Sorvete de Pimenta Rosa
Foi no nosso encontro de Natal, que conheci a Gória Huk (a Renata Barella) pessoalmente aqui em casa. Entre as coisas fofas que ela me trouxe, uma receita de sorvete de pimenta rosa, que despertou minha curiosidade, afinal #lililovesicecream. Estava ensaiando preparar esse sorvete aqui em casa, quando sobrasse uma brecha durante a minha semana.
A pimenta rosa, ou aroeira vermelha, tem um aroma bem pronunciado; como uma amiga minha costuma dizer, ele traz estrelinhas ao paladar, e não arde tanto (só um pouco). O sorvete de pimenta rosa, traz esse mesmo aroma, que combinado com a baunilha, deixam um perfume na boca absurdamente inesperado, na qual novas conexões neurológicas são formadas para poder processar nas papilas gustativas o entendimento e apreciação dessa combinação inusitada, sem referência prévia.
Como a receita que a Gória me passou, da Making Artisan Gelato precisava de termômetro, fiz uma adaptação simples, para a base caseira que costumo preparar em casa, mas com, basicamente, os mesmos ingredientes da receita.
Gória, obrigada, amei! Estou te devendo um affogatto agora! ;)
Sorvete de Pimenta Rosa | adaptação do livro Making Artisan Gelato
aproximadamente 750 ml
- 02 xícaras de leite
- 01 xícara de creme de leite
- 02 ovos
- ¾ xícara de açúcar
- 01 colher de sopa de extrato de baunilha
- 1/8 xícara de pimenta rosa + 01 colher de chá da pimenta levemente amassada
Coloque o leite e o creme de leite ao fogo, quando começar a ferver, apague. Adicione as pimentas e deixe em infusão por pelo menos 1 hora. Coe, pressionando bem as pimentas para extrair todo o sabor. Leve ao fogo novamente até quase começar a ferver.
Num recipiente bata os ovos com o açúcar, por pelo menos 5 minutos, até ficar um creme esbranquiçado fofo. Junte o leite quente e misture bem. Leve ao fogo baixo, misturando sempre, até começar a engrossar (uns 7 minutos).
Deixe esfriar. Processe a mistura na máquina de sorvetes, conforme as instruções do fabricante. Quando estiver pronto, coloque num recipiente e leve ao congelador por pelo menos 3 horas antes de servir.
Não tem máquina de sorvete?
Uma das formas é: coloque num pote e leve ao congelador. A cada 3 horas, bata a mistura num processador para mantê-la cremosa. Você vai ter que repetir este processo por pelo menos umas 3, 4, 5 vezes, até atingir a cremosidade que você quer.
Brunch de natal com Torta Cheesecake de Cereja
A mesa sempre foi e sempre será o melhor lugar para dar as boas vindas aos velhos e novos amigos. Com os velhos amigos, compartilhamos e colecionamos momentos gastronômicos fraternos de alegria.
Como é por dentro outra pessoa
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo (…)
Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo.
{ Fernando Pessoa }
A mesa sempre foi e sempre será o melhor lugar para dar as boas vindas aos velhos e novos amigos. Com os velhos amigos, compartilhamos e colecionamos momentos gastronômicos fraternos de alegria. E com a mesa bem posta, dizemos aos novos: “quero você mais próximo de mim também”.
Quando decidimos preparar essa mesa de brunch de Natal, em casa, com a Dani Coelho e a Elke Noda, pensamos numa mesa simples, mas que fosse bonita nos detalhes: com folhas de eucalipto, guardanapos bordados, e torta de cereja. Uma mesa que não fosse exatamente de uma ceia natalina, mas que tivesse cara de convite entre amigas para celebrar uma tarde gostosa de um jeito especial. Fiquei encarregada da comida, a Elke dos arranjos florais e da decoração, e a Dani da decoração e dos detalhes mais lindos. Foi ela quem bordou as nossas iniciais em todos os guardanapos. De cair o queixo, para não dizer outra coisa.
Engraçado que a gente não planejou muito. Foi até tudo meio em cima da hora, mas acabou que a sintonia era tanta, que tudo ficou perfeitamente bonito. Como nos versos do Pessoa, no fundo, a gente supunha, que a gente queria a mesma coisa.
Para se juntar aos bons, convidei duas pessoas queridas, que também sou grande admiradora: a Camila Dutra do Feitocom.amor e a Renata Barella, ou Gória Huk, que conheci pessoalmente pela primeira vez. Não poderia ter sido melhor. O encontro fluiu, trocamos figurinhas, fotografamos e curtimos a tarde.
No cardápio, ovos recheados, bruschettas com queijo de cabra, nozes e cogumelos, torta cheesecake de cereja e sorbet de ameixas frescas. Para finalizar, gingerbread cookies.
O que eu posso dizer do encontro? Que foi tudo tão gostoso, que a gente passou parte dele, pensando nos próximos. Que não haveria melhor forma de eu conseguir finalizar esse ano, com um post de celebração que me preenchesse tanto meus olhos. Que estou muito feliz de ter reunido numa mesa tão singela, mas ao mesmo tempo tão linda, comida boa, pessoas lindas e um papo delicioso.
Ah, e como a maioria dos pratos já tem receita publicada por aqui, divido com vocês a da torta cheesecake de cerejas que, modéstia a parte, ficou deliciosa.
Confere as fotos de como ficou, e espero que ela te sirva de inspiração para sua mesa também.
Feliz Natal!
Ah, para quem quiser conferir o que a Renata postou sobre a tarde, é só conferir aqui no blog lindo dela! Adorei, Gória! (12.dez.2015)
Ah (2), para quem quiser conferir o que a Camila postou sobre a tarde, é só conferir aqui no blog lindíssimo dela! Beijos, Cá! (16.dez.2015)
Torta Cheesecake de Cerejas
cerca de 08 porções
para a base
½ xícara de nozes pecã
110g de manteiga derretida
1/3 xícara de açúcar
300g de biscoitos tipo cream cracker de cereais
para o recheio
450g de cream cheese amolecido
½ xícara de açúcar
02 ovos caipiras
01 colher de sopa de extrato de baunilha
250g de creme de leite fresco
para a calda
200g de cerejas
01 colher de sopa de açúcar
½ colher de sopa de extrato de baunilha
raspas de 01 limão
Misture as nozes pecã com a manteiga e o açúcar. Coloque-as numa assadeira forrada com papel manteiga. Leve para assar em fôrno a 180 graus por uns 15 minutos, até que o caramelo se derreta. Deixe esfriar. Desenforme a barra (vai virar uma bala gigante de crocante) e quebre para bater num liquidificador ou processador junto com os biscoitos, até virar uma farofa úmida. Espalhe a massa numa fôrma redonda desmontável (a minha é de 19cm de diâmetro). Faça as bordas da torta até 2/3 da altura da fôrma.
Numa batedeira, misture o cream cheese com o açúcar por uns 5 minutos, até ficar um creme leve. Junte os ovos, um a um, e o extrato de baunilha. Diminua a velocidade e adicione o creme de leite, batendo apenas até misturar o creme. Despeje o creme sobre a massa da torta (deixe um dedo de sobra da massa, para não vazar quando estiver no fôrno) e leve para assar em fôrno pré-aquecido a 180 graus, por uma hora. Deixe esfriar e leve para gelar no refrigerador.
Numa panelinha coloque as cerejas, o açúcar e as raspas de limão e leve para aquecer em fogo baixo. Deixe ferver por uns 5 minutos ou até que as cerejas fiquem macias. Junte o extrato de baunilha. Deixe esfriar e coloque na geladeira.
