açúcar refinado
Modo de Preparo
para o cheesecake
- Na batedeira, junte o cream cheese, açúcar e baunilha e bata bem por uns 3 minutos até virar um creme homogêneo e fofo.
- Adicione os ovos e bata apenas até incorporar.
- Junte o creme de leite e misture rapidamente.
- Por último, junte a farinha e bata apenas até incorporar.
- Numa fôrma redonda de aro removível (a minha tem 18 cm) passe manteiga e forre com papel manteiga (círculo no fundo e uma tira nas laterais).
- Despeje a massa líquida na fôrma e leve para assar em forno pré-aquecido a 250C graus.
- Asse por uns 20 minutos vá observando que a massa esteja escurecida, e diminua a temperatura para 180C graus e asse por mais uns 20 minutos.
- Quando perceber que a massa está firme por dentro (não fure!) pode retirar do forno.
- Deixe esfriar e leve à geladeira por umas 5 horas. Sirva com a calda e o chantilly.
para a calda
- Coloque os ingredientes numa panelinha e leve ao fogo médio.
- Deixe ferver, misturando de vez enquando, até espessar.
- Retire do fogo e deixe esfriar.
para o chantilly
- Bata o creme com o açúcar até virar chantilly. Cuidado para não bater demais e ele virar manteiga!

Chocotorta ou Torta Chocolina
Receita tradicional argentina.
Fazia um tempão que eu não sonhava, ou não me lembrava de ter sonhado ao acordar. Mas nas últimas semanas parece que algo aconteceu e eu sonhei um tanto de coisas sem parar, todos os dias, às vezes mais de um sonho num sono só. Deixei até um caderninho do lado da cama, para anotar quando acordava. Só que todos os dias, quando abro um olho, vejo o Gabriel mexendo no celular recostado na cabeceira. Ele sorri para mim, a gente fica de gracinha, um tirando sarro do outro quando acorda - não sei bem porque a gente faz isso - só sei que a gente sempre termina dando um tanto de risadas, se abraça e se beija, e eu logo me esqueço do que sonhei.
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As fotos abaixo fiz há mais de um ano, mas acabei não publicando a receita na época.
Tortinha Clássica de Morango
Fim de um ciclo e dias especiais.
Depois de uma semana corrida, estou de volta ao sítio. Quem me acompanha no Instagram viu que aconteceu, no último sábado, o Workshop Bolo, Câmera, Ação, organizado pela Camila Dutra do Feitocom.Amor. Quando ela anunciou o encontro mês passado, as vagas se esgotaram em 2 dias e, desde então, começou meu desvario em preparar o material. Ela me convidou a falar sobre fotografia e processo criativo, foram quase 20 pessoas me escutando por 2 horas. Esse passo foi tão importante para mim - e o retorno tem sido tão bacana de quem participou - que voltei cheia de idéias e projetos na cabeça. Tenho sentado todos os dias na frente do computador e criado novamente. Fazia tanto tempo que não me sentia tão inspirada. Aguardem mais cursos pela frente - Assina a newsletter na HOME se quiser estar entre os primeiros a saber das próximas novidades.
E durante essa ida por SP, encerramos também a casa que tínhamos lá. Terminamos de trazer as últimas caixas, entregamos as chaves e a casa vazia. Deu aquele aperto no coração: ver um ciclo se fechar. Fui muito feliz naquela casa, tanta coisa aconteceu em 13 anos, muita festa, muitos encontros. Tanta gente passou e morou por lá - a casa funcionava como uma espécie de comunidade, com quase 10 pessoas morando juntas. Mas gosto de pensar que isso também faz parte do estilo de vida que adotamos: reduzir e simplificar.
Ao voltar para minha cozinha, também quis fazer algo especial para o blog, afinal tudo começou 6 anos atrás aqui. Quis fazer uma receita que sempre tive vontade: Tortinha Clássica de Morango. Reluzentes nas vitrines de padarias, sempre tão convidativas, apesar de nem sempre tão gostosas. Essa aqui ficou perfeita. Massa crocante, creme de baunilha, morangos orgânicos pequenos, e calda brilhosa perfumada. Fazer esse tipo de receita sempre tem um significado dentro de mim. Botar o avental, separar os ingredientes, amassar a farinha e a manteiga com os dedos, chegar na textura perfeita e aveludada do creme pâtissière, detalhe, com extrato de baunilha feito por mim.
