Frango com Pequi
A primeira vez que eu provei pequi foi há uns 10 anos, numa galinhada num restaurante de pratos típicos mineiros na Vila Madalena em SP. Eu lembro de ter me maravilhado com aquele sabor tão diferente de tudo que eu já havia provado: um frutado cítrico de polpa cremosa que equilibra com perfeição a densidade do molho de frango na panela.
A primeira vez que eu provei pequi foi há uns 10 anos, numa galinhada num restaurante de pratos típicos mineiros na Vila Madalena em SP. Eu lembro de ter me maravilhado com aquele sabor tão diferente de tudo que eu já havia provado: um frutado cítrico de polpa cremosa que equilibra com perfeição a densidade do molho de frango na panela.
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Relançamento do Curso de Food Styling (que agora também é de fotografia)
Em junho de 2020, eu lancei o Curso de Food Styling Online | Narrativas Visuais Gastronômicas. Naquela época eu estava grávida de poucos meses da Yasmin e ainda não sabia disso. A idéia era de tempos em tempos inserir conteúdo extra por lá (o que aconteceu durante 3 meses), até que fui tomada pela gestação, depois pelo puerpério e, até então, pela maternidade como um todo.
2 anos se passaram e em setembro, fiz o primeiro Workshop Presencial aqui nas montanhas, ao lado da querida Thamires Gomes e foi muito, mas muuuuito bom mesmo. O resultado me deu um impulso para retomar esse projeto online. Agora, eu estou oficialmente relançando o curso, que conta com algumas grandes novidades em termos de estrutura e conteúdo.
A primeira delas é que o curso agora é 100% em vídeo-aulas (antes era em sua maioria disponível apenas no formato de apostila). Continuamos com material de apoio em pdf, mas a possibilidade de assistir o conteúdo deixa tudo mais fácil e fluido né?
O segundo grande presente é que o curso agora também é de FOTOGRAFIA. isso mesmo! Inseri um módulo somente sobre esse assunto, onde vou ensinar tudo sobre como trabalho com a Luz Natural e como configurar uma câmera para tirar o melhor dela. Esse conteúdo está programado para estar disponível em janeiro de 2023, tá?
Com relação ao conteúdo de food styling, ainda temos mais novidades. Agora são 6 Linguagens Estéticas que em que você vai entender a fundo como cada uma delas é construída. Os dois primeiros capítulos (12 aulas no total) já estão inteiramente disponíveis na plataforma.
Além disso, temos a Matriz da Composição - uma ferramenta para você construir do zero - e o Script do Planejamento, para você conseguir maximizar a qualidade do seu trabalho, minimizando imprevistos e possíveis erros na hora de planejar uma sessão de fotos.
Aulas práticas, exercícios e exemplos também fazem parte do escopo desse curso, que deve ser atualizado sempre que possível.
Se você ficou em dúvida sobre o curso e quer ter um gostinho de como eu ensino, deixo aqui uma aula disponível para você ok? São 17 minutos de aula, então, senta com calma para não perder nada, tá?
Já é meu aluno? Então corre para a plataforma e é só acessar!
Se você se interessou pelo curso, saiba mais, clicando no botão abaixo.
Lentilha Apimentada com Farofa de Cebola Caramelizada e Legumes Tostados
Receita Vegetariana por Suzan Zacchi.
Receita de banquete vegetariano em tempos de quarentena? Temos. Esse conteúdo foi criado 3 semanas atrás, quando a Suzan passou por aqui. Esse foi um dos pratos que ela fez para a gente: forte, apimentado e, gente, que lindo - ainda que ela tenha desdenhado da apresentação na hora da foto e chamado de mexidão, hahaha. Saudades daquele clima leve e ingênuo, que vivemos naquele fim de semana.
Sobre o veganismo: a Su recebeu um monte de questionamentos pelo fato desse blog não ser vegetariano ou vegano.
Bom, então, não sou. Não porque eu não respeite ou desacredite no movimento, pelo contrário. Mas minha opção pessoal, hoje, é a redução do consumo de carne. Diminui meu consumo (principalmente de carne vermelha) porque senti que meu organismo respondeu absurdamente bem com essa mudança. Mas continuo consumindo esporadicamente - algo como 3x ao mês -, e seus derivados estão na maioria das minhas receitas (manteiga principalmente).
Aderi ao movimento de transição, de negociação consigo mesma, pois não consigo seguir dietas de restrição. É óbvio que essa é uma ótica/ética particular, e não pretendo entrar nessa discussão. Enxergo no ativismo vegano uma força necessária, importante - admiro demais as pessoas que estão nessa luta - mas acredito também que movimentos agregadores, simpatizantes e menos duros, geram um caminho mais possível.
Até porque as discussões são complexas. Da família que cria galinhas para consumo próprio versus o vegano que compra leite de amêndoas com embalagens que dificilmente serão recicladas. Impacto ambiental versus ética de consumo sobre a vida de outro animal. Coloco aqui não com a intenção de menosprezar o movimento, nem para justificar meus atos. Os movimentos são paralelos, de culturas e visões sociais distintas, mas não podem e nem deveriam ser excludentes. Minha intenção é fomentar a reflexão que já existe dentro de mim.
É preciso questionar os formatos de produção (fazendas de monoculturas, uso de agrotóxicos, produção em massa, confinamento, antibióticos) e de consumo atuais. Optar por pequenos produtores, locais, sazonais - entender a cadeia de produção e evitar o desperdício. Não dá para negar que o que estamos vivendo hoje é resultado de um sistema agressivo e não-sustentável, e que se não mudarmos a rota, o colapso do planeta e iminente.
Covid-19: Difícil manter o otimismo diante de cenários tão devastadores. Difícil não ser pessimista com um governo tão negligente e irresponsável. Difícil manter a fé, com gente encarando quarentena como férias, lotando praias, bares e discotecas. Difícil falar em compaixão, quando funcionários ainda não foram liberados de grandes empresas, porque o lucro vale mais que vidas. Difícil meditar e fazer yoga quando a gente sabe que a desigualdade desse país vai condenar pessoas à morte.
Quero com todas minhas forças ser otimista, estar errada e enxergar coisas boas nesse momento. A rotina segue, porém: acendemos fogão a lenha para cozinhar, brincamos com os cachorros, lavando e colocando as roupas para secar no varal. Sento para meditar e praticar yoga. Tenho Norah Jones tocando o dia inteiro para cobrir os espaços. Festejamos um aniversário online. Mas há no fundo, um silêncio contínuo, de uma espera aguda. Da incerteza que inunda e transborda pelos pensamentos. Seguimos aguardando. Fiquem bem. Me contem como estão.
Lentilha Apimentada com Farofa de Cebola Caramelizada e Legumes Tostados
Receita perfeita da Suzan Zacchi.
Rendimento: 6 porções
Tempo de Preparo:
Tipo de Prato: prato principal
Ingredientes
para a lentilha
- 500g de lentilha vermelha - dal
- 300g de tahini
- 4 folhas de Louro
- 1/4 colher de chá de pimenta caiena
- 1/2 colher de chá de páprica picante
- 1/2 colher de sopa Massala (se não tiver faça uma mistura com cominho, cravo em pó, canela em pó, pimenta do reino, cardamomo em pó)
- Sal a gosto
- Cebolinha para servir
para a farofa
- 1 cebola roxa
- 2 xícaras de farinha mandioca
- 2 colheres de sopa de Azeite
- Sal e pimenta do reino
para os legumes
- 2 pimentões vermelhos
- 2 pimentões amarelos
- 4 fatias de abóbora
- Azeite, sal e pimenta do reino
Modo de Preparo
para a lentilha
- Deixe as lentilhas de molho por 24 horas, trocando água umas 3 vezes durante esse período.
- Escorra bem e coloque numa panela com água e os temperos.
- Cozinhe em fogo médio.
- Quando começa a ferver, agregue o tahini.
- Cozinhe por uns 20 minutos.
para a farofa
- Fatie a cebola e refogue numa frigideira com azeite, até caramelizar bem.
- Junte a farofa, o sal e a pimenta do reino.
- Deixe tostar.
para os legumes
- Fatie os pimentões em tirinhas e as abóboras bem picadinhas.
- Coloque tudo numa assadeira para assar com bastante azeite e sal.
- Leve ao forno a 200C graus por uns 20-30 minutos, até que estejam bem tostados. Na hora de servir, coloque numa tigela a lentilha, a farofa por cima, os legumes e a cebolinha picada.

