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Manjar de Coco com Calda de laranja-azeda

Da tradição ao improviso.

Há tempos não me animava a fotografar. Os equipamentos ali na mochila, o tripé no canto da sala. E eu desviava pelo outro lado do salão para não me dar de cara com eles. Às vezes arrastava a mochila de um lado para outro, como se fosse uma caixa de tralhas sem uso.

É incrível como a gente se convence de que a vida, para ser boa de verdade, tem que ter entusiasmo em tudo aquilo que se faz. Que fazer tudo com amor, signifique estar sempre disposto, disponível e à disposição, do que quer que seja. E a realidade é que minhas fibras são bem menos resistentes do que eu gostaria.

Eu flutuo em ciclos, eu oscilo em ondas, e eu nem sempre sou legal comigo. Ainda que eu esteja aprendendo aos 37 anos, como eu funciono e negociando constantemente comigo mesma. A vida solitária nas montanhas parece fácil. E é. Difícil é ter que conviver comigo mesma, às vezes.

Mas então, na sexta, a inspiração voltou. Como se do nada, um golpe me tomasse. Me animei a abrir a despensa e tirar os mantimentos das estantes. No sábado, foi dia de manjar. No domingo, de bolo de fubá. Terça-feira, pesto. Carreguei as baterias da câmera. Ajustei as lentes. Fiz um carinho nelas. Tive saudades. É através delas que meu mundo fica mais bonito.


Fiz um manjar de coco na sexta-feira à noite, para desenformar no sábado. Adoro manjar, detalhe: sem muito amido, mas numa consistência boa para desenformar firme e fazer bonito. A calda de damascos com água de laranjeira é boa, mas o sabor floral da versão libanesa me cansa um pouco. Meu coração é do tradicional português, com calda de ameixas secas, que tem gosto de festa de domingo na casa das tias.

Em casa, não tinha nem damascos, nem ameixas. Tinha uma jarra de doce de laranja-azeda do Gabriel. Um almibar delicioso, translúcido e âmbar, que escorreu feito joia líquida sobre a alvura do manjar de coco. A tradição ficou para outro dia. A gente pôde se deliciar com o sabor do improviso.


Manjar de Coco com Calda de laranja
Manjar de Coco com Calda de laranja
Manjar de Coco com Calda de laranja
Manjar de Côco com calda de laranja
Manjar de Coco com Calda de laranja
Manjar de Coco com Calda de laranja
Manjar de Coco com Calda de laranja
Manjar de Coco com Calda de laranja

Manjar de Coco com Calda de laranja-azeda

Um manjar de coco com uma calda diferente e improvisada.

  • Rendimento: 10 - 15 porções

  • Tempo de Preparo:

  • Tipo de Prato: sobremesa

Ingredientes

para o manjar

  • 400ml de leite de coco
  • 200ml de leite integral
  • 1/3 de xícara de chá de açúcar cristal- 70g
  • 6 colheres de sopa de maisena - 55g
  • 1/2 xícara de chá de coco ralado - 50g

para a calda

  • 1 laranja-azeda
  • 2 xícaras de chá de açúcar cristal

Modo de Preparo

para o manjar

  1. Dissolva a maisena no leite.
  2. Coloque numa panela o leite de coco, o leite com o amido dissolvido e o açúcar.
  3. Leve ao fogo baixo, misturando sempre, por uns 10-15 minutos.
  4. Quando começar a engrossar e ferver, apague o fogo e continue misturando sempre. Utilize um fouet, para não empelotar. O creme deve ficar numa consistência de mingau mole.
  5. Adicione o coco ralado e misture bem.
  6. Despeje numa forma untada com óleo e deixe esfriar.
  7. Leve à geladeira por umas 8 horas.
  8. Desenforme.

para a calda

  1. Tire a casca (mas preserve um pouco da parte branca), retire o excesso de pele dos gomos, e corte a laranja em pedaços grandes.
  2. Leve para cozinhar em fogo baixo, por cerca de uma hora, cuidando para a calda não queimar, e chegar numa consistência de calda.
  3. Deixe esfriar.
  4. Coar 1 xícara de chá da calda e leve à geladeira.
  5. Escorra sobre o manjar na hora de servir.
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Pêssegos ao Vinho Rosé

Essa receita é de pêssegos em calda caseiros, feitos no vinho, tem a cara e o frescor do verão.

Passamos o Natal aqui em casa, no sítio, com pouca gente (minha irmã Débora e meu cunhado Léo), coisa bem simples, mas bem gostosa. O Gabriel assou um cordeiro na churrasqueira, fiz um ratatouille para Lucy que é vegetariana, tomamos muito vinho e umas caipirinhas de saquê com lichia, enquanto jogávamos uma partida de War. De sobremesa, sorvete de nata e de gianduia.

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A gente estreou a sala, já que o sofá chegou a poucos dias, a casa ficou com uma cara de aconchego e pronta para receber visitas. A virada do ano também foi aqui em casa, passamos só eu e o Gabriel (e os cachorros), brindamos com vinho também, e fomos para a cama cedo, assistir um filme na tevê. Foi tudo bem normal, como tem sido nossa vida cotidiana aqui no sítio. A vida soa meio sem graça, se comparada aos grandes acontecimentos que a gente tinha antes de vir para cá.

Tem dias que dá mais preguiça que o usual, parecendo até desânimo de viver qualquer coisa que valha. Eu vivo para acordar e soltar os pintinhos (que já estão grandes), moer e passar meu café, tomar meu kefir, tirar as folhas secas das minhas flores, dar comida para os cachorros, pensar no almoço que é sempre quase janta. Responder e-mails e trabalhar no computador, dar uma volta pelo mato, se estiver calor, tomar um banho no rio, se estiver chovendo, ficar olhando as galinhas se aninharem debaixo dos arbustos. Essa é a minha rotina.

Agora, no verão, chove muito, quase todos os dias: aquela tempestade pesada, que vai e abre sol logo em seguida, para secar as poças que ficaram na varanda. A gente bebe vinho branco e rosé com muito gelo, dorme de janelas abertas para o vento gelado da Serra entrar, toma sol do lado da cachoeira e deita sobre as pedras quentes. Essa época do ano, geralmente eu estaria em Córdoba ou BsA, na Argentina, sofrendo com o calor de 40 graus à sombra, refletido nos asfaltos e concretos urbanos. Era um inferno, confesso, mas sinto saudades! Foram quase 8 anos passando as festas de final de ano por lá, hehehe.


Os planos para esse ano são muitos - como sempre - mas para o blog, pretendo publicar com mais freqüência. Esse lugar nutre meu coração e é sempre bom compartilhar receitas boas e estórias aqui da roça. Para quem sempre me pergunta, o curso de fotografia está começando a ser esboçado no papel, e quem sabe ele sai ainda no primeiro semestre (oremos!). Eu adoro finais de ano, mas tenho certa dificuldade com o início, para planejar e para começar a colocar o planejamento em prática. Ainda que é sempre gostoso sentir o frisson das possibilidades que um ano novo em folha traz. Mas a verdade é que me sinto cada dia mais como o poema de Mário Quintana. Continuo uma sonhadora nata, e adoro sonhar. Mas sei que muitos deles são ilusões e que cada dia me desprendo um pouco mais deles, deixando-os pelo caminho, sem sofrimento ou pesar.

E agora, com a casinha com um quarto de hóspedes pronto - e uma sala com sofá! - pretendo receber pessoas aqui em casa também. 2018, foi um bom ano de reclusão e de afastamento das relações externas, para me conectar mais comigo mesma. Mas é hora de recuperar os vínculos e laços de amizade e familiares, para viver uma vida mais conectada com as pessoas que amo também.


Essa receita é de pêssegos em calda caseiros, feitos no vinho, tem a cara e o frescor do verão. Usei rosé e branco, pois era o que tinha em casa. Utilizei os pêssegos aqui do sítio que ainda estão meio duros. Ficou uma delícia. O vinho praticamente evapora, e deixa uma cor maravilhosa. O perfume de baunilha inundou a casa, enquanto a calda borbulhava com as frutas na panela. É por esses momentos que pretendo viver 2019. Se fizer a receita, posta no instagram e me marca ou me conta por aqui como ficou!


Das ilusões
Meu saco de ilusões, bem cheio tive-o.
Com ele ia subindo a ladeira da vida.
E, no entretanto, após cada ilusão perdida...
Que extraordinária sensação de alívio!

- Mario Quintana -


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Pêssegos ao Vinho Rosé

Essa receita é de pêssegos em calda caseiros, feitos no vinho, tem a cara e o frescor do verão. O vinho praticamente evapora, e deixa uma cor maravilhosa. O perfume de baunilha inunda a casa, enquanto a calda borbulha com as frutas na panela.

  • Rendimento: 04 pratos

  • Tempo de Preparo:

Ingredientes
  • 06 pêssegos firmes
  • 01 xícara de vinho branco
  • 1/2 xícara de vinho rosé (pode usar tudo branco ou tudo rosé, se preferir)
  • 1/2 xícara de água
  • 04 colheres de sopa de açúcar cristal
  • 1/2 favo de baunilha (opcional, pode usar um pouco de extrato se não tiver o favo)
  • raspas de limão
  • folhas de erva cidreira

Modo de Preparo
  1. Descasque os pêssegos e reserve. - *Caso utilize pêssegos bem maduros, para descascar sem desmanchá-los, você pode fazer o seguinte: ferva uma panela com água (o suficiente para mergulhar os pêssegos). Coloque os pêssegos e ferva por 30 segundos. Retire-os em seguida, e coloque-os em água gelada. Retire a pele com as mãos.
  2. Numa panela, coloque o vinho, água, açúcar, baunilha e as raspas de limão, e leve ao fogo até ferver. Misture para dissolver o açúcar.
  3. Acrescente os pêssegos um a um - cuidado para não se queimar com o líquido quente!
  4. Cozinhe em fogo baixo, por uns 30 minutos (se os pêssegos estiverem bem maduros, cozinhe por menos tempo), ou até que estejam macios, virando-os de vez em quando.
  5. Deixe esfriar e leve à geladeira por umas 2 horas.
  6. Sirva gelado, com um pouco de creme ou iogurte. Coloque uma folhas de cidreira para acompanhar se gostar.
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Bolo de Chocolate Branco com Calda de Maracujá

Receita para o Portal Dedo de Moça

Passada a histeria coletiva em que se encontrava nossa nação, na qual eu me incluía, - desde horas a fio militando nas redes sociais à bate-boca em almoço de família - há de se deixar a poeira baixar e recuperar a vida perdida durante esses últimos meses. O que não quer dizer que a luta terminou, mas eu, pelo menos, peço trégua, e pretendo iniciar um novo ciclo em minha vida: com mais coerência entre atitudes e discursos no meu cotidiano.

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Chorei e me decepcionei demais no dia seguinte, pós-Segundo Turno. Separei muito joio do trigo, o que não quer dizer que excluí amizades que apoiaram o candidato da oposição, mas a depender do tom do discurso e as justificativas para tal voto, eu optei por manter uma distância segura, por tempo indeterminado. E acredito que muita gente se afastou de mim, pelos mesmos motivos. Tem decepções que riscam demais o verniz dos nossos princípios, e colocam a gente em mundos separados e distantes. Infelizmente, não tenho solução para essas questões: eu poderia tecer um discurso de paz e distribuir tolerância e amor ao próximo, mas nas atuais circunstâncias, seria hipócrita e bastante desonesta comigo mesma.

Queria eu ter evoluído a ponto de não me abalar, saber o que é o certo, e fazer o que é o melhor para todos, mas estou longe disso. Ultimamente, tenho precisado, muito mais do que tenho tido disposição para dar. E nesse momento, confesso, tudo que eu precisava era de um abraço quente e algumas palavras gentis. Cumplicidade no olhar, dissolvida no silêncio caloroso de quem espera pacientemente a dúvida do outro. Sentir-me acolhida e aceita, independente de erros ou acertos. Aceitação incondicional, sem pré-julgamento ou qualquer tipo de viés político.



Ouça um bom conselho
Que eu lhe dou de graça
Inútil dormir que a dor não passa
Espere sentado
Ou você se cansa
Está provado, quem espera nunca alcança

Venha, meu amigo
Deixe esse regaço
Brinque com meu fogo
Venha se queimar
Faça como eu digo
Faça como eu faço
Aja duas vezes antes de pensar

Corro atrás do tempo
Vim de não sei onde
Devagar é que não se vai longe
Eu semeio o vento
Na minha cidade
Vou pra rua e bebo a tempestade

- Bom Conselho, Chico Buarque -


Essa receita foi publicada na minha estréia como co-criadora no Dedo de Moça, portal de receitas e dicas culinárias. Tem a doçura do chocolate branco e a acidez do maracujá. Um bolo à base de manteiga - a massa fica pesada e o melhor é comer no dia seguinte, que fica mais sequinha. Com a calda de maracujá, a combinação é perfeita. Você também pode substituir as gotas de chocolate branco pelo de chocolate comum.