Se eu volto alguns anos atrás, tudo isso parecia tão distante da minha vida. E hoje, tão simples e rotineiro. Esse é o tipo de conquista que gosto de comemorar: a de comer uma tortinha de morango feita com amor e por mim.
Tortinha Clássica de Morango
Massa crocante, creme de baunilha, morangos orgânicos e calda brilhosa e perfumada. Item sempre reluzente em padarias, mas nem sempre tão gostosas. Essa você pode fazer sem medo na sua casa que vai ficar uma delícia. Receita adaptada da Rainha da Cocada, Raiza Costa.
Rendimento: 6-8 porções
Tempo de Preparo:
Tipo de Prato: chá da tarde, sobremesa
Ingredientes
para a massa
- 200g de farinha de trigo
- 30g de açúcar refinado
- 100g de manteiga gelada sem sal
- 1 ovo
- pitada de sal
para o creme
- 120ml de leite
- 120ml de creme de leite fresco
- 20g de maisena
- 2 gemas
- 45g de açúcar
- 2 colheres de sopa de extrato de baunilha
para a cobertura
- 120g de morangos (orgânicos de preferência)
- 70ml de água + 2 colheres de sopa
- 100g de açúcar
- raspa de 1 limão
- raspa de 1 laranja
- 12g de gelatina incolor em pó (!/2 pacote)
Modo de Preparo
para a massa
- Num recipiente, junte os ingredientes secos e misture: farinha, açúcar e o sal.
- Com um ralador grosso, rale a manteiga - ela deve estar firme, recém tirada da geladeira - sobre a mistura de farinha, aos poucos. Ou seja, parando para amassar.
- Amasse com os dedos como se estivesse esfarelando, a idéia é que não fiquem grumos de manteiga inteiros.
- Quando estiver bem esfarelado, junte o ovo batido e aperte a massa, só até juntar tudo numa bola uniforme.
- Enrole em papel filme e leve à geladeira por 1 hora.
- Abra a massa numa fôrma redonda de torta, apertando com os dedos mesmo. Itilizei uma de 18cm de diâmetro e outra pequena de 10cm. A idéia é que ela não fique muito grossa, para assar por igual e ficar crocante.
- Perfure todo o fundo da massa com um garfo e leve ao congelador por uns 10 minutos.
- Asse em forno pré-aquecido a 200C graus, por uns 40 minutos ou até que as bordas estejam douradas.
- Retire do forno e deixe esfriar.
para o creme
- Leve o leite e o creme de leite numa panelinha em fogo médio até levantar fervura e desligue o fogo.
- Numa tigela, junte os ovos e o açúcar e bata até virar um creme esbranquiçado. Adicione a maisena e bata bem.
- Verta uma concha do leite quente sobre a mistura de gemas e misture vigorosamente.
- Junte a mistura no restante do leite e leve ao fogo médio, misturando bem sempre, até engrossar (uns 3-5 minutos).
- Adicione o extrato de baunilha e misture. Reserve até esfriar. - Dica: misture de vez em quando, enquanto esfria, o creme com um fouet para não formar aquela película por cima.
- Despeje o creme frio sobre a massa também fria.
para a cobertura
- Hidrate a gelatina em 2 colheres de sopa de água fria.
- Numa panela, junte o restante da água, o açúcar, as raspas de limão e laranja. Leve ao fogo médio até ferver.
- Desligue o fogo e deixe esfriar um pouco. Junte a gelatina hidratada, misture bem e reserve até estar fria.
- Corte os morangos e disponha sobre a torta.
- Pincele a calda brilhosa sobre os morangos e leve a torta à geladeira, por 1 hora antes de servir.

Torta de Noz Pecã e Maçã Verde
Não há nada que descreva tão bem o inverno como o perfume de canela saindo do forno.