Você pode tirar as sementes das cerejas, se preferir. Mas eu deixei, porque acho que elas ficam mais bonitas inteiras. Só não se esqueça de avisar os convidados das sementes!
Para servir, desenforme a torta e decore com as cerejas e a calda (ela fica rala mesmo).
Fotos: Dona da Casa!
Granola Incrível da Moara
A melhor receita de granola caseira do planeta.
Das coisas que mais gosto da internet é de poder me conectar com pessoas, que de outra forma, dificilmente teria a oportunidade de conhecer. As fronteiras são dilúidas e a gente atravessa as linhas do individual formal e convencional e, num simples “send”, lá está você conversando e trocando figurinhas com uma pessoa que até então era uma completa estranha para você. Foi numa dessas que acabei conhecendo a Moara Gomes, pelo Instagram, pessoa querida e que eu já adoro, nunca vi pessoalmente, mas que mesmo assim, ela me enviou um pacote de granolas caseiras, feita por ela, numa dessas trocas de afeto e carinho.
Sou uma pessoa normal, mas que quando fico fissurada por algo, exagero. Logo quis mais daquela granola, quis comprar, quis aprender a fazer, comecei a perseguir a Moara, sei lá. Qualquer coisa para comer de novo a bendita granola. E foi então que ela gentilmente me enviou a receita: a Terra voltou a girar nos eixos e meu café da manhã voltou a ser feliz com um copo de iogurte com a melhor granola caseira do planeta.
Obrigada Mo!
Granola Caseira da Moara
cerca de 300g
- 01 e ½ xícara de flocos de arroz
- 01 e ½ xícara de mix de castanhas: nozes pecã, castanha de caju, amêndoas, castanha do pará, macadâmia
- ¼ xícara de quinoa
- 02 colheres de sopa de semante de linhaça
- 01 xícara de frutas secas: damasco, uvas passas, banana passa
- ¼ xícara de óleo de côco
- ¼ xícara de mel
- pitada de sal
- pedaços de coco (opcional, mas altamente recomendado)
Pique as castanhas e as frutas secas. Misture todas as castanhas, a quinoa e a linhaça, com o óleo de coco, mel e sal. Espalhe numa assadeira e leve ao forno em temperatura mínima (180 graus). Assar por uns 40 minutos, mexendo a cada 15 minutos, até ficar bem dourada, da cor que você desejar. Adicione as frutas secas e deixar no forno desligado, até esfriar.
Quando elas estiverem frias (e crocantes), acondicione-as num recipiente fechado.
No meu desespero em fazer a receita, li errado e misturei as frutas junto com as castanhas e levei para assar tudo junto. Deu certo também, as frutas ficaram só um pouco mais sequinhas e grudadas.
Sorvete de Jabuticaba
Um sorvete delicioso, na companhia de amigas.
Ainda não inventaram coisa melhor que estar com os amigos. Trocar histórias e confidências. Dar conselhos ou receber puxões de orelha. Rir ou tirar sarro. Falar por horas, sem se dar conta. A tarde voar, enquanto se toma sorvetes. Foi assim, semanas atrás, com a Elke e a Dani. E, pelo que tudo indica, vai ser assim, sempre que der.
Este sorvete foi feito com jabuticabas do pé que está no jardim lá do espaço do Gabriel. A árvore já dá fruta a muitos anos, mas só agora elas saíram bem docinhas. Deu até um pouco de dó de fazer sorvete com elas, de tão gostoso que estava de comer assim na hora, colhida do pé. Mas o resultado ficou lindo, lindo. A textura nem tanto. Ficou bom para picolé. Mas a gente comeu mesmo assim, se deliciou e adorou igual.
“Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão somente andar ao lado do que é justo.
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo. O essencial faz a vida valer a pena.”
{ O tempo e as jabuticabas, Rubem Alves }
Sorvete de Jabuticaba
cerca de ½ litro
300g de jabuticaba
9 colheres de sopa de açúcar
3 colheres de sopa de água
01 colher de sopa de extrato de baunilha
9 colheres de sopa de leite
1 copo de creme de leite
Lave bem as jabuticabas e tire os cabinhos. Bata num liquidificador até ficar uma pasta.
Numa panelinha, ferva o açúcar, a água e a baunilha por uns 5 minutos, até ficar uma calda. Junte a calda morna às jabuticabas. Agregue o leite e o creme de leite. Misture tudo.
Processe a mistura na máquina de sorvetes, conforme as instruções do fabricante. Quando estiver pronto, coloque num recipiente e leve ao congelador por pelo menos 3 horas antes de servir.
Não tem máquina de sorvete?
alternativa 1alternativa 2alternativa 3
Uma das formas é: coloque num pote e leve ao congelador. A cada hora, bata a mistura num processador para mantê-la cremosa. Você vai ter que repetir este processo por pelo menos umas 3, 4, 5 vezes, até atingir a cremosidade que você quer
Sorvete Cítrico
E eu simplesmente adoro ver as flores se abrirem, dias de sol se fecharem numa tempestade, e vice-versa.
E eu simplesmente adoro ver as flores se abrirem, dias de sol se fecharem numa tempestade, e vice-versa. Nossa primavera tropical. Mas, para ser sincera, não gosto do ar pesado e quente que prenuncia o verão. Da umidade e do calor. Dos mosquitos. Do suor. Mas a gente se adapta. Com mosquiteiros e repelentes. Ventiladores e ar condicionado. Banho gelado e de piscina. E, é claro, sorvetes.
E se for cítrico com essa cor deliciosa e sabor espetacular, a resistência ao calor, pode se transformar em amor.
Sorvete Cítrico | Receita adaptada livro Ice Cream
cerca de 500ml
- 02 tangerinas (raspas e o suco)
- 01 limão
- 09 colheres de sopa de açúcar cristal
- 01 e ½ colher de sopa de licor de laranja, tipo Cointreau
- 01 copo de creme de leite
Num liquidificador coloque as raspas das tangerinas, o suco do limão e das tangerinas, o açúcar, e o licor. Misture bem até dissolver o açúcar. Num recipiente separado, bata o creme de leite até que fique levemente batido. Junte o suco e misture até ficar homogêneo.
Processe a mistura na máquina de sorvetes, conforme as instruções do fabricante. Quando estiver pronto, coloque num recipiente e leve ao congelador por pelo menos 3 horas antes de servir.
Não tem máquina de sorvete?
Uma das formas é: coloque num pote e leve ao congelador. A cada 3 horas, bata a mistura num processador para mantê-la cremosa. Você vai ter que repetir este processo por pelo menos umas 3, 4, 5 vezes, até atingir a cremosidade que você quer.
Bolo de Banana Caramelada
A receita do bolo que fez o Katsuki receber ameaças de sequestro da mãe dele.
Eu acompanho o blog do Katsuki acho que há mais de 10 anos. Engraçado que de tanto ler suas resenhas gastronômicas de bares e restaurantes, ver fotos das gordices na casa de sua mãe, parece até que eu conheço ele pessoalmente, como se fosse, se não amigo, um colega de anos. Isso acontece na minha cabeça com várias outras pessoas que sigo pela internet e sua fauna e flora de mídias sociais; adoro tomar #cafecominstagram em #morningslikethis. Acompanhar as filhas da Joycrescendo. Ou as galinhas da Molly crescendo. Me emocionei quando ela se casou, assim como quando a Beth se apaixonou. Comemorei quando o restaurante da Mimi finalmente abriu, assim como quando Summer conseguiu um emprego novo.