Chocotorta ou Torta Chocolina
Receita tradicional argentina.
Fazia um tempão que eu não sonhava, ou não me lembrava de ter sonhado ao acordar. Mas nas últimas semanas parece que algo aconteceu e eu sonhei um tanto de coisas sem parar, todos os dias, às vezes mais de um sonho num sono só. Deixei até um caderninho do lado da cama, para anotar quando acordava. Só que todos os dias, quando abro um olho, vejo o Gabriel mexendo no celular recostado na cabeceira. Ele sorri para mim, a gente fica de gracinha, um tirando sarro do outro quando acorda - não sei bem porque a gente faz isso - só sei que a gente sempre termina dando um tanto de risadas, se abraça e se beija, e eu logo me esqueço do que sonhei.
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As fotos abaixo fiz há mais de um ano, mas acabei não publicando a receita na época.
Tortinha Clássica de Morango
Fim de um ciclo e dias especiais.
Depois de uma semana corrida, estou de volta ao sítio. Quem me acompanha no Instagram viu que aconteceu, no último sábado, o Workshop Bolo, Câmera, Ação, organizado pela Camila Dutra do Feitocom.Amor. Quando ela anunciou o encontro mês passado, as vagas se esgotaram em 2 dias e, desde então, começou meu desvario em preparar o material. Ela me convidou a falar sobre fotografia e processo criativo, foram quase 20 pessoas me escutando por 2 horas. Esse passo foi tão importante para mim - e o retorno tem sido tão bacana de quem participou - que voltei cheia de idéias e projetos na cabeça. Tenho sentado todos os dias na frente do computador e criado novamente. Fazia tanto tempo que não me sentia tão inspirada. Aguardem mais cursos pela frente - Assina a newsletter na HOME se quiser estar entre os primeiros a saber das próximas novidades.
E durante essa ida por SP, encerramos também a casa que tínhamos lá. Terminamos de trazer as últimas caixas, entregamos as chaves e a casa vazia. Deu aquele aperto no coração: ver um ciclo se fechar. Fui muito feliz naquela casa, tanta coisa aconteceu em 13 anos, muita festa, muitos encontros. Tanta gente passou e morou por lá - a casa funcionava como uma espécie de comunidade, com quase 10 pessoas morando juntas. Mas gosto de pensar que isso também faz parte do estilo de vida que adotamos: reduzir e simplificar.
Ao voltar para minha cozinha, também quis fazer algo especial para o blog, afinal tudo começou 6 anos atrás aqui. Quis fazer uma receita que sempre tive vontade: Tortinha Clássica de Morango. Reluzentes nas vitrines de padarias, sempre tão convidativas, apesar de nem sempre tão gostosas. Essa aqui ficou perfeita. Massa crocante, creme de baunilha, morangos orgânicos pequenos, e calda brilhosa perfumada. Fazer esse tipo de receita sempre tem um significado dentro de mim. Botar o avental, separar os ingredientes, amassar a farinha e a manteiga com os dedos, chegar na textura perfeita e aveludada do creme pâtissière, detalhe, com extrato de baunilha feito por mim.
Se eu volto alguns anos atrás, tudo isso parecia tão distante da minha vida. E hoje, tão simples e rotineiro. Esse é o tipo de conquista que gosto de comemorar: a de comer uma tortinha de morango feita com amor e por mim.
Tortinha Clássica de Morango
Massa crocante, creme de baunilha, morangos orgânicos e calda brilhosa e perfumada. Item sempre reluzente em padarias, mas nem sempre tão gostosas. Essa você pode fazer sem medo na sua casa que vai ficar uma delícia. Receita adaptada da Rainha da Cocada, Raiza Costa.
Rendimento: 6-8 porções
Tempo de Preparo:
Tipo de Prato: chá da tarde, sobremesa
Ingredientes
para a massa
- 200g de farinha de trigo
- 30g de açúcar refinado
- 100g de manteiga gelada sem sal
- 1 ovo
- pitada de sal
para o creme
- 120ml de leite
- 120ml de creme de leite fresco
- 20g de maisena
- 2 gemas
- 45g de açúcar
- 2 colheres de sopa de extrato de baunilha
para a cobertura
- 120g de morangos (orgânicos de preferência)
- 70ml de água + 2 colheres de sopa
- 100g de açúcar
- raspa de 1 limão
- raspa de 1 laranja
- 12g de gelatina incolor em pó (!/2 pacote)
Modo de Preparo
para a massa
- Num recipiente, junte os ingredientes secos e misture: farinha, açúcar e o sal.
- Com um ralador grosso, rale a manteiga - ela deve estar firme, recém tirada da geladeira - sobre a mistura de farinha, aos poucos. Ou seja, parando para amassar.
- Amasse com os dedos como se estivesse esfarelando, a idéia é que não fiquem grumos de manteiga inteiros.
- Quando estiver bem esfarelado, junte o ovo batido e aperte a massa, só até juntar tudo numa bola uniforme.
- Enrole em papel filme e leve à geladeira por 1 hora.
- Abra a massa numa fôrma redonda de torta, apertando com os dedos mesmo. Itilizei uma de 18cm de diâmetro e outra pequena de 10cm. A idéia é que ela não fique muito grossa, para assar por igual e ficar crocante.
- Perfure todo o fundo da massa com um garfo e leve ao congelador por uns 10 minutos.
- Asse em forno pré-aquecido a 200C graus, por uns 40 minutos ou até que as bordas estejam douradas.
- Retire do forno e deixe esfriar.
para o creme
- Leve o leite e o creme de leite numa panelinha em fogo médio até levantar fervura e desligue o fogo.
- Numa tigela, junte os ovos e o açúcar e bata até virar um creme esbranquiçado. Adicione a maisena e bata bem.
- Verta uma concha do leite quente sobre a mistura de gemas e misture vigorosamente.
- Junte a mistura no restante do leite e leve ao fogo médio, misturando bem sempre, até engrossar (uns 3-5 minutos).
- Adicione o extrato de baunilha e misture. Reserve até esfriar. - Dica: misture de vez em quando, enquanto esfria, o creme com um fouet para não formar aquela película por cima.
- Despeje o creme frio sobre a massa também fria.
para a cobertura
- Hidrate a gelatina em 2 colheres de sopa de água fria.
- Numa panela, junte o restante da água, o açúcar, as raspas de limão e laranja. Leve ao fogo médio até ferver.
- Desligue o fogo e deixe esfriar um pouco. Junte a gelatina hidratada, misture bem e reserve até estar fria.
- Corte os morangos e disponha sobre a torta.
- Pincele a calda brilhosa sobre os morangos e leve a torta à geladeira, por 1 hora antes de servir.

Torta de Noz Pecã e Maçã Verde
Não há nada que descreva tão bem o inverno como o perfume de canela saindo do forno.
Lembrei de um dia, quando uma amiga (a Elke) veio me visitar aqui no sítio. Na ocasião, quem cozinhara a maior parte dos pratos tinha sido o Gabriel, inclusive, a sobremesa, uma torta de maçã. Ela tirou sarro da minha cara: "quem tem blog de receitas é você, mas quem cozinha é o seu marido?!” A gente riu pacas e o Gabriel aproveitou para me desdenhar, e eu tive que explicar que a receita da torta de maçã (um crumble na verdade), era receita vinda da Argentina, coisa de família.
Eu até cheguei a publicar essa receita por aqui, mas parece que ela se perdeu, acabei de olhar na listagem e o link está quebrado e não encontro mais o conteúdo. :(
A verdade é que eu nem sempre cozinho por aqui, a gente divide bem as tarefas. Quando estamos sem tempo, geralmente ele faz um grelhado, legumes e carne no fogo. Tem dias que estou com muita preguiça, ou muito cansada, e ele carinhosamente cozinha para a gente. Tudo isso para dizer que a gente prepara nossa comida por aqui todos os dias sim, mas nem sempre sou eu que faço tudo, amém. Agora lavar a louça, eu lavo todos os dias, mas isso é porque sou chata e sou neurótica com minhas louças - e para falar a verdade eu gosto de lavar.
Essa receita é incrivelmente deliciosa e invernal. Para mim, não há nada que descreva tão bem o inverno, como o perfume de canela saindo do forno. A receita foi inspirada na Torta de Pêras e Pecãs de Eva Kosmas Flores. - que faz as melhores fotos dessa internet, deus. Substituí a pêra pela maçã verde e fiz alguns ajustes por conta da acidez da fruta. Ela deveria se chamar então “Torta de Maçã Verde com Nozes Pecãs”, mas quando a gente comeu, apesar do gosto acentuado da fruta, as nozes se destacam por conta da quantidade colocada. Por isso re-batizamos a torta!
Por aqui, a temperatura tem chegado a zero. Geada e folhas que começam a secar e cair. Dias de fogão aceso, de lenha queimando o dia todo. Panelas grandes, caldos, carne de panela. Gosto de ter sempre uma xícara nas mãos, ver o vapor subir, e esquentar as mãos em volta dela. Fazer muitas receitas no forno, para manter a cozinha quente, e sentir o cheiro de torta assando pela casa.
Gosto de me cobrir com uma manta, e sair a andar assim, com ela nas costas. Sempre com meias de lã nos pés. Gosto de sentar no chão de pedras, enquanto o sol bate forte, mas com seus raios ralos, desses que demoram a esquentar. O inverno é assim, cheio de coisas para a gente fazer, para se manter aquecido. Coisas demoradas, coisas que dão mais trabalho. O quentinho é algo que a gente sente no coração, do frio que faz fora.
Torta de Noz Pecã e Maçã Verde
Receita perfeita para o inverno. Perfumada e deliciosa. Inspirada na Receita de Eva Kosmas Flores.
Rendimento: 02 tortas médias (fiz uma de 18cm de diâmetro e outra de 25cm)
-
Tempo de Preparo:
Tipo de Prato: torta, chá da tarde
para a base
- 1 e 3/4 xícaras de farinha de trigo
- 1/4 xícara de açúcar cristal
- 1 colher de chá de canela em pó
- 1/2 colher de chá de sal
- 170g de manteiga sem sal
- 4-6 colheres de sopa de água gelada
- 1/2 ovo batido para pincelar
para o recheio
- 330g de maçãs verdes descascadas e picadas
- 1/2 colher de sopa de manteiga sem sal
- 1 maçã inteira para decorar
- 1 e 1/2 ovo batido
- 1/2 xícara de açúcar cristal
- 1/4 xícara de iogurte
- 1/4 xícara de mel
- 1 colher de sopa de extrato de baunilha
- 3/4 colher de chá de sal
- 3/4 xícara de nozes pecãs
para a base
- Num recipiente, junte os ingredientes secos e misture: farinha, açúcar, canela em pó e o sal.
- Com um ralador grosso, rale a manteiga - ela deve estar firme, recém tirada da geladeira - sobre a mistura de farinha, aos poucos. Ou seja, parando para amassar.
- Amasse com os dedos como se estivesse esfarelando, a idéia é que não fiquem grumos de manteiga inteiros.
- Quando estiver bem esfarelado, junte 4 colheres de sopa de água gelada e aperte bem a massa. Se necessário, adicione as 2 colheres restantes.
- A idéia é que a massa fique bem concisa e talvez um pouco pegajosa.
- Amasse bem por uns 30 segundos e forme uma bola.
- Enrole em papel filme e leve à geladeira por uns 30 minutos.
para o recheio
- Numa frigideira, derreta a manteiga em fogo alto e adicione as maçãs picadas.
- Refogue as maçãs, até que elas estejam douradas e macias, por uns 7 minutos. Deixe esfriar e reserve.
- Num recipiente, misture os ovos, açúcar, iogurte, mel, baunilha e o sal.
- Junte as nozes pecás - pode quebrar algumas com as mãos antes de adicionar - e as maçãs frias. Misture bem.
- Para decoração, descasque a maçá e corte no sentido longitudinal em 4 partes. Retire as sementes. Vá cortando fatias finas, mantendo a parte superior sem cortar. Depois abra como um leque, com cuidado.
- Disponha numa assadeira untada com manteiga e leve para assar num forno pré-aquecido a 180C graus, por uns 15 minutos, até que se sequem um pouco. Deixe esfriar e reserve.
para a montagem
- Abra a massa com um rolo, numa superfície levemente enfarinhada, até ficar com uns 3mm de espessura.
- Disponha sobre as fôrmas.
- Recheie com a mistura de nozes e maçà.
- Coloque os "leques" de maçã por cima de tudo.
- Enrole as bordas da torta e pincele-as com o ovo batido.
- Leve para assar em fôrno pré-aquecido a 180C graus, por uns 45 minutos, até que esteja dourada.
- Deixe esfriar antes de servir.