Lembrei de um dia, quando uma amiga (a Elke) veio me visitar aqui no sítio. Na ocasião, quem cozinhara a maior parte dos pratos tinha sido o Gabriel, inclusive, a sobremesa, uma torta de maçã. Ela tirou sarro da minha cara: "quem tem blog de receitas é você, mas quem cozinha é o seu marido?!” A gente riu pacas e o Gabriel aproveitou para me desdenhar, e eu tive que explicar que a receita da torta de maçã (um crumble na verdade), era receita vinda da Argentina, coisa de família.
Eu até cheguei a publicar essa receita por aqui, mas parece que ela se perdeu, acabei de olhar na listagem e o link está quebrado e não encontro mais o conteúdo. :(
A verdade é que eu nem sempre cozinho por aqui, a gente divide bem as tarefas. Quando estamos sem tempo, geralmente ele faz um grelhado, legumes e carne no fogo. Tem dias que estou com muita preguiça, ou muito cansada, e ele carinhosamente cozinha para a gente. Tudo isso para dizer que a gente prepara nossa comida por aqui todos os dias sim, mas nem sempre sou eu que faço tudo, amém. Agora lavar a louça, eu lavo todos os dias, mas isso é porque sou chata e sou neurótica com minhas louças - e para falar a verdade eu gosto de lavar.
Essa receita é incrivelmente deliciosa e invernal. Para mim, não há nada que descreva tão bem o inverno, como o perfume de canela saindo do forno. A receita foi inspirada na Torta de Pêras e Pecãs de Eva Kosmas Flores. - que faz as melhores fotos dessa internet, deus. Substituí a pêra pela maçã verde e fiz alguns ajustes por conta da acidez da fruta. Ela deveria se chamar então “Torta de Maçã Verde com Nozes Pecãs”, mas quando a gente comeu, apesar do gosto acentuado da fruta, as nozes se destacam por conta da quantidade colocada. Por isso re-batizamos a torta!
Por aqui, a temperatura tem chegado a zero. Geada e folhas que começam a secar e cair. Dias de fogão aceso, de lenha queimando o dia todo. Panelas grandes, caldos, carne de panela. Gosto de ter sempre uma xícara nas mãos, ver o vapor subir, e esquentar as mãos em volta dela. Fazer muitas receitas no forno, para manter a cozinha quente, e sentir o cheiro de torta assando pela casa.
Gosto de me cobrir com uma manta, e sair a andar assim, com ela nas costas. Sempre com meias de lã nos pés. Gosto de sentar no chão de pedras, enquanto o sol bate forte, mas com seus raios ralos, desses que demoram a esquentar. O inverno é assim, cheio de coisas para a gente fazer, para se manter aquecido. Coisas demoradas, coisas que dão mais trabalho. O quentinho é algo que a gente sente no coração, do frio que faz fora.
Torta de Noz Pecã e Maçã Verde
Receita perfeita para o inverno. Perfumada e deliciosa. Inspirada na Receita de Eva Kosmas Flores.
Rendimento: 02 tortas médias (fiz uma de 18cm de diâmetro e outra de 25cm)
-
Tempo de Preparo:
Tipo de Prato: torta, chá da tarde
para a base
- 1 e 3/4 xícaras de farinha de trigo
- 1/4 xícara de açúcar cristal
- 1 colher de chá de canela em pó
- 1/2 colher de chá de sal
- 170g de manteiga sem sal
- 4-6 colheres de sopa de água gelada
- 1/2 ovo batido para pincelar
para o recheio
- 330g de maçãs verdes descascadas e picadas
- 1/2 colher de sopa de manteiga sem sal
- 1 maçã inteira para decorar
- 1 e 1/2 ovo batido
- 1/2 xícara de açúcar cristal
- 1/4 xícara de iogurte
- 1/4 xícara de mel
- 1 colher de sopa de extrato de baunilha
- 3/4 colher de chá de sal
- 3/4 xícara de nozes pecãs
para a base
- Num recipiente, junte os ingredientes secos e misture: farinha, açúcar, canela em pó e o sal.
- Com um ralador grosso, rale a manteiga - ela deve estar firme, recém tirada da geladeira - sobre a mistura de farinha, aos poucos. Ou seja, parando para amassar.