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Bolo de Chocolate Branco com Calda de Maracujá

Receita para minha estréia como co-criadora no Portal Dedo de Moça. Tem a doçura do chocolate branco e a acidez do maracujá. Um bolo à base de manteiga - a massa fica pesada e o melhor é comer no dia seguinte, que fica mais sequinha. Com a calda de maracujá, a combinação é perfeita. Você também pode substituir as gotas de chocolate branco pelo de chocolate comum.

  • Rendimento: 10-15 porções

  • Tempo de Preparo:

  • Tipo de Prato: bolo, chá da tarde

Ingredientes

para o bolo

  • 220 gramas de manteiga com sal amolecida
  • 01 xícara de açúcar cristal
  • 4 ovos
  • 2 xícaras de farinha de trigo
  • 1 xícara de iogurte
  • 1 colher e meia de chá de fermento químico
  • 1 colher de sopa de extrato de baunilha
  • 120g de gotas de chocolate branco

para a calda

  • 180g de poupa de maracujá (aproximadamente 1 maracujá e meio)
  • 125g de açúcar cristal

Modo de Preparo

para o bolo

  1. Numa batedeira, bata bem a manteiga com o açúcar até formar um creme (por pelo menos uns 5 minutos).
  2. Junte os ovos, um a um, batendo bem após adicioná-los (20 segundos).
  3. Desligue a batedeira e adicione o iogurte e o extrato de baunilha.
  4. Junte a farinha peneirada com o fermento e apenas misture para incorporar e ficar uma massa homogênea.
  5. Misture metade do chocolate branco.
  6. Untar com manteiga e farinha, uma fôrma redonda com furo no meio. Se a assadeira for muito trabalhada como a minha, espalhe a manteiga derretida com um pincel e depois passe a farinha.
  7. Despeje a massa na fôrma e adicione o restante do chocolate por cima da massa.
  8. Leve para assar em forno pré-aquecido a 180C graus e deixe por pelo menos 1 hora e 10 minutos, ou até que fique bem dourado.
  9. Depois de apagar o fogo, costumo deixar o bolo dentro do forno até que esfrie para deixar a massa mais sequinha. Se você fizer de noite, após apagar o forno, deixe dentro de um dia para outro.

para a calda

  1. Numa panelinha, junte o açúcar e a polpa de maracujá e leve ao fogo baixo, misturando sempre, até virar uma calda.
  2. Sirva sobre o bolo, morna ou fria.
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Bolo de Chocolate Branco com Calda de Maracujá

para o bolo

  • 220 gramas de manteiga com sal amolecida

  • 01 xícara de açúcar cristal

  • 04 ovos

  • 02 xícaras de farinha

  • 01 xícara de iogurte

  • 01 colher e meia de chá de fermento químico

  • 01 colher de sopa de extrato de baunilha

  • 120g de gotas de chocolate branco

para a calda

  • 180g de poupa de maracujá (aproximadamente 1 maracujá e meio)

  • 125g de açúcar cristal

Modo de Preparo

Numa batedeira, bata bem a manteiga com o açúcar até formar um creme (por pelo menos uns 5 minutos). Junte os ovos, um a um, batendo bem após adicioná-los (20 segundos). Desligue a batedeira e adicione o iogurte e o extrato de baunilha. Junte a farinha peneirada com o fermento e apenas misture para incorporar e ficar uma massa homogênea. Misture metade do chocolate brando

Untar com manteiga e farinha, uma fôrma redonda com furo no meio. Se a assadeira for muito trabalhada como a minha, espalhe a manteiga derretida com um pincel e depois passe a farinha.

Coloque a massa na fôrma. Adicione o restante do chocolate por cima da massa. Leve para assar em forno pré-aquecido a 180C graus e deixe por pelo menos 1 hora e 10 minutos, ou até que fique bem dourado. Apague o fogo e deixe o bolo dentro do forno até que esfrie para deixar a massa mais sequinha. Se você fizer de noite, após apagar o forno, deixe dentro de um dia para outro.

Numa panelinha, junte o açúcar e a polpa de maracujá e leve ao fogo baixo, misturando sempre, até virar uma calda. Despeje morna ou fria sobre o bolo.

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Panquecas Dutch Baby

Para servir amor no café da manhã.

Receita de panquecas Dutch Baby. Para um dia de sol de manhã preguiçosa. Feito um abraço longo e silencioso. Com bocejo, enquanto se passa o café. Para servir amor, numa mesa farta e bonita.

Em tempos de intolerância, extremismos e declarações de ódio, é preciso cuidar para que a alma e o coração não sejam tomados pela tristeza e o desalento. É preciso afirmar todos os dias nosso compromisso com o amor.


Rir para não chorar. Nunca o vídeo de Monty Python, “As vantagens de ser um extremista” esteve tão atual.


Para quem quiser fugir das oscilações externas - e reconectar-se com o seu próprio silêncio - estarei de 12 a 15 de outubro, no Retiro de Meditação e Silêncio, conduzido pelo meu marido. Meu convite fica aqui!


“The main thing is to be moved,
to love, to hope, to tremble, to live.”

- Auguste Rodin -


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Panquecas Dutch Baby

04 porções

  • 03 ovos

  • 03 colheres de sopa de açúcar

  • 3/4 xícara de leite

  • 3/4 xícara de farinha

  • 01 colher de sopa de baunilha

  • 01 colher de chá de sal

  • 02 colheres de sopa de manteiga

  • Açúcar de confeiteiro para servir

Modo de Preparo

Coloque uma frigideira de ferro - ou de qualquer outra que possa ir ao forno - no forno a 220C graus, por uns 10 minutos.

Enquanto isso, faça a massa. Bata bem os ovos com o açúcar, até virar um creme esbranquiçado. Junte o leite e continue batendo. Adicione a farinha e bata apenas até incorporar. Misture a baunilha e o sal.

Retire com cuidado a frigideira quente do forno, e coloque a manteiga para que derreta e espalhe bem sobre ela. Despeje a massa e leve ao forno. Asse por uns 20 minutos. A panqueca irá crescer, inflar, dourar e depois murchar quando sair do forno. 

Sirva quente com o que preferir: creme batido, geléias, mel, frutas, granola. Eu servi com iogurte caseiro e morangos. Polvilhe açúcar confeiteiro por cima de tudo.

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Cinnamon Rolls

Os quereres de uma pessoa.

Últimos quinze dias de inverno e eu arrisco dizer que passamos fácil o frio da serra. Muita lenha no fogo, meias de lã, e de xícara quente nas mãos. Com o início de setembro, o sol volta a lamber quente o rosto - deu para tomar banho gelado no rio e deitar sobre as pedras mornas. Os brotos das dálias brancas já estão saindo da terra. Minha roseira deu o primeiro botão. Uma nova ninhada de pintinhos nasceu essa semana. 

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O mês de agosto é daqueles meses que a minha fina superstição pede para ficar quieta, sem muito alarde, nem grandes decisões. E foi assim que eu passei: cozinhando dentro do meu 7x7; teve biscoito de massa folhada, cinnamon rolls ou pãezinhos enrolados de canela, lasanha "à bolonhesa" caseira, risoto com o parmesão aqui da região, e cozido com carne de segunda na pressão. Ou então, trabalhando dentro de casa, em frente ao computador, ao lado da lareira. Já são quase nove meses de gestação da vida aqui no alto das montanhas, e a gente se molda todos os dias um pouquinho do cotidiano na roça, feito barro nas mãos de uma ceramista.

Tem gente que gosta do urbano, das linhas feitas de concreto, de viver a cultura que brota nas cidades grandes. Tem gente que gosta do mar, da água salgada ardida sobre a pele, areia nos chinelos e nos cabelos, dos coqueiros, e da brisa quente litorânea. Há gente como eu, que gosta do cerrado, de olhar para as montanhas, do isolamento de viver no mato. Tem gente ainda, que adora viver tudo isso, de momento em momento, com o pé na estrada, coração nômade, passaporte na mão e mochila nas costas. Há tantos diferentes quereres e não sei se eles definem uma pessoa, mas eu acredito que, se não definem, eles dizem onde nosso coração bate mais feliz. E acho que só isso já é uma boa definição sobre uma pessoa.

Meus quereres, por exemplo, de tão simples, chega a dar um pouco de vergonha, da falta de ambição que uma pessoa pode ter. Uma caixa de papelão cheia de pintinhos. Esperar o pão descansar e crescer, para então poder assar. Moer o grão do café antes de passar. Regar os bulbos das dálias, na esperança que amanhã apareça uma folha sobre a terra úmida. Ou passar nos correios, abrir a caixa postal, imaginando que a encomenda com a fôrma nova importada esteja ali depositada. Desses quereres, dá para saber, por exemplo, que meu apreço é por ficar na rotina da minha casa, esperando pelas coisas boas da vida acontecerem.


Eu nunca tinha feito cinnamon rolls antes. Procurei por várias receitas até escolher qual queria experimentar. Acabei misturando receitas diferentes, sem aquela calda escorrida, mas um pãozinho fofinho, com bastante recheio de canela e noz moscada. Enquanto assava, o cheiro doce ia tomando a casa toda, e a gente esperou salivando até sair do forno. Sentamos na mesa e acompanhamos com uma xícara de earl grey


E para não dizer que fiz pouca coisa, vi The Staircase em 2 dias e terminei com um nó na garganta, tendo certeza de que Michael P. é inocente. Vi e recomendo o filme dinamarquês A Comunidade, simples, sincero e divertidíssimo. E comecei a 4a temporada de Better Call Saul, um dos meus seriados prediletos.


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Cinnamon Rolls | Pãezinhos Enrolados de Canela

Um pãozinho fofinho, com bastante recheio de canela e noz moscada. Enquanto assa, o cheiro doce toma a casa toda, e a gente espera salivando até sair do forno. Acompanhe com um chá de earl grey.

  • Rendimento: 10 a 12 porções

  • Tempo de Preparo:

  • Tipo de Prato: pão, chá da tarde

Ingredientes

para a massa

  • 75g de manteiga amolecida
  • 70g de açúcar granulado
  • 250ml de leite
  • 10g de fermento biológico seco
  • 430g de farinha de trigo
  • 1/4 de colher de chá de noz-moscada ralada
  • 1/2 colher de chá de extrato de baunilha
  • 1/4 de colher chá de sal
  • 1 ovo para pincelar

para o recheio

  • 3 colheres de sopa de manteiga amolecida, tem temperatura ambiente
  • 1/4 de xícara de açúcar mascavo + 2 colheres de sopa
  • 1/4 de colher de chá de noz-moscada ralada
  • 1/2 colher de sopa de canela

Modo de Preparo

para a massa

  1. Esquente o leite até amornar (uns 37 C graus) e adicione o fermento biológico seco, e deixe por alguns minutos.
  2. Adicione o açúcar, manteiga e farinha e misture com as mãos até que a mistura torne se homogênea, desgrudando das mãos. - Se preferir, utilize a batedeira, com o batedor gancho, e sove a massa até que ela esteja bem lisinha e macia.
  3. Junte o sal, a noz moscada e o extrato de baunilha.
  4. Amasse mais um pouco, faça uma bola e cubra com um pano limpo.
  5. Deixe a massa descansando por 1 hora. Se estiver muito frio, você pode colocar dentro do forno (aquecê-lo antes por alguns minutos) e deixar a massa dentro dele desligado.

para o recheio

  1. Misture todos os ingredientes do recheio numa tigela.
  2. Abra a massa numa superfície lisa com farinha.
  3. Faça um retângulo e deixe a massa com aproximadamente 0,5cm de altura.
  4. Espalhe o recheio sobre a massa com uma colher ou um pincel.
  5. Enrole delicadamente, como um rocambole.
  6. Corte rodelas de aproximadamente 7cm, com uma faca bem afiada.
  7. Disponha lado a lado os rolinhos sobre uma assadeira redonda, com papel manteiga.
  8. Cubra com um pano e deixe descansar e crescer por uns 40 minutos.
  9. Pincele um ovo batido e polvilhe açúcar.
  10. Leve para assar por uns 25-30 minutos, ou até que estejam assados e dourados.
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Bolo Mármore de Baunilha e Chocolate

Memórias de inverno.

O frio chegou finalmente aqui nas montanhas. Foi na terça-feira que choveu o dia todo, trazendo o inverno para a Serra. A gente acende o fogão à lenha pela tarde, junto com a lareira, para se encerrar no final do dia dentro da casinha. Mesmo com o frio, eu confesso que gosto de sair de vez em quando, para dar uma espiada nas estrelas à noite, sob o vapor condensado da respiração, e de sentir o ar gelado entrando nos pulmões. Gosto também de entrar dentro de casa e sentir o contraste quente do interior da casa, de correr para as cobertas e, então, despausar o seriado.