Pão Australiano do Outback
Fofinho e docinho.
Fazer pão foi uma das coisas que aprendi aqui no sítio. Tanto pela falta de qualquer vizinhança num raio de quilômetros, quanto pelo amor por pães do Gabriel. Nada de fermentação natural, nem horas de sova. O mais simples: sovando um pouco na mão e o restante na batedeira mesmo, deixando a massa descansar do lado da lareira acesa.
Parênteses. O primeiro pão que aprendi aqui foi o Challah, receita da querida Gória. Depois disso, fui testando outras receitas, tive até uma pequena janela de experiência com o levain, - que durou pouco, não vou mentir - infelizmente. Essa bola eu deixo para minha amiga Elke modelar. E, temos uma máquina de pão também que é uma belezinha para o dia-a-dia. Dá inclusive para programar para que horas quer que o pão esteja pronto. Mas quem usa mais é o Gabriel.
Ainda não é inverno, mas aqui parece que já é faz algumas semanas. Pelo vento que corta frio nosso rosto à noite, quando a gente vai espiar o céu. A cúpula estrelada que cai sobre a gente é quase como um beijo gelado de boa noite. Enquanto o pão assava no forno, e o aroma quente se espalhava pela casa misturado com o cheiro da lenha queimando, fui dar a última volta lá fora. Agasalhada e encolhida, fechei os olhos e fiz um pedido.
As coisas simples também são as mais valiosas. Como pão caseiro que tem seu valor justamente por ser feito em casa, e tudo que isso representa. É o cenário desenhado todos os dias, pelo olhar de quem quer viver pelos detalhes. São pequenos feitos que somados fazem a gente se sentir rico, de uma riqueza que dinheiro nenhum compra.
Há mil anos atrás, eu adorava o Outback, na verdade, aquela cebola empanada que levava você a tomar alguns litros de chope para acompanhá-la. Nunca mais voltei, por anos, e a cebola ficou na minha lembrança. Recentemente, passando em frente, com fome, decidi resgatar o prato das recordações. Infelizmente, a memória boa continuou no passado: a cebola não era mais a mesma, não veio tão grande como eu me recordava, na verdade, veio pequena mesmo. Também não estava tão crocante, nem tão gostosa, o que foi bem decepcionante.
Mas para que não digam que sou só crítica, antes de servirem a cebola, trouxeram o couvert. Nele, serve-se um pão australiano, escuro com gosto acentuado de mel, acompanhado de uma manteiga cremosa. O pão salvou a noite, antes que ela ficasse ruim, e eu fiquei obcecada em encontrar a receita dessa delícia de pão.
A que elegi foi da Eline Prado do blog Mel e Pimenta. Que aliás, descobri que tem dicas e pratos ótimos - que comunidade maravilhosa é essa de blogueirxs de gastronomia na internet. A receita dela é uma adaptação publicada pela Bia Freitag do Desafios Gastronômicos. Obrigada, meninas! Adoramos o resultado.
Aqui, fiz algumas alterações, por conta do que eu tinha na minha despensa, ficou ótimo, e devo continuar minhas experiências sobre o pão, pois quero que ele fique bem escuro, bem fofinho e com bastante gosto de mel.
Quem tiver dúvidas em moldar o pão, assiste a este vídeo do Luiz Américo.
Faz tempo que não deixo sugestões de filmes ou seriados, até porque a Netflix tem me cansado demais, tenho achado as produções originais bem pouco originais; bem ruins, para ser sincera: vê-se que se gastou muito dinheiro com produção, mas pouco em roteiro ou em criar qualquer coisa que valha. Umas histórias fracas, sem pé nem sentido. A sensação que eu tenho é que eles tentam tornar tudo um capítulo de Black Mirror. Saturada, decidi voltar aos básicos, neste caso, à HBO.
Assisti Chernobyl, que me chocou à beça. É um chute no estômago, como a falta de um tiro de misericórdia pela humanidade. É também uma obra-prima de fotografia, com atuações excelentes. Impossível não pensar nas realidades controladas de Orwell em tantas cenas ali. Assisti em dois dias, e fiquei mal. Piorei quando descobri no mapa que Angra II está a 30 km de distância de casa.
O retrato da burocracia arrogante do governo soviético me deixou a pensar sobre o quanto realmente estamos seguros sob a proteção do Estado que deveria zelar pela vida. Os desastres de Mariana e Brumadinho estão aí para escancarar a falta de capacidade das instituições (públicas ou privadas), com lama derramada sobre sangue. Pensar que ainda tem gente que defende o uso de energia nuclear, sendo que nem barragens hidroelétricas foram capazes de manter sob segurança. E isso, nada tem a ver com comunismo ou capitalismo, pelamor, tem a ver com a incapacidade e estupidez humana mesmo.
No momento, estou assistindo a Big Little Lies, que tem atrizes ótimas, história bem narrada, e dá para levar bem, com humor. Estava com saudades das produções do David E. Kelly, e por enquanto (estou a 2 capítulos para terminar a primeira temporada) não tenho nada a reclamar da série, ao contrário, estou adorando. E Meryl Streep está na segunda temporada, então as expectativas são boas.
Pão Australiano do Outback
Receita original do blog Mel e Pimenta e Desafios Gastronômicos, com adaptações.
Rendimento: 02 pães médios
-
Tempo de Preparo:
Tipo de Prato: pão, entrada, chá da tarde
- 360g de farinha de trigo
- 70g de farelo de trigo
- 3 colheres de sopa de cacau em pó
- 1/4 de xícara de mel
- 4 colheres de sopa de açúcar mascavo
- 1 colher de sopa de fermento biológico seco
- 30g de manteiga derretida
- 300ml de água morna
- 1 pitada de sal
- fubá para polvilhar
- Dissolva o açúcar mascavo e o fermento em metade da água morna, num recipiente pequeno e reserve.
- Junte todos os ingredientes secos numa tigela, e deixe um buraco no meio.
- Adicione à mistura do fermento, o mel e a manteiga.
- Vá incorporando os ingredientes com a ponta dos dedos, juntando o restante da água se necessário.
- Sove bem a massa por uns 5 minutos. Eu coloquei na batedeira com o batedor gancho e sovei por lá.
- Deixe a massa descansando num bowl por 1 hora, tampado com filme plástico ou um pano. Se possível deixe num local aquecido, protegido da luz e de qualquer corrente de ar.
- Quando a massa estiver crescida, molde os pães como preferir. Eu dividi a massa em duas partes e fiz dois pães.
- Para moldar, abro a massa, e vou dobrando várias vezes. Coloquei um link para um vídeo ensinando a moldar na postagem acima.
- Faça cortes diagonais com uma faca bem afiaca, no topo do pão. Polvilhe a assadeira e os pães com fubá.
- Cubra e deixe descansar por mais 1 hora, para crescer.
- Leve para assar em forno pré-aquecido a 180C graus, e asse por uns 35-40 minutos.
- Deixe esfriar numa grade.

Sopa de Mandioquinha
Dos deuses.
Foi depois de crescida que eu fui aprender a gostar de mandioquinha, porque de criança, o vapor e o aroma dela tomando a cozinha me tirava o apetite. Mas aqui na Serra, a gente come muito cordeiro assado, e o purê de mandioquinha com bastante noz-moscada é o acompanhamento ideal.
Numa noite dessas, eu estava naqueles dias: bem cansada, com cólica e meio enjoada. Queria um caldo, mas tudo que tinha na geladeira era um saco de batata baroa e meia cenoura. Então, meio a contragosto, resolvi fazer uma sopa com o que tinha, para esquentar o estômago e poder dormir. Da horta, sempre tem aipo. Do galinheiro, nunca falta ovo. Entre descascar os legumes até servir a sopa na mesa, foram 15 minutos contados no relógio. E, supreendentemente, o resultado final ficou dos deuses: um creme aveludado, com uma cor fantástica e um sabor incrivelmente sofisticado.
A receita é super simples - com certeza todo mundo tem uma receita de creme de mandioquinha em casa - mas essa aqui ficou bem especial. Tem cara de outono em plena primavera chuvosa. Tem consistência de amor: aquele que preenche e aquece por dentro.
Sopa de Mandioquinha
Rendimento: 02 porções
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Tempo de Preparo:
- 04 mandioquinhas
- 01 cenoura
- 01 talo de salsão pequeno
- 01 ovo
- 01 folha de louro
- sal e pimenta-do-reino moída na hora
- noz moscada ralada na hora
- azeite, queijo parmesão ralado e salsinha picada para servir
- Lave, descasque e corte as mandioquinhas e as cenouras em rodelas finas.
- Coloque na panela com a água filtrada até cobrir os legumes.
- Junte o talo de salsão, louro, sal, pimenta e noz moscada. Deixe cozinhar, com a tampa entreaberta, por cerca de 10 minutos ou até a mandioquinha ficar bem macia.
- Desligue o fogo e retire o salsão e a folha de louro.
- Bata os ingredientes com o mixer na própria panela até ficar liso - cuidado para que a sopa quente não espirre - ou bata no liquidificador.
- Numa tigela, bata o ovo com um garfo e jogue na sopa quente, misturando bem. Ele irá cozinhar com o calor da sopa e encorpar o creme.
- Sirva com um fio de azeite, queijo ralado e salsinha picada.

Talharim caseiro com molho de tomate com funghi
Dias de chuva.
Tem chovido todos os dias aqui na Serra, faz umas três semanas. Noé já teria construído sua barca e fugido daqui. Dias de lama, muitas nuvens e pouco Sol. Dá pouca vontade de sair de casa e eu me pego horas na janela, vendo a tempestade molhar, sem trégua, fazendo cascata pelo telhado. Apesar de gostar do barulho da chuva, não gosto de dias frios e úmidos - me dá preguiça além do usual, e eu tenho que fazer um esforço para seguir a vida. A sensação que eu tenho, é que o tempo fica numa pausa indefinida, enquanto goteja lá fora; ou a gente fica em espera, contendo a ansiedade, ou a gente sai por aí, com grandes chances de atolar no barro.
Viver no mato é adaptar-se às forças da natureza: bruta, absoluta e instável. É manter os humores em baias e rédeas, apesar dela; é não sucumbir às suas variações, aos céus nublados, às tempestades perenes. É aceitar que tudo é cíclico, nada é para sempre, e poucas coisas estão, realmente, sob nosso controle. Minha vida mudou muito nesses onze meses, para além da troca de cenário: a rotina, as atividades, os tempos, meu contato comigo mesma, minha relação com o mundo. É desafiador, de uma estranheza tremenda, mas, ao mesmo tempo, uma verdade e crueza que jamais havia vivido antes. Eu sinto como se meus sentimentos estivessem todos os dias à flor da pele, e ao mesmo tempo, como se uma camada de casca grossa estivesse sendo sedimentada sobre mim.
Há uma reverência crescente que desenvolvo todos os dias por esse lugar. Mas há, em paralelo, a minha capacidade de tornar banal o cotidiano, de querer passar batido, de não se maravilhar ou de me esquecer do que estou a fazer aqui. É preciso manter o compromisso todos os dias, de lembrar e relembrar, das promessas, das bençãos de viver sobre as montanhas.
Chove. Há silêncio, porque a mesma chuva
Não faz ruído senão com sossego.
Chove. O céu dorme. Quando a alma é viúva
Do que não sabe, o sentimento é cego.
Chove. Meu ser (quem sou) renego...
Tão calma é a chuva que se solta no ar
(Nem parece de nuvens) que parece
Que não é chuva, mas um sussurrar
Que de si mesmo, ao sussurrar, se esquece.
Chove. Nada apetece...
Não paira vento, não há céu que eu sinta.
Chove longínqua e indistintamente,
Como uma coisa certa que nos minta,
Como um grande desejo que nos mente.
Chove. Nada em mim sente...
- Fernando Pessoa -
Essa receita é antiga, as fotos não são de agora, mas de alguns meses atrás. Ficou nos meus arquivos, decidi resgatar e publicar por aqui. Espero que gostem.
Talharim Caseiro com Molho de Tomate com Funghi
Massa caseira e molho de tomate: nada pode ser mais reconfortante que um prato de talharim.
Rendimento: 2-3 pratos
-
Tempo de Preparo:
Tipo de Prato: massa, talharim
para a massa
- 250g de farinha
- 2 ovos grandes
- 2 colheres de água gelada (caso precise para dar ponto na massa)
- pitada de sal
para o molho
- 1/4 xícara de azeite de oliva
- 1 cebola roxa média
- 3 tomates grandes maduros
- 70g de funghi
- 1/2 xícara de vinho tinto
- 2 colheres de sopa de açúcar
- pitada de sal
- orégano
- pimenta do reino
- queijo parmesão ralado para polvilhar
para a massa
- Num bowl, ou numa bancada, faça uma montanha de farinha com um buraco no meio e quebre os ovos lá.
- Misture com as mãos, amassando bem, adicione o sal e sove por uns 10, 15 minutos. - Eu sovo por 5, depois coloco na batedeira com gancho para massas pesadas.
- Forme uma bola, cubra com plástico filme e guarde por uns 30 minutos na geladeira.
- Corte a massa em pedaços e amasse. Polvilhe farinha na massa a ser trabalhada, e passe pela máquina no nível zero (ou o primeiro nível). Depois de passar, dobre ao meio e passe de novo. Repita esse processo por umas cinco vezes.
- Vá aumentando (ou diminuindo) o grau da espessura (cada vez mais fino), para abrir a massa, até chegar ao 8 ou 9. - Se você não tem máquina, acredito que dê para abrir no rolo também, mas deve ser bem trabalhoso e exigir um pouco mais de habilidade.
- Depois de abrir uma tira retangular de massa, passe no cortador de talharim. Coloque a massa polvilhada com farinha para secar.
- Ferva uma panela de água para cozinhar o macarrão, com uma colher de sopa de azeite e sal.
- Quando ferver, coloque o macarrão e cozinhe por uns 3 minutos - a massa fresca fica pronta bem rápido, talvez antes disso.
- Escorra bem - eu costumo jogar um pouco de água fria para interromper o cozimento da massa.
para o molho
- Coloque o funghi numa tigela e acrescente água fervente até cobri-lo por inteiro (e mais um pouco), e deixe de molho por uns 30 minutos até que fique hidratado.
- Corte em pedaços grandes.
- Pique bem uma cebola e refogue-a numa frigideira com o azeite de oliva.
- Quando a cebola estiver dourada, adicione os tomates picados e o açúcar e cozinhe por mais uns 5 minutos.
- Junte o funghi, o vinho tinto e os temperos e refogue por mais uns 3 minutos.
- Sirva o molho sobre o talharim e polvilhe queijo parmesão ralado.