Este final de semana prolongado, por conta do feriado, passei num retiro de meditação e silêncio, sentada, de olhos fechados, na mais absoluta e completa quietude. A verdade é que, para mim, tudo isso é fácil. O difícil é ter de me relacionar com as pessoas. Talvez seja por isso que acompanhar a vida de estranhos, no mundo virtual, me agrade tanto; eu fico cá com meus botões, dando risadas ou me emocionando, imaginando as histórias na minha cabeça, e às vezes até de como seria uma conversa na vida real com eles. Não há decepções, nem cobranças. Ou talvez seja apenas insanidade da minha cabeça, eu seja uma pessoa esquisita, e esteja precisando sair da minha antissociabilidade.
Enquanto isso não acontece, de volta para o blog, esse bolo é uma receita da mãe do Katsuki, publicada, segundo ele, na tentativa de diminuir as chances de sequestro que ela tem sofrido por conta dos quitutes que ela faz… 😂 😂 Eu testei meia receita e fiz algumas adaptações como caramelo com açúcar mascavo, usar canela e baunilha e utilizar menos açúcar na receita. Bolos de banana para mim são como abrir aqueles pacotes de álbum de figurinhas, você nunca sabe o que esperar, pois, ou são demasiadamente bons, ou deixam a desejar por falta de calda, massa ressecada, muita ou pouca banana. Esse aqui é de longe um dos melhores que já provei (talvez o melhor), impecável no sabor e na textura. O bolo ficou tão bom que ele só durou durante a sessão de fotos que fiz. Me arrependi de ter feito meia, e agora estou indo lá fazer uma dobrada.
Bolo de Banana Caramelada | receita adaptada da mãe do Marcelo Katsuki
05 bananas maduras
01 xícara de açúcar mascavo
02 ovos caipiras
150g de manteiga sem sal meio amolecida
½ xícara de açúcar demerara
½ xícara de leite
25g de queijo ralado parmesão
1 e ½ xícara de farinha de trigo
½ colher de sopa de fermento em pó
1 colher de chá de extrato de baunilha
canela em pó
Despeje o açúcar mascavo na própria fôrma e leve para aquecer no fogão para derretê-lo, em fogo médio baixo, tomando cuidado para não queimar. Quando estiver derretido, coloque algumas colheres de água, (com bastante cuidado!). Ele vai borbulhar e endurecer um pouco, então, deixe fervendo até derreter o açúcar empedrado. Coloque as bananas cortadas em fatias sobre a fôrma com caramelo. Salpique a canela em pó e reserve.
Separe as claras da gema e bata as claras em neve. Num outro recipiente bata a manteiga com o açúcar até virar um creme. Junte as gemas, o leite, o queijo ralado, o extrato de baunilha e, por fim, a farinha de trigo com o fermento. Junte as claras em neve, incorporando-as suavemente.
Coloque sobre as bananas a massa do bolo. Se quiser, coloque mais uns pedaços misturados na massa. Leve ao forno aquecido e asse em 250 graus por 10 minutos e depois diminua a temperatura para 180 graus e asse por mais 40 minutos. Desenforme ainda quente, pois o caramelo vai estar derretido e fica mais fácil. Salpique mais canela se desejar. Faça mais calda para acompanhar, se gostar também.
Considere tornar-se assinante do blog para manter ativa e incentivar a criação de conteúdo semanal e de qualidade.
Pudim de Leite clássico
Um clássico argentino.
“Este pudim é o mais delicioso que já comi em toda minha carreira ‘pudineira’ e pelo que mais recebi elogios. Além disso, foi um pudim que custou dez anos de luta entre uma sogra e uma nora. Uma década mais tarde, a sogra liberou sua receita como uma prisioneira de guerra e hoje anda livre e solta, adoçando vidas e chega para você neste livro"
Com essa descrição, Felicitas Pizarro abre sua receita de pudim de leite em seu livro You Cook: Cocinar, divertirse y comer. Essa pitada de humor irônico argentino me lembrou demais minha sogra, citada diversas vezes aqui, inclusive no meu último post.
Receitas clássicas me agradam por diversos motivos e esta aqui em especial: primeiro, porque não é tão doce e não vai leite condensado. Aliás, a receita leva apenas leite, ovo e açúcar. Sua textura fica extremamente cremosa e lisa, sem aquelas bolinhas ou aquela pele grossa ressecada, eca!
Parênteses, se você é fã de Seinfeld, lembrou do episódio pavoroso em que George faz dezenas de peles de pudim para comer de lanche durante o sexo?… 😝 foi mal!
E, por último, justamente por não ser tão doce, podemos comer da forma argentina flanera: acompanhado de doce de leite e creme batido. Numa cidadezinha, no interior da Argentina, Sunchales, havia um restaurante na beira da estrada que servia essa sobremesa e a combinação fazia meus olhinhos virarem. A gente ia lá, só por causa dela, o restaurante do Gallego.
Então, sem mais história, aqui vai a receita.
Pudim de leite clássico | receita adaptada do livro You Cook: Cocinar, divertirse y comer
4 unidades (de 300ml)
- 01 litro de leite
- 02 ovos caipiras
- ½ xícara de açúcar demerara
- 01 colher de sopa de extrato de baunilha
- 08 colheres de sopa de açúcar refinado para o caramelo
Ferva o leite com o açúcar dissolvido, até que o leite evapore e se reduza pela metade. Quando estiver morno, misture os ovos batidos e o extrato de baunilha. Faça o caramelo nas forminhas (eu coloquei em pequenas formas individuais de pudim, de cerca de 300ml) e despeje a mistura nelas.
Leve ao forno para cozinhar em banho maria, por cerca de 1 hora, ou até que fiquem firmes. E, aqui, o segredo da receita: cozinhe em fogo bem baixo, para que a água não ferva e, consequentemente, não forme bolinhas no pudim.
Quando esfriarem, leve à geladeira. Na hora de servir, esquente um pouco o fundo da forma na boca do fogão, para que o caramelo derreta e fique mais fácil de desenformar. Sirva com uma colher generosa de doce de leite (argentino, por favor!) e com um pouco de creme batido bem pouco adoçado.
Cheesecake de Chá Verde & Salud D. Stella
Salud, D. Stella!
“En la ensalada de tomate no se agrega aceto, ya és ácida!”; “El zappallito larga mucha água, hay que dejarlo en la sal antes”. Essas e outras constatações foram proferidas na cozinha de Dona Stella, por mais de 80 anos. Me lembro uma vez em que me pediu para fazer um purê de maçãs verdes e eu coloquei um pouco de água para cozinhar as maçãs. Fui quase massacrada com seu olhar de sobrancelhas marcantes, pela minha ignorância, afinal “las manzanas ya largan mucha água, no hay que agregarles más!”
Minha sogra fazia tudo com tanta certeza que não havia como contestá-la, agregava água com gás na massa da torta e fazia a marmelada com a receita 2 e 2 (significava 02 unidades de cada fruta + 2 kilos de açúcar). Mitos ou verdades, suas receitas funcionaram sempre perfeitamente e, seu modo de cozinhar, era quase como assisti-la comandar uma orquestra diariamente.
E durante a nossa viagem para Argentina, nessas últimas semanas, Stella deu seu último suspiro, aos 94 anos. Ela viveu uma vida daquelas que eram de outras épocas, nas quais as coisas eram mais raras e mais simples ao mesmo tempo. Criou 3 filhos, dos quais sou grande admiradora, muito embora um deles eu não tenha conhecido. Cuidou de todos ao seu redor, dia após dia. A rotina era sua especialidade e nada faltava ou saia errado quando se estava sob seus cuidados. Uma fortaleza de 1,55m, que me ensinou a assar meu primeiro bolo (e o melhor) e que tinha as melhores receitas de sorvete caseiro do planeta.