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Quando eu penso nas escolhas que me trouxeram até essa vidinha bucólica, nos acasos, na sorte e nas oportunidades, eu sinto que a vida é um presente, e a gente tem que fazer dela o melhor que a gente pode. É uma obrigação buscar a felicidade hoje, entender o que o coração quer te mostrar e ser honesto com sua própria alma. Todo mundo tem direito de ser feliz.

E quando o Gabriel, voltou da caminhada do mato, com um ramo de flores silvestres brancas, feito sinos, viradas para baixo, eu me senti na obrigação de devolver o agrado na mesma altura. Faz dias que ele vinha me pedindo pelo bolo "marmorado" que minha sogra costumava fazer quando ele era criança, bolo mesclado de baunilha e chocolate. Além de não ter a receita dela - e de ela não estar viva para me passar nenhuma - chegar perto de memória de paladar da infância do marido é algo que você nem precisa começar para saber que já falhou.

Não me intimidei. Eu nunca tinha feito um bolo marmorado na minha vida, mas de repente, senti que não deveria buscar receita nenhuma. Quis pensar em como D. Stella teria me ensinado a receita, se ela estivesse viva, virando as folhas amarelas de seu caderninho desfolhado, com seus dedos finos de bruxa velha. Me inspirei no seu Budín Inglês amanteigado, substituindo parte da manteiga pelo leite, para deixá-lo mais fofinho. Uns ajustes na quantidade de ovos, cacau e baunilha. E o bolo ficou espetacular.

Não é mentira que repeti duas vezes a receita durante a semana. Para acompanhar o inverno da Serra, e uma xícara de café quente nas mãos, não teve coisa melhor. Se você ainda tem dúvida de que a felicidade está nas pequenas coisas, é porque ainda não experimentou esse bolo. Ou talvez não tenha um marido que saiba que você ama flores. Nada pode ser tão gostoso quanto agradar quem você ama.


Ando viciada nos seriados de Star Trek. Lembro de quando criança, que meu pai era fã e não perdia um episódio na TV. Eu não entendia bem na época, mas ficava do lado dele no sofá, assistindo e ouvindo ele me contar sobre viagens no espaço e histórias de ficção científica. Hoje, ao ver os capítulos, ainda que bastante pitorescos e de atuações duvidosas, existe algo nas histórias que me traz um sentimento bom e nostálgico, como o bolo de mármore das memórias do Gabriel.


E o blog ganhou nova roupagem, mais uma vez. Eu gosto de mudar o layout, revisar os arquivos, encontrar um tanto de fotos e descobrir uma cara que faça mais sentido para o momento. É quase um corte de cabelo novo, que você olha no espelho e acha que agora está a sua cara. 


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Bolo Mármore de Baunilha e Chocolate

Uma receita inspirada no caderno de folhas soltas e amareladas da D. Stella, metade baunilha, metade chocolate. Espetacular.

  • Rendimento: 10 a 12 porções

  • Tempo de Preparo:

  • Tipo de Prato: bolo, bundt, chá da tarde

Ingredientes
  • 150g de manteiga com sal amolecida (em ponto de pomada)
  • 1 xícara de açúcar cristal
  • 3 ovos
  • 2 xícaras de farinha de trigo
  • 1 e 1/2 colher de chá de fermento químico
  • 1 xícara de leite + 1 colher de sopa
  • 2 colheres de sopa de extrato de baunilha
  • 3 colheres de sopa de cacau em pó

Modo de Preparo
  1. Bata bem a manteiga com o açúcar na batedeira até se formar um creme esbranquiçado (por pelo menos uns 5 minutos).
  2. Junte os ovos, um a um, batendo bem após adicioná-los (20 segundos).
  3. Desligue a batedeira e junte aos poucos a xícara de leite e a farinha com o fermento. alternando-os, e misturando delicadamente, apenas até estarem bem incorporados.
  4. Divida a massa em 2 metades.
  5. Em uma adicione o extrato de baunilha e misture.
  6. Na outra metade, adicione o cacau em pó e a colher de leite, e misture até ficar homogêneo. 
  7. Unte uma fôrma retangular (dessas de pão de fôrma) com manteiga e farinha.
  8. Despeje alternadamente a massa na fôrma para que fique mesclado.
  9. Leve para assar em forno pré-aquecido a 180C graus e asse por 50 minutos, ou até que fique bem dourado.
  10. Apague o fogo e deixe esfriar dentro do forno.
  11. Desenforme frio.
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Muffins de Banana

e o que a vida na Serra quer da gente

São 4 meses vivendo no meio do mato. No aconchego do frio gelado da Serra, com o cheiro de madeira queimando no fogão à lenha, dos mosquitos nas lâmpadas ao final do dia. De terra nos sapatos, das verduras e temperos frescos da horta, das funções bucólicas que a vida na roça requer da gente. Nossa adaptação foi absolutamente sem nenhuma necessidade importante, ou de fazer arrepender a mudança. Pelo contrário, não consigo pensar agora em nada que realmente me aqueça o coração de saudades da cidade grande, urbana, e quase civilizada. 

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A vida entre os pintinhos, da cachoeira de água gelada, de cozinhar todos os dias. É algo que conforta meus pensamentos, alegra meu coração e me faz reconhecer a felicidade. Daquela que é cultivada diariamente, sem saltos ou sustos, de maravilhamento diário com a natureza generosa e feroz, da vida que pulsa verde e requer verdade para viver ao seu lado. Ela cura, mas pede sintonia, respeito e cuidado. 

Mas a verdade é que eu senti que o lugar foi me recebendo aos poucos, ainda que eu tenha amor por ele desde o primeiro dia. A gente que vem da cidade grande, carrega muita coisa desnecessária na alma, se atormenta com insetos e bichos do mato, é atravessado de neuroses diárias. É preciso dar conta do silêncio, das luas cheias de céu estrelado, do selvagem, do puro. 

Se eu trocaria essa vida por outra? Jamais. Não penso em nunca mais voltar a viver na cidade grande. Sei que ainda é cedo para uma afirmação tão convicta, mas a sensação é que demorei demais para me mudar, apesar de acreditar que as coisas aconteçam em seu devido momento. Então aproveito cada instante dessa vida presenteada, e me dou por satisfeita por mais uma tarde fria que se encerra aqui na Serra. 


A receita desses muffins de banana, é fácil e simples, não precisa de batedeira, por exemplo. Os ingrediente são os que tem sobrando em casa. A massa fica bem fofa, com uma farofa crocante por cima, e com a umidade perfeita por conta dos pedaços de geléia. O toque especial fica por conta do queijo ralado tipo parmesão, opcional, mas que dá um sabor especial aos bolinhos. Faz, que eu garanto que você não irá se arrepender. 

Para acompanhar o ar frio da Serra, a preguiça sem fim e um bom chá quente. Para completar: um quimono feito de tecido japonês do Studio Elke Noda, uma tarde na cama e série antiga/retrô de Star Trek no Netflix. Esse é meu tipo de vida. 


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Muffins de Banana

A receita desses muffins de banana, é fácil e simples, não precisa de batedeira, por exemplo. Os ingrediente são os que tem sobrando em casa. A massa fica bem fofa, com uma farofa crocante por cima, e com a umidade perfeita por conta dos pedaços de geléia. O toque especial fica por conta do queijo ralado tipo parmesão, opcional, mas que dá um sabor especial aos bolinhos.

  • Rendimento: 10 muffins

  • Tempo de Preparo:

  • Tipo de Prato: muffins, chá da tarde

Ingredientes

para a massa

  • 1 e 1/2 xícara de farinha de trigo
  • 1 colher e chá de bicarbonato de sódio
  • 1 colher de chá de fermento em pó
  • 3 bananas médias bem maduras
  • 1/2 xícara de açúcar cristal
  • 1 ovo
  • 1/3 xícara de manteiga com sal derretida (líquida)
  • 150g de queijo tipo parmesão ralado (opcional)
  • 10 colheres de chá de geléia de mirtilos (ou qualquer outra que tiver na sua geladeira)

para a farofa

  • 3 colheres de sopa de açúcar cristal
  • 2 colhers de sopa de farinha de trigo
  • 1 colher de chá de canela em pó
  • 1 colher de manteiga derretida

Modo de Preparo

para a massa

  1. Em uma tigela misture a farinha de trigo peneirada o bicarbonato de sódio e o fermento em pó.
  2. Em outro recipiente, amasse as bananas até virar um purê e misture com o ovo, açúcar e a manteiga líquida.
  3. Junte a mistura das bananas sobre a farinha e incorpore delicadamente, apenas até a massa ficar homogênea.
  4. Junte o queijo ralado. 
  5. Numa forma para muffins, unte com manteiga e farinha, ou coloque as forminhas de papel.
  6. Coloque a massa até preencher cerca de 2/3 das forminhas.
  7. Complete com uma colher de chá de geléia.

para a farofa

  1. Numa tigela, junte todos os ingredientes e misture bem até formar uma farofa. Se precisar adicione mais manteiga ou mais farinha para chegar na consistência.
  2. Coloque sobre a massa antes de levá-la ao forno.
  3. Leve a mistura ao forno pré-aquecido a 180° C, e asse por uns 25 minutos, ou até que a massa esteja dourada e cozida. 
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Challah

Receita original de Gória Huk.

Os dias vão passando aqui na roça, lentamente. Ainda que cada dia é um tanto de afazeres de não acabar mais, desde cuidar da horta, das minhas plantinhas e, agora, do galinheiro. Manter a casa habitável também é mais um tanto de tarefas e diversas, que requerem bons braços e par de pernas: um enche balde e torce pano, esfrega chão e limpa vidros, tira pó e organiza as coisas em seu devido lugar. A casa não é grande, como gosta de dizer meu marido, um sete por sete, que cabe exatamente nossa vidinha simples. Mas vida no barro, significa muita terra para dentro de casa. 

challah

Eu posso dizer que os dias são densos, mas uma densidade líquida, sem pressão. Dentro do nosso próprio tempo, em recortes orgânicos. Tem também que os tempos são espaçados, entre a nuvem que sobe a Serra e a chuva que cai no meio da tarde. A densidade é fluida, feito a seiva que corre vida pela mata, no ritmo de uma inspiração lenta e profunda, que preenche os pulmões para depois relaxar e despejar o ar quente pelas narinas. Como uma garrafa flutuando pelo infinito do oceano, balançando pelas águas, subindo e descendo, em direção à praia. É a vida das borboletas, que voam por um dia, a dançar pelo vento, felizes pelo calor do sol sobre suas asas de papel de seda.

Só tem que a gente não tem as mordomias de cidade grande, como pedir um delivery quando dá fome, ou a padaria na esquina de casa. E, eu nunca tinha vivido antes essa experiência, de ter que cozinhar todos os dias. Quando eu morava em São Paulo, gostava muito de cozinhar também, mas gostava de tomar o café da manhã no boteco ao lado de casa, comer um p.f. de vez em quando também, e às vezes passar em algum dos nossos restaurantes prediletos para jantar. Ou seja, ter que preparar o café da manhã, cozinhar o almoço e a janta TODOS OS DIAS, é uma experiência completamente nova para mim. E eu tenho que dizer que ESTOU AMANDO e me sentindo realmente uma dona de casa realizada, por mais ridículo que isso possa soar.

Mas é também um desafio, desses de dar vontade de comer um pão, e ter preguiça de percorrer 20 quilômetros até a cidade para comprar e matar a vontade. E não saber fazer pão. Então, eu vi uma postagem da rainha dos pães (e outros quitutes de vó, como já falei aqui uma vez), Goria Huk, e a foto de seu challah maravilhoso. Eu decidi que era meu dia de debutar e aprender a fazer um pão sozinha. O resultado você confere nas fotos a seguir. Quer dizer, essas fotos são da segunda tentativa de fazer o pão, que é bem fácil, por sinal. Abafa o caso das trocas de ingredientes que fiz na primeira vez, por não querer descer até a cidade para comprar o que faltava. 😅 

challah
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Challah

Uma perfeição em formato de pão. Receita original da rainha dos pães, Goria Huk.