Bolo de Chocolate Branco com Calda de Maracujá
Receita para o Portal Dedo de Moça
Passada a histeria coletiva em que se encontrava nossa nação, na qual eu me incluía, - desde horas a fio militando nas redes sociais à bate-boca em almoço de família - há de se deixar a poeira baixar e recuperar a vida perdida durante esses últimos meses. O que não quer dizer que a luta terminou, mas eu, pelo menos, peço trégua, e pretendo iniciar um novo ciclo em minha vida: com mais coerência entre atitudes e discursos no meu cotidiano.
Chorei e me decepcionei demais no dia seguinte, pós-Segundo Turno. Separei muito joio do trigo, o que não quer dizer que excluí amizades que apoiaram o candidato da oposição, mas a depender do tom do discurso e as justificativas para tal voto, eu optei por manter uma distância segura, por tempo indeterminado. E acredito que muita gente se afastou de mim, pelos mesmos motivos. Tem decepções que riscam demais o verniz dos nossos princípios, e colocam a gente em mundos separados e distantes. Infelizmente, não tenho solução para essas questões: eu poderia tecer um discurso de paz e distribuir tolerância e amor ao próximo, mas nas atuais circunstâncias, seria hipócrita e bastante desonesta comigo mesma.
Queria eu ter evoluído a ponto de não me abalar, saber o que é o certo, e fazer o que é o melhor para todos, mas estou longe disso. Ultimamente, tenho precisado, muito mais do que tenho tido disposição para dar. E nesse momento, confesso, tudo que eu precisava era de um abraço quente e algumas palavras gentis. Cumplicidade no olhar, dissolvida no silêncio caloroso de quem espera pacientemente a dúvida do outro. Sentir-me acolhida e aceita, independente de erros ou acertos. Aceitação incondicional, sem pré-julgamento ou qualquer tipo de viés político.
Ouça um bom conselho
Que eu lhe dou de graça
Inútil dormir que a dor não passa
Espere sentado
Ou você se cansa
Está provado, quem espera nunca alcançaVenha, meu amigo
Deixe esse regaço
Brinque com meu fogo
Venha se queimar
Faça como eu digo
Faça como eu faço
Aja duas vezes antes de pensarCorro atrás do tempo
Vim de não sei onde
Devagar é que não se vai longe
Eu semeio o vento
Na minha cidade
Vou pra rua e bebo a tempestade- Bom Conselho, Chico Buarque -
Essa receita foi publicada na minha estréia como co-criadora no Dedo de Moça, portal de receitas e dicas culinárias. Tem a doçura do chocolate branco e a acidez do maracujá. Um bolo à base de manteiga - a massa fica pesada e o melhor é comer no dia seguinte, que fica mais sequinha. Com a calda de maracujá, a combinação é perfeita. Você também pode substituir as gotas de chocolate branco pelo de chocolate comum.
Bolo de Chocolate Branco com Calda de Maracujá
Receita para minha estréia como co-criadora no Portal Dedo de Moça. Tem a doçura do chocolate branco e a acidez do maracujá. Um bolo à base de manteiga - a massa fica pesada e o melhor é comer no dia seguinte, que fica mais sequinha. Com a calda de maracujá, a combinação é perfeita. Você também pode substituir as gotas de chocolate branco pelo de chocolate comum.
Rendimento: 10-15 porções
-
Tempo de Preparo:
Tipo de Prato: bolo, chá da tarde
para o bolo
- 220 gramas de manteiga com sal amolecida
- 01 xícara de açúcar cristal
- 4 ovos
- 2 xícaras de farinha de trigo
- 1 xícara de iogurte
- 1 colher e meia de chá de fermento químico
- 1 colher de sopa de extrato de baunilha
- 120g de gotas de chocolate branco
para a calda
- 180g de poupa de maracujá (aproximadamente 1 maracujá e meio)
- 125g de açúcar cristal
para o bolo
- Numa batedeira, bata bem a manteiga com o açúcar até formar um creme (por pelo menos uns 5 minutos).
- Junte os ovos, um a um, batendo bem após adicioná-los (20 segundos).
- Desligue a batedeira e adicione o iogurte e o extrato de baunilha.
- Junte a farinha peneirada com o fermento e apenas misture para incorporar e ficar uma massa homogênea.
- Misture metade do chocolate branco.
- Untar com manteiga e farinha, uma fôrma redonda com furo no meio. Se a assadeira for muito trabalhada como a minha, espalhe a manteiga derretida com um pincel e depois passe a farinha.
- Despeje a massa na fôrma e adicione o restante do chocolate por cima da massa.
- Leve para assar em forno pré-aquecido a 180C graus e deixe por pelo menos 1 hora e 10 minutos, ou até que fique bem dourado.
- Depois de apagar o fogo, costumo deixar o bolo dentro do forno até que esfrie para deixar a massa mais sequinha. Se você fizer de noite, após apagar o forno, deixe dentro de um dia para outro.
para a calda
- Numa panelinha, junte o açúcar e a polpa de maracujá e leve ao fogo baixo, misturando sempre, até virar uma calda.
- Sirva sobre o bolo, morna ou fria.