Se eu aprendi a cozinhar, e se a cozinha tem algum significado especial em minha vida, devo à ela. Como se isso fosse pouco, ela também trouxe ao mundo o maior companheiro de vida, que jamais poderia ter sonhado.
Um brinde, Dona Stella! Salud, plata y amor! Que você tenha seu merecido descanso, agora em paz.
Já aqui em São Paulo, receita testada do livro Sachie’s Kitchen, de Sachie Nomura. Provavelmente, Dona Stella torceria o nariz para a receita, pois a velha detestava comida japonesa. Mas fica aqui minha homenagem irônica e provocativa, essa provavelmente seria a receita que eu levaria para ela provar nesse natal.
Cheesecake de Chá Verde | receita adaptada do livro Sachie’s Kitchen
- 200g de biscoito maltado (tipo piraquê)
- 50g de manteiga derretida
- sementes de gergelim
- 300g de cream cheese
- suco de ½ limão
- 100g de iogurte
- 1 xícara de creme de leite
- ½ xícara de açúcar
- 01 e ½ folha de gelatina sem sabor
- 2 colheres de sopa de matcha
Processe os biscoitos até virarem uma farofa. Misture com a manteiga derretida e abra a massa numa forma desmontável de uns 28 cm de diâmetro. Aperte a massa até ficar uniforme, jogue algumas sementes de gergelim por cima e leve ao refrigerador para firmar.
Numa vasilha, junte o cream cheese, suco de limão e o iogurte. Misture bem até ficar um creme liso. Bata o creme de leite com o açúcar até virar chantilly. Junte os dois cremes, misturando suavemente. Derreta a folha de gelatina em 1/3 copo de água morna. Agregue ao creme e continue misturando. Junte 1 colher de sopa do matcha e misture até ficar homogêneo.
Reserve cerca de 1 colher de sopa do creme e junte o restante do matcha. Coloque o creme sobre a base da torta. Decore com o creme mais escuro reservado. Leve à geladeira por pelo menos 4 horas antes de servir ou até que esteja bem firme. Pode deixar de um dia para o outro para garantir.
Affogato
Certos prazeres, de tão rotineiros, passam desapercebidos, sem o devido respeito. O café, por exemplo. Meu dia não começa antes de uma caneca. E, nessa de “todo dia, ela faz tudo sempre igual…”, acabo fazendo todo dia sempre igual, não dando conta, do quanto dá para se deleitar com uma xícara dele.
Mas hoje, aproveitando a linda tarde de sol, decidi tomar um café diferente. Com sorvete de baunilha, sentei no jardim, passei um pretinho e tomei um affogato delicioso.
Affogato
- café forte ou expresso
- sorvete de baunilha
- pequena dose de licor do tipo amaretto, se preferir
Sirva uma bola de sorvete de baunilha com um café forte ou expresso e uma dose de licor se preferir. Consumir na hora.
Sorvete de Earl Grey
Existe algo no ar frio de julho que aconchega meu espírito de forma diferente. Uma sensação de liberdade e conforto. Uma vontade de estar em lugares novos, de aprender coisas novas.
Existe algo no ar frio de julho que aconchega meu espírito de forma diferente. Uma sensação de liberdade e conforto. Uma vontade de estar em lugares novos, de aprender coisas novas. Visitar museus, livrarias, cafés e mercearias. Dá saudades de amigos antigos, de conversar até a noite virar, de contar histórias, dar risadas, ficar juntos. É como se a alegria do verão, pudesse ser vivida agora no aconchego do frio; a necessidade de se intimar para reunir o calor produz motivos para estarmos juntos, sentados à mesa, dentro de casa, em volta do fogo.
Meu coração fica mais alegre nessa época, mas uma alegria diferente daquela que se dá no verão. É como se um sorriso tranquilo se abrisse no meu peito, como uma garrafa de vinho, com cheiro da madeira queimando na lareira, ao som de Nina Simone ou Bach. É como se minha preguiça usual tivesse seu tempo, seu ritmo e, até, seu charme e, portanto, ela ficasse paradoxalmente mais desperta. O ar frio de julho tem cheiro de assado, de massa ao sugo, de caldo apimentado. Tem cara de forno a lenha, de panela de ferro, de fogo lento. Tem gosto de chá preto com bergamota, de bolo sequinho, de capuccino com chantilly e canela. O ar frio de julho é um convite de amor, com versos escritos à mão.
Nessa atmosfera descrita acima, me inspirei em testar aquilo que mais gosto de fazer: sorvetes. Queria uma receita diferente, mas que tivesse a ver com tudo isso. Sorvete de Earl Grey, um dos meus chás favoritos. A receita vem do livro Ice Cream, da musa Linda Lomelino que chegou essa semana em casa. São 79 receitas e eu estou como uma criança numa loja de brinquedos, pirada no melhor sentido. Espero que você goste tanto como eu.
Sorvete de Earl Grey | Receita adaptada, do livro Ice Cream
750 ml
- 02 xícaras de leite integral
- 01 xícara de creme de leite
- 05 saquinhos ou 05 colheres de sopa de chá earl grey
- 09 colheres de sopa de açúcar
- 03 ovos caipiras
- 01 colher de sopa de extrato de baunilha
Esquente o leite até o ponto de fervura. Coloque os saquinhos de chá e deixe em infusão por uns 30 minutos. Bata os ovos com açúcar até ficar um creme espesso (por uns 4 minutos). Junte o leite (aperte bem os saquinhos com a mão mesmo para sair todo chá) e misture bem.
Leve a mistura ao fogo baixo. Misture sempre até engrossar. Coloque o extrato de baunilha. Deixe esfriar.
Coloque na máquina de sorvetes e siga as instruções do fabricante. Quando estiver pronto, coloque num recipiente fechado e leve ao congelador por pelo menos 3 horas antes de servir.
Donuts de alecrim recheados de chocolate trufado de avelãs
Domingo de sol, domingo de inverno. Para mim, dia perfeito para ficar em casa de bobeira. Tomando sol no jardim, podando as plantas secas, ouvindo música ou lendo um livro.
Domingo de sol, domingo de inverno. Para mim, dia perfeito para ficar em casa de bobeira. Tomando sol no jardim, podando as plantas secas, ouvindo música ou lendo um livro. Se me chamar para sair, não estou. Vou inventar uma desculpa, e até te convencer a vir para casa. Mas não coloco meus pés do portão para fora. Sou daquelas que sofrem de uma espécie de fobia social. Ou preguiça crônica; caseira ao extremo. Faço mil planos para esse dia bonito, para ao final me convencer que bom mesmo é ficar em casa. Pôr um avental, separar ingredientes e folhear livros de receita. Abrir um vinho, acender a lareira e assistir um filme antigo pela terceira vez. Tenho alma de velha, eu sei!
Esses donuts foram a desculpa perfeita para ficar aqui. Preparei a massa que precisa de descanso. Usei uma barra de lindt deliciosa, trufada de avelãs. Muito alecrim. Segundo meu companheiro (e minha mãe) a receita teria ficado melhor se eu tivesse recheado com calabresa ao invés de chocolate, rsrsrs, por conta do alecrim. Mas deixando a oposição de lado, eu adorei, e você também pode se surpreender com o sabor. Receita do maravilhoso Local Milk. Ah, e essa tábua redonda maravilhosa é do Estúdio Elke Noda.