  • Rendimento: 1 pão de 280g

  • Tempo de Preparo:

  • Tipo de Prato: pão

Ingredientes
  • 250g de farinha de trigo
  • 1 colher de sopa de fermento biológico seco (1 pacote de 10g)
  • 1 ovo
  • 2 gemas
  • 1 colher de sopa de açúcar mascavo
  • 20ml de óleo de girassol
  • 80ml de água morna
  • 3/4 colher de chá de sal
  • 2 colheres de chá de mel
  • 1 colheres de chá de azeite de oliva
  • gergelim para polvilhar

Modo de Preparo
  1. Dissolva o fermento fresco com o açúcar na água morna, 1 ovo inteiro, mais 1 gema, o óleo de girassol e mexa.
  2. Adicione a farinha e o sal.
  3. Com um gancho tipo raquete, bata o suficiente para formar uma massa (ainda bem pegajosa).
  4. Tire o batedor, cubra a tigela com um pano e deixe descansar 10 minutos.
  5. Coloque um batedor tipo gancho e bata por mais 10 minutos.
  6. Retire a massa e em uma superfície com farinha, finalize a sova dobrando a massa algumas vezes.
  7. Forme uma bola, cubra e deixe crescer até dobrar de volume.
  8. Divida a massa em 4 partes iguais e modele cordões - veja passo a passo no post da Gória.
  9. Depois de trançar e montar na fôrma, deixe crescendo por mais 30 minutos.
  10. Aqueça o forno a 250° C.
  11. Misture com um garfo, num recipiente pequeno, 1 gema com o mel e o azeite.
  12. Com um pincel, passe a mistura sobre o pão.
  13. Polvilhe gergelim.
  14. Coloque o no forno, diminua para 220° e asse até dourar bem.
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Brigadeiro de colher com Geléia de Amora

E meu amor pelo Bhagwan.

Não costumo comemorar a Páscoa. Quando criança, ganhava ovos de chocolate, é claro, e minha mãe fazia bacalhoada no domingo. Mas nunca houve um sentido religioso ou espiritual dentro de mim relacionada a esta data. Não sou católica, nem cristã, não sigo nenhuma religião. Tenho uma busca espiritual constante em minha vida, desde que me conheço por gente. Rezo, medito todos os dias, pratico yoga sempre que consigo. E tenho um mestre indiano, o Bhagwan Shree Rajneesh, ou Osho, que já partiu. Meu amor por ele, vem pelo amor que meu companheiro, discípulo há mais de 30 anos, tem por ele. Eu nunca li muito dos seus livros, transcrições de seus satsangs. Mas eu adorava seu sorriso e seu silêncio em seus discursos. Ele dizia que seus sannyasins eram os mais alegres, festeiros e criativos desse mundo. E ele estava certo. A gente está sempre em celebração.

Estou escrevendo isso, 3 semanas após ter assistido ao documentário-série do Netflix, Wild Wild Country, de uma tacada só, 6 episódios seguidos. Eu não conhecia a história da comunidade em Oregon. Sabia que fora polêmica e que a coisa tinha ficado feia no final. O seriado mostra pouco do Osho em si; o foco ficou na história do rancho e a briga com os caipiras. Me emocionei demais com a construção daquele lugar fabuloso. Da beleza das pessoas e do amor delas pelo mestre. Mas fiquei triste e mexida de uma maneira ruim, com as cagadas (não consigo pensar em outra palavra) da Sheela e sua panelinha, do ódio e preconceito do entorno, e de como tiveram a capacidade de rotular o amor livre em terrorismo.

O que eu posso dizer de tudo isso? Hoje, a gente tem mais tecnologia, informações e conhecimento disponíveis para quem quiser procurar, livros do Osho em prateleiras de todas livrarias. Mas o mundo continua conservador, chato e intolerante como nunca, por conta do medo e da ignorância. É difícil acreditar que isso um dia irá mudar. Enfim, meu coração ficou na mão, mas eu continuo buscando meu caminho. Meu amor pelo Osho e minha gratidão pela sua vida, coragem e entrega são ainda maiores depois de tudo isso, depois de ter assistido ao documentário completo. E acho que os "vermelhinhos" irão concordar comigo. 


Antes que algum hater de plantão comece a destilar seu veneno por aqui, quero deixar claro que não concordo com tudo que Osho dizia. Diferente de qualquer outro mestre, ele não pregava ou doutrinava em seus discursos. Muito pelo contrário, ele te convidava a duvidar de tudo que dizia, e descobrir a verdade através de sua própria experiência. Às vezes contradizia seus próprios discursos, propositalmente. Era um mestre muito singular.


"Eu gostaria que meus sannyasins vivessem a vida em sua totalidade, mas com uma condição absoluta, uma condição categórica: e essa condição é consciência e meditação.
Primeiro, vá fundo na meditação, de modo que você possa limpar a sua inconsciência de todas as sementes venenosas, de modo que nada exista para ser corrompido e nada exista dentro de você cujo poder possa trazê-lo para fora.
Então, a partir de então, faça tudo o que tiver vontade de fazer."

- Osho -


Fiz esses brigadeiros de colher, para comer de sobremesa nessa Páscoa. A receita é da rainha das doçuras, Franciele do blog Flamboesa. Suas produções parecem ter saído de Alice no País das Maravilhas, suas fotografias são cheias de carinho, coloridas em tons pastéis. Adoro.

Montei no copinho, com uma colher de geléia de amora, outra do brigadeiro, e polvilhei coco ralado com cacau em pó por cima de tudo. Ficou uma delícia. Feliz Páscoa!


brigadeiro
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Brigadeiro de colher com Geléia de Amora

Um mimo, receita original da Franciele do Flamboesa

  • Rendimento: cerca de 8 copinhos

  • Tempo de Preparo:

  • Tipo de Prato: docinho

Ingredientes
  • 395g de leite condensado (1 lata)
  • 1 colher de sopa de manteiga
  • 2 colheres de sopa de cacau em pó
  • 1 pitada de sal
  • 8 colheres de sopa de geléia de amora
  • coco ralado e cacau em pó para decorar

Modo de Preparo
  1. Coloque o leite condensado, o cacau em pó peneirado, a manteiga e o sal em uma panelinha, misture e leve para cozinhar em fogo baixo.
  2. Mexa sempre, até cozinhar e desprender do fundo da panela, e chegar ao ponto de brigadeiro de enrolar.
  3. Adicione o creme de leite, misture bem e desligue o fogo.
  4. Coloque em uma tigela e cubra com filme plástico, em contato com o doce, para não criar crosta e espere esfriar totalmente antes de usar.
  5. Em copinhos de shot, coloque uma colher de geléia, preencha o restante com o brigadeiro.
  6. Polvilhe coco ralado e cacau em pó para decorar.
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Bolo de Cenoura com Calda de Chocolate

Sem muitas novidades.

Dizem que títulos tem que ser chamativos o suficiente para te fazerem ter vontade de ler o restante da postagem, matéria ou reportagem. Mesmo que ela pouco tenha a ver com o assunto a ser discutido e desmembrado, não importa; impactar e chamar a atenção de um maior número de pessoas é o que vai fazer valer o todo.

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Decidi fazer então o contrário, escancarar de cara que a criatividade aqui anda rara, escassa, coisa pouca. Que às vezes nem dá vontade de escrever, e a sensação é de estar inventando assunto para poder escrever algo que, na verdade, não valha. As novidades são velhas, visto a velocidade a que anda nosso mundo, telas e teclados, vidas virtuais, assuntos bombásticos a serem discutidos a enjoar em postagens polêmicas, quando muito por uma semana inteira, para virar assunto velho, página virada e coisa sem valor. 

Minha novidade já tem mais de mês, tem se repetido e rendido quantidade muita de postagens, e já não atrai nenhum olhar curioso, nem surpreende os desavisados, da vida "nova" que venho levando aqui na Serra, no meio do mato. Das tardes bucólicas, doídas de bonitas, do céu estrelado à noite, da cachoeira cheia de água, que corre ruidosa por trás da casa, são assunto passado, repassado e já não fazem os olhos de quem vê e visita esse blog.

Então, não tenho muito o que contar, além do já contado várias vezes antes. De que a vida na roça anda lenta, a passos espaçados, e quase não dá vontade de fazer nada que faça a gente sair da rotina orgânica do mato. A gente no máximo assa um bolo no final da tarde, adapta algumas receitas por conta da disponibilidade de ingredientes locais, e quanto eu digo locais quero dizer minha casa, que é a localidade, e pela falta de vizinhança, acabamos sendo os únicos locais, num raio de quilômetros de distância. Melado de cana, banha ou a nata do leite de vaca tirado no bairro vizinho. Ingredientes de pouco refino, mas muita sustância.

Do pouco contar, acabou rendendo várias linhas e meia dúzia de parágrafos, e assim a gente termina esse papeado besta, sem sentido, sem rumo, e sem assunto.


E o bolo da tarde desse domingo foi o de cenoura, aquele feito no liquidificador, com bastante calda de chocolate. Porque era assim que a gente comia quando criança, mais cobertura que bolo, mas que se comer só a cobertura também não tinha graça, vai entender. O bolo ficou bom demais e, de tão fácil, não tem quem não consiga fazer, para depois receber elogios, no fim da tarde, com chá quente ou café recém coado. A receita não poderia ser de outra, senão da rainha dos bolos, a maga Camila Dutra

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Bolo de Cenoura com Calda de Chocolate

Receita clássica e original da Camila Dutra do Feitocom.Amor

  • Rendimento: 10-15 porções

  • Tempo de Preparo:

  • Tipo de Prato: bolo, chá da tarde

Ingredientes

para a massa

  • 03 ovos
  • 3/4 xícara de óleo
  • 03 cenouras raladas
  • 1 e 1/2 xícara de chá de açúcar
  • 02 xícaras de chá de farinha de trigo
  • 01 colher de sopa de fermento em pó
  • 1/4 de colher de chá de sal

para a cobertura

  • 100g de chocolate meio amargo
  • 60g de creme de leite fresco

Modo de Preparo

para a massa

  1. Peneire os ingredientes secos: farinha de trigo, fermento e sal. Reserve.
  2. No liquidificador bata os ovos, o óleo, a cenoura ralada e o açúcar.
  3. Vire a mistura na vasilha dos ingredientes secos e, com a ajuda de um batedor de arame (fouet), incorpore bem.
  4. Verta a massa numa fôrma untada. Eu utilizei uma retângular.
  5. Leve ao forno pré-aquecido a 180C graus e asse por uma hora, ou até dourar. Desenforme e deixe esfriar.
  6. **Dica da Camila: Na forma de furo no meio o bolo assa em aproximadamente 30 minutos contra os 60 minutos da forma redonda ou retângular. Leve isso em consideração caso queira um bolo mais rápido.

para a cobertura

  1. Ferva o creme de leite e vire sobre o chocolate em gotas ou picado.
  2. Espere uns 5 minutinhos e mexa delicadamente.
  3. Vire sobre o bolo e distribua a cobertura uniformemente.
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Pêras ao Vinho

A luz perfeita.

A luz perfeita caiu sobre a tarde de ontem, entrando pela janela. Abri meia persiana, e deixei ela entrar pelas frestas, iluminando parte da sala. Arrastei a mesa da cozinha para lá e, de repente, consegui montar o cenário que eu sempre quis para a produção das minhas fotos. Tinha colhido algumas dálias, bem vermelhas, para um arranjo no vaso cor-de-rosa degradê novo. Na beira da mesa, olhando a janela, elas ficaram lá. 

Ontem à noite, deitada na cama, fiquei pensando sobre as escolhas que fiz até aqui. Algumas ainda não sei se fiz certo, nem sei se algum dia vou saber. Só sei que elas me trouxeram até essa vida, de rotina incomum, um relacionamento pouco convencional, numa casa isolada nas montanhas. Com um rio que corre ruidoso, em volta da casa. Com um jardim cheio de pereiras carregadas de frutos. Ontem as pêras viraram protagonistas de um cenário que eu sempre sonhei. 

pera ao vinho

Eu adoro pêras, de todos os jeitos. Elas têm na sua textura um aspecto arenoso, frescor e acidez na medida. A árvore, quando antiga, tem troncos largos. Na primavera, ela se carrega de flores brancas, pequenas e delicadas. As pêras aqui do sítio são mais firmes e pouco doces. Para cozinhar, ela é perfeita. Por isso, decidi cozinhá-las numa calda com vinho e especiarias, e servir com o iogurte caseiro que tinha feito no dia anterior. Elas ficaram deliciosas, e se tornaram minha sobremesa ideal para o verão: fácil e sofisticada.

Você não terá dificuldades com essa receita. Pode acrescentar diferentes especiarias como o cravo, ou a canela em pau. Acredito que com pimentas ou gengibre, também deva ficar bom. Eu usei anis, cardamomo e folhas de louro. Gosto de pensar que a cozinha é livre para para a gente fazer dela o que bem gostar. Ano passado a Manu, do Cozinho Logo Existo escreveu em seu post "Como escrever uma receita", que, para escrever ou mudar uma receita, o que ela requer da gente é coragem. E eu não poderia concordar mais.