- Amasse com os dedos como se estivesse esfarelando, a idéia é que não fiquem grumos de manteiga inteiros.
- Quando estiver bem esfarelado, junte 4 colheres de sopa de água gelada e aperte bem a massa. Se necessário, adicione as 2 colheres restantes.
- A idéia é que a massa fique bem concisa e talvez um pouco pegajosa.
- Amasse bem por uns 30 segundos e forme uma bola.
- Enrole em papel filme e leve à geladeira por uns 30 minutos.
para o recheio
- Numa frigideira, derreta a manteiga em fogo alto e adicione as maçãs picadas.
- Refogue as maçãs, até que elas estejam douradas e macias, por uns 7 minutos. Deixe esfriar e reserve.
- Num recipiente, misture os ovos, açúcar, iogurte, mel, baunilha e o sal.
- Junte as nozes pecás - pode quebrar algumas com as mãos antes de adicionar - e as maçãs frias. Misture bem.
- Para decoração, descasque a maçá e corte no sentido longitudinal em 4 partes. Retire as sementes. Vá cortando fatias finas, mantendo a parte superior sem cortar. Depois abra como um leque, com cuidado.
- Disponha numa assadeira untada com manteiga e leve para assar num forno pré-aquecido a 180C graus, por uns 15 minutos, até que se sequem um pouco. Deixe esfriar e reserve.
para a montagem
- Abra a massa com um rolo, numa superfície levemente enfarinhada, até ficar com uns 3mm de espessura.
- Disponha sobre as fôrmas.
- Recheie com a mistura de nozes e maçà.
- Coloque os "leques" de maçã por cima de tudo.
- Enrole as bordas da torta e pincele-as com o ovo batido.
- Leve para assar em fôrno pré-aquecido a 180C graus, por uns 45 minutos, até que esteja dourada.
- Deixe esfriar antes de servir.

Pão Australiano do Outback
Fofinho e docinho.
Fazer pão foi uma das coisas que aprendi aqui no sítio. Tanto pela falta de qualquer vizinhança num raio de quilômetros, quanto pelo amor por pães do Gabriel. Nada de fermentação natural, nem horas de sova. O mais simples: sovando um pouco na mão e o restante na batedeira mesmo, deixando a massa descansar do lado da lareira acesa.
Parênteses. O primeiro pão que aprendi aqui foi o Challah, receita da querida Gória. Depois disso, fui testando outras receitas, tive até uma pequena janela de experiência com o levain, - que durou pouco, não vou mentir - infelizmente. Essa bola eu deixo para minha amiga Elke modelar. E, temos uma máquina de pão também que é uma belezinha para o dia-a-dia. Dá inclusive para programar para que horas quer que o pão esteja pronto. Mas quem usa mais é o Gabriel.
Ainda não é inverno, mas aqui parece que já é faz algumas semanas. Pelo vento que corta frio nosso rosto à noite, quando a gente vai espiar o céu. A cúpula estrelada que cai sobre a gente é quase como um beijo gelado de boa noite. Enquanto o pão assava no forno, e o aroma quente se espalhava pela casa misturado com o cheiro da lenha queimando, fui dar a última volta lá fora. Agasalhada e encolhida, fechei os olhos e fiz um pedido.
As coisas simples também são as mais valiosas. Como pão caseiro que tem seu valor justamente por ser feito em casa, e tudo que isso representa. É o cenário desenhado todos os dias, pelo olhar de quem quer viver pelos detalhes. São pequenos feitos que somados fazem a gente se sentir rico, de uma riqueza que dinheiro nenhum compra.
Há mil anos atrás, eu adorava o Outback, na verdade, aquela cebola empanada que levava você a tomar alguns litros de chope para acompanhá-la. Nunca mais voltei, por anos, e a cebola ficou na minha lembrança. Recentemente, passando em frente, com fome, decidi resgatar o prato das recordações. Infelizmente, a memória boa continuou no passado: a cebola não era mais a mesma, não veio tão grande como eu me recordava, na verdade, veio pequena mesmo. Também não estava tão crocante, nem tão gostosa, o que foi bem decepcionante.