Bolo de Chocolate Branco com Calda de Maracujá
para o bolo
220 gramas de manteiga com sal amolecida
01 xícara de açúcar cristal
04 ovos
02 xícaras de farinha
01 xícara de iogurte
01 colher e meia de chá de fermento químico
01 colher de sopa de extrato de baunilha
120g de gotas de chocolate branco
para a calda
180g de poupa de maracujá (aproximadamente 1 maracujá e meio)
125g de açúcar cristal
Modo de Preparo
Numa batedeira, bata bem a manteiga com o açúcar até formar um creme (por pelo menos uns 5 minutos). Junte os ovos, um a um, batendo bem após adicioná-los (20 segundos). Desligue a batedeira e adicione o iogurte e o extrato de baunilha. Junte a farinha peneirada com o fermento e apenas misture para incorporar e ficar uma massa homogênea. Misture metade do chocolate brando
Untar com manteiga e farinha, uma fôrma redonda com furo no meio. Se a assadeira for muito trabalhada como a minha, espalhe a manteiga derretida com um pincel e depois passe a farinha.
Coloque a massa na fôrma. Adicione o restante do chocolate por cima da massa. Leve para assar em forno pré-aquecido a 180C graus e deixe por pelo menos 1 hora e 10 minutos, ou até que fique bem dourado. Apague o fogo e deixe o bolo dentro do forno até que esfrie para deixar a massa mais sequinha. Se você fizer de noite, após apagar o forno, deixe dentro de um dia para outro.
Numa panelinha, junte o açúcar e a polpa de maracujá e leve ao fogo baixo, misturando sempre, até virar uma calda. Despeje morna ou fria sobre o bolo.
Panquecas Dutch Baby
Para servir amor no café da manhã.
Receita de panquecas Dutch Baby. Para um dia de sol de manhã preguiçosa. Feito um abraço longo e silencioso. Com bocejo, enquanto se passa o café. Para servir amor, numa mesa farta e bonita.
Em tempos de intolerância, extremismos e declarações de ódio, é preciso cuidar para que a alma e o coração não sejam tomados pela tristeza e o desalento. É preciso afirmar todos os dias nosso compromisso com o amor.
Rir para não chorar. Nunca o vídeo de Monty Python, “As vantagens de ser um extremista” esteve tão atual.
Para quem quiser fugir das oscilações externas - e reconectar-se com o seu próprio silêncio - estarei de 12 a 15 de outubro, no Retiro de Meditação e Silêncio, conduzido pelo meu marido. Meu convite fica aqui!
“The main thing is to be moved,
to love, to hope, to tremble, to live.”- Auguste Rodin -
Panquecas Dutch Baby
04 porções
03 ovos
03 colheres de sopa de açúcar
3/4 xícara de leite
3/4 xícara de farinha
01 colher de sopa de baunilha
01 colher de chá de sal
02 colheres de sopa de manteiga
Açúcar de confeiteiro para servir
Modo de Preparo
Coloque uma frigideira de ferro - ou de qualquer outra que possa ir ao forno - no forno a 220C graus, por uns 10 minutos.
Enquanto isso, faça a massa. Bata bem os ovos com o açúcar, até virar um creme esbranquiçado. Junte o leite e continue batendo. Adicione a farinha e bata apenas até incorporar. Misture a baunilha e o sal.
Retire com cuidado a frigideira quente do forno, e coloque a manteiga para que derreta e espalhe bem sobre ela. Despeje a massa e leve ao forno. Asse por uns 20 minutos. A panqueca irá crescer, inflar, dourar e depois murchar quando sair do forno.
Sirva quente com o que preferir: creme batido, geléias, mel, frutas, granola. Eu servi com iogurte caseiro e morangos. Polvilhe açúcar confeiteiro por cima de tudo.
Bolo Mármore de Baunilha e Chocolate
Memórias de inverno.
O frio chegou finalmente aqui nas montanhas. Foi na terça-feira que choveu o dia todo, trazendo o inverno para a Serra. A gente acende o fogão à lenha pela tarde, junto com a lareira, para se encerrar no final do dia dentro da casinha. Mesmo com o frio, eu confesso que gosto de sair de vez em quando, para dar uma espiada nas estrelas à noite, sob o vapor condensado da respiração, e de sentir o ar gelado entrando nos pulmões. Gosto também de entrar dentro de casa e sentir o contraste quente do interior da casa, de correr para as cobertas e, então, despausar o seriado.
Quando eu penso nas escolhas que me trouxeram até essa vidinha bucólica, nos acasos, na sorte e nas oportunidades, eu sinto que a vida é um presente, e a gente tem que fazer dela o melhor que a gente pode. É uma obrigação buscar a felicidade hoje, entender o que o coração quer te mostrar e ser honesto com sua própria alma. Todo mundo tem direito de ser feliz.
E quando o Gabriel, voltou da caminhada do mato, com um ramo de flores silvestres brancas, feito sinos, viradas para baixo, eu me senti na obrigação de devolver o agrado na mesma altura. Faz dias que ele vinha me pedindo pelo bolo "marmorado" que minha sogra costumava fazer quando ele era criança, bolo mesclado de baunilha e chocolate. Além de não ter a receita dela - e de ela não estar viva para me passar nenhuma - chegar perto de memória de paladar da infância do marido é algo que você nem precisa começar para saber que já falhou.
Não me intimidei. Eu nunca tinha feito um bolo marmorado na minha vida, mas de repente, senti que não deveria buscar receita nenhuma. Quis pensar em como D. Stella teria me ensinado a receita, se ela estivesse viva, virando as folhas amarelas de seu caderninho desfolhado, com seus dedos finos de bruxa velha. Me inspirei no seu Budín Inglês amanteigado, substituindo parte da manteiga pelo leite, para deixá-lo mais fofinho. Uns ajustes na quantidade de ovos, cacau e baunilha. E o bolo ficou espetacular.
Não é mentira que repeti duas vezes a receita durante a semana. Para acompanhar o inverno da Serra, e uma xícara de café quente nas mãos, não teve coisa melhor. Se você ainda tem dúvida de que a felicidade está nas pequenas coisas, é porque ainda não experimentou esse bolo. Ou talvez não tenha um marido que saiba que você ama flores. Nada pode ser tão gostoso quanto agradar quem você ama.
Ando viciada nos seriados de Star Trek. Lembro de quando criança, que meu pai era fã e não perdia um episódio na TV. Eu não entendia bem na época, mas ficava do lado dele no sofá, assistindo e ouvindo ele me contar sobre viagens no espaço e histórias de ficção científica. Hoje, ao ver os capítulos, ainda que bastante pitorescos e de atuações duvidosas, existe algo nas histórias que me traz um sentimento bom e nostálgico, como o bolo de mármore das memórias do Gabriel.
E o blog ganhou nova roupagem, mais uma vez. Eu gosto de mudar o layout, revisar os arquivos, encontrar um tanto de fotos e descobrir uma cara que faça mais sentido para o momento. É quase um corte de cabelo novo, que você olha no espelho e acha que agora está a sua cara.
Bolo Mármore de Baunilha e Chocolate
Uma receita inspirada no caderno de folhas soltas e amareladas da D. Stella, metade baunilha, metade chocolate. Espetacular.
Rendimento: 10 a 12 porções
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Tempo de Preparo:
Tipo de Prato: bolo, bundt, chá da tarde
- 150g de manteiga com sal amolecida (em ponto de pomada)
- 1 xícara de açúcar cristal
- 3 ovos
- 2 xícaras de farinha de trigo
- 1 e 1/2 colher de chá de fermento químico
- 1 xícara de leite + 1 colher de sopa
- 2 colheres de sopa de extrato de baunilha
- 3 colheres de sopa de cacau em pó
- Bata bem a manteiga com o açúcar na batedeira até se formar um creme esbranquiçado (por pelo menos uns 5 minutos).
- Junte os ovos, um a um, batendo bem após adicioná-los (20 segundos).
- Desligue a batedeira e junte aos poucos a xícara de leite e a farinha com o fermento. alternando-os, e misturando delicadamente, apenas até estarem bem incorporados.
- Divida a massa em 2 metades.
- Em uma adicione o extrato de baunilha e misture.
- Na outra metade, adicione o cacau em pó e a colher de leite, e misture até ficar homogêneo.
- Unte uma fôrma retangular (dessas de pão de fôrma) com manteiga e farinha.
- Despeje alternadamente a massa na fôrma para que fique mesclado.
- Leve para assar em forno pré-aquecido a 180C graus e asse por 50 minutos, ou até que fique bem dourado.
- Apague o fogo e deixe esfriar dentro do forno.
- Desenforme frio.

Muffins de Banana
e o que a vida na Serra quer da gente
São 4 meses vivendo no meio do mato. No aconchego do frio gelado da Serra, com o cheiro de madeira queimando no fogão à lenha, dos mosquitos nas lâmpadas ao final do dia. De terra nos sapatos, das verduras e temperos frescos da horta, das funções bucólicas que a vida na roça requer da gente. Nossa adaptação foi absolutamente sem nenhuma necessidade importante, ou de fazer arrepender a mudança. Pelo contrário, não consigo pensar agora em nada que realmente me aqueça o coração de saudades da cidade grande, urbana, e quase civilizada.
A vida entre os pintinhos, da cachoeira de água gelada, de cozinhar todos os dias. É algo que conforta meus pensamentos, alegra meu coração e me faz reconhecer a felicidade. Daquela que é cultivada diariamente, sem saltos ou sustos, de maravilhamento diário com a natureza generosa e feroz, da vida que pulsa verde e requer verdade para viver ao seu lado. Ela cura, mas pede sintonia, respeito e cuidado.
Mas a verdade é que eu senti que o lugar foi me recebendo aos poucos, ainda que eu tenha amor por ele desde o primeiro dia. A gente que vem da cidade grande, carrega muita coisa desnecessária na alma, se atormenta com insetos e bichos do mato, é atravessado de neuroses diárias. É preciso dar conta do silêncio, das luas cheias de céu estrelado, do selvagem, do puro.
Se eu trocaria essa vida por outra? Jamais. Não penso em nunca mais voltar a viver na cidade grande. Sei que ainda é cedo para uma afirmação tão convicta, mas a sensação é que demorei demais para me mudar, apesar de acreditar que as coisas aconteçam em seu devido momento. Então aproveito cada instante dessa vida presenteada, e me dou por satisfeita por mais uma tarde fria que se encerra aqui na Serra.
A receita desses muffins de banana, é fácil e simples, não precisa de batedeira, por exemplo. Os ingrediente são os que tem sobrando em casa. A massa fica bem fofa, com uma farofa crocante por cima, e com a umidade perfeita por conta dos pedaços de geléia. O toque especial fica por conta do queijo ralado tipo parmesão, opcional, mas que dá um sabor especial aos bolinhos. Faz, que eu garanto que você não irá se arrepender.
Para acompanhar o ar frio da Serra, a preguiça sem fim e um bom chá quente. Para completar: um quimono feito de tecido japonês do Studio Elke Noda, uma tarde na cama e série antiga/retrô de Star Trek no Netflix. Esse é meu tipo de vida.
Muffins de Banana
A receita desses muffins de banana, é fácil e simples, não precisa de batedeira, por exemplo. Os ingrediente são os que tem sobrando em casa. A massa fica bem fofa, com uma farofa crocante por cima, e com a umidade perfeita por conta dos pedaços de geléia. O toque especial fica por conta do queijo ralado tipo parmesão, opcional, mas que dá um sabor especial aos bolinhos.
Rendimento: 10 muffins
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Tempo de Preparo:
Tipo de Prato: muffins, chá da tarde
para a massa
- 1 e 1/2 xícara de farinha de trigo
- 1 colher e chá de bicarbonato de sódio
- 1 colher de chá de fermento em pó
- 3 bananas médias bem maduras
- 1/2 xícara de açúcar cristal
- 1 ovo
- 1/3 xícara de manteiga com sal derretida (líquida)
- 150g de queijo tipo parmesão ralado (opcional)
- 10 colheres de chá de geléia de mirtilos (ou qualquer outra que tiver na sua geladeira)
para a farofa
- 3 colheres de sopa de açúcar cristal
- 2 colhers de sopa de farinha de trigo
- 1 colher de chá de canela em pó
- 1 colher de manteiga derretida
para a massa
- Em uma tigela misture a farinha de trigo peneirada o bicarbonato de sódio e o fermento em pó.
- Em outro recipiente, amasse as bananas até virar um purê e misture com o ovo, açúcar e a manteiga líquida.
- Junte a mistura das bananas sobre a farinha e incorpore delicadamente, apenas até a massa ficar homogênea.
- Junte o queijo ralado.
- Numa forma para muffins, unte com manteiga e farinha, ou coloque as forminhas de papel.
- Coloque a massa até preencher cerca de 2/3 das forminhas.
- Complete com uma colher de chá de geléia.
para a farofa
- Numa tigela, junte todos os ingredientes e misture bem até formar uma farofa. Se precisar adicione mais manteiga ou mais farinha para chegar na consistência.
- Coloque sobre a massa antes de levá-la ao forno.
- Leve a mistura ao forno pré-aquecido a 180° C, e asse por uns 25 minutos, ou até que a massa esteja dourada e cozida.

Homus de Beterraba
Receita original de A Mesa da Carolina
Faz um mês desde a última postagem por aqui. De vez em quando é bom ficar longe desse lugar, que é tão especial para mim. É importante não se sentir refém de ter que escrever, fotografar, postar. Poder fazer isso quando realmente sinto vontade, e me sinto capaz de fazer algo de valor e que toque meu coração. E não é que eu não tenha sentido falta daqui. Senti o buraco que esse lugar me dá, quando não tenho tempo para ele.
Os motivos da ausência são os mesmos de sempre: trabalho, trabalho e trabalho. Me faz bem esses períodos de imersão, focar e buscar o melhor resultado. Estar longe das redes sociais e poder viver outra vida por um período necessário. Minha vida de rotina gosta de sair dela, regularmente.
Aos poucos vou retornando por aqui!
A receita é da Carol do A Mesa da Carolina, rainha das saladas e receitinhas veggies deliciosas, iogue e querida. Vale a pena visitar o blog dela. As receitas são ótimas e as fotos lindas.
Homus de Beterraba, uma pastinha perfeita para servir de entrada ou acompanhamento. A cor é um magenta de doer os olhos. E o sabor cheio de caráter.
Homus de Beterraba
Receita original - com pequenas modificações - de Carol Aguiar, de A Mesa da Carolina, rainha das receitinhas veggies deliciosas e instrutora de yoga. Essa é uma pasta perfeita para servir de entrada ou como acompanhamento. A cor é um magenta de doer os olhos e o sabor cheio de caráter.
Rendimento: cerca de 1 litro
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Tempo de Preparo:
Tipo de Prato: acompanhamento, entrada
- 2 beterrabas médias ou 4 pequenas
- 1 dente de alho
- 1 xícara de grão de bico
- 1/4 de xícara de tahine
- 1/4 de azeite
- 1/4 de xícara de água
- suco de 1 limão
- sal marinho e pimenta do reino
- 1 colher de sopa de sementes de cominho (opcional)
- Deixe o grão de bico de molho em água filtrada de um dia para outro (troque a água umas 2 vezes nesse período).
- Escorra coloque numa panela de pressão, cobrindo com água nova.
- Cozinhe por 30 minutos depois de pegar pressão. Escorra e deixe esfriar.
- Embrulhe as beterrabas em papel alumínio e asse por 1 hora, ou até que estejam macias ao serem perfuradas por um garfo.
- Deixe esfriar e descasque com as mãos e fatie em pedaços.
- Num liquidificador junte o alho, a beterraba, o grão de bico (usar uma peneira para drenar e escorrer sob água corrente antes), o tahine, o azeite, e a água.
- Bater até formar uma pasta homogênea.
- Junte o suco de limão, o sal, cominho e pimenta do reino e bata mais um pouco.
- Sirva com um pouco de gergelim torrado por cima e com pão pita.