Donuts de alecrim recheados com lindor de avelãs | Receita adaptada do Local Milk
cerca de 30 unidades
- colher de chá de fermento seco biológico
- ¼ de xícara + 2 colheres de sopa (40 ° C) de água morna
- 2 colheres de sopa de açúcar cristal
- ½ colher de chá de sal marinho
- 3 colheres de sopa alecrim bem picado
- 1 ovo
- 60 ml (¼ de xícara) de leite integral
- 215g de farinha de trigo
- 50g de manteiga amolecida
- 30 Lindt Lindor ou trufas de chocolate
- óleo de canola para fritar
- açúcar confeiteiro para polvilhar
Em uma tigela misture a água, o fermento e o açúcar. Deixe descansar por 10 minutos até que fique espumoso. Adicione o sal, alecrim, ovos e leite, e misture com uma colher de pau. Junte 90g (cerca de ¾ de xícara) farinha e misture. Adicione a manteiga e misture até incorporar. Vá adicionando aos poucos o restante da farinha, miturando e amassando bem a massa até que fique lisa.
Faça uma bola com uma massa e coloque em uma tigela limpa, levemente untada com óleo e coberta com pano de prato. Deixe repousar em uma área mais quente até dobrar de volume, cerca de 2 a 3 horas.
Retire a massa da tigela sobre uma superfície lisa e bem enfarinhada. Corte círculos com a ajuda de um cortador redondo ou um copo. Coloque a trufa e feche em forma de bolinha (sele bem para não escorre o chocolate enquanto você frita).
Numa panelinha de fritura, esquente o óleo e frite os bolinhos. Gire para dourar por igual por uns 3 a 4 minutos. Não deixe o óleo demasiadamente quente se não os bolinhos irão queimar por fora e a massa não cozinhar por dentro.
Coloque num rack com papel toalha para aborver o excesso de gordura. Jogue açúcar confeiteiro por cima. Sirva quente ou frio, como preferir. Só tome cuidado que enquanto quente, o chocolate derrete por todos os lados.
Bolo de Chocolate com Chantilly de Licor de Laranja e muito romance
Para comemorar o dia dos namorados.
Eu vou ser sincera, jamais nos meus 34 anos, comprei um presente para o dia dos namorados. Acho a data cafona e comercial em demasia: enfrentar filas nos cinemas, restaurantes e motéis para comemorar a intimidade a dois, na minha opinião, é bem pouco romântico. Mas se a idéia é celebrar o amor com a pessoa que te faz bem, que seja em casa, à luz de velas, incensos e com um banquete numa mesa caprichada. Há tantas formas de celebrar e tantos dias no ano para isso acontecer!
Se você está decida a comemorar nesta sexta-feira, minha sugestão de sobremesa é esse bolo de chocolate sem farinha com chantilly, ma-ra, do Projeto Banquete da Mari e do Leo. Eu estou completamente viciada nos vídeos deles e olha que eu não sou uma pessoa vídeo on. Estética visual perfeita, bom humor na medida e receitas top. Recomendo!
E se não for afrodisíaca, pelo menos vai arrancar gemidos e suspiros, seus e de quem estiver contigo, garanto. Fiz meia receita e ao invés de chantilly do porto fiz com licor de laranja, que ficou ó! Além disso, é fácil demais, do tipo, se eu fiz, você também faz.
Capricha na seleção musical. Se não quiser cozinhar, pede um delivery, mas prepara a mesa com velas e flores. Batom vermelho. Declaração em cartas de amor. O melhor bolo de chocolate do mundo com creme batido. Como diz meu marido: isso é amor no concreto.
Bolo de Chocolate sem farinha com Creme batido de Licor de Laranja | receita adaptada do Projeto Banquete
para o bolo
- 225g de chocolate meio amargo
- 50g de manteiga
- 04 ovos
- ¼ de xícara + 01 colheres de sopa de açúcar cristal
- açúcar de confeiteiro para decorar
para o creme
- 250g de creme de leite fresco
- ¼ de copo de Cointreau
- ¼ de açúcar cristal
Derreta o chocolate com a manteiga em banho maria. Bata as gemas com ¼ de xícara de açúcar, até virar um creme esbranquiçado. Junte a mistura do chocolate derretido. Bata as claras em neve e adicione a colher de açúcar restante. Junte com cuidado ao restante da massa e misture delicadamente, para não quebrar as neves. A mistura fica bem aerada. Coloque numa forma untada (coloquei numa redonda de 21cm de diâmetro) e leve para assar num forno pré-aquecido a 180 graus. Asse por uns 45 minutos. Deixe esfriar.
O bolo vai crescer e inchar no forno e, depois ao esfriar, vai murchar. Não se preocupa, é assim mesmo, vai fcar uma casquinha crocante craquelada por fora, e uma textura extra-cremosa por dentro.
Bata o creme de leite com o açúcar e o Cointreau até virar chantilly. Sirva com o bolo.
Sorvete de Menta com Chocolate
Sorvete de Menta com Chocolate
Ah, junho! Fim de outono. Estou a mais de 20 dias sem escrever aqui; mergulhei num trabalho que me consumiu por duas semanas, mas valeu a pena.
Ah, junho! Fim de outono. Estou a mais de 20 dias sem escrever aqui; mergulhei num trabalho que me consumiu por duas semanas, mas valeu a pena. O resultado ficou como eu queria e o cliente saiu satisfeito. Melhor, impossível. Além disso, estou estudando um novo projeto para esse ano, que deve me trazer surpresas boas no segundo semestre (dedos cruzados).
No entanto, deixar de escrever nesse espaço, deixa um buraco dentro de mim, como se uma peça estivesse faltando. Vou ser bem sincera, esse blog é o meu maior xodó. Não importa qual seja a audiência, quantos leram ou irão ler meus posts, quantas curtidas ou ignoradas terão minhas fotos… O meu melhor está aqui. Algo materializado, ainda que virtualmente (olha o paradoxo), de tanta coisa que passaria desapercebida no meu dia-a-dia. Mas aqui não: elas têm seu destaque, sua história, seu valor e sua beleza.
Sorvete de menta com chocolate. Amados por alguns, desdenhados por outros. Confesso que eu já fiz parte do segundo time. Não, ele não tem gosto da minha infância, porque eu não gostava dele naquela época. Fui aprender a gostar (e logo em seguida me apaixonar) aos 26. Foi quando eu conheci Lucy, a filha do Gabriel, que pedia esse sabor 99,999% das vezes que a gente saía para tomar um sorvete. O refrescante da menta com o croc-croc do chocolate meio amargo, conquistaram meu paladar, que nutria o preconceito de que o sorvete era de pasta dental.
Sorvete de menta com chocolate ca-sei-ro. Seu sabor é intenso, mas sua cor verde bem suave. Sem corante, espessantes de origem duvidosa e feito com menta de verdade! Sensacional.
Sorvete de Menta com Chocolate
01 litro
- 02 xícaras de leite integral
- 01 xícara de creme de leite
- ¾ de xícara de açúcar
- 03 ovos caipira
- 01 copos cheio com folhas de menta ou hortelã
- 120g de chocolate meio amargo
Ferva o leite com o creme de leite e apague o fogo. Coloque ¾ das folhas de menta ou hortelã e deixe em infusão por, pelo menos, 1 hora. Coe o leite e aperte bem as folhas, com a mão mesmo, para que saia todo o sumo e a cor.
Bata os ovos com o açúcar, até ficar um creme espesso por uns 5 minutos. Junte o leite e misture bem até ficar homogêneo. Leve ao fogo brando, misturando sempre até espessar (por uns 15 minutos). Deixe esfriar.