Eu nunca meço a quantidade exata de sal, pimenta, orégano, cebola, alho ou qualquer outro tempero numa receita. Vai no olho, e nas provas de colher, enquanto se cozinha. E, invariavelmente, tem dias que fica melhor, tem dias que não. Acho de aplaudir de pé as receitas da Rita Lobo, que foram testadas e mensuradas, para que você consiga reproduzir com sucesso em sua casa**. Mas acho mais gostoso, quando você passa a barreira da técnica e do modelo que deu certo, adapta ao que tem na sua cozinha e ao que funciona ao seu paladar. Quando você tem a receita certa, tem a praticidade, e ganha tempo para fazer outras coisas. Quando não tem, cozinhar passa a ser o evento principal, não há pressa, não há certeza de que o prato vai ficar gostoso. Você tem que abrir um espaço na sua agenda para poder criar, inventar, fazer diferente e tentar de novo. E daí, a cozinha passa a ser quase um organismo vivo e que requer de você. Requer vida, coragem e criatividade.


O correr da vida embrulha tudo.
A vida é assim: esquenta e esfria, 
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem

- Guimarães Rosa, Grande Sertão Veredas.


** Antes que alguém interprete o que não foi dito aqui, eu adoro as receitas da Rita Lobo, sou fã dela e já aprendi muito sobre cozinha com seus livros.


pera ao vinho
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Pêras ao Vinho

Você não terá dificuldades com essa receita. Pode acrescentar diferentes especiarias como cravo, canela em pau. Acredito que com gengibre e pimentas também fique muito bom.

  • Rendimento: de 5 a 7 porções

  • Tempo de Preparo:

  • Tipo de Prato: sobremesa

Ingredientes
  • 5 a 7 pêras maduras firmes - com cabinhos, de preferência
  • 1 e 1/2 xícara de vinho tinto seco - Utilize um vinho de qualidade, não precisa ser dos mais caros, mas que não seja aqueles doces nacionais. Peloamor! Eu usei um malbec argentino
  • 1 xícara de água
  • 1 xícara de açúcar
  • 4 estrelas de anis
  • 5 bagas de cardamomo/li>
  • 2 folhas de louro
  • iorgurte grego sem açúcar para acompanhar - opcional
  • canela em pó para polvilhar

Modo de Preparo
  1. Descasque as pêras e mantenha os cabinhos. - Lembre-se de utilizar pêras firmes.
  2. Numa panela (em que caiba todas as pêras), coloque o vinho, açúcar, água, anis, cardamomo e as folhas de louro.
  3. Leve ao fogo médio alto, mexendo até que o açúcar dissolva.
  4. Quando começar a ferver, coloque as pêras.
  5. Tampe a panela, abaixe o fogo e deixe cozinhar por uns 45 minutos, ou até que elas estejam macias.
  6. Deixe esfriar e depois mantenha na geladeira, pelo menos de um dia para outro. 
  7. Sirva com um pouco de iogurte, calda e polvilhe a canela por cima de tudo.
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Budín Ingles da D. Stella com passas, nozes pecã e chocolate

Um clássico, revisitado, com dicas para o bolo sair perfeito.

Depois de semanas sem publicar nada, e mais de um mês na estrada viajando, hora de habitar novamente a casa (e o blog). A primeira postagem do ano vai ser com a receita do Budín Ingles da D. Stella, já publicada aqui 3 anos atrás, mas que merece ser relembrada sempre que der.

Dessa vez, numa forma bundt, linda e antiga, trazida na bagagem, que fazia parte de seu acervo de louças de cozinha. Trouxemos no bagageiro, caixas com seu jogo de jantar intacto e impecável, mesmo após 70 anos de uso. Preciosidades da velha.

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Stella era cuidadosa com sua casa e suas coisas. Além do jogo de jantar da vida toda, tinha lençóis com mais de meio século de vida, sem um furo, rasgo ou mancha sobre sua tela.

Parênteses. É incrível como falamos tanto em sustentabilidade hoje em dia, mas praticamos tão pouco no concreto. Naquela época não se consumia tanto como hoje, as coisas duravam porque eram feitas para durar, e porque se cuidava para que não fosse necessário substituir. Nada era descartável.

Ela seguia sua rotina à risca e sempre tinha boas receitas na memória. Levava à sério sua função como dona de casa e colecionava dicas que adorava compartilhar; desde como tirar manchas de roupa das mais diversas, como secar a melancia para fazer marmelada, ou como fazer petisco com os talos de acelga. Foi uma mulher de fibra e caráter forte e hoje quando sentamos à mesa com sua família na Argentina, sempre temos boas histórias para contar e lembrar, de como abuela foi realmente uma mulher ímpar.

Já contei a história dessa receita e do quanto ela mudou algo dentro de mim. Desta vez, vou listar algumas dicas para quem quer fazer esse bolo em casa, porque a verdade é que eu já fiz e refiz ele várias vezes, e com o tempo fui aprendendo o que funciona e é essencial para que ele fique com a textura, umidade e sabor perfeitos. 

  • Utilize a manteiga amolecida, em temperatura ambiente, ou a massa pode talhar.

  • Os ovos também em temperatura ambiente, pela mesma razão, ao entrar em contato com a manteiga.

  • Bater em batedeira, durante os tempos indicados na receita, para obter uma massa fofa.

  • Utilize um extrato de baunilha de qualidade, ou as próprias sementes de um favo.

  • Não bata em excesso a massa, ao adicionar a farinha, apenas até que seja incorporada.

  • Quanto mais frutas secas e castanhas colocar, mais gostoso fica. Pedaços de chocolate também ficam ótimos.

  • Esse é um bolo com à base de muita manteiga. A massa fica pesada e o melhor é comer no dia seguinte, que fica mais sequinha.


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Budín Ingles da D. Stella com passas, nozes pecã e chocolate

Um clássico feito numa forma bundt para momentos memoráveis. Siga as dicas, que escrevi acima, e a receita será um sucesso.

  • Rendimento: 15-20 porções

  • Tempo de Preparo:

  • Tipo de Prato: bolo, chá da tarde

Ingredientes
  • 250g de manteiga sem sal amolecida
  • 1 xícara de açúcar cristal
  • 4 ovos
  • 2 xícaras de farinha de trigo
  • 1 e 1/2 colher de chá de fermento químico
  • 1 fava de baunilha (sementes)
  • 1/4 de xícara de nozes pecãs picadas
  • 150g de chocolate 75% picado
  • 100g de uvas passas (como estavam muito secas, deixem de molho em 4 colheres de sopa de vinho do porto, por 6 horas para amolecer)
  • 2 colheres de sopa de manteiga derretida
  • 2 colheres de sopa de licor de laranja (utilizei o Cointreau)
  • 1/4 de xícara de açúcar confeiteiro para polvilhar

Modo de Preparo
  1. Bata bem a manteiga com o açúcar até se formar um creme (por pelo menos uns 5 minutos).
  2. Adicione as sementes de baunilha ou o extrato.
  3. Junte os ovos, um a um, batendo bem após adicioná-los (20 segundos).
  4. Junte a farinha peneirada com o fermento e apenas misture até ficar homogênea. 
  5. Desligue a batedeira e junte as nozes picadas, o chocolate e as uvas passas, e misture.
  6. Untar com manteiga e farinha, uma fôrma redonda com furo no meio. - Se a assadeira for muito trabalhada como a minha, espalhe a manteiga derretida com um pincel e depois passe a farinha.
  7. Coloque a massa na fôrma e leve para assar em forno pré-aquecido a 180C graus e deixe por pelo menos 1 hora e 10 minutos, ou até que fique bem dourado.
  8. Apague o fogo e deixe o bolo dentro do forno até que esfrie para deixar a massa mais sequinha. - Se você fizer de noite, após apagar o forno, deixe dentro de um dia para outro.
  9. Misture a manteiga derretida com o licor de laranja e espalhe sobre o bolo.
  10. Polvilhe açúcar de confeiteiro por cima e decore com umas nozes pecãs.
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Profiteroles com morango e creme de baunilha

Expectativas ao som de Debussy.

Expectativas. Conviver com elas pode ser o céu, mas num instante, pode converter-se numa tortura. Elas podem ser o combustível que movimenta nossa vida. Para planejar e colocar as coisas no papel. Para ir para ação e tirar as coisas do papel. Catalizadores de sonhos. Da etereidade elas podem se transformar em combustão e, então, trazer o futuro para o presente.

Mas a imaterialidade, muitas vezes, faz com que as expectativas gerem ansiedade, e de modo geral, uma angústia inquietante. Da falta de chão, do aperto no estômago, da cabeça que voa. Ficar esperando, provoca sentimentos complexos que te paralisam, da busca sem resposta, e por sua natureza etérea inflamável, faíscas viram fogo. Que queima e consome.

Profiteroles com morango e creme de baunilha

"Pois tem razão o filósofo ao dizer que entre a felicidade e a melancolia não medeia espessura maior que a de uma lâmina de faca"

- Virgínia Woolf, em Orlando: Uma Biografia. 

 

Tenho vivido as últimas semanas nesse fio de faca: entre a angústia e o anseio. O mundo não acabou e a credibilidade do calendário Maia foi por água, mas a sensação é de que, se o planeta não irá sofrer um ataque que dizimará a humanidade, e nem será invadido por discos voadores, alguma outra mudança, de natureza menos chocante ou catastrófica está por vir. Os dias andam agitados, parece que situações por tanto tempo pendentes, finalmente, encontram seu desfecho. As apostas vão, enfim, definir os ganhadores, e os dados, agora, giram na mesa.

Eu não sei você, mas quando consigo domar minha ansiedade, pressinto a sorte do meu lado. Daí eu me enxergo uma apostadora nata, com uma certa fissura na ponta dos dedos, daquelas que sabem que o jogo vira, quando a gente menos espera. Esperar, no entanto, é sabido, faz parte das regras. Com paciência e alguma disciplina, você faz a sua sorte. Com o camelo amarrado, deus vigia. E amanhã, o dia pode nascer ensolarado.

Esse sentimento crescente de alguma forma está movimentando os meus dias. Num instante, eu vejo coisas boas no caminho. Apesar de em outros, me remoer em ansiedade. De concreto, ainda não posso dizer nada. Como uma noiva a espera do casamento, ou de um réu à espera de sua sentença. Oscilando como os dedos no piano de Debussy em Rêverie. A impotência diante do incontrolável. Nada a fazer, a não ser esperar. E a ânsia corroendo e atropelando como uma orquestra tocando Wagner e sua Cavalgada por dentro. Haja meditação e oração nessas horas.

Mas eu vejo quanta sorte eu tive até aqui. O quanto dela foi presente da vida. O quanto dela foi fruto de escolhas e apostas. O quanto dela foi conquistada no dia-a-dia. E o quanto dela, ainda está por vir. Essa positividade me acalma. E eu convivo na expectativa de mais um dia na espera.


A vida segue seu rumo, a despeito das minhas expectativas. Nos ouvidos, Clair de Lune de Claude Debussy e a Gymnopédie N.1 de Erik Satie. Como eu adoro o som do piano.


Receita da semana: profiteroles. Quando decidi fazer as éclairs, queria que fossem o mais tradicional possível, se é que isso existe, eu gosto de fazer receita do jeito que as nossas avós faziam, com manteiga a dar enfarto e gemas a zerar colesterol da vida.

Fui eu fazer a receita pela primeira vez na minha vida. Primeira e segunda. Porque ao assar pela primeira vez, acabei deixando o fogo muito alto, a massa dourou e quando eu tirei do forno, elas murcharam. Lá fui eu cozinhar a farinha de novo, ensacar a birosca e assar tudo outra vez. 

E daí, decidi não dar bola para as instruções, deixar em fogo baixo, assar bem devagarinho. A massa das carolinas cresceram e lá fui eu a fazer o creme pasteleiro. Leite, maisena, ovos e um favo inteiro de baunilha. O creme não engrossou o suficiente para deixá-la consistente, a receita dizia para bater com a manteiga e quase talhou, adicionei mais maisena e nada. Decidi rechear as carolinas com o creme molengo mesmo. Ficou tudo meio escorrido. Ao final coloquei morangos e chuva de açúcar por cima, e tudo melhorou.


O que pode ter dado e, provavelmente, deu errado:

  • A massa. Coloquei em fogo muito algo, a massa queimou por fora e ficou crua por dentro.

  • O creme. Eu usei o ovo inteiro, ao invés de só gemas. Não sei porque às vezes teimo em coisa simples, e depois choro pelo leite no chão. Usar só gemas têm a função de dar textura e corpo ao creme. Então não seja boba como eu e siga a receita direito.

  • A realidade. Minhas noções de confeitaria continuam péssimas.