Challah
Receita original de Gória Huk.
Os dias vão passando aqui na roça, lentamente. Ainda que cada dia é um tanto de afazeres de não acabar mais, desde cuidar da horta, das minhas plantinhas e, agora, do galinheiro. Manter a casa habitável também é mais um tanto de tarefas e diversas, que requerem bons braços e par de pernas: um enche balde e torce pano, esfrega chão e limpa vidros, tira pó e organiza as coisas em seu devido lugar. A casa não é grande, como gosta de dizer meu marido, um sete por sete, que cabe exatamente nossa vidinha simples. Mas vida no barro, significa muita terra para dentro de casa.
Eu posso dizer que os dias são densos, mas uma densidade líquida, sem pressão. Dentro do nosso próprio tempo, em recortes orgânicos. Tem também que os tempos são espaçados, entre a nuvem que sobe a Serra e a chuva que cai no meio da tarde. A densidade é fluida, feito a seiva que corre vida pela mata, no ritmo de uma inspiração lenta e profunda, que preenche os pulmões para depois relaxar e despejar o ar quente pelas narinas. Como uma garrafa flutuando pelo infinito do oceano, balançando pelas águas, subindo e descendo, em direção à praia. É a vida das borboletas, que voam por um dia, a dançar pelo vento, felizes pelo calor do sol sobre suas asas de papel de seda.
Só tem que a gente não tem as mordomias de cidade grande, como pedir um delivery quando dá fome, ou a padaria na esquina de casa. E, eu nunca tinha vivido antes essa experiência, de ter que cozinhar todos os dias. Quando eu morava em São Paulo, gostava muito de cozinhar também, mas gostava de tomar o café da manhã no boteco ao lado de casa, comer um p.f. de vez em quando também, e às vezes passar em algum dos nossos restaurantes prediletos para jantar. Ou seja, ter que preparar o café da manhã, cozinhar o almoço e a janta TODOS OS DIAS, é uma experiência completamente nova para mim. E eu tenho que dizer que ESTOU AMANDO e me sentindo realmente uma dona de casa realizada, por mais ridículo que isso possa soar.
Mas é também um desafio, desses de dar vontade de comer um pão, e ter preguiça de percorrer 20 quilômetros até a cidade para comprar e matar a vontade. E não saber fazer pão. Então, eu vi uma postagem da rainha dos pães (e outros quitutes de vó, como já falei aqui uma vez), Goria Huk, e a foto de seu challah maravilhoso. Eu decidi que era meu dia de debutar e aprender a fazer um pão sozinha. O resultado você confere nas fotos a seguir. Quer dizer, essas fotos são da segunda tentativa de fazer o pão, que é bem fácil, por sinal. Abafa o caso das trocas de ingredientes que fiz na primeira vez, por não querer descer até a cidade para comprar o que faltava. 😅
Challah
Uma perfeição em formato de pão. Receita original da rainha dos pães, Goria Huk.
Rendimento: 1 pão de 280g
-
Tempo de Preparo:
Tipo de Prato: pão
- 250g de farinha de trigo
- 1 colher de sopa de fermento biológico seco (1 pacote de 10g)
- 1 ovo
- 2 gemas
- 1 colher de sopa de açúcar mascavo
- 20ml de óleo de girassol
- 80ml de água morna
- 3/4 colher de chá de sal
- 2 colheres de chá de mel
- 1 colheres de chá de azeite de oliva
- gergelim para polvilhar
- Dissolva o fermento fresco com o açúcar na água morna, 1 ovo inteiro, mais 1 gema, o óleo de girassol e mexa.
- Adicione a farinha e o sal.
- Com um gancho tipo raquete, bata o suficiente para formar uma massa (ainda bem pegajosa).
- Tire o batedor, cubra a tigela com um pano e deixe descansar 10 minutos.
- Coloque um batedor tipo gancho e bata por mais 10 minutos.
- Retire a massa e em uma superfície com farinha, finalize a sova dobrando a massa algumas vezes.
- Forme uma bola, cubra e deixe crescer até dobrar de volume.
- Divida a massa em 4 partes iguais e modele cordões - veja passo a passo no post da Gória.
- Depois de trançar e montar na fôrma, deixe crescendo por mais 30 minutos.
- Aqueça o forno a 250° C.
- Misture com um garfo, num recipiente pequeno, 1 gema com o mel e o azeite.
- Com um pincel, passe a mistura sobre o pão.
- Polvilhe gergelim.
- Coloque o no forno, diminua para 220° e asse até dourar bem.

Brigadeiro de colher com Geléia de Amora
E meu amor pelo Bhagwan.
Não costumo comemorar a Páscoa. Quando criança, ganhava ovos de chocolate, é claro, e minha mãe fazia bacalhoada no domingo. Mas nunca houve um sentido religioso ou espiritual dentro de mim relacionada a esta data. Não sou católica, nem cristã, não sigo nenhuma religião. Tenho uma busca espiritual constante em minha vida, desde que me conheço por gente. Rezo, medito todos os dias, pratico yoga sempre que consigo. E tenho um mestre indiano, o Bhagwan Shree Rajneesh, ou Osho, que já partiu. Meu amor por ele, vem pelo amor que meu companheiro, discípulo há mais de 30 anos, tem por ele. Eu nunca li muito dos seus livros, transcrições de seus satsangs. Mas eu adorava seu sorriso e seu silêncio em seus discursos. Ele dizia que seus sannyasins eram os mais alegres, festeiros e criativos desse mundo. E ele estava certo. A gente está sempre em celebração.
Estou escrevendo isso, 3 semanas após ter assistido ao documentário-série do Netflix, Wild Wild Country, de uma tacada só, 6 episódios seguidos. Eu não conhecia a história da comunidade em Oregon. Sabia que fora polêmica e que a coisa tinha ficado feia no final. O seriado mostra pouco do Osho em si; o foco ficou na história do rancho e a briga com os caipiras. Me emocionei demais com a construção daquele lugar fabuloso. Da beleza das pessoas e do amor delas pelo mestre. Mas fiquei triste e mexida de uma maneira ruim, com as cagadas (não consigo pensar em outra palavra) da Sheela e sua panelinha, do ódio e preconceito do entorno, e de como tiveram a capacidade de rotular o amor livre em terrorismo.
O que eu posso dizer de tudo isso? Hoje, a gente tem mais tecnologia, informações e conhecimento disponíveis para quem quiser procurar, livros do Osho em prateleiras de todas livrarias. Mas o mundo continua conservador, chato e intolerante como nunca, por conta do medo e da ignorância. É difícil acreditar que isso um dia irá mudar. Enfim, meu coração ficou na mão, mas eu continuo buscando meu caminho. Meu amor pelo Osho e minha gratidão pela sua vida, coragem e entrega são ainda maiores depois de tudo isso, depois de ter assistido ao documentário completo. E acho que os "vermelhinhos" irão concordar comigo.
Antes que algum hater de plantão comece a destilar seu veneno por aqui, quero deixar claro que não concordo com tudo que Osho dizia. Diferente de qualquer outro mestre, ele não pregava ou doutrinava em seus discursos. Muito pelo contrário, ele te convidava a duvidar de tudo que dizia, e descobrir a verdade através de sua própria experiência. Às vezes contradizia seus próprios discursos, propositalmente. Era um mestre muito singular.
"Eu gostaria que meus sannyasins vivessem a vida em sua totalidade, mas com uma condição absoluta, uma condição categórica: e essa condição é consciência e meditação.
Primeiro, vá fundo na meditação, de modo que você possa limpar a sua inconsciência de todas as sementes venenosas, de modo que nada exista para ser corrompido e nada exista dentro de você cujo poder possa trazê-lo para fora.
Então, a partir de então, faça tudo o que tiver vontade de fazer."
- Osho -
Fiz esses brigadeiros de colher, para comer de sobremesa nessa Páscoa. A receita é da rainha das doçuras, Franciele do blog Flamboesa. Suas produções parecem ter saído de Alice no País das Maravilhas, suas fotografias são cheias de carinho, coloridas em tons pastéis. Adoro.
Montei no copinho, com uma colher de geléia de amora, outra do brigadeiro, e polvilhei coco ralado com cacau em pó por cima de tudo. Ficou uma delícia. Feliz Páscoa!
Brigadeiro de colher com Geléia de Amora
Um mimo, receita original da Franciele do Flamboesa
Rendimento: cerca de 8 copinhos
-
Tempo de Preparo:
Tipo de Prato: docinho
- 395g de leite condensado (1 lata)
- 1 colher de sopa de manteiga
- 2 colheres de sopa de cacau em pó
- 1 pitada de sal
- 8 colheres de sopa de geléia de amora
- coco ralado e cacau em pó para decorar
- Coloque o leite condensado, o cacau em pó peneirado, a manteiga e o sal em uma panelinha, misture e leve para cozinhar em fogo baixo.
- Mexa sempre, até cozinhar e desprender do fundo da panela, e chegar ao ponto de brigadeiro de enrolar.
- Adicione o creme de leite, misture bem e desligue o fogo.
- Coloque em uma tigela e cubra com filme plástico, em contato com o doce, para não criar crosta e espere esfriar totalmente antes de usar.
- Em copinhos de shot, coloque uma colher de geléia, preencha o restante com o brigadeiro.
- Polvilhe coco ralado e cacau em pó para decorar.