Pique bem o restante das folhas de menta e misture ao creme frio. Leve à sorveteira elétrica, seguindo as instruções do fabricante. Quando estiver quase no ponto, junte o chocolate picado ao sorvete e misture bem. Coloque num recipiente e leve ao congelador por pelo menos 3 horas antes de servir.
Bolinhos de Pomelo com Alecrim
Para quem adora bolo de laranja, daqueles bem molhadinhos, cheios de calda, essa receita é um presente. O pomelo intensifica o sabor do azedinho-doce, enquanto o alecrim deixa um aroma adocicado e floral.
Para quem adora bolo de laranja, daqueles bem molhadinhos, cheios de calda, essa receita é um presente. O pomelo intensifica o sabor do azedinho-doce, enquanto o alecrim deixa um aroma adocicado e floral. A cor da calda fica um rosado tão lindo que dá vontade de beber ele todo com os olhos.
Eu descobri o pomelo quando tinha 16 anos de idade. Eu achava o máximo ver o grapefruit em fotos e filmes de cozinha americanos e, quando vi no supermercado, decidi comprar. Só que eu não tinha a menor idéia que eles eram tão azedos e amargos, quanto eram lindos. Foi colocar na boca, e cuspir tudo fora; bem sem noção mesmo. A experiência só foi ressignificada 10 anos depois, quando fui visitar pela primeira vez minha sogra, na Argentina. Lá eles comem a fruta no café da manhã, mas com um pequeno detalhe: cada mordida é acompanhada de uma colherada de açúcar. Os lábios ficam inchados e ardidos pela acidez da fruta, mas tudo bem. A fruta é tão popular por lá, que eles até tem refrigerante e várias bebidas sabor pomelo, como o nosso guaraná.
Essa receita é uma adaptação de uma das receitas do livro What Katie Ate. Ela utiliza as blood oranges, ou laranjas sanguíneas para o bolo. As laranjas sanguíneas não são tão ácidas, nem tão amargas quanto o pomelo, mas a receita funcionou perfeitamente bem com a substituição.
Bolinhos de Pomelo com Alecrim | receita adaptada do livro What Katie Ate
09 unidades
para os bolinhos
- 02 ovos caipira
- 110g de manteiga amolecida
- ½ xícara de açúcar
- ½ pomelo (descascado sem a parte branca)
- ½ laranja (descascada sem a parte branca)
- 01 colher de sopa de cointreau
- 01 ramo de alecrim
- 01 xícara de farinha de trigo
- 01 colher de sopa de fermento
para a calda
- suco de 01 pomelo
- suco de 01 laranja
- 02 colheres de sopa de açúcar
para outra calda
- suco de 01 pomelo
- 01 xícara de açúcar confeiteiro para a calda
Bata os ovos com o açúcar e a manteiga por uns 10 minutos na batedeira, até virar um creme leve. Adicione o cointreau. Num processador ou liquidificador bata bem a poupa do pomelo e da laranja com as folhas de alecrim. Junte o purê da fruta na mistura de manteiga e ovos. Continue batendo e junte aos poucos a farinha e o fermento peneirados. Misture em velocidade baixa até ficar tudo bem homogêneo.
Distribua nas forminhas untadas com manteiga e farinha, preenchendo até ¾ de seus orifícios. Leve ao forno pré-aquecido a 180 graus e asse por uns 45 minutos, ou até que a massa esteja cozida. Espere esfriar um pouco antes de desenformar.
Para a calda, misture o suco do pomelo com a laranja e as duas colheres de açúcar e leve ao fogo para ferver e reduzir, por cerca de 15 minutos. Deixe amornar e faça pequenos furos sobre os bolinhos e jogue a calda por cima.
Para servir, com os bolinhos já frios, misture bem o restante do suco do pomelo com o açúcar confeiteiro, até que esteja bem dissolvido. Regue os bolinhos com esta segunda calda e deixe um pouco à parte para servir na hora de comer. Deixe na geladeira por pelo menos uma hora antes de servir.
Madeleines para o dia das mães
Com tábua da Elke Noda e cartões da Danny Bunny
Estas últimas semanas foram bem corridas, preparando tudo para a papelaria virtual Dona da Casa! Papelaria, daquela correria que te deixa descabelada, dias sem dormir e até meio vesga… mas que valeu a pena até o último suspiro. E como! Deu tempo ainda de estrear na semana do dia das mães, que era o intuito para poder colocar uma receita gostosa com algo da lojinha.
A idéia é um doce bem coisa de mãe para servir no fim do domingo, acompanhado de um chá, folheando um álbum de fotos antigo e relembrando histórias. Madeleines, na teoria, são bem fáceis de fazer. Minha decisão de colocar essa receita foi atendida quando a Marianne (querida francesa que mora comigo) trouxe as forminhas de sua recém viagem para lá. Na prática, não foram tão fáceis assim, mas como tudo na vida, a gente aprende. A receita é do livro de cozinha da Mimi Thorisson, o A Kitchen in France | A year of cooking in my farmhouse.
Para presentear, você pode encomendar essa tábua em forma de baleia, coisa mais fofa, de se jogar no chão, feita pelo Studio Elke Noda, da minha amiga marceneira, fotógrafa e dona dos aranjos florais mais lindos (tudo isso nas horas vagas), Elke Noda. Tem outros modelos, se você quiser escolher. E para finalizar, o jogo de cartões feito pela Danny Bunny, especialmente para a Dona da Casa! blog. Eu juntei os cartões com umas fotos minhas, para presentear. E o resultado ficou uma belezinha. Orgulho de mãe.
Madeleines | receita adaptada do livro de receitas da Mimi Thorisson
- 03 ovos caipiras grandes
- 1 e ¼ de xícara de farinha
- 125 g de manteiga derretida
- 01 xícara de açúcar
- 02 colheres de sopa de mel
- pitada de sal
- 1 colher de sopa de fermento
- raspas de um limão siciliano
- 02 colheres de sopa de água de laranjeira
- 01 colher de sopa de extrato de baunilha
Bata os ovos com o açúcar e o mel, até formar um creme espesso e esbranquiçado. Junte a farinha aos poucos e o fermento, mexendo sempre até ficar homogêneo. Coloque a manteiga derretida e misture bem. Adicione as raspas de limão, água de laranjeira, sal e o extrato de baunilha. Leve à geladeira por pelo menos duas horas, ou deixe de um dia para o outro. A idéia é colocar a massa estar bem gelada para assar.
Coloque em moldes bem untados com manteiga, ou use forminhas de silicone. Asse num forno pré-aquecido à 180 graus, por uns 20 minutos, ou até que a massa esteja cozida. Espere esfriar e desenforme usando a ajuda de uma faca.
Para presentear com os cartões exclusivos da Danny Bunny eu juntei com algumas fotos pessoais e com a ajuda de um furador, fiz um furinho do canto esquerdo superior. Amarrei com um barbante fofo para anexar ao presente.
Feliz dia das mães!
Canelés de Bourdeaux para Páscoa
Páscoa tem cara de chocolate, ovos, coelhos. Me lembro o quanto adorava essa época por conta dos doces, cheguei até a ficar alérgica por chocolate em uma das páscoas (graças a deus, foi passageira).
Páscoa tem cara de chocolate, ovos, coelhos. Me lembro o quanto adorava essa época por conta dos doces, cheguei até a ficar alérgica por chocolate em uma das páscoas (graças a deus, foi passageira). Acho que todo mundo tem foto de quando criança, sentada no sofá, tentando colocar o ovo quase inteiro na boca. As mães costumam ter um senso de humor bem particular, quando se trata de tirar fotos dos filhos.