O resultado. Os profiteroles ficaram gostosos e no ponto da crocância. O creme, mesmo mole, ficou bem gostoso. Combinou bem com o morango.

 

Profiteroles com morango e creme de baunilha
Profiteroles com morango e creme de baunilha
Profiteroles com morango e creme de baunilha
Profiteroles com morango e creme de baunilha
Profiteroles com morango e creme de baunilha
Profiteroles com morango e creme de baunilha
Profiteroles com morango e creme de baunilha
Profiteroles com morango e creme de baunilha
Profiteroles com morango e creme de baunilha
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Profiteroles com Morango e Creme de Baunilha

Uma receita confeiteira tradicional e deliciosa, para dias especiais.

  • Rendimento: 15 unidades

  • Tempo de Preparo:

  • Tipo de Prato: doces, chá da tarde

Ingredientes

para a massa

  • 1/2 xícara de leite
  • 1/4 xícara de água
  • 115g de manteiga sem sal
  • 1/2 colher de chá de sal
  • 1 xícara de farinha de trigo
  • 4 ovos (temperatura ambiente)

para o recheio

  • 1 e 1/2 xícara de leite
  • 1/2 xícara de açúcar
  • 3 colheres de sopa de amido de milho
  • 4 gemas
  • 1 fava de baunilha pequena
  • 15 morangos (aproximadamente)
  • 2 colhers de sopa de açúcar confeiteiro para polvilhar

Modo de Preparo

para a massa

  1. Pré-aqueça o forno a 220° C.
  2. Numa panelinha, junte o leite, amanteiga, sal e a água, e leve ao fogo alto até ferver.
  3. Adicionar farinha e mexa constantemente até formar uma massa que desgrude da panela, e reduza o fogo para médio e cozinhe, mexendo sempre com uma colher de pau, até secar, por cerca de 2 minutos.
  4. Transfira a massa para uma batedeira e vá adicionando os ovos, um a um até a massa ficar homogênea e macia.
  5. Coloque a massa no saco de confeitar, com o maior furo redondo, e faça bolas numa assadeira forrada com papel manteiga, deixando um espaço de cerca de 3 dedos entre cada bola. 
  6. Coloque a assadeira no forno e reduza a temperatura para 170° C. Asse até que elas cresçam e fiquem douradas, por cerca de 45-50 minutos.

para o recheio

  1. Ferva 1 xícara de leite e açúcar, numa panela panela em fogo médio.
  2. Enquanto isso, numa tigela, misture o restante do leite, com o amido de milho e as gemas de ovos com um batedor.
  3. Junte aos poucos metade do leite quente, misturando sempre, e depois adicione a mistura na panela com o restante do leite.
  4. Leve ao fogo baixo novamente e cozinhe o creme, mexendo constantemente com uma colher de pau, até engrossar e ferver.
  5. Junte as sementes de baunilha, misture bem e transfira para uma recipiente, e cubra com filme plástico.
  6. Quando esfriar, leve para gelar na geladeira. 
  7. Bata o creme de leite até fazer picos firmes, mas cuidadeo para nào sobrepassar e talhar
  8. Adicione delicadamente ao creme.

para o a montagem

  1. Corte os morangos em fatias finas.
  2. Parta os profiteroles ao meio com uma faca de pão e recheie-os com o creme e os morangos.
  3. Polvilhe o açúcar de confeiteiro por cima de tudo.
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Muffins de Nozes, Café e Amarula

Quando sonhos se tornam realidade.

Coisa boa é poder sonhar. Pedir, imaginar e continuar sonhando até se tornar realidade. Eu acredito realmente que se a gente jogar nossos desejos para o universo, e esses desejos realmente forem seu de direito - e você fizer sua parte -, o tempo se encarregará de trazê-los, um dia. Há alguns anos, eu sonho com uma casinha no meio do mato. Tinha que ter rio correndo ao lado da casa, um bosque para o piquenique, janelas largas, uma cozinha com fogão a lenha, uma mesa central de apoio para cozinha feita de mármore branco. Tive a sorte de encontrar alguém que compartilhasse o mesmo sonho que eu. Não com tantos detalhes pouco etéreos, como no meu caso (sou taurina cabeça dura, que sonha material, de concreto e paredes), mas que também quisesse um refúgio verde isolado.

Então, o nosso sonho se tornou realidade. E essa semana a gente vai habitar a casinha devidamente, já que a reforma por dentro terminou, após 8 longos meses. Estou levando minhas caixas com tudo aquilo que fui reunindo durante os anos em que tudo era só um desejo, para quando esse momento chegasse, enfim. Uma panela de ferro pintada de azul com desenhos de flores, alguns cata-sonhos em forma de pipa feito de linhas coloridas, colcha e almofadas de linho, um vaso de cerâmica cor de degradê cor-de-rosa, várias peças de madeira do Studio Elke Noda, um jogo para o café da Noni SP

Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula

Encaixotar foi meditativo e terapêutico. Depois de uma semana difícil, pesada e doída, fazer as malas e ir embora, é tudo que eu anseio. A verdade é que mesmo que seus sonhos se realizem, a realidade sempre irá se encarregar de trazer problemas para dentro deles. Apesar de sonhadora, tenho uma veia pessimista que corre em paralelo. Que me faz preocupar antes do tempo, e buscar resolução antes dos problemas de fato aparecerem. 

A semana passou e os problemas continuam até agora os mesmos, mas diante da falta de solução, já diz o ditado, então, deixa para lá. Fui botando as coisas para dentro das caixas e enquanto fazia isso, eu me esquecia de todos eles. E fui aos poucos me lembrando do etéreo virar real, e do quão bom é poder viver a vida desse jeito, sendo o que ela é. Ter coisas boas para celebrar, ter coisas ruins para sentir a dor de estar vivo. E se lembrar que o melhor da vida não são coisas. 


Já estamos no final de outubro, e o ano já caminha para a reta final. Os grandes mistérios da vida continuam sem resposta, mas em compensação, as receitas de sorvete estão sendo finalizadas. Voltei a fazer academia 3 vezes por semana, a meditar todos os dias, a fazer terapia, e a ouvir música clássica no dia-a-dia. Frédéric Chopin e Claude Debussy são meus prediletos. A lista de metas de janeiro para se tornar um ser humano um pouco melhor foi ticada.


A receita da semana são esses muffins sensacionais de nozes, café e licor de amarula. A base da massa é amanteigada, pouco doce e muito aromática. Com pedaços de nozes e chocolate. Buttercream de café e amarula - uma feliz descoberta que será reproduzida em muitos bolos de aniversário. 


Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula
Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula
Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula
Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula
Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula
Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula
Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula
Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula
Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula
Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula
Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula
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Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula
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Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula
Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula
Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula
Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula
Receita de Muffins de Nozes, Café e Amarula

Muffins de Nozes, Café e Amarula

A base da massa é amanteigada, pouco doce e muito aromática. Com pedaços de nozes e chocolate. Buttercream de café e amarula - uma feliz descoberta que será reproduzida em muitos bolos de aniversário.

  • Rendimento: 16 unidades

  • Tempo de Preparo:

  • Tipo de Prato: docinhos, chá da tarde

Ingredientes

para a massa

  • 200g de manteiga com sal amolecida em temperatura ambiente
  • 3/4 de xícara de açúcar cristal
  • 4 ovos
  • 1 e 1/3 de xícara de farinha de trigo
  • 2 e 1/2 colheres de chá de fermento em pó
  • 1/2 colher de chá de bicarbonato de sódio
  • 1/3 de xícara de nozes moídas
  • 50g de chocolate meio amargo (usei 70% cacau)
  • 1 e 1/2 colher de sopa de café solúvel
  • 3 colheres de água quente

para a cobertura

  • 250g de manteiga sem sal amolecida em temperatura ambiente
  • 1 e 1/4 de xícara de açúcar confeiteiro
  • 2 colheres de sopa de café solúvel
  • 1 colher de sopa de água quente
  • 3 colheres de sopa de licor de amarula

Modo de Preparo

para a massa

  1. Dilua o café na água quente e reserve.
  2. Bata a manteiga com o açúcar até virar um creme fofo esbranquiçado.
  3. Adicione os ovos, um por um, batendo bem a cada adição.
  4. Num bowl, penere e misture os ingredientes secos: farinha, fermento e bicarbonato e as nozes, vá incorporando ao poucos à massa, misturando, alternando com o café.
  5. Adicione o chocolate picado.
  6. Coloque a massa nas forminhas de muffins, forrada com papel, preenchendo-as com a massa até 2/3.
  7. Leve ao forno pré-aquecido a 180C graus, e asse por uns 30 minutos.
  8. Retire do forno e deixe esfriar.

para a cobertura

  1. Bata o creme que deve parecer uma pomada.
  2. Vá adicionando aos poucos, por colherada o açúcar.
  3. Depois, aos poucos, o café diluído já frio.
  4. Por final, o licor.
  5. Quando creme estiver fofo, macio e homogêneo, utilize-o para cobrir os bolinhos. - Eu usei o saco com bico de confeitar para decorar os bolinhos. 
  6. Pode guardar os muffins na geladeira, mas como a massa e cobertura são à base de manteiga, retire uns 10-15 minutos antes de servir. 
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Torta gelada de Doce de Leite

E como começou o blog.

Faz pouco mais de 4 anos que eu escrevo por aqui. Comecei em outra plataforma (o tumblr), tinha outra logo (com um varal de roupas). Como no laboratório de ciências da escola, eu fui testando. Haviam seções, que hoje não existem mais - acho que quando migrei para a plataforma nova, eu apaguei algumas delas. Esse caderninho de anotações - o blog - foi se transformando, assim como eu.

Foi aos poucos me ajudando a definir algumas escolhas na minha vida, daquilo que eu queria ser. Me ajudou a aperfeiçoar minhas habilidades com fotografia, refinou meu olhar estético com o mundo. Me permitiu criar um mundo paralelo, bonito e desenhado por mim. Conheci muita gente através dele e, por conta dele, me aproximei de muita gente como eu. 

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Se vida é uma história que a gente conta para a gente mesma, esse blog é a minha narrativa construída e formada, numa camada mais doce. Até então, isso não fazia tanto sentido, quanto hoje faz para mim. Nasceu numa fase que eu estava bem receosa em sonhar. É triste quando a gente ri dos próprios sonhos e desiste deles. Mas também é cansativo viver ilusão atrás de ilusão, e ver as portas fecharem tantas vezes na sua cara.

Um dia eu acordei, fiquei deitada na cama um bom tempo, olhando para o teto. Tinha acabado de me formar em artes gráficas, e de largar meu trabalho num estúdio de design. Eu queria mesmo era criar algo novo, algo meu. Um espaço em que eu pudesse deixar registrado a evolução dos meus passos. Foi então que me veio a idéia do blog. O nome veio junto, eu gostei na hora. Fui comprar o domínio, procurei uma plataforma para publicar. As fotos eram feitas no celular. 

Hoje, tenho câmera nova, tripé, lentes mais potentes. Faço edição de todas as fotos que publico. Tenho um acervo de louças, cerâmicas, e um monte de bugigangas para a produção. O blog hoje é o meu ponto de apoio, me obriga a sonhar muito, mas sempre com os pés no chão. Olho para meu arquivo e é muita história contada, muita conversa jogada fora. Muita receita compartilhada, muitas horas na frente do computador.

O blog é a soma de muitos pouquinhos da minha vida, que hoje já dá um tantão. Um tantão de coisas doces, mesmo quando tem receita de jiló.


Queria um doce bem doce, feito de doce de leite. Algo que você come um pedaço e fica satisfeito. Com uma boa dose de açúcar para aliviar qualquer amargor. Que fosse gelado para os dias quentes, como esses que precedem e enunciam a primavera. E que fosse fácil. Essa torta de doce de leite é assim. 


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Torta gelada de doce de leite

para a base

  • 200g de biscoito maltado
  • 75g de manteiga sem sal

para o recheio

  • 01 xícara de doce de leite argentino
  • 01 xícara de creme de leite fresco

para decorar (opcional)

  • 02 claras
  • 1/2 xícara de açúcar

Modo de Preparo

Triture os biscoitos num processador ou liquidificador, até virar uma farofa. Jogue a manteiga derretida sobre ela, e misture, até que vire uma massa. Espalhe-a sobre uma assadeira (utilizei uma redonda de 20cm de diâmetro) para a base da torta. Leve à geladeira por uns 15 minutos. 

Numa tigela, misture o doce de leite com o creme de leite, até que fique homogêneo. Jogue sobre a base da torta. Leve para o congelador por pelo menos umas 5 horas, ou até que o creme fique firme (mas não congelado). Se congelar, tire por alguns minutos antes de servir. 