Mini Abóboras recheadas com Couve, Nozes e Parmesão
O que faz o seu coração vibrar?
Aquilo que faz o seu coração vibrar. O que chama pela sua alma todos os dias, quando você coloca sua cabeça no travesseiro, antes de dormir, nas tuas orações? O que você faria se não tivesse preocupações diárias e mundanas? De tempos em tempos, essas perguntas me trazem um misto de entusiasmo e frio na espinha. Dá medo de olhar diretamente e descobrir que não tenho nenhuma das respostas que eu deveria ter. Pavor de pensar que talvez eu nunca as responda com certeza.
Não fomos treinados para escutar o coração. "Aprender a ouvir nossa intuição" ou "ir atrás dos nossos sonhos" são jargões piegas e coisa de lunático. E a vida é aquilo que a gente vive todos os dias, da rotina, dos problemas, da matéria e do concreto. Pensar nessas questões é perda de tempo, não vale a pena e, afinal, você nunca chegará numa resposta que valha mesmo. Essa resignação chega desde cedo e se instala por dentro. A gente aprende a viver dessa maneira, conviver com o nunca saber de verdade. Mas dessa inquietação eu vivo, há algum tempo, buscando linha para tecer. É algo que transcende a materialidade do explicável; que transborda o visto e palpável. Uma jornada sem trilha e sem mapa, às vezes, sem destino.
Com o tempo, posso dizer, porém, que encontrei algumas coisas que são capazes de aquietar minha mente, e me tiram da dúvida, dessa que não tem começo e nem termina. Uma delas, e talvez a primeira e primordial, é agradecer. Algo simples, mas capaz de movimentar os lodos mais densos. O sentimento de gratidão, quando nasce genuíno e expande inocente, pode curar as mágoas mais profundas, transformar perspectivas, colocar por outro ângulo, o que era antes inflexível. Eu achava que o perdão era o sentimento que antecipava a gratidão, e que sem o primeiro não era possível passar para segundo. Até que aprendi que a ordem é contrária, que às vezes, o perdão nunca vem, a gente pode se cansar de tentar abrir mão, e morrer sem conseguir. A gratidão é capaz de colocar um pequeno sorriso em tudo, cobrir como uma tela fina de alegria - como uma capa mágica que transforma em invisível - sobre as memórias mais tristes e rancorosas da vida, e sobre os arrependimentos mais difíceis de se lidar. Ela é capaz de fazer florir um lótus.
A segunda delas, das coisas que aquietam minha mente e me ajudam a estar nesse mundo, mais calma e mais lúcida, é a organização. Eu não sou uma pessoa disciplinada, nem ordenada. Gostaria de ser e isso sempre foi um grande desafio para mim. Mas eu tenho aprendido que organizar minhas coisas, minha casa, minhas finanças, minhas planilhas, minha agenda, meus arquivos, me ajudam a aclarar idéias. Organizar o externo, me ajuda ordenar e construir o chão e permite que minha criatividade possa fluir (e não apenas viver no caos da sua natureza). Os sonhos ficam mais lúcidos, a vida mais limpa e o futuro parece mais fácil de se planejar. A ordem não é um fim em si, mas uma ferramenta amiga que ajuda a viver melhor.
A terceira, são as coisas desse blog: cozinhar, produzir, fotografar, editar, escrever. Quando produzo uma postagem, receita e cenário, eu tenho as respostas do primeiro parágrafo na minha frente. Ao menos, pelos momentos em que estou em atividade, não há dúvidas. Sinto meu coração preenchido e minha alma feliz. E o que tem acontecido de bacana, ao longo desses anos compartilhando receitas e histórias por aqui, é que aos poucos, tenho recebido retorno da comunidade em torno do blog, nas minhas postagens. Há um diálogo em curso. Recebo mensagens carinhosas de uma audiência tímida, amigável, e que entende minha linguagem. Então, eu te pergunto: o que faz o seu coração vibrar?
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. (...)
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
- Fernando Pessoa, Tabacaria.
Foram 12 dias seguidos, vivendo na casinha das montanhas. Foi o tempo mais longo que a gente conseguiu ficar lá até agora (que eu me recorde), e eu já me sinto oficialmente mudada. Rotina de dona de casa, limpar, cozinhar e arrumar. Todo dia é sempre igual, mas incrivelmente, é sempre diferente.
Mini abóboras, couve, almeirão.
Nozes, manteiga e parmesão.
Pimenta, sálvia e limão.
Com uma rima boba, eu apresento um prato simples, mas muito saboroso. Vegetariano e gracioso: pode ser servido de entrada num jantar bacana, ou numa refeição para quando não se tem muita fome.
Mini Abóboras recheadas com Couve, Nozes e Parmesão
Um prato simples, mas muito saboroso, que pode ser servido de entrada num jantar bacana, ou numa refeição para quando não se tem tanta fome.
Rendimento: 04 pratos
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Tempo de Preparo:
Tipo de Prato: acompanhamento, entrada
- 4 mini abóboras
- 5 folhas médias de couve manteiga
- 3 folhas de almeirão grandes
- 1 dente de alho
- 1 limão siciliano (raspas e suco)
- 250g de queijo tipo parmesão ralado
- 2 fatias de pão de forma torrados (pode usar o pão francês, só se atente ã quantidade)
- punhado de nozes picadas
- 8 colheres de chá de manteiga
- folhas de sálvia
- pimenta calabresa seca
- sal, pimenta e azeite
- Lave as abóboras e corte uma "tampa" com ajuda de uma faca pequena.
- Retire as sementes. Pincele com azeite e sal por fora e dentro.
- Coloque umas folhas de sálvia por dentro.
- Leve para assar em forno pré-aquecido, a 180C graus, por uns 15-20 minutos, até que as abóboras fiquem tenras (mas não muito!).
- Corte a couve manteiga e o almeirão bem fininhos.
- Numa frigideira, em fogo médio algo, coloque azeite e refogue o alho.
- Junte as folhas de couve e almeirão, apenas até que murchem um pouco (uns 3 minutos).
- Apague o fogo e junte as fatias de pão picadas, o queijo ralado, as nozes, as raspas e o suco de limão, sal, pimentas e folhas de sálvia, e misture tudo.
- Recheie as abóboras, apertando com uma colher para ficarem bem cheias.
- Complete com 2 colheres de chá de manteiga para cada abóbora e algumas folhas de sálvia.
- Feche as abóboras, e leve para assar em forno pré-aquecido e asse por mais uns 15-20 minutos, até que as abóboras estejam bem macias.
- Sirva quente ou mornas.

Pêras ao Vinho
A luz perfeita.
A luz perfeita caiu sobre a tarde de ontem, entrando pela janela. Abri meia persiana, e deixei ela entrar pelas frestas, iluminando parte da sala. Arrastei a mesa da cozinha para lá e, de repente, consegui montar o cenário que eu sempre quis para a produção das minhas fotos. Tinha colhido algumas dálias, bem vermelhas, para um arranjo no vaso cor-de-rosa degradê novo. Na beira da mesa, olhando a janela, elas ficaram lá.
Ontem à noite, deitada na cama, fiquei pensando sobre as escolhas que fiz até aqui. Algumas ainda não sei se fiz certo, nem sei se algum dia vou saber. Só sei que elas me trouxeram até essa vida, de rotina incomum, um relacionamento pouco convencional, numa casa isolada nas montanhas. Com um rio que corre ruidoso, em volta da casa. Com um jardim cheio de pereiras carregadas de frutos. Ontem as pêras viraram protagonistas de um cenário que eu sempre sonhei.
Eu adoro pêras, de todos os jeitos. Elas têm na sua textura um aspecto arenoso, frescor e acidez na medida. A árvore, quando antiga, tem troncos largos. Na primavera, ela se carrega de flores brancas, pequenas e delicadas. As pêras aqui do sítio são mais firmes e pouco doces. Para cozinhar, ela é perfeita. Por isso, decidi cozinhá-las numa calda com vinho e especiarias, e servir com o iogurte caseiro que tinha feito no dia anterior. Elas ficaram deliciosas, e se tornaram minha sobremesa ideal para o verão: fácil e sofisticada.
Você não terá dificuldades com essa receita. Pode acrescentar diferentes especiarias como o cravo, ou a canela em pau. Acredito que com pimentas ou gengibre, também deva ficar bom. Eu usei anis, cardamomo e folhas de louro. Gosto de pensar que a cozinha é livre para para a gente fazer dela o que bem gostar. Ano passado a Manu, do Cozinho Logo Existo escreveu em seu post "Como escrever uma receita", que, para escrever ou mudar uma receita, o que ela requer da gente é coragem. E eu não poderia concordar mais.
Eu nunca meço a quantidade exata de sal, pimenta, orégano, cebola, alho ou qualquer outro tempero numa receita. Vai no olho, e nas provas de colher, enquanto se cozinha. E, invariavelmente, tem dias que fica melhor, tem dias que não. Acho de aplaudir de pé as receitas da Rita Lobo, que foram testadas e mensuradas, para que você consiga reproduzir com sucesso em sua casa**. Mas acho mais gostoso, quando você passa a barreira da técnica e do modelo que deu certo, adapta ao que tem na sua cozinha e ao que funciona ao seu paladar. Quando você tem a receita certa, tem a praticidade, e ganha tempo para fazer outras coisas. Quando não tem, cozinhar passa a ser o evento principal, não há pressa, não há certeza de que o prato vai ficar gostoso. Você tem que abrir um espaço na sua agenda para poder criar, inventar, fazer diferente e tentar de novo. E daí, a cozinha passa a ser quase um organismo vivo e que requer de você. Requer vida, coragem e criatividade.
O correr da vida embrulha tudo.
A vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem
- Guimarães Rosa, Grande Sertão Veredas.
** Antes que alguém interprete o que não foi dito aqui, eu adoro as receitas da Rita Lobo, sou fã dela e já aprendi muito sobre cozinha com seus livros.
Pêras ao Vinho
Você não terá dificuldades com essa receita. Pode acrescentar diferentes especiarias como cravo, canela em pau. Acredito que com gengibre e pimentas também fique muito bom.
Rendimento: de 5 a 7 porções
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Tempo de Preparo:
Tipo de Prato: sobremesa
- 5 a 7 pêras maduras firmes - com cabinhos, de preferência
- 1 e 1/2 xícara de vinho tinto seco - Utilize um vinho de qualidade, não precisa ser dos mais caros, mas que não seja aqueles doces nacionais. Peloamor! Eu usei um malbec argentino
- 1 xícara de água
- 1 xícara de açúcar
- 4 estrelas de anis
- 5 bagas de cardamomo/li>
- 2 folhas de louro
- iorgurte grego sem açúcar para acompanhar - opcional
- canela em pó para polvilhar
- Descasque as pêras e mantenha os cabinhos. - Lembre-se de utilizar pêras firmes.
- Numa panela (em que caiba todas as pêras), coloque o vinho, açúcar, água, anis, cardamomo e as folhas de louro.
- Leve ao fogo médio alto, mexendo até que o açúcar dissolva.
- Quando começar a ferver, coloque as pêras.
- Tampe a panela, abaixe o fogo e deixe cozinhar por uns 45 minutos, ou até que elas estejam macias.
- Deixe esfriar e depois mantenha na geladeira, pelo menos de um dia para outro.
- Sirva com um pouco de iogurte, calda e polvilhe a canela por cima de tudo.