Mas para que não digam que sou só crítica, antes de servirem a cebola, trouxeram o couvert. Nele, serve-se um pão australiano, escuro com gosto acentuado de mel, acompanhado de uma manteiga cremosa. O pão salvou a noite, antes que ela ficasse ruim, e eu fiquei obcecada em encontrar a receita dessa delícia de pão.
A que elegi foi da Eline Prado do blog Mel e Pimenta. Que aliás, descobri que tem dicas e pratos ótimos - que comunidade maravilhosa é essa de blogueirxs de gastronomia na internet. A receita dela é uma adaptação publicada pela Bia Freitag do Desafios Gastronômicos. Obrigada, meninas! Adoramos o resultado.
Aqui, fiz algumas alterações, por conta do que eu tinha na minha despensa, ficou ótimo, e devo continuar minhas experiências sobre o pão, pois quero que ele fique bem escuro, bem fofinho e com bastante gosto de mel.
Quem tiver dúvidas em moldar o pão, assiste a este vídeo do Luiz Américo.
Faz tempo que não deixo sugestões de filmes ou seriados, até porque a Netflix tem me cansado demais, tenho achado as produções originais bem pouco originais; bem ruins, para ser sincera: vê-se que se gastou muito dinheiro com produção, mas pouco em roteiro ou em criar qualquer coisa que valha. Umas histórias fracas, sem pé nem sentido. A sensação que eu tenho é que eles tentam tornar tudo um capítulo de Black Mirror. Saturada, decidi voltar aos básicos, neste caso, à HBO.
Assisti Chernobyl, que me chocou à beça. É um chute no estômago, como a falta de um tiro de misericórdia pela humanidade. É também uma obra-prima de fotografia, com atuações excelentes. Impossível não pensar nas realidades controladas de Orwell em tantas cenas ali. Assisti em dois dias, e fiquei mal. Piorei quando descobri no mapa que Angra II está a 30 km de distância de casa.
O retrato da burocracia arrogante do governo soviético me deixou a pensar sobre o quanto realmente estamos seguros sob a proteção do Estado que deveria zelar pela vida. Os desastres de Mariana e Brumadinho estão aí para escancarar a falta de capacidade das instituições (públicas ou privadas), com lama derramada sobre sangue. Pensar que ainda tem gente que defende o uso de energia nuclear, sendo que nem barragens hidroelétricas foram capazes de manter sob segurança. E isso, nada tem a ver com comunismo ou capitalismo, pelamor, tem a ver com a incapacidade e estupidez humana mesmo.
No momento, estou assistindo a Big Little Lies, que tem atrizes ótimas, história bem narrada, e dá para levar bem, com humor. Estava com saudades das produções do David E. Kelly, e por enquanto (estou a 2 capítulos para terminar a primeira temporada) não tenho nada a reclamar da série, ao contrário, estou adorando. E Meryl Streep está na segunda temporada, então as expectativas são boas.
Pão Australiano do Outback
Receita original do blog Mel e Pimenta e Desafios Gastronômicos, com adaptações.
Rendimento: 02 pães médios
-
Tempo de Preparo:
Tipo de Prato: pão, entrada, chá da tarde
- 360g de farinha de trigo
- 70g de farelo de trigo
- 3 colheres de sopa de cacau em pó
- 1/4 de xícara de mel
- 4 colheres de sopa de açúcar mascavo
- 1 colher de sopa de fermento biológico seco
- 30g de manteiga derretida
- 300ml de água morna
- 1 pitada de sal
- fubá para polvilhar
- Dissolva o açúcar mascavo e o fermento em metade da água morna, num recipiente pequeno e reserve.
- Junte todos os ingredientes secos numa tigela, e deixe um buraco no meio.
- Adicione à mistura do fermento, o mel e a manteiga.
- Vá incorporando os ingredientes com a ponta dos dedos, juntando o restante da água se necessário.
- Sove bem a massa por uns 5 minutos. Eu coloquei na batedeira com o batedor gancho e sovei por lá.
- Deixe a massa descansando num bowl por 1 hora, tampado com filme plástico ou um pano. Se possível deixe num local aquecido, protegido da luz e de qualquer corrente de ar.