Enfim, mas durante este período, as lojas se enchem de papel celofane e bombons por todos os cantos. E o espírito de compaixão, fraternidade e amor ao próximo ficam de lado, esquecidos. Com intuito de resgatar a simplicidade, criatividade e, quem sabe, amenizar em parte o consumismo da data, compartilhamos algumas idéias para inspirar você a presentear com mais amor. O importante é personalizar com seu carinho algo feito por você. A idéia é bem simples: bolinhos de baunilha, ou canelés de bordeaux numa caixa de ovos caipira, pintada e decorada, com um cartão personalizado.
Para tanto, pedi para a Dani Coelho - ou Danny Bunny - a me ajudar na elaboração do presente, já que seu talento craft consegue deixar tudo mais bonito. A Dani, além de amiga de anos, é minha parceira criativa, amiga confidente e irmã de alma. Já falei algumas várias vezes dela por aqui, já produzimos também muita coisa juntas; essa foi mais uma delas. Ela ilustrou duas etiquetas graciosamente perfeitas, que estão disponíveis para você baixar e imprimir.
E, como se não fosse demasiado bom, para completar tanta lindeza, coelhinhos de pano, perfumados com lavanda, da Ju Padilha, uma artesã fofa e talentosa. Fui presenteada por ela com duas fofuras, e você pode encomendar e escolher os que mais gostar para deixar seu presente ainda mais querido.
A receita foi novamente retirada do livro maravilhoso da Mimi Thorisson, o A Kitchen in France | A year of cooking in my farmhouse. A textura do canelé é uma fina casca por fora e bem úmida, macia e cremosa por dentro. O sabor acentuado da baunilha e o aroma suave do rum, tornam a perfeição algo sensível ao paladar a cada mordida.
Canelés de Bordeaux | receita original do Manger
rende 15 porções
- 02 copo de leite;
- 01 copo de farinha;
- 01 copo de açúcar;
- 02 colheres de sopa de manteiga derretida;
- 01 favo de baunilha; e
- ¼ de copo de rum
Coloque a baunilha e suas sementes raspadas no leite e leve para ferver. Quando levantar fervura, apague o fogo. Deixe esfriando por 5 minutos. Junte a farinha peneirada e o açúcar, misturando bem, sem deixar empelotar. Adicione a manteiga e o rum e misture tudo. Coloque num recipiente fechado e leve à geladeira por 24 horas.
Encha até ¾ de cada orifício de forminhas para bolinhos e leve para assar em forno preaquecido à 230 graus por 5 minutos.
Como utilizei fôrma de silicone não precisei untar. Se você utilizar de metal, unte com manteiga.
Depois, abaixe o fogo a 180 graus e asse por mais 50 minutos, ou até que estejam bem dourados. Retire do forno espere uns 5 minutos antes de desenformar. Deixe esfriar. Se decidir não presentear ninguém e comer você mesma todos canelés, acompanhe com um belo chá.
Feliz Páscoa!
Para presentear, utilize uma caixa de ovos vazia de 06 unidades. Pinte com guache ou tinta acrílica para deixá-la uniforme, da cor desejada. Forre os buracos dos ovos com papel manteiga, antes de encaixar os bolinhos. Coloque também um pedaço do papel para cobrir os doces, antes de fechar a caixa. Amarre com cordões e fitas coloridas de sua preferência. Imprima uma etiqueta feita por você - ou esta da Danny Bunny - num papel de alta gramatura (mais grosso).Eu utilizei papel reciclato.
Lembre-se, o importante é usar sua criatividade: cores e materiais para decorar da forma que mais gostar. E se quiser seguir a tradição da data, você pode substituir os canelés por bolinhos de cacau, bombons ou ovinhos de chocolate.
Cookies de Amendoim | parte 01
Para meu companheiro é totalmente viciado em amendoim.
Meu companheiro é totalmente viciado em amendoim. De qualquer jeito: torrado, aperitivo, paçoca, sorvete, rapadura, reese’s… Eu gosto também, mas confesso que não da mesma forma que ele.
Eu andava era, durante os últimos dias, com uma vontade imensa de comer biscoitos. Só que eu queria algum, feito por mim mesma. Em algum lugar do meu inconsciente, fazer biscoitos caseiros são suprassumo da mulher prendada. E eu acho que estava querendo me sentir assim, bem dona de casa, daquelas que adoram deixar a casa sempre cheia de doces para visitas, andam de avental pela casa e convidam amigas para tomar chá no meio do dia.
Enfim, duas vontades diferentes - amendoins e biscoitos - e uma só proposta. Foi então que encontrei esses cookies de amendoim, da Naomi Robinson, do blogBakers Royale. Acho que nunca encontrei receita mais fácil na minha vida. Por ser feita com pasta de amendoim* ela é também livre de glúten, grande vilão da vida moderna digestiva gastronômica.
Os biscoitos ficaram crocantes, mas ao mesmo tempo com uma textura levemente cremosa por conta do amendoim; lembra muito paçoca. Ficaram uma delícia e tanto eu, quanto o Gabriel adoramos o resultado. Se sentir dona de casa, nunca foi tão fácil.
Ah, e por quê o “parte 01” no título deste post? Nas próximas semanas, tem mais.
*A pasta de amendoim são de um casal de amigos, que produzem uma série de produtos deliciosos, orgânicos de origem local, o Sábias Comidas.
Cookies de Amendoim | receita original do Bakers Royale
16 unidades
- 01 copo de pasta de amendoim;
- 01 copo de açúcar granulado (de preferência demerara); e
- 01 ovo
Numa tigela misture todos os ingredientes. Amasse com a mão mesmo. Quando a massa estiver bem homogênea, pegue a quantidade de uma colher de sopa cheia e faça uma bolinha. Numa assadeira forrada com papel manteiga, coloque a bolinha e amasse ela com um garfo, até achatá-la no formato de um biscoito. Leve para assar em forno pré-aquecido a 180 graus por volta de 20 minutos, ou até que os biscoitos estejam bem tostados. Deixe esfriar.
Clafoutis de Cerejas
Quando criança eu amava, simplesmente amava, folhear livros de receitas da minha mãe. Passava horas, não me cansava de admirar as fotos de tortas, bolos e biscoitos, imagens que ficaram gravadas na minha memória até hoje. Eu ficava imaginando qual delas seria a mais gostosa, tinha as minhas prediletas em cada livro; mesmo que a grande maioria delas tivesse ficado apenas no papel.
Apesar dessa brincadeira infantil, meu aprendizado na cozinha foi tardio. Acho que essa fixação pelos livros de receita já prenunciavam o casamento que se desenvolveria aos quase 30. Hoje, continuo com a mesma alegria de criança com um livro de culinária, posso passar horas imersa, lendo, mesmo que isso não me leve a cozinhar. Recentemente, adquir o A Kitchen in France | A year of cooking in my farmhouse, da Mimi Thorisson. E posso dizer que estou num caso sério de amor.
O livro é dividido em estações. Em histórias que se transformam quase num conto de fadas. A forma poética em que Mimi descreve sua vida elevam o livro da categoria culinária para a de literatura contemporânea. Ela compartilha receitas e estórias na sua casa na região rural em Medóc; o que se cozinha e se come é o que a terra dá, a depender da estação em que se esteja. São pratos típicos da cozinha francesa, apesar de seus olhos puxados, graças ao pai chinês. As receitas são uma compilação de seu blog, cujas fotos são de seu marido fotógrafo, Oddur Thorisson, quase uma obra-prima virtual.