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Budín Ingles da D. Stella com passas, nozes pecã e chocolate
Um clássico, revisitado, com dicas para o bolo sair perfeito.
Depois de semanas sem publicar nada, e mais de um mês na estrada viajando, hora de habitar novamente a casa (e o blog). A primeira postagem do ano vai ser com a receita do Budín Ingles da D. Stella, já publicada aqui 3 anos atrás, mas que merece ser relembrada sempre que der.
Dessa vez, numa forma bundt, linda e antiga, trazida na bagagem, que fazia parte de seu acervo de louças de cozinha. Trouxemos no bagageiro, caixas com seu jogo de jantar intacto e impecável, mesmo após 70 anos de uso. Preciosidades da velha.
Stella era cuidadosa com sua casa e suas coisas. Além do jogo de jantar da vida toda, tinha lençóis com mais de meio século de vida, sem um furo, rasgo ou mancha sobre sua tela.
Parênteses. É incrível como falamos tanto em sustentabilidade hoje em dia, mas praticamos tão pouco no concreto. Naquela época não se consumia tanto como hoje, as coisas duravam porque eram feitas para durar, e porque se cuidava para que não fosse necessário substituir. Nada era descartável.
Ela seguia sua rotina à risca e sempre tinha boas receitas na memória. Levava à sério sua função como dona de casa e colecionava dicas que adorava compartilhar; desde como tirar manchas de roupa das mais diversas, como secar a melancia para fazer marmelada, ou como fazer petisco com os talos de acelga. Foi uma mulher de fibra e caráter forte e hoje quando sentamos à mesa com sua família na Argentina, sempre temos boas histórias para contar e lembrar, de como abuela foi realmente uma mulher ímpar.
Já contei a história dessa receita e do quanto ela mudou algo dentro de mim. Desta vez, vou listar algumas dicas para quem quer fazer esse bolo em casa, porque a verdade é que eu já fiz e refiz ele várias vezes, e com o tempo fui aprendendo o que funciona e é essencial para que ele fique com a textura, umidade e sabor perfeitos.
Utilize a manteiga amolecida, em temperatura ambiente, ou a massa pode talhar.
Os ovos também em temperatura ambiente, pela mesma razão, ao entrar em contato com a manteiga.
Bater em batedeira, durante os tempos indicados na receita, para obter uma massa fofa.
Utilize um extrato de baunilha de qualidade, ou as próprias sementes de um favo.
Não bata em excesso a massa, ao adicionar a farinha, apenas até que seja incorporada.
Quanto mais frutas secas e castanhas colocar, mais gostoso fica. Pedaços de chocolate também ficam ótimos.
Esse é um bolo com à base de muita manteiga. A massa fica pesada e o melhor é comer no dia seguinte, que fica mais sequinha.
Budín Ingles da D. Stella com passas, nozes pecã e chocolate
Um clássico feito numa forma bundt para momentos memoráveis. Siga as dicas, que escrevi acima, e a receita será um sucesso.
Rendimento: 15-20 porções
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Tempo de Preparo:
Tipo de Prato: bolo, chá da tarde
- 250g de manteiga sem sal amolecida
- 1 xícara de açúcar cristal
- 4 ovos
- 2 xícaras de farinha de trigo
- 1 e 1/2 colher de chá de fermento químico
- 1 fava de baunilha (sementes)
- 1/4 de xícara de nozes pecãs picadas
- 150g de chocolate 75% picado
- 100g de uvas passas (como estavam muito secas, deixem de molho em 4 colheres de sopa de vinho do porto, por 6 horas para amolecer)
- 2 colheres de sopa de manteiga derretida
- 2 colheres de sopa de licor de laranja (utilizei o Cointreau)
- 1/4 de xícara de açúcar confeiteiro para polvilhar
- Bata bem a manteiga com o açúcar até se formar um creme (por pelo menos uns 5 minutos).
- Adicione as sementes de baunilha ou o extrato.
- Junte os ovos, um a um, batendo bem após adicioná-los (20 segundos).
- Junte a farinha peneirada com o fermento e apenas misture até ficar homogênea.
- Desligue a batedeira e junte as nozes picadas, o chocolate e as uvas passas, e misture.
- Untar com manteiga e farinha, uma fôrma redonda com furo no meio. - Se a assadeira for muito trabalhada como a minha, espalhe a manteiga derretida com um pincel e depois passe a farinha.
- Coloque a massa na fôrma e leve para assar em forno pré-aquecido a 180C graus e deixe por pelo menos 1 hora e 10 minutos, ou até que fique bem dourado.
- Apague o fogo e deixe o bolo dentro do forno até que esfrie para deixar a massa mais sequinha. - Se você fizer de noite, após apagar o forno, deixe dentro de um dia para outro.
- Misture a manteiga derretida com o licor de laranja e espalhe sobre o bolo.
- Polvilhe açúcar de confeiteiro por cima e decore com umas nozes pecãs.

Profiteroles com morango e creme de baunilha
Expectativas ao som de Debussy.
Expectativas. Conviver com elas pode ser o céu, mas num instante, pode converter-se numa tortura. Elas podem ser o combustível que movimenta nossa vida. Para planejar e colocar as coisas no papel. Para ir para ação e tirar as coisas do papel. Catalizadores de sonhos. Da etereidade elas podem se transformar em combustão e, então, trazer o futuro para o presente.
Mas a imaterialidade, muitas vezes, faz com que as expectativas gerem ansiedade, e de modo geral, uma angústia inquietante. Da falta de chão, do aperto no estômago, da cabeça que voa. Ficar esperando, provoca sentimentos complexos que te paralisam, da busca sem resposta, e por sua natureza etérea inflamável, faíscas viram fogo. Que queima e consome.
"Pois tem razão o filósofo ao dizer que entre a felicidade e a melancolia não medeia espessura maior que a de uma lâmina de faca"
- Virgínia Woolf, em Orlando: Uma Biografia.
Tenho vivido as últimas semanas nesse fio de faca: entre a angústia e o anseio. O mundo não acabou e a credibilidade do calendário Maia foi por água, mas a sensação é de que, se o planeta não irá sofrer um ataque que dizimará a humanidade, e nem será invadido por discos voadores, alguma outra mudança, de natureza menos chocante ou catastrófica está por vir. Os dias andam agitados, parece que situações por tanto tempo pendentes, finalmente, encontram seu desfecho. As apostas vão, enfim, definir os ganhadores, e os dados, agora, giram na mesa.
Eu não sei você, mas quando consigo domar minha ansiedade, pressinto a sorte do meu lado. Daí eu me enxergo uma apostadora nata, com uma certa fissura na ponta dos dedos, daquelas que sabem que o jogo vira, quando a gente menos espera. Esperar, no entanto, é sabido, faz parte das regras. Com paciência e alguma disciplina, você faz a sua sorte. Com o camelo amarrado, deus vigia. E amanhã, o dia pode nascer ensolarado.
Esse sentimento crescente de alguma forma está movimentando os meus dias. Num instante, eu vejo coisas boas no caminho. Apesar de em outros, me remoer em ansiedade. De concreto, ainda não posso dizer nada. Como uma noiva a espera do casamento, ou de um réu à espera de sua sentença. Oscilando como os dedos no piano de Debussy em Rêverie. A impotência diante do incontrolável. Nada a fazer, a não ser esperar. E a ânsia corroendo e atropelando como uma orquestra tocando Wagner e sua Cavalgada por dentro. Haja meditação e oração nessas horas.
Mas eu vejo quanta sorte eu tive até aqui. O quanto dela foi presente da vida. O quanto dela foi fruto de escolhas e apostas. O quanto dela foi conquistada no dia-a-dia. E o quanto dela, ainda está por vir. Essa positividade me acalma. E eu convivo na expectativa de mais um dia na espera.
A vida segue seu rumo, a despeito das minhas expectativas. Nos ouvidos, Clair de Lune de Claude Debussy e a Gymnopédie N.1 de Erik Satie. Como eu adoro o som do piano.
Receita da semana: profiteroles. Quando decidi fazer as éclairs, queria que fossem o mais tradicional possível, se é que isso existe, eu gosto de fazer receita do jeito que as nossas avós faziam, com manteiga a dar enfarto e gemas a zerar colesterol da vida.
Fui eu fazer a receita pela primeira vez na minha vida. Primeira e segunda. Porque ao assar pela primeira vez, acabei deixando o fogo muito alto, a massa dourou e quando eu tirei do forno, elas murcharam. Lá fui eu cozinhar a farinha de novo, ensacar a birosca e assar tudo outra vez.
E daí, decidi não dar bola para as instruções, deixar em fogo baixo, assar bem devagarinho. A massa das carolinas cresceram e lá fui eu a fazer o creme pasteleiro. Leite, maisena, ovos e um favo inteiro de baunilha. O creme não engrossou o suficiente para deixá-la consistente, a receita dizia para bater com a manteiga e quase talhou, adicionei mais maisena e nada. Decidi rechear as carolinas com o creme molengo mesmo. Ficou tudo meio escorrido. Ao final coloquei morangos e chuva de açúcar por cima, e tudo melhorou.
O que pode ter dado e, provavelmente, deu errado:
A massa. Coloquei em fogo muito algo, a massa queimou por fora e ficou crua por dentro.
O creme. Eu usei o ovo inteiro, ao invés de só gemas. Não sei porque às vezes teimo em coisa simples, e depois choro pelo leite no chão. Usar só gemas têm a função de dar textura e corpo ao creme. Então não seja boba como eu e siga a receita direito.
A realidade. Minhas noções de confeitaria continuam péssimas.
O resultado. Os profiteroles ficaram gostosos e no ponto da crocância. O creme, mesmo mole, ficou bem gostoso. Combinou bem com o morango.
Profiteroles com Morango e Creme de Baunilha
Uma receita confeiteira tradicional e deliciosa, para dias especiais.
Rendimento: 15 unidades
-
Tempo de Preparo:
Tipo de Prato: doces, chá da tarde
para a massa
- 1/2 xícara de leite
- 1/4 xícara de água
- 115g de manteiga sem sal
- 1/2 colher de chá de sal
- 1 xícara de farinha de trigo
- 4 ovos (temperatura ambiente)
para o recheio
- 1 e 1/2 xícara de leite
- 1/2 xícara de açúcar
- 3 colheres de sopa de amido de milho
- 4 gemas
- 1 fava de baunilha pequena
- 15 morangos (aproximadamente)
- 2 colhers de sopa de açúcar confeiteiro para polvilhar
para a massa
- Pré-aqueça o forno a 220° C.
- Numa panelinha, junte o leite, amanteiga, sal e a água, e leve ao fogo alto até ferver.
- Adicionar farinha e mexa constantemente até formar uma massa que desgrude da panela, e reduza o fogo para médio e cozinhe, mexendo sempre com uma colher de pau, até secar, por cerca de 2 minutos.
- Transfira a massa para uma batedeira e vá adicionando os ovos, um a um até a massa ficar homogênea e macia.
- Coloque a massa no saco de confeitar, com o maior furo redondo, e faça bolas numa assadeira forrada com papel manteiga, deixando um espaço de cerca de 3 dedos entre cada bola.
- Coloque a assadeira no forno e reduza a temperatura para 170° C. Asse até que elas cresçam e fiquem douradas, por cerca de 45-50 minutos.
para o recheio
- Ferva 1 xícara de leite e açúcar, numa panela panela em fogo médio.
- Enquanto isso, numa tigela, misture o restante do leite, com o amido de milho e as gemas de ovos com um batedor.
- Junte aos poucos metade do leite quente, misturando sempre, e depois adicione a mistura na panela com o restante do leite.
- Leve ao fogo baixo novamente e cozinhe o creme, mexendo constantemente com uma colher de pau, até engrossar e ferver.
- Junte as sementes de baunilha, misture bem e transfira para uma recipiente, e cubra com filme plástico.
- Quando esfriar, leve para gelar na geladeira.
- Bata o creme de leite até fazer picos firmes, mas cuidadeo para nào sobrepassar e talhar
- Adicione delicadamente ao creme.
para o a montagem
- Corte os morangos em fatias finas.
- Parta os profiteroles ao meio com uma faca de pão e recheie-os com o creme e os morangos.
- Polvilhe o açúcar de confeiteiro por cima de tudo.