- Quando a massa estiver crescida, molde os pães como preferir. Eu dividi a massa em duas partes e fiz dois pães.
- Para moldar, abro a massa, e vou dobrando várias vezes. Coloquei um link para um vídeo ensinando a moldar na postagem acima.
- Faça cortes diagonais com uma faca bem afiaca, no topo do pão. Polvilhe a assadeira e os pães com fubá.
- Cubra e deixe descansar por mais 1 hora, para crescer.
- Leve para assar em forno pré-aquecido a 180C graus, e asse por uns 35-40 minutos.
- Deixe esfriar numa grade.

Budín Ingles da D. Stella
Essa é uma dessas idéias que estão se espalhando pela web. Ao invés de presentear com um panetone, uma fôrma de bolo inglês caprichada e feita com todo carinho por você mesma.
Essa é uma dessas idéias que estão se espalhando pela web. Ao invés de presentear com um panetone, uma fôrma de bolo inglês caprichada e feita com todo carinho por você mesma. Nenhuma novidade, até aqui. Minha contribuição fica por conta da receita, que vem da minha sogra, uma argentina de 93 anos, que há 6 anos atrás, me ensinou a assar meu primeiro bolo. Só não daria para imaginar que essa receita seria imbatível pelos 6 anos seguintes e, ao que tudo indica, muitos outros pela frente.
Sem exagerar, já experimentei e publiquei outras tantas boas receitas por aqui de bolo. Mas esta não tem competição. A primeira vez que experimentei, fiquei totalmente obcecada; não conseguia parar de comer, daquele jeito que você perde a vergonha, mas não a gula. Minha sogra arregalava os olhos, levantava uma das sobrancelhas e dizia “mirá como come esta chica!”, enquanto eu cortava o terceiro pedaço, já pensando no quarto.
Lembro até hoje, ela abrindo aquele livro de capa dura, antigo de páginas soltas, rasgadas e amareladas. Buscava a receita do “budín ingles” e separava os ingredientes rigorosamente bem mensurados. E dizia “podés incrementar con lo que quieres: pasas de uvas, nueces, o chocolate! queda muy rico”. E eu não imaginava o quanto essa receita poderia modificar minha vida, más allá del paladar.
Para quem não sabia cozinhar absolutamente nada, como já contei algumas vezes por aqui, esse rito de iniciação na cozinha, despertou algum desejo inconsciente dentro de mim. Talvez pelo choque de gerações e culturas, talvez algo ancestral do arquétipo feminino do encontro de duas mulheres na cozinha, talvez por encontrar algo que eu nem sabia que procurava tanto.
Essa receita portanto é um tanto sagrada para mim. É de ocasiões especiais, é de se comer até a última migalha na assadeira. É o meu presente compartilhado com muito carinho neste natal para quem, assim como eu, vê muito valor nessas raras preciosidades da vida.
Budín Ingles da D. Stella
- 250 gramas de manteiga sem sal amolecida
- 01 xícara de açúcar cristal
- 04 ovos
- 02 xícaras de farinha com fermento
- 01 colher de chá de extrato de baunilha
- nozes, amêndoas, castanhas, uvas passas, damascos, frutas cristalizadas e chocolate.
Bata bem a manteiga com o açúcar até se formar um creme (por pelo menos uns 5 minutos). Junte os ovos, um a um, batendo bem após adicioná-los. Junte a farinha e apenas misture até ficar homogêneo.
Desligue a batedeira e junte o extrato de baunilha e as frutas e castanhas picadas. Misture bem. Numa fôrma untada retangular ou com furo no meio coloque a mistura. Leve para assar num forno pré-aquecido à 180 graus e deixe por pelo menos 1 hora e 10 minutos, ou até que fique dourado. Apague o fogo e deixe o bolo dentro do forno até que esfrie para deixar a massa mais sequinha. Se você fizer de noite, após apagar o forno, deixe dentro de um dia para outro.
Feliz Natal!
Para presentear, prefira a fôrma retangular. Utilize papel manteiga ou de seda, barbantes coloridos e adesivos para enfeitar e personalizar seu presente.