Uma das receitas tradicionais que encontrei é o clafoutis de cerejas. Essa era uma das sobremesas que figurava num dos antigos livros da minha mãe. Naquela época eu não sabia bem do que se tratava, pois não havia foto para ilustrá-la. O nome ficou gravado na minha memória. Foi apenas hoje que fui experimentar pela primeira vez um cherry clafoutis.
No dia 17 de março, esta receita foi selecionada pelo The Feed Feed para ser publicada na seleção Vive la France!
Clafoutis de Cerejas | receita original Manger
- 500g de cerejas
- 4 ovos
- 50g de manteiga com sal, derretida
- 200 ml de leite integral
- 100g de farinha de trigo
- 1/3 de xícara de chá de açúcar simples
- 1 ½ colher de chá de extrato de baunilha
- 1 colher de sopa de água de flor de laranjeira
- açúcar de confeiteiro, para polvilhar
- pitada de sal
Lave as cerejas e seque bem. Você pode ou não remover a sementes, eu preferi deixar como no livro, com sementes. Espalhe-as numa fôrma com cerca de 23cm de diâmetro, untada com bastante manteiga.
Em uma tigela, misture a farinha, açúcar, sal e a baunilha. Adicione o leite e os ovos (um a um), mexendo delicadamente. Agregue a água de flor de laranja e a manteiga, misturando até obter uma massa lisa.
Despeje a massa sobre as cerejas. Leve ao forno pré-aquecido a 200°C e asse por 15 minutos nessa temperatura. Abaixe em seguida para 180°C e cozinhe por mais 30 minutos. Deixe esfriar um pouco e polvilhe o açúcar de confeiteiro. Não se esqueça de avisar seus convidados das sementes!
Muffins de Amêndoas com Geléia de Framboesa
Muffins de Amêndoas com geléia de framboesa
Sabe quando algo sai perfeito? É o caso desses muffins. Queria algo que conseguisse captar e sintonizar esse sentimento de conforto de retornar para a casa.
Sabe quando algo sai perfeito? É o caso desses muffins. Queria algo que conseguisse captar e sintonizar esse sentimento de conforto de retornar para a casa. Algo que pudesse acompanhar com maestria um chá aveludado com perfume de flores e pimenta. Algo que pudesse agradar aos que passam pela minha casa, e eu pudesse oferecê-lo como uma declaração quase de amor: sinta-se a vontade por aqui.
Estou neste processo de volta à minha adorável casa. Já expressei nos posts passados o quanto aprecio o bem viver caseiro, como gosto do meu canto em particular. Como gosto de passar horas na cozinha, sem pressa nem ansiedade. Apenas separando ingredientes, folheando livros de receitas, esperando o bolo assar, enquanto seu aroma invade todos os cômodos da casa, convidando aos que estão por aqui a darem uma passada pela cozinha. Um motivo para se reunir, conversar, dar risadas entre um gole de chá e uma espiada no forno. Essa receita é assim. Nostalgia do que é, afeto e conforto, num final de tarde que passa lento, mas ainda assim, cheio de bossa.
Muffins de Amêndoas com Geléia de Framboesa | receita adaptada do livro What Katie Ate
rende 12 bolinhos
- 120g de manteiga derretida mas fria
- 02 ovos
- ½ xícara de água morna
- 1 e ¼ xícara de farinha de trigo
- 3 colheres de chá de fermento em pó
- ½ xícara de farinha de amêndoas
- 01 xícara de açúcar
- 01 colher de chá de canela em pó
- 01 maçã descascada e picada
- 02 colheres de chá de extrato de baunilha
- raspas de 01 limão siciliano
- geléia de framboesa ou qualquer outra que te agrade (cerca de duas colheres de café por bolinho)
- amêndoas em lâminas para enfeitar (cerca de meia xícara)
- acúcar mascavo para polvilhar
Coloque numa tigela os ingredientes secos: farinhas, fermento, açúcar, canela e as raspas de limão. Misture-os bem.
Numa outra misture os ovos batidos, a manteiga, a água morna e o extrato de baunilha. Quando estiver homogêneo, agregue os ingredientes secos. Junte a maçã picada. Distribua numa fôrma com 12 orifícios forrados com papel manteiga ou forminha de papel própria para os bolinhos.
Cubra até ¾ de cada fôrma. Coloque cerca de duas colheres de chá de geléia para cada bolinho e as amêndoas em lâminas por cima de tudo. Polvilhe com açúcar mascavo e leve para assar em forno pré-aquecido a 180 graus, por 30 minutos aproximadamente, ou até que os bolinhos estejam assados e dourados. Coloque mais geléia se desejar.
Torta de Cupuaçu da Lucy
Já escrevi por aqui algumas vezes que meu companheiro tem uma filha. Hoje ela tem quase 18 anos, mas quando a conheci, tinha apenas 9. E, para minha sorte, sempre me dei bem com ela, sempre fui aceita e acolhida como parte da família. Como se a gente sempre respeitasse o espaço uma da outra, sem crises de ciúmes ou de disputas. Pelo contrário, ela sempre foi amiga e companheira, pela sua personalidade alegre, receptiva, sempre de bom humor, cantando e sorrindo.
Lucy morou por alguns anos na Bahia, mais precisamente em Serra Grande, uma vila entre Itacaré e Ilhéus, com sua mãe. Aqui, eu vim visitá-la algumas vezes, um lugar bem charmoso, mas que costuma ficar sem a muvuca do turismo, mesmo em alta temporada - o que é uma maravilha. Serra Grande, é daquelas vilas, em que a pracinha é o centro de tudo, onde todo mundo se cumprimenta na rua - e quase todo mundo se conhece. Aqui, você toma uma bola de sorvete por R$ 1,00. Fim de tarde é hora de comer uma tapioca de carne seca com banana arretada (com bastante pimenta) e tomar um suco de cacau. A praia é daquelas no meio da mata, com a vegetação ainda preservada, sem condomínios totalmente desconectados da natureza. As casas não tem muros, e se tem é daqueles que você consegue pular fácil :). Tem cachoeiras com poços, em que as crianças saltam sem medo (eu disse crianças, ok?)
E foi aí, que minha linda viveu parte de sua adolescencia. Entre uma tarde surfando e outra fazendo circo, ela aprendeu como se transforma aquela torta básica de limão (ou de maracujá) em torta de cupuaçu. A massa simples feita de biscoito maisena com manteiga. E o creme batido com uma porção de creme de leite, outra de leite condensado e outra de poupa de cupuaçu. Como a fruta é azedinha, ela ficou perfeita. O sabor é único, solar e fresco. Como as praias daqui. That’s Bahia, mainha!
Torta de Cupuaçu da Lucy
cerca de 12 porções
- 200g de biscoito de maisena
- 150g de manteiga
- 300 ml de leite condensado
- 300 ml de creme de leite
- 300g de poupa de cupuaçu
Processe os biscoito picado no liquidificador até virar uma farofa. Numa fôrma de aproximadamente 28cm de diâmetro, coloque o biscoito processado e a manteiga amolecida. Amasse bem até formar uma massa. Abra a massa na fôrma, para obter a base da torta. Tente não deixá-la muito fina. Leve ao fôrno pré-aquecido a 180 graus de 10 a 15 minutos, até dourar um pouco. Tire e deixe esfriar.
Bata o creme de leite, leite condensado e a poupa de cupuaçu no liquidificador até obter um creme homogêneo. Despeje o creme sobre a massa e leve à geladeira. Deixe por pelo menos umas 3 horas ou até que fique firme.