Num recipiente, coloque as claras e o açúcar. Em banho maria, misture até que o açúcar se dissolva completamente. Não deixar que a temperatura passe dos 50C graus. Bata as claras em velocidade alta, até que virem merengue, com picos firmes. Decore sobre a torta.

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Bolo de Laranja com glacê

simples e básico.

Ficar com o simples. Nada pode ser tão reconfortante quanto isso. Como café coado. Um buquê de margaridas. Calça de moletom. Bolo de laranja com glacê. Não surpreendem. Têm a modéstia necessária para não gerar grandes expectativas. E mesmo assim, são garantia de satisfação e conforto na medida perfeita.

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E eu percebi que minha vida, ultimamente, anda assim, bem básica. Cheia de rotina. Sem grandes expectativas. Só muita aceitação. Eu querendo menos do mundo. E o mundo sendo um bolo de laranja com glacê.


Sem textão. Sem indicações para livros, filmes ou seriados, dessa vez.

Sou daquelas que sempre se recusou a assistir GOT e começou a assistir a partir da sétima temporada, e agora fico esperando pelo próximo episódio, mesmo sem nem saber quem são os personagens direito. Decidi que vou me render e assistir desde o começo. Então, pelos próximos meses, estarei ocupada me atualizando com as histórias dos Sete Reinos.

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Bolo de Laranja com glacê

para a massa

  • 180g de manteiga sem sal amolecida
  • 01 xícara de açúcar
  • 03 ovos
  • 02 xícaras de farinha de trigo
  • 02 colheres de cha de fermento em pó
  • pitada de sal
  • 1/2 xícara de leite
  • 1/3 xícara de suco de laranja
  • raspas de 1 laranja

para o glacê

  • 3/4 xícara de açúcar de confeiteiro
  • 02 colheres de sopa de suco de laranja

Modo de Preparo

Bata a manteiga com o açúcar até virar um creme fofo. Adicione os ovos um a um, batendo bem a cada adição - os ovos devem estar em temperatura ambiente. Numa outra tigela, peneirar e misturar os ingredientes secos: farinha, fermento, sal e as raspas de laranja. Vá adicionando aos poucos essa mistura seca, alternando com o leite e suco de laranja. Misture tudo delicadamente, com uma colher, até que fique homogêneo. 

Coloque numa fôrma redonda com buraco no meio, untada e enfarinhada. Leve para assar a 180C graus, em forno pré-aquecido, por uns 50 minutos, ou até que a massa esteja dourada e cozida. Espere esfriar antes de desenformar. 

para o glacê

Misture o açúcar o com o suco. misture até dissolver e virar uma calda espessa. Despejar sobre o bolo. 

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Bolo de Earl Grey com Buttercream de Chocolate Branco

e o fim da tetralogia napolitana

Foi aniversário da minha mamãe esta semana. Ela é a inspiração primária para o que a cozinha representa na minha vida. Seus livros e cadernos de receita permearam minha imaginação e faziam parte dos objetos de amor na infância. Ela fazia nossos bolos de aniversário, brigadeiro e outros docinhos. Gostava de passar o tempo cozinhando. E ainda hoje, aprende novas receitas, troca algumas comigo e me dá dicas de como cozinhar. Feliz aniversário, mãezinha!

Para comemorar seus 61, queria um bolo diferente. E queria testar os bicos confeiteiros que acabei de comprar. Então escolhi um naked, fiz a massa com aroma de earl Grey (meu chá predileto) e um buttercream com chocolate branco. Acho que ficou bonito!


Essa semana acabei de ler a tetralogia da Elena Ferrante, o último livro da série napolitana História da Menina Perdida. Lila e Lenu me fizeram órfã de uma narrativa rica e detalhada da amizade entre duas mulheres, meninas, com sentimentos contraditórios, descritos de maneira fiel e comovente. Não quero tentar escrever nada sobre a série, seria reduzir ou estragar algo tão certeiro e único. Seria transformar em novelesco, algo genial. Se você ainda não leu, faça o favor de ler. 

A sensação que me sobrou é de que irei adiar mais alguns dias, quem sabe semanas, até começar  a procurar algum outro livro para suprir minha leitura noturna. Quero que ela permaneça dentro de mim por mais tempo. Nem deu tempo de digerir toda história, da velocidade que eu ia adquirindo ao ler cada linha. Ia devorando, insaciável, para lidar com a crescente a ansiedade dentro do mim. Mas ao fim, como tudo que é bom, já diz o ditado, acabou. 

O que em mim de imediato ficou, é a sensação de que a gente não vira adulto, nunca. A gente finge, imita o que viu ou aprendeu de pequenos, aquilo que a gente achava que significava ser adulto. Vai sendo atropelado pelas experiências, e tentando lidar com as mazelas e novidades que a vida traz. Mas não tem nada ou passagem concreta que garante que a gente virou adulto ou amadureceu, exceto algumas fantasias que a gente vai vestindo para se parecer com um, e algumas atuações que a gente vai aperfeiçoando ao longo da vida. 

A gente supera e faz que sabe lidar com certas situações, mas as reações primárias, aquelas que saltavam da gente, quando crianças, permanecem encapsuladas, encobertas. Mas ser adulto é isso?, é não se render aos impulsos instintivos, irracionais, Lili. É, eu concordo com isso. Inclusive, é quando as barreiras que limitam a gente a viver dos impulsos cessam ou caem, seja pela velhice, pela loucura, ou pela doença, a gente volta a ser crianças, certo? Ser adulto então é ter essa casca, um molde que contém nossas expectativas básicas, mediando aquilo que vem de dentro, cru e impulsivo, mas que a gente vai abafar sempre, e fingir que elas não estão lá.

É viver a dicotomia esquizofrênica de que as reações e as dúvidas da criança já não existem, ou foram superadas, e que agora a gente sabe lidar com madurez. A gente cresce e aprende a fazer um monte de coisas complicadas. A casca envelhece, e a gente se acostuma com o que não sabe, mas finge saber. Mas bem no fundo, o mistério continua ali, intocado, escondido, dentro da gente.


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Bolo de Earl Grey com Buttercream de Chocolate Branco

para a massa

  • 1 xícara de açúcar demerara

  • 1/2 xícara de manteiga sem sal em temperatura ambiente

  • 1/2 xícara de óleo de girassol

  • 04 ovos

  • 1/2 xícara de leite

  • 3 saquinhos de chá de earl grey

  • 2 xícaras de farinha de trigo

  • 2 colheres de chá de fermento em pó

  • 1/2 colher de chá de sal

para o buttercream

  • 03 claras

  • 1/2 xícara de açúcar confeiteiro

  • 200g de manteiga sem sal amolecida

  • 40g de chocolate branco (utilizei lindt)

Modo de Preparo

para a massa

Aqueça o leite até ferver. Coloque os saquinhos e deixe em infusão por uns 20 minutos. Bata o açúcar, manteiga e o óleo até que vire uma pasta. Junte os ovos e o leite coado aos poucos. Numa outra tigela, peneire e misture os ingrediente secos: farinha, fermento e sal. Adicione aos poucos na massa, misturando com uma colher mesmo, até que fique homogêneo. 

Coloque em duas fôrmas redondas, de fundo removível, untadas e enfarinhadas, de 15 cm de diâmetro. Divida a massa em partes iguais. Leve para assar em forno pré-aquecido à 170C graus, por uns 40 minutos, ou até que a massa esteja dourada e cozida. Deixe esfriar e desenforme. 

para o buttercream

Coloque as claras e o açúcar numa tigela e leve em banho maria, misturando sempre, até que o açúcar esteja totalmente dissolvido nas claras. Vá controlando a temperatura (não deve passar de 50C graus). Leve para a batedeira e bata até virar um merengue de picos firmes. Vá juntando aos poucos a manteiga bem amolecida. Quando estiver totalmente homogênea, junte o chocolate derretido aos pouquinhos. O creme vai ficar brilhante e aveludado.

para a montagem

Corte o bolo ao meio, em fatias iguais. Recheie com o creme, utilizando um saco confeiteiro. Monte em camadas. Leve para geladeira. Retire alguns minutos, antes de servir.

 

 

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Pavê de bolo de chocolate

O que fazer quando o bolo cola na fôrma.

Das receitas que tenho vontade de fazer (e acertar), no topo da minha lista está o bolo red velvet. A massa vermelho rubi, com cobertura branca. Só que minha vontade constitui fazê-la sem corantes sintéticos ou artificiais, com a cor da beterraba mesmo. Busquei receitas pela internet, explicações sobre o ph, alcalinidade, vinagre de arroz, cacau em pó sem lavagem, trigo orgânico - sem tingimento químico que acaba conferindo alcalinidade à farinha. 

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Não sei você, mas tenho uma dificuldade enorme de seguir receitas à risca. Seja pela quantidade que nunca acho suficiente, ou acho sempre que leva açúcar demais. Quero fazer em fôrma quadrada com camadas, quando a receita aconselha em forma redonda desmontável. Trocar o licor por chá, fruta por chocolate, e assim vamos. Às vezes, tenho sucesso e as adaptações acertam o paladar em cheio. 

Outras vezes, as mudanças se mostram equivocadas elevadas à quinta potência, como foi o caso da minha tentativa de fazer um red velvet "autêntico". Quis mudar a receita original, usei óleo ao invés de manteiga, quis fazer 1/2 receita a mais, e no final, por conta da massa mais líquida que eu esperava, decidi optar por uma fôrma maior e não desmontável. Escolhi uma daquelas nórdicas, cheias de curvas, que só com mandinga e reza braba para desenformar um bolo nela, quando feita à base de óleo vegetal.

Ao final, a massa daquela p$%&*#, não ficou vermelha. Terminei com um bolo marrom colado na minha fôrma importada. Quando me dei conta do desastre tive vontade de: (a) arremessar na parede o bolo grudado na fôrma; (b) sentar e chorar, comendo o bolo com a mão no chão da cozinha; (c) jogar tudo fora e começar do zero outra vez. Respirei fundo, dei risada, e não fiz nada disso. Só não queria jogar fora pelo desperdício. Deixei o bolo lá na forma por algumas horas, até que decidi fazer uma sobremesa montada com ele mesmo: uma espécie de torta ou pavê, com o bolo, creme pasteleiro, e cacau em pó. 

Então, da próxima vez que seu bolo colar na fôrma, nem tudo está perdido. Faz um creme, monta numa tigela bacana e serve assim mesmo. Red velvet, não foi dessa vez. Ficamos com um pavê por enquanto.


Pavê de bolo de chocolate

  • 01 bolo de chocolate colado na fôrma
  • 400ml de leite
  • 01 colher de sopa de maisena
  • 02 ovos
  • 1/2 xícara de açúcar
  • 01 colher de sopa de extrato de baunilha

para molhar o bolo

  • 1/4 xícara de leite
  • 02 colheres de sopa de vinho do porto ou licor de laranja

Modo de Preparo

Esquente o leite até começar a subir um vapor. Bata os ovos com o açúcar até ficar um creme esbranquiçado. Junte a maisena e a baunilha. Adicione o leite quente e continue batendo até ficar homogêneo. Leve ao fogo médio, misturando sempre, até engrossar. Coloque um plástico filme por cima, para que ele não forme uma película. Deixe esfriar um pouco. 

Numa fôrma ou travessa, faça uma camada com o bolo e jogue a mistura de leite com vinho sobre ela. Jogue o creme por cima e leve à geladeira. Decore com frutas, caldas, ou cacau em pó. Sirva gelado. 

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Pavlova de Morango com calda cítrica

A vida também é doce.

Vida corrida, falta de tempo e as desculpas usuais para justificar minha ausência por aqui. É um muito disso e mais um pouco. A vida faz quase nenhum sentido nessas horas, ela atravessa a gente, e fica quase nada dela por dentro. Mas a incerteza dos acontecimentos passou a ser o único certo da vida, e a gente se adapta a esse não saber nunca, constantemente, e quando sabe, sabe que não sabe nada, na verdade. 

Mas como nem tudo é lamentação, às vezes a gente tem uma trégua, um intervalo, para lembrar a gente que a vida também é boa. A pior lunação dos últimos dez anos passa, e os astros começam a corroborar boas novas. E como são boas essas horas. 

Na contramão das indefinições, eu que sempre fui indisciplinada com tudo, tenho estabelecido uma rotina de ritmo cadenciado. Academia pela manhã, pausas para uma alimentação mais regrada, meditação à noite, leitura de um bom livro antes de dormir. Sem horários fixos, mas mantendo uma disciplina dentro dos meus tempos internos. Isso tem feito bem para minha alma, cansada das oscilações terrenas; um coração taurino que gosta de um chão firme para pisar. 

Em resumo, tive tempo essa semana para criar, fotografar. Tive tempo para organizar alguns dos meus pensamentos. Como é época de morangos, fiz sorvete, fiz bolo, fiz uma pavlova com eles. Tenho sido menos dura com a vida, e ela tem retribuído, amavelmente. Tenho ficado mais comigo mesma, e isso tem sido restaurador.

Tenho aprendido muito com meu relacionamento, às vezes dá até um medinho de escrever, de tão boa a fase que a gente se encontra atualmente. Digo fase, porque sei que os altos e baixos fazem parte de qualquer relação, querer se estacionar e acomodar pode ser mais confortável, mas infelizmente (ou felizmente) essa não é uma opção viável nem possível que a vida me oferece. E se eu me esqueço disso, ela me chacoalha bem rapidamente, para me lembrar bem lembrado. Estamos há mais de dez anos juntos, e a cada dia que passa, o amo mais.


A reforma no sítio tem se alongado, mas a casinha está ficando cada dia mais do jeito que a gente quer, e a gente vai exercitando o dom da paciência e da confiança na existência de que tudo que é nosso está bem cuidado. Espero em breve ter fotos de lá.


Ter um batedeira planetária robusta e de linha, figurava na minha lista de desejos, mas confesso que era mais uma vontade classificada como luxo que necessidade. Depois de usar essa kMix da Kenwood, meu entusiasmo se tornou um por quê não antes?, e entendi porquê grandes chefs e culinaristas (e decoradores!) a tem como um utensílio básico e imprescindível na cozinha. #ad

Foi com ela que fiz o merengue da pavlova e também o chantilly


Os filmes de recomendação da semana são Sieranevada e A Voz do Coração. O primeiro mostra uma tarde numa família romena que se reúne para prestar as últimas homenagens ao pai falecido. Apesar da religiosidade, manutenção das tradições e rituais, a espiritualidade cultivada dentro da reunião familiar é bem rasa. Humor irônico, ótima filmagem - simples, seca e direta, daquelas com poucos cortes feitos com uma câmera só - cenas e diálogos impagáveis. 

O segundo, um filme francês, que conta a história de um professor/supervisor de uma escola para alunos considerados especiais - por serem indisciplinados - ou órfãos. Um filme bonito, singelo, para se emocionar. A bondade e o amor do professor com estes alunos é um alento para alma. Está no Netflix


A receita da Pavlova está abaixo, e ela foi baseada e inspirada nas receitas da Camila do Feito.comAmor e das meninas do Our Food Stories.


Pavlova da Morangos com farofa de amendoim calda cítrica

para o suspiro

  • 05 claras (temperatura ambiente)

  • 01 e 1/2 xícara de açúcar confeiteiro

  • 01 colher de sopa de vinagre branco

  • 01 colher de sopa de maisena

para o creme batido com farofa de amendoim

  • 01 xícara de creme de leite fresco

  • 02 colheres de sopa de açúcar

  • 1/2 xícara de amendoim

  • pitada de sal

para os morangos

  • 350g de morangos

  • 1/2 limão

  • 01 colher de sopa de açúcar

para a calda cítrica

  • 02 laranjas

  • 01 limão

  • 01 xícara de açúcar

  • 01 xícara de água

  • 03 anises estreladas

 

Modo de Preparo

para o suspiro
Bata as claras até formarem picos firmes. Vá adicionando aos poucos o açúcar peneirado. Quando o merengue estiver firme e brilhante pare a batedeira. Adicione o vinagre e a maisena e misture com uma colher. 

Numa assadeira forrada com papel manteiga, marque um círculo de 20 cm de diâmetro, aproximadamente. Coloque o merengue neste disco preenchendo-o totalmente. Depois faça outra camada, mas com uma cavidade central. Leve ao forno pré-aquecido a 120C graus (eu fiz como a Camila ensinou, coloquei uma colher de pau na porta do forno, à 160C graus) e asse por aproximadamente 1 hora e meia.

Não tenha pressa, não abra o forno antes da hora, e deixe esfriar dentro do próprio forno. Se preferir, faça a noite, e deixe esfriando dentro do forno de um dia para o outro. Se der errado, não chore, xingue ou se sinta só. A minha já afundou ou queimou algumas várias vezes, antes de conseguir fazer uma perfeita. Em tempo, ela está perfeita quando estiver crocante por fora e macia por dentro.

para o creme batido com farofa de amendoim

Torre o amendoim com um pouco de sal, numa frigideira ou no forno. Ela doura rapidamente, fique de olho para não queimar. Deixe esfriar. Depois bata o amendoim no liquidificador, até virar uma farofa. Bater o creme de leite com o açúcar até virar chantilly. Misture com a farofa se desejar. 

para os morangos

Pique os morangos. Junte o açúcar e o suco de limão e misture. Deixe na geladeira por pelo menos 1 hora.

para a calda cítrica

Ferver a água e o açúcar numa panelinha e adicionar as anises. Corte as laranjas e o limão em rodelas finas, e cozinhe na calda por uns 15 minutos. Retire as rodelas e deixe as secando num rack. Continue fervendo a calda até ela se reduzir e ficar espessa. Você ainda pode assar as rodelas no forno para comer depois, junto com a pavlova, se desejar.

para a pavlova

Para montar a Pavlova: Primeira camada é de suspiro. Recheie e cubra com o creme batido e coloque os morangos (escorra eles antes) sobre tudo. Sirva com um pouco de calda e farofa. Monte apenas na hora de servir, para que a massa da Pavlova mantenha-se crocante.


*Essa postagem foi feita em parceria com a Kenwood Brasil (muito obrigada!). Todas as opiniões expressas aqui são exclusivamente minhas. 

 

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Bolo de coco com café e calda de chocolate

Um post sobre a vida como ela é.

Às vezes, ser a gente mesmo cansa à beça, especialmente depois de trinta e seis anos. Ando numa crise de identidade, por já me conhecer tão bem e não me convencer mais, como até pouco tempo atrás. Numa sensação de tédio permanente de meu próprio ego. E eu me pergunto, a vida é isso mesmo, sem tirar nem pôr?

Eu que sou adepta ao ritmo lento, às pausas e vazios; em repetir que as coisas boas da vida estão na simplicidade do pouco, nos detalhes desapercebidos, nos entremeios e nos escondidos; tenho me questionado com sinceridade, qual seria o meu propósito além de buscar essa vida para mim. Porque buscar viver dessa maneira, não quer dizer que eu viva dessa maneira - esse é o truque, e a grande mentira das mídias sociais: te fazer acreditar que a vida é essa que a gente posta, que a gente fotografa, que a gente julga só pela capa do livro. 

A vida cotidiana é feita de impasses, uma colagem de recortes simultâneos, situações, problemas, encontros. Alguns deles geram momentos alegres, alguns deles, frustrações. De vez em quando, o pulso se altera com algo que traz angústia, braveza, euforia ou êxtase. Mais do que uma montanha russa, um carrossel sem música, que a gente não pode pedir para descer, senão saltar fora para sair desse moto perpétuo engenhoso. Eu tento enxergar poesia, mas ultimamente tenho visto a vida como ela é. E, às vezes, ela é feia, sem cor e chata.

Estou escrevendo tudo isso, porque não quero ser mais uma a propagar a idéia de que o sucesso é a felicidade permanente, que é ter trilha sonora e cenário produzido com flores. Só a palavra "sucesso" já me faz querer virar os olhos, ôo idéinha errada das boas. Se tem algo que me cansa é dizer que fulano venceu na vida e conquistou o sucesso. Passe longe de mim, por favor, se você tem essas idéias de classificação dentro de você.

Minha vida é como a sua, ou de qualquer outra pessoa ordinária. É feita de sonhos, de vários desfeitos, períodos de mau humor, períodos de TPM. Às vezes brigo com meu marido por motivo bobo, e às vezes erro feio em coisa importante. Gosto de fazer o que gosto, mas não faço o que gosto 100% do meu tempo. Faço muito menos, aliás, do que gostaria. Sim, tenho alguns planos futuros, que estou revendo, porque, como comecei a escrever, tenho a sensação de estar na contramão da vida, sem criatividade para me reinventar, justamente agora que estou no terceiro ato, indo para o quarto. Estou cansada de mim mesma, mas estou é mais cansada dos outros. A verdade é que, estou com 36 anos, com poucas certezas na vida, sem saber bem o que quero.

E precisa querer? Ando tão nos básicos que a decisão do que comer no café da manhã já é um largo passo. Sim, ando com a reforma no sítio, onde pretendo em breve me mudar para viver, uma vida mais bucólica, conectada apenas pelo wi-fi, bem longe da civilização. Se deu para perceber, sou ranzinza, e essa qualidade só parece piorar com o passar do tempo. Já escrevi post sobre o nada, sobre minha tristeza, e hoje sobre a minha rabujisse. Sim, pode contar que tem foto bonita e receita no final, mas até lá, fica com um pouco do meu azedo entediado.


O lado bom da vida são os amigos. O que seria da vida sem eles? Te fazem sorrir quando você quer chorar e te fazem levantar da cama quando você quer passar o dia afundada nela. Diferente de mim, minha amiga anda numa fase boa da vida, de vento em poupa, colhendo os bons frutos de seu trabalho suado. Acompanho-a, desde alguns poucos anos, e vi sua evolução nítida e concreta galgada no esforço e na coragem. É bom quando a gente tem orgulho de amiga/o e pode dizer que sempre acreditamos nela/e. E nesse caso, ela sabe que é verdade, porque já a mandei à merda algumas vezes por duvidar de si mesma. 

Então, em pleno sábado sagrado de descanso, ela me arrastou para fora de casa, para fotografar, me convenceu a fazer um bolo para comemorar, segundo ela, o mês de maio que foi muito bom (para ela!) e me tirou do fastidio - não consigo encontrar tradução que valha dessa palavra - pelo menos por aquele momento. Falou da vida, de como o Studio Elke Noda anda a pleno vapor, contou de seus planos de viagem para Islândia, para comemorar seus 40 anos. Ela transbordava alegria (e amor) e fui tocada, pelo menos durante àquele momento em que passamos juntas, de uma alegria genuína também. 


O bolo que a gente optou, depois de visitar alguns blogs e livros de receita, é o da Linda Lomelino, com algumas poucas adaptações. Sim, o bolo da receita passada também era dela - eu não te contei que ando bem pouco criativa? Ficou divino, bonito como só ele nessa fôrma nova que quis testar, e perfeito sobre a boleira de madeira, do Studio Elke Noda. Receita bem fácil, garanto, e a fôrma garantiu um bolo "cascudo", como eu bem gosto.


Andei indicando alguns filmes ultimamente, e recebi alguns comentários positivos sobre essas dicas. El Ciudadano Ilustre, está em cartaz em alguns cinemas fora do circuito tradicional e é um típico filme argentino: um tragicômico sarcástico, provocador, que caiu como uma luva sobre o meu momento de cansaço e tédio com a vida.


Li anteontem uma postagem ótima (como sempre) do Math. Uma reflexão sincera sobre essa película cada dia mais superficial que é a internet. Essa postagem é 100% inspirada nele.



Bolo de Coco com Café e calda de chocolate | Receita adaptada de Linda Lomelino

para o bolo

  • 150g de manteiga
  • 1 xícara de coco ralado
  • 1 e 1/4 xícara de farinha de trigo
  • 2 e 1/4 colher de chá de fermento em pó
  • 1/4 colher de chá de sal
  • 03 ovos grandes
  • 01 xícara de açúcar granulado
  • 1/4 colher de chá de açúcar de baunilha
  • 2/3 xícara de café forte

para a calda

  • 1/2 xícara de açúcar granulado
  • 2/3 de copo leite
  • 02 colheres de sopa de manteiga
  • 1/4 colher de chá de sal
  • 02 colheres de chá cacau em pó
  • coco ralado para polvilhar ao final

Modo de Preparo

para a massa

Derreta a manteiga e reserve até esfriar. Numa tigela, misture o coco, farinha, fermento em pó e  o sal. Em outro recipiente, bata os ovos, açúcar e açúcar de baunilha até ficar leve e fofo. Adicione a mistura seca e incorpore até ficar homogêneo. Junte a manteiga derretida e o café, misturando até ficar completamente macio. Despeje a massa numa assadeira untada e enfarinhada, de preferência redonda com furo no meio. Asse em forno pré aquecido a 180C graus, por cerca de 50 minutos ou até que o bolo esteja completamente cozido. Deixe o bolo esfriar na fôrma, por uns 15 minutos e, em seguida, desenforme numa grade, para esfriar completamente. 

para a calda

Misture o açúcar, o leite, a manteiga e o sal numa panela e leve ao fogo médio. Mexa sempre até ferver. Deixe a mistura ser por uns 10 minutos, ou até que ela espesse. Coloque o cacau em pó e mexa até ficar completamente liso (use um fouet). Deixe esfriar um pouco e despeje sobre o bolo e polvilhe com coco.

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